A Rede Globo, num "desserviço" à população, fez referência a um profissional que não pertence à área da saúde mental para o tratamento de vítimas de abuso infantil. Face a isso, resgatei esse artigo que publiquei no passado, o qual conta um pouquinho de minha experiência no tratamento dessas vítimas. Analise e entenda porque ficamos indignados: esse assunto é muito sério para entregar a sua saúde a qualquer um que se diga preparado para conduzir o tratamento mas que, entretanto, não possui a formação necessária para isso. Boa leitura!
O
abuso sexual contra crianças e adolescentes é uma realidade absoluta em todo o
mundo. É um erro grave, porém comum, acreditar que o abuso sexual infantil seja
um evento raro perpetrado contra meninas por estranhos masculinos apenas em
áreas pobres da cidade. Pelo contrário, é um tipo de violência muito comum em
comunidades grandes e pequenas e numa variedade de culturas e contextos
socioeconômicos. O abuso contra crianças é realizado por vários tipos de
infratores, incluindo homens e mulheres, estranhos, amigos ou familiares
confiáveis e pessoas de todas as orientações sexuais, classes socioeconômicas
e origens culturais.

- Depressão: a perda de autonomia corporal é difícil de se lidar. Isso pode criar sentimentos de desesperança, desânimo e levar a uma diminuição da autoestima. Esses sentimentos levam a depressão que pode variar de leve e passageira a intensa e debilitante, inclusive com pensamentos suicidas.
- Ansiedade: para muitas pessoas ansiosas, as emoções e os sentimentos não têm uma fonte clara, mas para as vítimas de abuso sexual, a perda de autonomia corporal, juntamente com o medo de que o ataque possa ocorrer de novo, pode causar uma intensa ansiedade. Alguns podem desenvolver agorafobia (medo de lugares abertos e de sentir-se me pânico) e ficam com muito medo quando saem de suas casas. Outros sofrem ataques de pânico, sintomas de alta ansiedade ou um medo crônico relacionado com o tipo físico da pessoa que os agrediu. Alguém que foi estuprado por um homem alto e de cabelos encaracolados com olhos castanhos e nariz proeminente pode defensivamente não gostar, desconfiar ou ter medo de todos os homens encontrados que combinem com essa descrição.
- Estresse pós-traumático: o estresse pós-traumático neste caso traz a ansiedade, depressão e memórias intensas do abuso como marcas principais. Por causa do trauma, a pessoa pode até ter episódios de desconexão com realidade e perder o controle sobre si mesmo. Há um medo crônico do abandono e eventualmente dissociações de personalidade.
- Transtornos de personalidade: algumas evidências sugerem que alguns transtornos de personalidade, às vezes, podem ser o resultado de abuso sexual. O comportamento associado a esses transtornos pode ser realmente uma adaptação ao abuso. Por exemplo, uma característica da personalidade borderline é o medo do abandono. Embora esse medo não tenha sentido na idade adulta, evitar o abandono pode ter sido o que protegeu alguém do abuso infantil.
- Formação insuficiente de vínculos: pode ser um desafio, particularmente em crianças que foram abusadas, manter vínculos saudáveis com outras pessoas. Os adultos que foram abusados quando crianças podem se sentir inseguras em seus relacionamentos, ir contra várias formas de intimidade ou ficar ansiosos ao surgirem pessoas com as quais podem ter novos vínculos.
- Drogadicção: pesquisas sugerem que sobreviventes de abuso são 26 vezes mais propensos a usar drogas. Drogas e álcool podem ajudar a entorpecer a dor do abuso, mas, muitas vezes, o abuso de substâncias pode levar ao desenvolvimento de novos problemas psicossociais.
- Gatilhos: são estímulos que trazem à memória, flashes da experiência traumática que sofreram. Uma vítima de estupro cujo atacante mascava chiclete de hortelã pode ter um repentino flashback pelo cheiro de hortelã, por exemplo. Embora os gatilhos variem amplamente, a violência, o abuso subsequente e as intensas discussões sobre o abuso estão entre os gatilhos mais comuns.
Essas
vítimas, com elevada frequência, relatam sentimentos como vergonha e culpa, como
fossem os agressores e não os agredidos. Além disso, muitos acabam
desenvolvendo dificuldades para obterem conquistas profissionais, podem sofrer
de impotência sexual, frigidez, transtornos alimentares, psicossomatizações e
outros. O abuso sexual não deixa apenas cicatrizes psicológicas. Podem haver consequências
duradouras para a saúde física da vítima. Uma pessoa que foi abusada pode
mostrar contusões, cortes ou ferimentos mais graves, espasmos ou ossos
quebrados, e também órgãos genitais machucados. Algumas vítimas desenvolvem
infecções sexualmente transmissíveis, outras podem engravidar como resultado da
agressão. Também podem sofrer dores crônicas, disfunção sexual, problemas de
fertilidade e imunidade diminuída, bem como outras dores ou doenças
inespecíficas.
Os
efeitos psicológicos do abuso sexual infantil geralmente ocorrem
independentemente da extensão específica do trauma que a criança experimentou
durante o abuso. Muitos são os fatores que determinam a extensão do impacto
negativo do trauma sexual na infância. As crianças são mais propensas a sofrer
em maior medida se o agressor for um parente próximo, como um pai, irmão mais
velho ou um tio próximo. O abuso sexual pode ocorrer num único episódio ou pode
ter continuado ao longo de vários meses ou anos. Mesmo que uma criança possa
não ser verdadeiramente consciente do que está ocorrendo sexualmente, ela ainda
pode, infelizmente, experimentar as consequências psicológicas negativas
citadas anteriormente.
Embora o abuso sexual seja uma experiência traumática e que altera a vida de uma pessoa, a recuperação é muito possível. Um psicoterapeuta compreensivo e compassivo, que saiba o que é um trauma sexual e seus efeitos, poderá ajudar aqueles que sofreram várias formas deste tipo de abuso. Pesquisas mostram consistentemente que a relação entre o psicólogo e a vítima dão o prognóstico mais significativo da recuperação. Assim é que a essas pessoas recomenda-se a psicoterapia, para que resgatem a autoestima positiva, eliminem a culpa e vergonha que foram forçadas a sentir, e também para que percebam que não são pessoas más ou sujas. A psicoterapia também vai ajudar a resolver o problema do medo (às vezes, pânico) de sofrer um novo abuso. Ela ajuda e muito na recuperação das vítimas de abuso sexual infantil. Constitui-se num intenso (e, às vezes, no primeiro) modelo de uma relação saudável para muitas vítimas. Este tratamento oferece um relacionamento curativo e nutritivo, onde o paciente pode redescobrir a experiência de autoconfiança e de confiança no mundo. A psicoterapia fornece ao cliente a oportunidade de retrabalhar o trauma em um sentido mais saudável de si mesmo. A maneira pela qual os indivíduos processam emocionalmente e cognitivamente uma experiência traumática contribui para o alívio e resolução do trauma, minimizando significativamente a sensação e percepção de uma ameaça contínua, mesmo quando o trauma ocorreu no passado distante.

Embora o abuso sexual seja uma experiência traumática e que altera a vida de uma pessoa, a recuperação é muito possível. Um psicoterapeuta compreensivo e compassivo, que saiba o que é um trauma sexual e seus efeitos, poderá ajudar aqueles que sofreram várias formas deste tipo de abuso. Pesquisas mostram consistentemente que a relação entre o psicólogo e a vítima dão o prognóstico mais significativo da recuperação. Assim é que a essas pessoas recomenda-se a psicoterapia, para que resgatem a autoestima positiva, eliminem a culpa e vergonha que foram forçadas a sentir, e também para que percebam que não são pessoas más ou sujas. A psicoterapia também vai ajudar a resolver o problema do medo (às vezes, pânico) de sofrer um novo abuso. Ela ajuda e muito na recuperação das vítimas de abuso sexual infantil. Constitui-se num intenso (e, às vezes, no primeiro) modelo de uma relação saudável para muitas vítimas. Este tratamento oferece um relacionamento curativo e nutritivo, onde o paciente pode redescobrir a experiência de autoconfiança e de confiança no mundo. A psicoterapia fornece ao cliente a oportunidade de retrabalhar o trauma em um sentido mais saudável de si mesmo. A maneira pela qual os indivíduos processam emocionalmente e cognitivamente uma experiência traumática contribui para o alívio e resolução do trauma, minimizando significativamente a sensação e percepção de uma ameaça contínua, mesmo quando o trauma ocorreu no passado distante.
Um
abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo
de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Consultório
próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos
sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e 94111-3637 ou pelos
links www.psicologopaulocesar.com.br ou www.blogdopsicologo.com.br
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