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PAIS E FILHOS(AS) ADOLESCENTES IRRITADOS

Seu filho(a) adolescente diz que você o(a) incomoda? Você se sente em constante estado de preocupação por seu(sua) filho(a) não ser social o suficiente, inteligente o bastante ou  por não fazer tudo o que você acha que  ele(a)deveria fazer? Você se irrita e exige que o(a) jovem adolescente aja de acordo com o seu conselho? Saiba que você não está sozinho! Muitos pais se sentem frustrados e aborrecidos quando os adolescentes não respondem positivamente aos pedidos de mudanças em seu comportamento - seja um pedido para fazer a lição de casa a tempo, limpar seus quartos, encontrar melhores amigos ou descobrir uma paixão – sendo a principal mensagem por trás da chateação é "Você não é suficientemente bom!"

Sendo um psicoterapeuta de adolescentes e adultos com longo tempo de atuação, logo de cara quero lhe dizer que incomodar os filhos não adianta nada. Adicionar ameaças de punição quando os adolescentes não seguem seus conselhos, piora a situação. Na verdade, incomodar é uma expressão de emoções negativas e pode trazer sérias consequências não boas para os relacionamentos entre pais e filhos.

Na competitiva cultura da era digital de hoje, crianças e adolescentes ouvem constantemente mensagens negativas de colegas que afetam sua resiliência, autoconfiança e esperança no futuro. Na escola, eles podem estar lutando para tirar boas notas, competir nos esportes ou para simplesmente sentir-se aceito. A maioria das crianças, em algum momento do ensino fundamental ou médio, passa a acreditar na mensagem "não sou suficientemente bom", e isso, realmente, não traz nada de positivo para a formação do indivíduo.

O lar deve ser o principal local onde as crianças recebem reforço positivo e apoio sem confronto. Os adolescentes com pais que entendem esses conceitos geralmente negociam seus caminhos durante a adolescência para descobrir que são suficientemente bons conforme suas idades e maturidades e, de fato, gostam de quem são. Nos lares com interações diárias negativas com os pais, a adolescência se torna muito mais desafiadora. Se houver a sensação avassaladora de que nada do que faz é bom, os adolescentes podem ficar entediados, ansiosos, deprimidos e apáticos.

Irritar é um padrão que se desenvolve ao longo do tempo e envolve duas pessoas. As duas pessoas precisam reconhecer e mudar o padrão, mas, obviamente, quando ocorrem infrações às regras da família, as consequências devem existir. Entretanto, a maior parte dos pais irrita-se com ocorrências em duas categorias: Coisas pequenas e Coisas grandes que agora são da responsabilidade de seu(sua) filho(a) adolescente descobrir por si mesmas.

Bem, o fato é que o trabalho psicológico dos adolescentes é “tornar-se você mesmo”, isto é, formar uma identidade separada de seus pais. Por outro lado, o trabalho psicológico dos pais é valorizar esse(a) jovem adulto(a) emergente enquanto sofre com a “perda” de seu(sua) filho(a) compatível. É algo muito difícil para adolescentes e pais, e tudo fica mais difícil quando os pais não permitem que os adolescentes façam seu próprio trabalho de “tornar-se você mesmo”. Os pais geralmente acreditam que têm uma visão melhor do sucesso do que os adolescentes e essa mentalidade leva pais e adolescentes a entrar em águas turbulentas, criando uma condição para a irritação.

Durante os anos que antecederam a adolescência, os pais ocupam papéis que lhes permitem ter maior poder e autoridade sobre seus filhos e filhas. Muitas vezes, essa autoridade é suficiente para fazer com que as crianças cumpram exigências ou sugestões simples. Em algum momento do ensino fundamental e médio, é natural que as crianças desenvolvam suas próprias identidades, sendo parte desse processo a obtenção de um senso de escolha e controle sobre suas próprias vidas.

Irritações sempre criam disputas de poder entre pais e adolescentes, uma disputa onde não há vencedores. Considere o seguinte cenário:
  • Mãe para filho adolescente: “Quando você fará o trabalho de casa da matéria “x”? Você já me disse que o professor é muito exigente e não tolera trabalhos atrasados!
  • Filho para mamãe: “Sim, eu sei. Você não precisa me lembrar. "
  • Mãe para filho: "Bem, claro que preciso lembrá-lo, porque você não está indo bem nessa matéria.
  • Filho: Silenciosamente sai da sala.

Neste exemplo, nem a mãe nem o filho se sentem bem com a interação realizada. Certamente ambos ficaram com raiva e nada foi realizado. Ou o filho age como uma criança obediente e faz sua lição de casa,  ou exercita seu senso de autocontrole e nega (ou atrasa) a execução. Seu cérebro adolescente em amadurecimento lhe dá um impulso natural em direção à negação. A mãe, talvez desconhecendo sua influência instável na vida de seu filho (ou o papel natural da adolescência), fica frustrada. Ela se pergunta: "O que estou fazendo de errado?". A mãe e o filho entram em um padrão de irritação que não é saudável para nenhuma das partes. A mãe repete suas demandas em vários tópicos; o filho exerce seu controle. O padrão é autoperpetuante, com cada um reagindo ao outro de maneiras semelhantes.

A alternativa ao incômodo é desenvolver um relacionamento que fortaleça a comunicação com o filho: "Você é suficientemente bom de acordo com a sua idade e maturidade". Os jovens precisam se sentir ouvidos e compreendidos - para saber que os pais os apoiam e não os julgam. Para os pais, significa deixar de lado a ideia de supervisionar tudo para aprender a respeitar o sentimento emergente de nova identidade de seu(sua) filho(a). Por onde começa? Minha sugestão é iniciar com as seguintes etapas:
  1. Identifique e reconheça o padrão: Se você desenvolveu um padrão de irritação em sua casa, comece reconhecendo sua existência e não colocando culpa nos pais ou no(a) adolescente. Irritar é um problema compreensível e que pode ser alterado. Identificar um comportamento negativo permite substituí-lo por comportamentos positivos.
  2. Inicie uma mudança positiva: Geralmente é o pai que deve iniciar a mudança. Às vezes, isso acontece como resultado de psicoterapia, pois muitas vezes, as mudanças positivas são auxiliadas por terceiros especialistas. Dito isto, muitos pais podem abandonar o hábito de incomodar o adolescente, especialmente quando reconhecerem como isso está afetando a si mesmos e aos filhos(as).
  3. "Encontre-se mais" com seu(sua) filho(a): Nunca é tarde para renegociar um relacionamento saudável com seu(sua) adolescente. Se incomodar é um hábito que envolve mais de uma criança ou afeta toda a família, considere discuti-lo em uma reunião de família. Caso contrário, você pode resolver o problema entre as duas partes mais envolvidas.
  4. Nomeie o problema: Assuma a responsabilidade pelo seu papel de incomodar e nomeie o problema. Informe o seu(sua) filho(a) que você não é perfeito e não espera que ele(a) seja perfeito(a). Compartilhe seus sentimentos sobre si mesmo quando importuná-los. Escute seu(sua) filho(a) adolescente. Entenda como ele ou ela se sente quando são incomodados(as). Fale sobre a autoidentidade emergente de seu(sua) filho(a) adolescente e seus próprios sentimentos sobre a perda do(a) filho(a) que eram antes. O que parecer autêntico e real para a sua situação é o melhor ponto de partida. Convide uma conversa bidirecional com seu(sua) filho(a) adolescente, sem vergonha ou culpa.
  5. Crie um novo plano: Explore como você pode tomar medidas que melhorarão a situação. Por exemplo, mamãe diz: "Eu sei que você é capaz e não vou mais interferir ou lembrá-lo sobre a lição de casa, a menos que você me peça. Isso será difícil para mim, porque se tornou um hábito. Você gostaria de compartilhar uma breve atualização sobre seus trabalhos escolares toda semana, para não me preocupar com você?” Se o(a) filho(a) concordar, também concorde em que dia da semana deve esperar a atualização: "Se não tiver notícias suas nesse dia, tenho sua permissão para perguntar sobre sua atualização no dia seguinte?". Descubra o que seu(sua) filho(a) precisa de você e ofereça-se para atender a sua solicitação de uma maneira que seja agradável. Reúna-se toda semana ou duas nos primeiros meses para garantir que você esteja cumprindo o plano e negociando outras questões que surgirem. Mantenha um senso de humor. Talvez crie um sinal manual secreto para lembrar um ao outro quando comportamentos irritantes estão surgindo.
Quando as famílias se livram dessas irritações, os relacionamentos são infundidos com mais energia e compaixão. Os pais conhecem e apreciam os adolescentes pelo que eles são, não apenas pelo que fazem. Essa mudança de foco ajuda os pais a reforçar os valores familiares que ajudam a criar ambientes de aprendizado saudáveis ​​para seus filhos e para eles mesmos.
Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler sobre ansiedade, estresse e esgotamento.

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo Whatzapp 11.98199-5612.

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