Pelo simples fato de vivermos
em sociedade, há uma enorme chance de sermos manipulados (ou manipularmos) por
uma outra pessoa. Todos buscamos uma maior segurança e possibilidade de
sobrevivência, o que é mais facilmente alcançável se houver a colaboração entre
todos. No entanto, manipular pessoas psicológica e emocionalmente parece
ser, infelizmente, para muita gente, um dos pilares sobre os quais se consegue
maior domínio sobre o outro e assim, a ilusão de estar mais seguro.
A manipulação psicológica é a
prática de influenciar indevidamente a alguém, com a intenção de tomar-lhe o
poder, controlá-lo e obter benefícios e privilégios às custas desta vítima,
seja por distorção mental e/ou exploração emocional.
A manipulação é o “pão de cada
dia” da sociedade na qual vivemos e todos, querendo ou não, já sofreram
com ela ou a praticaram em algum momento. Então, é importante identificar a diferença
entre a influência social saudável e a manipulação psicológica: a influência social saudável ocorre entre a maioria das pessoas e è parte do "dar" e "receber" das relações construtivas; por sua vez, na manipulação psicológica, uma pessoa é usada em benefício da outra. O manipulador cria, deliberadamente, um desequilíbrio de poder e explora a vítima para servir às suas necessidades.
Para ficar bem claro, podemos
considerar o seguinte:
As fontes mais frequentes de
poder são Bens Materiais (que significa qualquer coisa que represente posse), Informação,
Tempo e Afeto / Reconhecimento. Na busca de mais poder sobre o outro, o manipulador
dá, nega ou controla Bens Materiais, Informação, Tempo e Afeto / Reconhecimento para obter da vítima, através do
medo, culpa ou suborno, mais Bens Materiais, Informação, Tempo e Afeto /
Reconhecimento. Graficamente podemos representar assim:
Processo de Manipulação Psicológica e Emocional
Aprender a detectar a
manipulação emocional e psicológica implica em poder evitá-la, e para
isso, a primeira coisa a se fazer é saber como ela realmente acontece. Abaixo estão
algumas formas de manipulações habituais usadas para coagir os outros e colocá-los em posição de desvantagem. Evidentemente, nem todos que agem dessas maneiras estão deliberadamente
tentando manipular - algumas pessoas simplesmente têm maus hábitos. Ainda assim,
é importante reconhecer esses comportamentos e situações onde seus direitos,
interesses e segurança estão em jogo. As formas de manipulações são:
1. Vantagem do Ambiente Privilegiado:
O manipulador pode insistir que você se encontre com ele e para, então, interagir num espaço
físico em que ele possa exercer mais domínio e controle. Os locais
comuns para isso são o escritório do manipulador, casa, carro ou outros espaços
onde ele se sente dono e tem mais familiaridade – algo que falta a você.
2. Prospecção e/ou
Investigação: O manipulador estimula e permite que você fale primeiro para
estabelecer sua linha de pensamento e procurar as suas fraquezas. Muitos vendedores
fazem isso ao tentar vender algo para você, fazendo perguntas gerais e sondagens.
Com isso estabelecem uma linha de pensamento e comportamento, a partir da qual
eles avaliam seus pontos fortes e fracos. Este tipo de questionamento com intenção
não revelada também pode ocorrer no local de trabalho ou em relacionamentos
pessoais.
3. Manipulação de Fatos:
Manipula-se fatos de várias maneiras tais como mentindo, pedindo desculpas, culpando
a vítima por causar sua própria vitimização, deturpando a verdade, divulgando
ou retendo informações estrategicamente, exagerando, subestimando, adotando um viés
unilateral da questão e várias outras formas.
4. Oprimir Com Fatos e Estatísticas:
Alguns indivíduos fazem uma espécie de "bullying intelectual",
presumindo serem especialistas e mais experientes em determinadas áreas. Eles
se aproveitam de você ao impor fatos, estatísticas e outros dados que você
talvez saiba pouco. Isso pode acontecer em vendas, situações financeiras, discussões
e negociações profissionais além dos relacionamentos interpessoais e sociais. Acreditando
terem mais conhecimentos específicos do que você, os manipuladores esperam lhe
pressionar com isso pois imaginam-se mais convincentes. Algumas pessoas usam
esta técnica sem outra razão senão sentir um sentimento de superioridade intelectual.
5. Inibir o Outro Com Procedimentos
e Burocracia: Certas pessoas usam a burocracia (papelada, procedimentos, leis e
regulamentos, comitês e outros obstáculos) para manter sua posição e poder, ao
mesmo tempo em que tornam sua vida mais difícil. Essa técnica também pode ser
usada para atrasar a descoberta de fatos e a busca da verdade, ocultar falhas e
fraquezas e escapar de decisões supostamente desfavoráveis ao manipulador.
6. Levantar a Voz e Expressar
Emoções Negativas: Há quem levante a voz durante as discussões como forma de
manipulação agressiva. A suposição costuma ser a de que ao levantar a voz o
suficiente ou exibir emoções negativas, você vai se submeter à sua coerção e
dar o que ele quer. A voz agressiva é frequentemente combinada com uma
linguagem corporal igualmente agressiva.
7. Surpresas Negativas: É
comum o uso de surpresas negativas para colocar a vítima em desequilíbrio, e
assim ganhar uma vantagem psicológica. Podem ser usadas numa situação de negociação,
numa tentativa da pessoa em alcançar algo a mais para si mesmo, sendo que ao
ter uma surpresa negativa, passa a acreditar que não será capaz de alcançar. Normalmente,
as informações negativas inesperadas vem sem aviso, então você tem pouco tempo
para se preparar e à ela adaptar-se.
8. Pouco ou Nenhum Tempo
Para Decidir: Esta é uma tática comum, onde o manipulador coloca pressão sobre
você para tomar uma decisão antes de você estar pronto. Ao aplicar tensão e
controle, ele imagina que você vai "rachar" e ceder às demandas dele.
9. Humor Negativo Programado
Para “Cutucar” Suas Fraquezas e Diminuir o Seu Poder Pessoal: Alguns
manipuladores gostam de fazer comentários críticos, muitas vezes disfarçados de
humor ou sarcasmo, para fazer você parecer inferior e menos seguro. Os exemplos podem incluir qualquer variedade de comentários que vão desde a sua aparência,
o modelo antigo de seu celular, a sua condição financeira ou simplesmente o
fato de você chegar dois minutos atrasado e sem fôlego. Fazendo você ficar mal,
o agressor espera impor superioridade psicológica sobre você.
10. Julgar e Criticar Provocando
Sentimento de Inadequação: Diferente do anterior onde o humor negativo disfarça
a má intenção, aqui o manipulador declaradamente lhe desmerece. Fazendo isso
constantemente, marginalizando-o e ridicularizando-o, ele tira o seu equilíbrio
e consegue manter a sua superioridade. O agressor promove, deliberadamente, a
impressão de que sempre há algo errado com você, e que não importa o quanto você
tente melhorar pois nunca será bom o suficiente. Significativamente, o
manipulador enfoca o negativo sem fornecer soluções genuínas e construtivas, ou
sem oferecer maneiras significativas de ajudar.

12. Fingir Ignorância: Esta é a tática clássica de "fazer-se de bobo". Ao fingir que não entende o que você quer, ou o que você quer que ele faça, o manipulador faz você assumir o que é da responsabilidade dele. Algumas crianças usam esta tática para atrasar, parar e manipular adultos para fazerem por eles o que não querem fazer. Alguns adultos usam essa tática também quando têm algo a esconder, ou obrigação que desejam evitar.
13. Vitimização: As formas
mais comuns de vitimização são o exagero dos problemas pessoais ou de saúde
reais ou imaginários, a dependência, a codependência, a revelação de que é frágil
para suscitar simpatia e favores, agindo de modo errado, sendo fraco, impotente
ou um mártir – nesses casos, pode inclusive, ser tudo falso.
Enfim, fica evidente que a finalidade do manipulador é, na maioria das vezes, explorar a boa vontade da vítima, deixá-la com a consciência culpada, estabelecer um senso de dever e obrigação ou um instinto protetor e nutridor, a fim de extrair benefícios e concessões não razoáveis.
Enfim, fica evidente que a finalidade do manipulador é, na maioria das vezes, explorar a boa vontade da vítima, deixá-la com a consciência culpada, estabelecer um senso de dever e obrigação ou um instinto protetor e nutridor, a fim de extrair benefícios e concessões não razoáveis.
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Psicólogo Paulo Cesar
- Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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