Paulo Cesar Teixeira Ribeiro
Muitos
dos meus pacientes são pessoas que me procuraram porque não estavam lidando bem
com a pressão das empresas onde trabalhavam, o que cabe, portanto,
perguntar-lhe o seguinte:
- A
sua empresa é daquelas que, face à pressão por resultados imediatos, pouco tem
focalizado a atenção ao fato de que as pessoas se sentem ansiosas, inseguras,
desgastadas e perplexas em muitos momentos de suas vidas? Ou faz parte do
rol de empresas que entende que, por serem constituídas de pessoas, podem se
tornar (corporativamente) ansiosas, deprimidas, sofrerem de pânico, fobias, e
outros transtornos psicológicos?
Apesar das pessoas estarem se tornando mais conscientes a respeito de suas escalas de prioridades e estarem mais preocupadas com a auto-estima, auto-confiança, culto ao corpo, felicidade e plenitude na vida, nem todas as empresas aprenderam que não há linhas divisórias entre o ser humano e o profissional, o que é um dificultador para itens como qualidade de vida e felicidade, os quais deveriam ser nas empresas, tão importantes quanto tecnologia e métodos de auditoria, quando se pensa em resultados e produtividade.
Digo
com segurança que ansiedade e estresse não são patrimônios exclusivos de
executivos atarefados e que a competitividade acabou substituindo a
colaboração, o que é um paradoxo se levarmos em conta que vivemos na época do
trabalho em equipe; isso e muitas outras variáveis aumentam o grau de ansiedade
(temor indefinido experimentado como expectativa do pior) dos profissionais nas
empresas como também as frustrações. Vejo as empresas dando “tiros nos pés”
pois apesar de quererem profissionais comprometidos e engajados com seus
resultados, mantém ambientes hostís onde a ansiedade é apenas o ponto de
partida a um atalho que conduz ao tédio. Essa ansiedade gerada nas empresas (e
inclusive os ataques de pânico), conduzem a um certo cansaço psicológico que
plana sobre um sentimento de vazio e neutralidade perante tudo quanto rodeia o
trabalhador. O quadro pode agravar-se para a depressão, uma doença "do
organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, em
conseqüência, o pensamento. Como altera a maneira como a pessoa vê o mundo e
sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o
prazer com a vida, pode-se dizer que altera, da mesma forma, a empresa onde
trabalha. Ela traz muitas outras manifestações comportamentais que podem
prejudicar o esforço pelos resultados empresariais, tais como “fracassomania”,
inveja, oposição neurótica, estresse, paranóia, hostilidade, intolerância às
críticas, necessidade de poder, inimizades, etc. Há, ainda, os “fantasmas” do
corpo que tanto influenciam a auto-estima e a vaidade humana.
Não
se pretende tomar por depressão qualquer sintoma conseqüente às dificuldades e
frustrações do dia-a-dia, aos aborrecimentos a que todos estamos sujeitos ou as
reações às queixas dos chefes sobre as performances dos funcionários. É uma
doença afetiva (ou do humor), e não é, simplesmente, estar com "baixo
astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza ou de falta de
pensamentos positivos, mas as conseqüências podem ser muito negativas para as
empresas, como alguns exemplos abaixo:
· A auto-imagem e a auto-estima destes trabalhadores
costumam estar francamente deterioradas a ponto de não se verem capazes de
realizar suas tarefas ou novos desafios.
· O profissional depressivo tende a isolar-se
afetando a comunicação interna e a qualidade do trabalho em equipe.
· A depressão pode evoluir para a síndrome de pânico
ou outras fobias paralisando o funcionário nas situações de maior pressão.
· O funcionário poderá apresentar transtorno
somatomorfo, ou seja, manifestará no corpo, em forma de doenças, a ansiedade ou
a depressão, podendo ser frequentemente afastado de suas atividades.
· A ansiedade é um quadro que poderá evoluir para o
consumo excessivo de álcool e/ou drogas.
· Muitas vezes somam-se os sintomas de
persecutoriedade, ou seja, de ser perseguido e isso pode alterar negativamente
o clima entre os funcionários e gerar sérios conflitos individuais ou grupais.
Enfim,
não apenas importante, é imprescindível que cuidar da saúde psicológica das
pessoas que trabalham. Sentimentos como raiva, tristeza ou frustração, quando
ignorados, podem drenar a vitalidade dos profissionais e, também, minar a
competitividade de uma empresa. Segundo Peter Frost, psicólogo sul-africano
radicado nos EUA, “o sofrimento é um subproduto inevitável da rotina dos
negócios. Administrar mudanças, liderar projetos, criar produtos ou buscar
resultados sempre levará os profissionais a algum nível de sofrimento”.
Cuide de si mesmo, faça psicoterapia e encontre soluções para as dificuldades que está vivendo. Se você trabalha numa empresa problemática, fique bastante atento pois ela pode ser um veneno que mina a sua auto-estima e afeta a sua confiança dos funcionários, tendo como conseqüências, a perda de produtividade à vontade de parar de trabalhar.
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Um abraço,
Psicólogo
Paulo Cesar
Psicoterapeuta
de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo de linha humanista com
acentuada orientação junguiana e budista. Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento
de segunda-feira aos sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e
94111-3637 ou pelos links www.psicologopaulocesar.com.br ou
www.blogdopsicologo.com.br
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