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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

ADOLESCENTES TAMBÉM SOFREM DE DEPRESSÃO!

Os adolescentes também pode ter depressão e a sentem de uma maneira muito semelhante aos adultos. Entretanto, eles podem sentir suas emoções bem mais intensamente e com maior volatilidade. Sentir-se deprimido sobre um problema de relacionamento ou por causa de um exame que se aproxima é normal. Sentir-se abatido por um longo período, sem nenhum motivo específico, pode ser um sinal de depressão que ainda não foi diagnosticada.

A depressão no adolescente é um problema grave, mas pode ser prevenida quando se conhece os sintomas. Embora o termo "depressão" possa descrever uma emoção humana normal, também pode se referir a um distúrbio mental. Em ela é definida quando os sentimentos depressivos persistem e interferem na capacidade de viver a vida normalmente pelo adolescente.
Trata-se de algo bastante comum em adolescentes e crianças – cerca de 8 a 10% das crianças e adolescentes da população geral sofrem de depressão em qualquer momento. Adolescentes sob estresse, que sofrem alguma perda ou que têm transtornos de atenção, aprendizagem, conduta ou ansiedade correm um risco maior de depressão.

Jovens deprimidos geralmente têm problemas em casa. Em muitos casos, os pais estão deprimidos e isso acaba influenciando a condição psicológica da família. Nos últimos 50 anos, a depressão tornou-se mais comum e agora é reconhecida em idades cada vez mais jovens. À medida que a taxa de depressão aumenta, o mesmo acontece com a taxa de suicídio dos adolescentes.

É importante lembrar que o comportamento dos adolescentes deprimidos pode diferir do comportamento de adultos deprimidos. Muito em breve publicarei um artigo com mais detalhes sobre esse grave problema.
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo whatsapp 11.98199-5612

A PSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

Já faz algum tempo que não escrevo nada sobre a depressão, porém hoje, após conversar com um paciente bastante deprimido, fui novamente inundado com um sentimento de muita compaixão para com as pessoas que vivem esse drama pessoal. Assim é que resolvi escrever um pouco mais a respeito de um dos principais problemas da sociedade moderna.
Considerando a Depressão como uma transtorno importante, crônico e recorrente, o qual produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite, gostaria de fazer um importante questionamento: apenas a psicoterapia é suficiente para tratar um paciente com depressão?
A psicoterapia é, com frequência, a primeira forma de tratamento recomendada para a depressão. Entretanto, o psicólogo deve avaliar cuidadosamente as condições do paciente e decidir se apenas a sua intervenção alcançará eficácia no tratamento. Pode ser que, em alguns casos como a depressão severa, seja imprescindível adotar um tratamento medicamentoso, o que será da responsabilidade de um psiquiatra. Muitos estudos apoiam o conceito de que a psicoterapia é um poderoso tratamento para a depressão, mas a experiência já mostrou que combinar tratamento psicoterapêutico com adequado tratamento médico (com antidepressivos e outros medicamentos) é muito eficaz, em especial, nos casos mais problemáticos de transtorno depressivo. Em outras palavras, cuidar dos aspectos psicológicos e psicossociais da depressão é tão importante quanto tratar sua causa médica.
A psicoterapia envolve uma interessante variedade de técnicas de tratamento. Durante o processo psicoterapêutico, a pessoa com depressão fala com um psicólogo, que é um profissional de saúde mental treinado e licenciado nessa área, o qual ajuda a pessoa a identificar e trabalhar os fatores que podem estar desencadeando a depressão.
A essa altura, você pode estar perguntando sobre a maneira que a psicoterapia pode ajudar no tratamento da depressão. A resposta, de modo bem simples, é que a terapia vai ajudar os pacientes deprimidos a:
  • Compreender os comportamentos, emoções e ideias que contribuem para o seu estado depressivo.
  • Entender e identificar os problemas ou eventos da vida - como uma doença grave, morte na família, perda de emprego ou divórcio - que contribuem para a depressão – e assim poderão compreender quais os aspectos desses problemas que eles podem resolver ou melhorar.
  • Recuperar uma sensação de controle e prazer na vida.
  • Aprender as técnicas de enfrentamento e habilidades para resolver problemas.
O que ocorre em decorrência desse suporte prestado pelo psicoterapeuta é a obtenção de vários benefícios tais como o alívio do estresse, a aquisição de uma nova perspectiva sobre seus problemas, ter motivação para aderir ao tratamento medicamentoso, aprender formas de conversar com outras pessoas sobre sua condição, etc.

A psicoterapia pode ser realizada em vários formatos, como individual (envolvendo apenas o paciente e o psicólogo), grupal (dois ou mais pacientes podem participar da terapia ao mesmo tempo, onde compartilham experiências e aprendem que os outros se sentem da mesma maneira e tem as mesmas experiências), casal (um tipo de terapia que ajuda os cônjuges e parceiros a entender por que seu ente querido tem depressão, que mudanças na comunicação e nos comportamentos podem ajudar e o que eles podem fazer para lidar com isso) e outras. Além da psicoterapia, o paciente pode optar pelo Aconselhamento Individual. Essa é uma sessão individual com um psicoterapeuta profissional com experiência no tratamento da depressão e outros transtornos de humor (evite os terapeutas holísticos, coachs de vida e outros tipos de terapeutas). Com ele, o paciente aprenderá sobre a depressão e como analisar e entender o seu próprio estado, além de discutir estratégias para controlar o estresse e evitar que a depressão piore ou retorne.
As sessões individuais de psicoterapia auxiliam a identificar estresses específicos e desencadeantes que pioram a depressão. Um psicoterapeuta irá ajudar o paciente a encontrar maneiras de resolver problemas em casa ou no trabalho e o incentivará a manter boas relações com a família e os amigos. O psicoterapeuta também pode contribuirá na adoção de bons hábitos, como ter a certeza de tomar os remédios, consultar o médico regularmente e dormir o suficiente.
Embora algumas pessoas possam se beneficiar da psicoterapia num curto prazo, as pessoas com depressão profunda tendem a fazer psicoterapia durante um prazo bem maior. O bom é que os estudos e resultados mostram que a psicoterapia de longo prazo trazem uma melhora mas consistente nos sintomas de depressão, melhor satisfação na vida e um bom funcionamento social, além de diminuir o risco de recaída depois que melhorar.
Se você se sente deprimido, procure um terapeuta qualificado (um psicólogo ou psiquiatra), e inicie sua psicoterapia. A depressão é um transtorno muito sério e que pode oferecer risco de vida
Espero que essas informações sejam úteis para você e que lhe ajudem a ter uma excelente qualidade de vida. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento pessoal! 
Abaixo, disponibilizo links de artigos deste Blog que abordam o tema Depressão:
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Psicólogo Paulo Cesar
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O ADOLESCENTE E A SUA AUTOESTIMA


Ajude os adolescentes a manter a auto-estima saudável!
O conceito de auto-estima talvez seja justificado como parte do direito de todos à busca da felicidade e de autorrealização. É certo que isso está enraizado em nossa sociedade por conta da ênfase no individualismo e é nutrido pela crença no autoaperfeiçoamento e no sucesso material. Além disso, a autoestima possui um certo apelo e está validado pelo senso comum. Considerando a capacidade de escolher, pode-se dizer que a maioria das pessoas preferiria ter uma autoestima elevada do que baixa, porque elas ligam isso ao bem-estar pessoal e à eficácia pessoal.

Do meu ponto de vista, a autoestima pode ter um impacto significativo nos relacionamentos. Infelizmente sabemos que num grande número de famílias, há membros bastante inclinados a agir mal com os demais quando estão se sentindo mal consigo mesmos. Quanto pior eles se sentem em relação a si mesmos, pior eles tratam os outros, daí são tratados, de volta, de modo ruim, piores acabam se sentindo sobre si mesmos, pior eles tratam os outros, e assim o ciclo de infelicidade é estabelecido. Nas famílias de baixa autoestima, os relacionamentos realmente podem se tornar mutuamente destrutivos. Nas famílias de elevada autoestima, no entanto, o inverso parece mais provável de ocorrer. Quanto melhor os membros da família se sentem sobre si mesmos, melhor eles se tratam, daí são tratados, de volta, de forma melhor, todos tendem a tornarem-se melhores. Nessas famílias, os relacionamentos geralmente são mutuamente afirmativos e positivos e os seus membros parecem mais inclinados a fazer o melhor para os outros, e não o pior. Portanto, a autoestima positiva não é um tipo de modismo popular ou um “novo babado”. O funcionamento feliz e saudável de indivíduos e famílias depende em parte de uma boa autoestima, particularmente durante a adolescência dos filhos.
Há dois grandes momentos relativos à autoestima durante o curso normal da adolescência. O primeiro ocorre no início da adolescência (9-13 anos), quando a distanciamento do jovem da sua própria infância cria uma perda de contentamento ao não ser definido e tratado por mais tempo como uma criança. Nesse processo, muitos componentes do autoconceito, agora considerados "infantis" (interesses principais, atividades preferidas e relacionamentos que dão suporte à autoestima) podem ser sacrificados em prol do crescimento em direção ao futuro. Muitas "coisas infantis" de significativo valor psicológico podem ser jogadas fora: brinquedos antigos e hobbies podem ser abandonados, e até os amorosos avós podem ser colocados à distância.
O segundo momento na autoestima ocorre no final da adolescência, quando são mais independentes (18-23 anos), e quando o jovem é confrontado com a assustadora realidade da vida livre e autônoma, e se sente oprimido e diminuído pelo choque do futuro. Não aceitando esse desafio e, às vezes, agindo dessa maneira, é fácil sentir-se desapontado consigo mesmo, desmoronar-se e até mesmo se punir, podendo ter pensamentos como: "aqui estou, com 22 anos, ainda bagunçando, desorientado, e não consigo arrumar minha vida!"
Mas, o que é autoestima? Não é algo real no sentido de poder ser examinado visualmente, fisicamente tocado ou observado diretamente. Semelhante a noções como "inteligência" ou "consciência", a autoestima é um conceito psicológico abstrato criado para descrever parte da natureza humana de uma pessoa. Sua existência e utilidade são inferidas através de ações e expressões consideradas evidências de sua presença.
Assim como a solução de um problema pode ser considerado evidência de inteligência, ou, agir de acordo com as crenças éticas pode ser considerado evidência de consciência, insistir em ser tratado de forma justa e respeitosa pode ser considerado como evidência de autoestima. Mais especificamente, a autoestima é composta de duas palavras em uma. Separe-os e o significado fica mais claro. "Auto" é um conceito descritivo e que especifica a si próprio: por quais características específicas identifico o que refere-se a mim? "Estima" é um conceito avaliativo: como eu julgo o valor que tenho? Autoestima, então, refere-se a como uma pessoa identifica e avalia sua definição de si mesmo.
Considere a autoestima como identificação... Quando o adolescente compromete sua identidade apenas com uma parte da vida (ter amigos, competir nos esportes, ter alto desempenho acadêmico, etc.), e os amigos se afastam, ou uma lesão encerra suas participações nos esportes, ou o desempenho escolar diminui, a estima desaba: "Eu não sou nada sem meus amigos!", "Eu sou inútil sem o jogar futebol!", "Eu sou um fracasso se eu não tirar uma nota A!". Para manter a constância relativa de bem-estar durante os altos e baixos normais da adolescência, é realmente útil ter múltiplos pilares de autoestima.
Considere a autoestima como avaliação... Quando o adolescente é rotineiramente duro consigo mesmo (insistindo na excelência, criticando-se por seus fracassos, punindo-se por seus erros, etc.), logo, quando suas expectativas não são satisfeitas, quando as suas imperfeições se tornam aparentes, quando comete erros humanos, daí então a estima desaba: "Eu sou tão estúpido!", "O que há de errado comigo?", "Eu não posso fazer nada certo!" Para manter a constância de bem-estar durante os tentativas e erros da adolescência, será de muita valia que se aprenda a tratar-se com tolerância e compreensão.
Particularmente, numa resposta a uma experiência ruim em que uma tomada de decisão impulsiva ou insensata acarretou em erros, decepções ou problemas, um adolescente pode fazer uma autoavaliação bastante severa, dando excessiva importância a passos comuns que, sistematicamente, diminuem a autoestima. Esses passos são (1) fazer uma má escolha, (2) ter sentimentos negativos, (3) sentir-se culpado, (4) autocriticar-se, (5) punir-se por agir mal, (6) tratar a situação desfavorável como merecida, e (7) gastar mais energia em penitências do que em recuperação.
Se o seu filho ou filha começar a autoagredir-se por fazer escolher imprudentes ou porque a vida não está indo bem, você pode dizer a eles algo como: "Machucar-se quando você já está machucando só piora a dor. Quando você estiver sofrendo, fique um tempo sem se tratar mal – ao contrário disso, trate-se bem! Dessa forma você poderá se motivar a fazer melhor depois, numa outra ocasião".
Há algo mais que mais você pode dizer ao seu filho adolescente sobre a autoestima? Sim! Você pode dizer a ele o seguinte: "quanto mais estreitamente você se define e quanto mais você se avalia negativamente, mais corre o risco de diminuir a sua autoestima. Nesse estado de infelicidade, você, evidentemente, corre o risco de tratar mal a si mesmo e aos outros. Então, faça um favor a si próprio e mantenha sua autoestima elevada, defina-se amplamente e avalie-se gentilmente; na maioria das vezes, você apreciará o valor e desfrutará da companhia de quem e como você é".
Existe realmente essa coisa de ter muita autoestima muito positiva? A resposta é sim, e talvez não seja algo tão bom! As pessoas que se valorizam muito, frequentemente acreditam que são superiores, e que sempre têm razão, são merecedoras de consideração e tratamento especiais, não precisam admitir discordância, sabem de tudo (ou pelo menos tudo que vale a pena conhecer), e que devem ser autorizadas para guiar a vida dos outros. Bem, o fato é que muitos tiranos, pequenos e grandes, desde a criança autorizada até o cruel déspota, tiveram uma autoestima extremamente alta porém ao custo de outras pessoas.
Dentro da matriz de conceitos que explicam o funcionamento psicológico, acredito que a autoestima tenha um lugar útil. Por mais importante que seja, no entanto, a elevada autoestima não é tudo. Por exemplo, a autoestima positiva demais não impede a transgressão. As pessoas com autoestima dessa forma se sentem extremamente fortes sobre quem e como são, e podem se tornar valentões, criminosos e até fanáticos destrutivos. O mal pode, de fato,  reivindicar uma autoestima muito alta. Veja que a autoestima independe do resultado que se alcança, ou seja, não garante a realização. As pessoas que se sentem confiantes em ter um bom desempenho ainda assim são capazes de causar mal-entendidos, erros de cálculo e outros erros. A autoestima elevada pode levar a pessoa ao fracasso e ao sucesso.
Por fim, uma singela mensagem: se você quer se sentir orgulhoso de si mesmo, você tem que fazer coisas que possa fazer você se sentir orgulhoso - os sentimentos seguem as ações.
Espero que essas informações sejam úteis para você e que lhe ajudem quanto à autoestima dos adolescentes. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento de vida! Clique AQUI para informar-se sobre relacionamentos abusivos na vida dos adolescentes.
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Psicólogo Paulo Cesar
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OS PAIS E O CONTROLE DOS FILHOS ADOLESCENTES

Esse é um importante conflito para os pais: segurar o filho adolescente ou deixá-lo viver a vida?
À medida em que o jovem adolescente segue a sua jornada de amadurecimento, ele passa a pressionar seriamente os seus pais com a intenção de obter mais liberdade para crescer, ora buscando mais independência, ora tentando diferenciar-se por suas características e pelo desenvolvimento da sua individualidade. Em contrapartida, os pais estão sempre ponderando se devem manter as coisas como sempre foram desde a infância ou se deixam as coisas mudarem, dando mais espaço e reconhecimento aos filhos.
Este conflito recorrente assume muitas formas como, por exemplo, os pais se questionarem: “Devo proibir ou permitir?”, “Devo intervir ou ignorar?”, “Devo falar ou calar a boca?”, “Devo proteger ou deixar correr o risco?”, “Devo duvidar ou confiar?”, “Devo insistir ou ceder?” e assim por diante. Mas qual o grau de controle e influência um pai ou uma mãe deve exercer, afinal, agir pouco pode ser negligente e agir demais pode ser opressivo?
Na verdade, o que o adolescente precisa dos pais é um mix de “segurar e largar”. Os pais não tem as respostas certas o tempo todo, e com isso, tem dúvidas continuamente: "E se eu apenas o deixasse tentar?", "Será que eu deveria ter dito não?".
O fato é que é assim que cresce o adolescente – apesar disso e em parte disso! Isto é, cresce “apesar e por causa” do que os pais decidiram controlar ou não controlar, e essa mistura costuma ser boa o bastante para o jovem definir como cuidará de si mesmo sendo um adulto jovem funcionalmente independente e totalmente individual. É claro que os pais podem ser criticados por seus filhos por cometerem erros numa direção ou outra. As críticas mais comuns são acusar a mãe de ser superprotetora, ou acusar o pai de que ele não o ajuda, quando na verdade, o pai escolheu deixar que o filho tomasse suas próprias decisões. Abençoados os pais porque eles podem ser "culpados" em ambos os casos, mas vamos refletir um pouco sobre as suas ações (ou “culpas”).
Pais responsáveis costumam manter uma estrutura familiar permeada de regras e expectativas saudáveis, ​​para que os membros de sua família vivam em segurança. É neste ambiente que o adolescente cresce e no qual, muitas vezes, faz pressão para a mudança e para desenvolver-se. Esses pais optam por fornecer orientação, estrutura e supervisão constantes. As tensões, evidentemente, podem tomar vulto a ponto dos pais afirmarem coisas como “educar, ser pai ou mãe, não é um concurso de popularidade e nós podemos decidir algo conforme o que acreditamos ser o melhor para você; sabemos que você pode inclusive não gostar pois você quer o contrário da nossa decisão. No entanto, nós prometemos estar sempre onde temos que estar, ser flexíveis onde pudermos e sempre dar ouvidos a tudo o que você tem a dizer. Ouvi-lo será sempre muito importante, porque a uma de nossas missões é criar meios para que todos nós, pais e filho, permaneçamos comunicativa e carinhosamente ligados, à medida em que a adolescência nos separa gradualmente, como é o que esperamos que ocorra”.
Dar liberdade ao filho também é importante. Os pais estimulam os filhos dando-lhes mais responsabilidade e independência para a tomada de decisão. Eles fazem isso conscientemente, especificando o que eles exigem do adolescente antes de se dispuserem a colocar aquele jovem ansioso em risco e com mais liberdade pessoal. Se quiserem, fica a sugestão abaixo, uma espécie de "contrato de liberdade", a qual pode ser adotada pelos leitores, e que abrange os seguintes pontos:
  • Credibilidade - dar informações adequadas e precisas aos pais.
  • Previsibilidade – manter as promessas e acordos firmados com os pais.
  • Prestação de Contas – reconhecer e assumir as consequências das escolhas feitas com os pais;
  • Responsabilidade – cuidar das suas tarefas e “negócios” em casa, na escola e no mundo;
  • Mutualidade - viver numa “mão-dupla”, dando e recebendo, na relação com os pais;
  • Disponibilidade – estar disposto a discutir as preocupações dos pais quando elas surgirem;
  • Civilidade – comunicar-se com os pais com palavras educadas, afetivas e respeitosas.
Quanto mais o jovem se apega aos pontos acima, mais inclinado a conceder liberdade os pais provavelmente se tornam. No outro extremo, se o adolescente mentir, quebrar compromissos, culpar os outros, agir de forma não responsável, não se mostrar disponível para falar e usar linguagem ofensiva, é mais provável que os pais endureçam, restringindo o espaço e liberdade dos filhos.
Para que não se pense que o conflito “segurar o filho adolescente X deixá-lo viver a vida” só está nas mentes dos pais, peço que considere o início da adolescência (9 -13 anos). Não mais se contentando mais em ser tratado como uma criancinha, e querendo não fazer mais parte do grupo para o qual a “velha definição” se aplica, o jovem pode, ao mesmo tempo, sentir-se verdadeiramente dividido e ambivalente. Ela ou ele quer parar de agir como uma criança, mas ainda quer se apegar às atividades preferidas da infância, interesses e coisas que causarão tristeza se perdê-las. Ou, pense no adolescente do último estágio (18 – 23 anos), o qual deseja não ter mais as restrições familiares e agir de forma independente - ela ou ele também está dividido e ambivalente, pois ainda quer manter o apoio dos pais e também sente falta de algumas conveniências confortáveis ​​que a vida em casa proporciona.
É bom lembrar que se preocupar demasiadamente em apoiar ou não as escolhas dos adolescentes pode fazer com que os pais ignorem uma outra questão importante. Como poderão, na intenção de promover uma crescente capacidade de autogestão dos seus filhos, discutir produtiva e continuamente com eles sobre as escolhas que fazem, compreendê-los e praticar um bom aconselhamento? O controle parental certamente é importante, mas a comunicação é ainda mais importante.
Finalmente, é fundamental que os pais tomem cuidado se houver o controle for exercido a todo e qualquer custo, pois o esforço pode não valer a pena:
  • ao insistir no controle absoluto, os pais podem fomentar uma dependência doentia no adolescente em crescimento: "aprendi a fazer o que quer que eu seja forçado a contar".
  • quando os pais perdem seu próprio equilíbrio emocional para obter o controle, o adolescente pode acabar assumindo esse controle: "eu sei como usar a resistência para deixar meus pais realmente chateados".
  • ao colocar sua vontade contra a vontade do adolescente e vencer uma luta pelo poder, eles podem criar um grande e constante disputa. O adolescente pensará: "eu posso ter perdido essa batalha, mas serei cada vez mais forte para insistir contra eles e vencer a guerra!"
Espero que essas informações sejam úteis para você e que lhe ajudem a manter uma excelente relação com seus filhos adolescentes. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento de vida! Clique AQUI para ler sobre como os adolescentes aprendem com seus próprios sentimentos.
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ESTRESSADO, DESAPEGADO, CANSADO E SEM MOTIVAÇÃO? SAIBA O QUE É A SÍNDROME DE “BURNOUT”

O “Burnout” é um daqueles momentos da vida em que os profissionais de alto nível deveriam ser mais cuidadosos consigo mesmos. Entretanto, a sensação do tipo “eu sou capaz de fazer tudo" dificulta a percepção do desenvolvimento dessa condição, e o profissional, tão apaixonado pelo que faz, acaba ignorando o fato de estar trabalhando excessivamente, assumindo altos volumes de atividades e colocando uma enorme pressão sobre si próprio.
A síndrome de “Burnout” pode afetar qualquer profissão, atingindo especialmente aqueles chamados "workaholics" – pessoas que vivem para o trabalho e que mostram altos níveis de exigência, além de ideias perfeccionistas. Profissões que impactam de forma direta a vida de outras pessoas são frequentemente muito afetadas, tais como profissionais da saúde em geral, principalmente, médicos e enfermeiros, jornalistas, advogados, professores, psicólogos, policiais, bombeiros, oficiais de Justiça, assistentes sociais, atendentes de telemarketing, bancários, executivos e outros.
Burnout” é um estado de estresse crônico que leva à exaustão física e emocional, desprendimento e desapego quanto a coisas, fatos e pessoas, e sentimentos de ineficácia e falta de realização. Mas não é apenas o resultado de longas horas de trabalho, como muitos pensam. O desprendimento (ou indiferença), a depressão e a sensação de esgotamento podem ocorrer quando uma pessoa não está no controle de como o trabalho está sendo realizado. Igualmente angustiante é trabalhar para um objetivo que não faz eco com as próprias crenças, ou quando o profissional não tem apoio - no escritório ou em casa. Qualquer que seja o motivo, o fato é que quando se sente num estado de esgotamento completo, o indivíduo não é mais capaz de funcionar efetivamente, seja num nível pessoal ou no profissional.
É importante saber que o “Burnout” não acontece de repente - a pessoa não acorda numa manhã e, de repente, se sente esgotado! É algo insidioso, que ocorre com o decorrer do tempo como um vazamento lento, o que torna a condição muito mais difícil de ser diagnosticada. Ainda assim, corpos e mentes dão os avisos, e se a pessoa saber o que procurar, poderá reconhecê-lo antes que seja tarde demais.
Cada uma das consequências do “Burnout” citadas no (3º parágrafo) acima é caracterizada por certos sinais e sintomas, havendo, inclusive, sobreposição em algumas delas. Há um pouco de semelhança com o estresse, sendo a  diferença uma questão de grau - isso indica que quanto mais cedo os sinais forem identificados, maior será capacidade de se evitar o “Burnout”.
Quanto à exaustão física e emocional:
Fadiga crônica: no início, a pessoa pode se sentir com falta de energia e cansado na maioria dos dias. Mais tarde, se sentirá física e emocionalmente exausto, eventualmente com uma sensação de medo pelo que está por vir em determinado dia.
Insônia: nos estágios iniciais, pode surgir dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo uma ou duas noites por semana. Nos estágios avançados, a insônia pode se tornar uma provação persistente, e a pessoa fica tão exausta que não consegue dormir.
Esquecimento, dificuldade de concentração e atenção: a falta de foco e um leve esquecimento são sinais iniciais. Mais tarde, os problemas podem chegar ao ponto do profissional não conseguir fazer o seu trabalho e tudo começar a se acumular.
Sintomas físicos: os sintomas físicos podem incluir dor no peito, palpitações cardíacas, falta de ar, dor gastrointestinal, tontura, desmaios e/ou dores de cabeça - todos esses sintomas devem ser avaliados por um médico.
Surgimento de doenças ou piora de outras: como o corpo está esgotado, o sistema imunológico fica enfraquecido, tornando-o mais vulnerável a infecções, resfriados, gripes e outros problemas médicos relacionados ao sistema imunológico.
Perda de apetite: no início, a pessoa pode não sentir fome e pular algumas refeições. Em estágios avançados, pode ter uma perda importante de seu apetite e começar a emagrecer rápida e exageradamente.
Ansiedade: no início, podem haver sintomas leves de tensão, preocupação e nervosismo. À medida que o esgotamento vai se instalando, a ansiedade pode se tornar tão séria que interfere na capacidade de trabalhar de forma produtiva, causando problemas também na vida pessoal.
Depressão: nos estágios iniciais, a pessoa pode se sentir levemente triste, um pouco sem esperança, experimentando sentimentos de culpa e inutilidade como consequência. Na pior das hipóteses, se sentirá preso/limitado, severamente deprimido, e poderá pensar que o mundo ficaria melhor sem ele– uma pessoa cuja depressão causa esse pensamento deve procurar ajuda profissional com urgência.
Raiva: a princípio, isso pode se apresentar como tensão interpessoal e irritabilidade. Mais tarde, pode se transformar em explosões de raiva e discussões sérias em casa e no trabalho - se a raiva chegar ao ponto de se transformar em pensamentos ou atos de violência contra familiares ou colegas de trabalho, a pessoa deve procurar assistência profissional com urgência.
Quanto ao desprendimento e desapego quanto a coisas, fatos e pessoas:
Perda de prazer: no início, pode ser muito branda, como não querer ir trabalhar ou estar ansioso para ir embora. Sem tratamento, a perda de prazer pode se estender a todas as áreas da vida, incluindo o tempo que passa com a família e os amigos. No trabalho, pode tentar evitar projetos e descobrir maneiras de escapar das atividades profissionais. 
Pessimismo: a princípio, isso pode se apresentar como uma conversa interna negativa e/ou algo como "deixar de ver o copo meio cheio para vê-lo meio vazio". Na pior das hipóteses, isso pode ir além de como a pessoa se sente em relação a si mesma e estender-se a questões de confiança com colegas de trabalho e familiares, num sentimento de que não se deve contar com ninguém.
Isolamento: nos estágios iniciais, isso pode ser uma resistência moderada à socialização (por exemplo, não querer sair para almoçar, fechar a porta “sem querer” para manter os outros fora, etc.). Depois, pode sentir raiva quando alguém fala ou interage, ou pode passar a entrar cedo ou sair tarde do trabalho e outros locais para evitar interações.
Desprendimento: como um desapego, refere-se a um sentimento geral de se sentir desconectado dos outros ou do seu ambiente. Pode tomar a forma dos comportamentos isolados descritos acima e resultar no distanciamento emocional e físico do trabalho (ou de outros ambientes) e das suas responsabilidades. Ocorre, com frequência, o adoecimento como forma de evitar o contato com outros, parar de retornar ligações e e-mails, ou chegar atrasado regularmente.
Quanto aos sentimentos de ineficácia e falta de realização:
Sentimentos de apatia e desesperança: isso é semelhante ao descrito no item “depressão” acima. É uma sensação de que, no geral, nada está indo bem ou nada importa. À medida em que os sintomas pioram, essas sensações podem se tornar imobilizadoras, fazendo parecer que as experiências e coisas da vida não tem objetivos.
Maior irritabilidade: isso muitas vezes é resultado de se sentir ineficaz, sem importância, inútil, e de uma sensação crescente de que não é capaz de fazer as coisas de forma tão eficiente ou eficaz como já fez em algum dia. Nos estágios iniciais, isso pode interferir nas relações pessoais e profissionais, porém, em estágios avançados, pode destruir relacionamentos e carreiras.
Falta de produtividade e baixo desempenho: apesar de muita dedicação no trabalho, o estresse crônico impede que o profissional seja tão produtivo quanto antes, o que geralmente acarreta em projetos incompletos e numa lista de tarefas cada vez maior. Às vezes, parece que, por mais que se tente, não há como diminuir a quantidade de trabalho e melhorar a sua qualidade.
O tratamento da síndrome de “Burnout” inclui antidepressivos e psicoterapia, onde o paciente deve repensar suas rotinas para melhorar a qualidade de vida, bem como entender, pela análise, as causas que o levaram a essa condição. A prática de atividade física regular, exercícios de relaxamento, meditação, alimentação saudável, manutenção de "hobbies" e contato maior com amigos e familiares também contribuirão na recuperação.
Burnout” não é como a gripe que desaparece depois de algumas semanas, a menos que se faça algumas mudanças na forma de viver. Isso é, por mais difícil que pareça, a coisa mais inteligente a se fazer, pois pequenas mudanças pode manter uma pessoa com muita energia e disposição suficiente para alcançar todos os objetivos.
Uma dica importante é saber “dizer não”. Determinar limites para que exigências dos outros não se tornem esmagadoras é fundamental. Então, dizer "não" ou "não hoje" ou "desculpe, não posso" é necessário, ainda que não seja fácil. Mas se, por outro lado, não houver nenhum desses problemas da síndrome de "Burnout", ótimo! É bom, contudo, deixar esses sinais (acima) na mente, lembrando que o “Burnout” é uma condição insidiosa que se desenvolve enquanto se vive uma vida superocupada.

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Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637, pelo whatsapp 11.98199-5612 ou pelo email paulocesar@psicologopaulocesar.com.br

O QUE ESTÁ DIFICULTANDO A SUA VIDA SEXUAL?

É importante que você compreenda e silencie a voz interna que faz críticas sobre si próprio e que pode se tornar um dificultador da vida sexual!

A sexualidade convida o indivíduo a estar no momento presente, conectado ao seu corpo, aos seus sentidos e à uma outra pessoa. No entanto, ter uma "voz interna”  fazendo críticas “dentro da mente” durante o sexo é um pouco como ter uma pessoa extra na cama realizando a análise de tudo, desde os seus desejos até a performance. Essas vozes internas críticas afastam a pessoa da experiência, a removem de seu corpo, deixando-a desconectada de seu parceiro, roubando-lhe momentos preciosos da sexualidade.

Provavelmente, não é surpresa para você o fato de que ter uma autoestima mais alta e uma imagem corporal mais positiva está relacionada ao aumento da satisfação sexual. Por outro lado, pensamentos negativos em relação a si próprio aumentam os níveis de estresse, o que pode diminuir a satisfação sexual. Significa que a boa autoestima, sentimento de autonomia e empatia foram positivamente associadas ao prazer sexual, enquanto que pessoas com baixa autoestima também podem perceber seus parceiros de uma forma mais negativa. O que tudo isso nos diz é que a capacidade de ver a si mesmo e ao seu parceiro através de olhos gentis e empáticos tem um grande impacto sobre o quanto se gosta de sexo.

Um dos principais responsáveis na criação de uma predisposição negativa para o sexo é a “voz interna crítica” a qual me referi no início desse artigo. Pode se dizer que se trata de um processo de pensamento destrutivo que sabota a satisfação sexual. À medida em que se ouve essa “voz”, há uma associação com sentimentos de autoconsciência, insegurança e vergonha, levando a um comportamento autolimitado ou mesmo autodestrutivo. Embora a maioria das pessoas saiba que os “ruídos” dos pensamentos autocríticos pode ser um grande burburinho quando se trata de sexo, nem sempre se está plenamente conscientes do quanto essa voz afeta as atitudes de uma pessoa. É interessante comentar que a “voz internas” trazem críticas sobre a própria pessoa, sobre o parceiro ou sobre sexo em geral - antes, durante e depois do sexo. Se, por um lado, a presença de tais pensamentos possam ser esperados (afinal, a sexualidade de uma pessoa é algo muito pessoal e há, de fato, a possibilidade de sentir-se bastante vulnerável ao abrir-se a outra pessoa), por outro, é impressionante o grau de crueldade de muitas “vozes internas” quando trazem emoções antigas e muito dolorosas.

Uma maneira comum pelas quais as pessoas podem ser muito indelicadas consigo mesmas com relação à própria sexualidade está nas “vozes internas críticas” que elas têm em relação a seus corpos. Veja alguns exemplos que ouço com frequência na condição de psicoterapeuta:
  • Eu sou horrível nu - é humilhante tirar a roupa!
  • Meus seios são muito grandes ou muito pequenos!
  • Meu pênis é muito pequeno, ela não ficará satisfeita – ela vai rir de mim!
  • Acho que estou muito velho – ela não se sente mais atraída por mim!
  • Ele vai ver o quão feia eu realmente sou!
Há também um monte de “vozes internas críticas” que surgem antes mesmo da experiência sexual. Muitos citam pensamentos como:
  • Eu realmente acho que ele está atraído por mim? Por que estaria?
  • Eu sou muito estranho. Ela vai perder o interesse.
  • Ele não vai gostar mais de mim se eu dormir com ele.
  • Por que estou pensando em sexo novamente? Será que sou pervertido?
  • Cuidado, ele provavelmente está apenas me usando!
  • Eu sei que vou me envergonhar.
  • Ela preferia estar com outra pessoa.
  • Eu não devo procurar o sexo – eu serei rejeitado!
  • É nojento querer sexo.
  • Eu não sei o que fazer!
Muitas pessoas têm “vozes internas críticas” durante o sexo, e isso prejudica que elas se sintam no aqui e agora. São, novamente, ataques a si mesmos, ao seus desempenhos, seus parceiros ou em relação ao sexo em geral, impedindo-os de desfrutar da experiência do momento.
  • Eu não estou fazendo ela se sentir bem.
  • Eu deveria estar fazendo isso ou aquilo.
  • Ele provavelmente está sem pensar em mim.
  • Eu não estou sendo bacana o suficiente.
  • Eu sou muito ruim nisso.
  • Ela não parece tão animada.
  • Eu estou fazendo algo errado.
  • Eu não vou conseguir terminar.
  • Eu vou demorar para gozar.
  • Não vou dizer a ele o que eu quero senão vou parecer uma aberração.
  • Por que ele não sabe o que eu quero?
  • Ele acha que sou péssima nisso.
  • Ele é tão desajeitado (ou insensível).
  • Ela está tão tensa - o que há de errado com ela?
É claro que esses tipos de pensamentos tornam o sexo menos agradável pois tiram da pessoa do fluxo livre da experiência e causa aflição, logo, desconectam os envolvidos e, às vezes, até causa o afastamento um do outro. Muitas vezes, quando uma pessoa começa a ouvir sua “voz interna crítica” durante o sexo, o parceiro percebe uma mudança - o sinal da pessoa parecendo distraída ou um pouco menos entusiasmada pode, então, acionar a “voz interna crítica” do parceiro: “Espere, o que mudou? O que você fez de errado?".

Muitos casais comentam que, uma vez que começam a ouvir a “voz interna crítica”, o sexo se torna mais mecânico, ao invés de uma experiência compartilhada. No entanto, mesmo quando conseguem repelir seu crítico interior durante o sexo, podem perceber vozes na cabeça após o sexo. Depois da transa, então, podem ter pensamentos como:
  • Eu não gozei como gostaria.
  • Ele parecia que não estava gostando.
  • Eu estava muito animado. Ela provavelmente achou que eu estava desesperado.
  • Eu sou muito nojento / pervertido.
  • Ela não vai querer transar comigo novamente.
  • Hoje até que foi bom, mas acho que não será assim da próxima vez.

Quaisquer que sejam as vozes específicas em relação ao sexo, a solução permanece a mesma. Para que uma pessoa se sinta livre em relação à sexualidade, tem que desafiar o seu crítico interno. Aqui estão algumas dicas para você controlar esse crítico que existe em você:

A
note todos os pensamentos negativos que você tem em relação à sua sexualidade. Podem ser pensamentos sobre o seu corpo, seu desempenho, seu parceiro ou sexo em geral. Ao fazer isso, escreva suas vozes na terceira pessoa, como se alguém as dissesse para você. Por exemplo, em vez de dizer "sou péssimo no sexo", você escreve: "Você é ruim no sexo".

Explore as raízes de suas atitudes. Muitas vezes, quando as pessoas começam a listar o que suas vozes dizem, outras começam a surgir, inundando a sua com comentários críticos. Às vezes, o ataque começa específico, mas à medida que você continua escrevendo, atitudes mais profundas e enraizadas sobre a sexualidade começam a aparecer. Por exemplo, uma mulher começou escrevendo: “O sexo é muito complicado. Isso não é para mim!”. Quando ela se aprofundou nas vozes que surgiram, ela escreveu coisas como: “Sexo é perigoso. É sujo. Eu vou ter uma doença. É nojento querer sexo. Mulheres de bem não deveriam querer sexo”. Embora ela não estivesse tão consciente dessas “vozes internas críticas” em sua vida atual, ela reconheceu alguns dos pensamentos como frases exatas que sua mãe lhe dissera sobre sexo quando ela ainda estava crescendo.

Assim como nossas “vozes internas críticas”, nossas atitudes sobre sexualidade geralmente vêm do nosso passado. Sejam elas coisas diretas que são ditas, como no caso da mulher mencionada, ou atitudes e crenças que foram adotadas, essas forças ajudam a moldar o senso da própria sexualidade. Fazer conexões de onde as atitudes negativas vêm pode ajudar a separar esses sentimentos do passado do ponto de vista real no presente.

Depois de escrever suas vozes, você deve voltar a cada ataque e responder de uma perspectiva realista e compassiva. Tente falar consigo mesmo do jeito que você falaria com um amigo. Desta vez, escreva suas respostas na primeira pessoa para identificar essas expressões como seu verdadeiro ponto de vista. Por exemplo, se você escreveu o ataque: “Você é tão desajeitado. Ninguém quer fazer sexo com você", você pode escrever a resposta, "posso me sentir desconfortável quando estou ouvindo todas essas vozes, mas na verdade sou uma pessoa confortável e carinhosa. Quando estou relaxada, gosto de como sou sexualmente”.

Será muito bom que você descubra sua própria atitude em relação ao sexo: enquanto você lida positivamente com suas críticas internas, tente ter uma atitude aberta e acolhedora em relação aos seus sentimentos reais sobre sexo, sejam eles quais forem. Esta é a hora de deixar de lado todos os "deveres" e descobrir o que você realmente gosta e deseja. Tente ter uma perspectiva curiosa, aberta e sem julgamento em relação a si mesmo. Tenha compaixão por qualquer experiência que possa ter lhe prejudicado em relação à sua sexualidade. Não permita que seu crítico interno o convença de que você deve limitar, restringir ou punir a si mesmo com base nessas experiências. Lembre-se de que sua sexualidade pertence a você. É só sua - para entender, explorar e desfrutar.

Se você estiver num relacionamento com alguém de confiança poderá conversar com seu parceiro sobre como sua “voz interna crítica” ataca a sua sexualidade. Isso pode parecer desconfortável no início, mas ser aberto e vulnerável geralmente inspira seu parceiro a fazer o mesmo e se aproxima de você num nível mais profundo. Ao compartilhar suas ideias e o que está acontecendo em sua cabeça, você permite que seu parceiro realmente lhe conheça e entenda os aspectos de sua sexualidade. Isso pode ajudá-los a ficarem melhor quanto à sexualidade do casal. Falar abertamente dessa maneira pode beneficiar seu relacionamento. Estudos também mostram que casais que ficam à vontade para conversar sobre sexo realmente gostam mais de sexo.

Por a sua “voz interna crítica” para fora do quarto pode parecer mais fácil de dizer do que fazer, mas continuar a ter consciência dessas vozes e de como elas afetam sua sexualidade é algo que pode beneficiá-lo(a) por toda a sua vida. É algo que pode ajudá-lo(a) a se divertir mais em situações casuais e a desfrutar de intimidade e proximidade mais duradouras num relacionamento de longo prazo. Estar vivo e vibrante para a sua sexualidade é também vivenciar uma parte importante de quem você é. Uma das maneiras mais eficazes de fazer isso é continuar desafiando seu crítico interno e explorar seus sentimentos reais sobre sua sexualidade.

Espero que essas informações sejam úteis para você, esclarecendo alguns aspectos da sexualidade humana. 

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Psicologia Clínica (graduando) e Autismo.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.