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SUICÍDIO ENTRE JOVENS – ARTIGO 2


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Por que os adolescentes cometem o suicídio? Quais são as causas do suicídio de adolescentes?
Como prometi, esse é o segundo artigo de uma série de 3 artigos sobre o suicídio de jovens. Quando ocorre um suicídio de um adolescente, as pessoas perguntam por que ele fez isso, não é verdade? É compreensível que perguntem isso à medida em que muitos consideram seus anos de adolescência os anos mais felizes de suas vidas, então um adolescente cometer suicídio simplesmente não faz sentido para eles. Mas o fato é que os adolescentes podem sofrer dores reais, podem ficar em situações psicológicas e emocionais terríveis, o que vem sendo a causa frequente de suicídios em jovens.
Numa pesquisa realizada com adolescentes que tentaram o suicídio, a maioria dos entrevistados narrou que o que causou a vontade de tirar a própria vida foram sentimentos de desesperança e desamparo. Os adolescentes suicidas geralmente sentem que estão em situações que não possuem soluções e acabam deprimindo ou entrando em pânico. Eles não conseguem ver nenhuma saída para seus problemas, apenas a morte. Constata-se que são jovens que sentem não possuir controle algum para mudar suas situações. Outras causas emocionais de suicídio juvenil provêm da tentativa de escapar dos sentimentos de dor, rejeição, danos (morais, emocionais ou físicos), falta de amor, vitimização ou perda. Eles são intensos e os seus sentimentos podem ser insuportáveis, dando a impressão de que nunca acabarão; assim, passam a acreditar que a única maneira de escapar desse sofrimento é o suicídio. Os adolescentes também tem muito medo de decepcionar os outros (pais, namorados, familiares, amigos, etc.). Uma parcela importante desses jovens tem problemas de autoestima e sentem que são um fardo para os outros, como seus pais, e estas podem ser causas adicionais de suicídio juvenil.
Há situações do meio ambiente, os quais, muitas vezes, tornam-se causas emocionais para que se cometa o suicídio. O “bullying”, o “ciberbullying”, os abusos (infantil, doméstico, etc.) e assédios, a vida doméstica de baixa qualidade (sócio-econômica, afetiva, emocional), a perda de um ente querido ou mesmo uma ruptura grave podem contribuir para a ocorrência de suicídio juvenil. Muitas vezes, muitos desses fatores ambientais ocorrem juntos com as causas citadas anteriormente.
Tive um paciente que sentia que não havia mais nada de importante que justificasse a própria vida. As coisas tinham ficado muito difíceis após o falecimento prematuro de sua mãe. Seu pai estava trabalhando muito (tinha dois empregos) e sempre estava (o pai) extremamente irritado. Sempre que o meu paciente e o seu pai conversavam terminavam brigando. Na escola, tirou uma nota muito ruim numa prova de matemática. Isso lhe deu um medo muito grande de estar louco e decepcionando o seu pai. Antes, ele falava de seus problemas com a namorada, a única pessoa que parecia lhe entender, mas eles romperam o relacionamento e esse paciente passou a sentir e acreditar que não tinha mais como nem onde “se virar”. Por isso tudo, procurou uma arma que sabia que seu pai possuía, e com ela, tentou tirar a própria vida. Dramático, porém mostra como essa dinâmica ocorre na maioria das vezes. É típico que muitos fatores - tanto emocionais quanto do meio ambiente - contribuam para a causa de suicídios ou tentativas entre os adolescentes.
Embora todos os fatores acima sejam causas de suicídio de adolescentes, muitas vezes a questão subjacente é um transtorno psicológico. A maioria dos adolescentes que tentam o suicídio faz isso ao atingirem uma condição depressiva importante, um transtorno bipolar ou transtorno de personalidade limítrofe. Esses problemas amplificam a dor que um adolescente pode sentir. É por isso que eles devem ser tratados exclusivamente por profissionais da área da saúde mental. Esses profissionais, via de regra, são os psiquiatras e os psicólogos, portanto, nunca encaminhe uma pessoa com problemas psicológicos, psiquiátricos ou emocionais a quem se autodenomina “terapeuta” ou “Coach de Vida”, Certamente ele não possui a devida formação e não pertence a Conselhos de Profissões Regulamentadas.
Também é muito importante lembrar que os adolescentes tentam ou cometem suicídio não por causa do desejo de morrer, mas, sim, na tentativa de escapar de uma situação ruim e/ou dos sentimentos dolorosos. Saiba, além disso, que é raro que apenas um único evento leve o indivíduo ao suicídio. Isso significa que, ajudando um adolescente a reverter uma situação ruim ou ensinando-lhe a melhor maneira de lidar com sentimentos dolorosos, você pode evitar que ele faça o pior. Entretanto, na maioria das vezes, isso requer ajuda profissional (psiquiatra ou psicólogo) e poderá envolver a escola do adolescente, especialmente nos casos de “bullying”. E atenção: qualquer criança ou adolescente com pensamentos ou planos suicidas deve ser avaliada imediatamente por um profissional de saúde mental treinado e qualificado e iniciar, se for o caso, o tratamento adequado. Até o terceiro artigo sobre o Suicídio Entre os Jovens.
Espero que o artigo seja útil a você. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo que podem ser interessantes para o seu momento de vida! Também no Blog, na coluna do lado direito, há o campo “SIGA-ME POR EMAIL”. Basta escrever o seu para receber gratuitamente artigos sobre a Psicologia Humana.
Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes.
Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
Realiza Coaching Psicoterapêutico para desenvolvimento de carreiras.
Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e 94111-3637 ou pelos links www.psicologopaulocesar.com.br ou www.blogdopsicologo.com.br

SUICÍDIO ENTRE JOVENS – ARTIGO 1



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A incidência de suicídios entre crianças e adolescentes infelizmente ainda tem uma taxa elevada. É sempre chocante saber que esse problema muito sério está entre as três principais causas de morte de crianças, adolescentes e jovens adultos (com idade entre 5 e 24 anos). Por esse motivo, escreverei uma pequena série de 03 artigos sobre esse tema, sendo esse o primeiro deles. Prometo detalhar um pouco mais nos artigos seguintes.

A maioria das crianças e adolescentes que tentam o suicídio têm um transtorno psicológico significativo, geralmente um grave estado depressivo. Entre as crianças mais novas, as tentativas de suicídio são muitas vezes impulsivas e podem estar associadas a sentimentos de tristeza, confusão, raiva ou problemas de atenção e hiperatividade. Entre os adolescentes, essas tentativas estão, na maioria das vezes, associadas a estresse, sentimentos de dúvida sobre o próprio valor, pressão para ter sucesso, incerteza financeira, problemas familiares, desapontamentos e perdas. Infelizmente, muitos adolescentes, devido à falta de experiência de vida, tendem a ver o suicídio como uma solução para seus problemas.

A boa notícia é que a depressão e os sentimentos suicidas são transtornos psicológicos absolutamente tratáveis, mas, para isso, o jovem precisa ter seu problema reconhecido e diagnosticado para, então, ser tratado adequadamente com um plano que pode incluir medicamentos e psicoterapia ou apenas a psicoterapia.

É muito importante que pais e jovens saibam que os pensamentos suicidas e as tentativas de suicídio estão, frequentemente, associados à depressão e a outros fatores de risco que incluem:
  • histórico familiar de tentativas de suicídio
  • exposição à violência doméstica ou urbana
  • terem sofrido abuso sexual na infância ou adolescência
  • impulsividade
  • comportamento agressivo
  • acesso a armas de fogo em casa ou entre amigos
  • assédio moral
  • sentimentos de desesperança ou desamparo
  • perda de alguém importante (por morte ou afastamento) ou rejeição
É comum que jovens que pensem em suicídio façam declarações ou comentários abertamente suicidas, como "melhor seria se eu estivesse morto" ou "não vou ser um problema para você por muito", mas isso não deve ser considerado uma condição “sine qua non”. Outros sinais de alerta associados ao suicídio podem ocorrer, tais como:
  • mudanças nos hábitos alimentares ou de sono
  • tristeza frequente ou profunda
  • distanciamento de amigos, família e de atividades regulares
  • queixas frequentes sobre sintomas físicos, muitas vezes relacionadas a emoções, como dores de estômago, dores de cabeça, fadiga, etc.
  • declínio na qualidade e nos resultados do trabalho escolar
  • preocupação com a morte
Observa-se, também, que os adolescentes e jovens adultos que estão pensando em suicídio costumam parar de planejar a vida ou falar sobre o futuro. Muitas vezes, inclusive, distribuem seus bens considerados mais importantes.

Assim como as crianças, adolescentes e os jovens adultos, as pessoas, de modo geral, se sentem desconfortáveis ​​falando sobre o suicídio. No entanto, perguntar ao seu filho ou a um adolescente se ele ou ela está deprimido ou se pensa na própria morte como solução para suas dificuldades, pode ser útil. Você pode fazer a eles, perguntas como:
  • Você está se sentindo triste ou deprimido?
  • Você está pensando em machucar ou se matar?
  • Você já pensou em se machucar ou se matar?
Ao invés de colocar pensamentos na cabeça do seu filho, você estará, com essas questões, dando ao seu filho a certeza de que ele (o filho) tem alguém que se preocupa e que lhe dá a chance de falar sobre seus problemas. Em minha opinião, errar por excesso de cautela e segurança não é um problema nesse caso.

Enfim, gostaria de alertar que qualquer criança ou adolescente com pensamentos ou planos suicidas deve ser avaliada imediatamente por um profissional de saúde mental treinado e qualificado e iniciar, se for o caso, o tratamento adequado. Esses profissionais, via de regra, são os psiquiatras e os psicólogos, portanto, evite pessoas que se autodenominam “terapeutas” ou “Coaches de Vida” pois não possuem a devida formação e não pertencem a Conselhos de Profissões Regulamentadas.

Até o segundo artigo sobre o Suicídio Entre os Jovens.

Espero que o artigo seja útil a você. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo que podem ser interessantes para o seu momento de vida! Também no Blog, na coluna do lado direito, há o campo “SIGA-ME POR EMAIL”. Basta escrever o seu para receber gratuitamente artigos sobre a Psicologia Humana.

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes.
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VICIADO EM REDES SOCIAIS? ISSO SÓ SERVE AO EGO!

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Antes de tudo, gostaria de esclarecer que a expressão "viciado(a) em redes sociais" é algo novo, porém explica um comportamento comum a outras formas de adição. Formam um grupo de pessoas que também se comportam de forma parecida. Esse é um vício que abrange pessoas em qualquer faixa etária, mas que tem, como em muitos outros quadros de hábitos compulsivos, os adolescentes no grupo de risco.

Meus amigos e amigas, uma coisa que poucas pessoas tem consciência é que a obsessão ou vício de usar as redes sociais pode estar ligado ao narcisismo e à baixa autoestima. É sobre isso que eu gostaria de comentar nesse rápido artigo.

Todo mundo sabe que a maior parte das pessoas que usam a internet também são usuários das redes sociais. Para a grande maioria, isso é apenas uma maneira de se manter conectado, fazer amizades, atualizar assuntos entre amigos e família e, por isso, além de alguns dramas on-line ocasionais, não há nenhum problema com seu uso. Para outras pessoas, no entanto, essas mídias sociais se tornaram um vício que interfere e trás prejuízos às suas vidas diárias. Esse contingente de pessoas realmente é muito grande. Você faz parte desse grupo?

Se você respondeu afirmativamente à pergunta acima, saiba então que há uma relação íntima entre o vício de redes sociais, narcisismo e autoestima. Numa grande amostra de quase 25 mil pessoas, pesquisadores descobriram que o vício em redes sociais está vinculado aos níveis mais altos de narcisismo e de sentimentos de baixa autoestima (menosvalia).

O vício em mídia social está vinculado, desde há muito tempo, a pessoas cujas personalidades tendem, a longo prazo, a um estado emocional negativo. Em consequência desse estado emocional, acabam inclinadas a sofrerem de depressão. Essas pessoas frequentemente sentem culpa, inveja, raiva e ansiedade, geralmente possuem pouca consciência sobre si mesmas e manifestam comportamentos de soberba e superioridade - talvez na tentativa de compensar o autoconceito negativo que fazem de si mesmas. Assim, as redes sociais acabam servindo de espaço social ideal para todos que precisam (e gostam) de atividades que estimulam o ego, afinal, trata-se de um tipo de mídia que permite que os indivíduos reforcem seus egos com base em feedbacks instantâneos de um número potencialmente grande de outros indivíduos. Além disso, a falta de interação "cara-a-cara" pode ser um atraente refúgio (e recurso) para as pessoas com baixa autoestima.

Atenção, não quero dizer que haja algo de errado em obter um estímulo para seus egos através de suas fotos, tweets engraçados e comentários diversos; mas se você perceber que está ficando ansioso por esses elogios e boas respostas com muita frequência, talvez seja hora de parar e avaliar o quanto você está usando as redes sociais para encobrir um problema mais sério - uma dificuldade de relacionamento, um medo social ou mesmo a falta de felicidade em sua vida. O narcisismo está presente em nossas vidas e manifesta-se em autovalorizações, vaidades, orgulhos, etc. Espera-se que haja uma "pequena dose" disso em todos nós mas tudo em excesso é sinal de algo que não está bem. Percebeu que você não fica sem os elogios, ou sem postar algo que o valoriza a mais do que o que você realmente é, inventa situações para se sentir melhor que os outros? Essa é uma condição patológica e merece ser tratada.

Pense nisso! Não deixe a situação se agravar. Se necessário, consulte um psicólogo / psicoterapeuta (cuidado, há várias pessoas chamadas de "terapeutas" mas que não são psicólogos).

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RESOLUÇÕES DE ANO NOVO

Muitas pessoas acreditam que o final do ano é um bom momento para fazer um balanço e definir as resoluções que devem ser cumpridas no ano que chega. Se você é assim, eu gostaria de lhe ajudar com esse artigo, o qual visa esclarecer, sob um ponto de vista mais "psicológico",  o que são essas resoluções e o qual o objetivo contido nisso.

É esperado que uma pessoa, ao tomar uma decisão, substitua um hábito por outro curso de ação que lhe pareça mais saudável ​​ou mais rentável. Acrescente-se a isso que ao decidir mudar um modo de vida que parece inadequada, a pessoa adiciona a essa firme decisão, uma grande dose de força de vontade. Se ela se vê com medo de falta de tenacidade, pode até tentar fortalecer a decisão anunciando as suas resoluções para os que o rodeiam. O grande problema é que, na maioria das vezes, nada disso funciona e as boas resoluções são abandonados na primeira oportunidade! Mesmo as promessas feitas à família são rapidamente ocultadas dando margem ao surgimento de culpas ou pretextos que justifiquem a “fraqueza”. É muitíssimo comum não se esperar que as "resoluções de ano novo" sejam mantidas após o Dia dos Reis! Por quê?

Será que o germe do fracasso já não está presente na forma como essas decisões foram tomadas? Sabemos que ao se fazer uma resolução, geralmente escolhe-se o que é visto como bom ou melhor, mesmo que não seja o que a pessoa realmente queira. Por exemplo:
  • eu acho que seria bom para a minha saúde, mas não necessariamente para o meu humor, que eu parasse de fumar.
  • eu acho que seria melhor para a felicidade de minha família, mas não tanto para a minha própria, que eu passasse mais tempo brincando com as crianças e as acompanhasse ao parque.
Em ambos os casos, mais parece que novas obrigações foram criadas e que não são atrativas para a pessoa, mas assim ela age porque considera necessário ou preferível quando comparado a outros comportamentos.

Pessoalmente, acho estranho resoluções que sejam tomadas com base na suposição de que é possível mudar a maneira de viver com uma decisão simples acompanhada de um esforço suficiente. A psicologia descobriu, há muito tempo, que a mudança pessoal é muito mais complexa e exigente. Esta visão simplória de desenvolvimento quase nunca funciona e as poucas vezes em que ela é eficaz, decorre da influência de outros fatores poderosos como o medo de um desastre.

Não é incomum as pessoas mudarem suas vidas ou hábitos radicalmente, mesmo que elas enfrentem grandes desafios para isso. Devemos reconhecer que essas mudanças são possíveis e que, mesmo que as resoluções sejam normalmente condenadas ao fracasso, grandes mudanças ocorrem, muitas vezes, com base em decisões voluntárias. Quantas pessoas, por exemplo, decidem se divorciar mesmo sabendo de antemão que esta escolha vai trazer-lhes um monte de problemas e confrontos dolorosos, além de uma situação financeira e social complicada. Apesar destes obstáculos significativos, essas pessoas optam pelo divórcio e não deixam a "resolução" perder força depois de alguns dias.

Mas analisando com cuidado... será que isso seria mesmo uma resolução? Bem, deveria se tratar de uma decisão muito complexa que poderia até ser considerada um projeto. Mas ficou sendo, com o passar dos tempos, algo mais simples. Penso que os estudiosos em comportamento humano consideram que a diferença mais importante entre uma decisão  do tipo "projeto" e uma simples resolução está na qualidade do motivo básico para a decisão. No caso de "boas intenções de ano novo", é decidido por dever porque isso é "o que deve ser". Nas decisões do tipo “projeto”, "escolhemos o que gostamos", não porque seja fácil ou bom, mas porque é uma necessidade praticamente óbvia. Decide-se que este é o único caminho que levará à uma eventual satisfação e recusa-se a continuar tolerando o inaceitável.

O melhor é que mudança se torne um projeto de longo prazo, sendo o primeiro passo apenas o começo de uma viagem. O programa não é totalmente elaborado com antecedência; conhece-se o ponto de partida, sabe-se que muitos obstáculos vão surgir no caminho, porém espera-se alcançar, ao final da viagem, uma maior satisfação na vida.

Se tais projetos mais exigentes podem ser concluídos e resoluções muito mais fáceis são rapidamente esquecidas, isso se deve principalmente ao motivo básico, isto é, às forças vitais por elas responsáveis. O projeto é baseado em um profundo desejo de mudança e a um importante sonho. Esta é a sua força vital. Quero dizer, um projeto é baseado numa melhoria realmente desejada: eliminar o sofrimento inaceitável enriquecendo um aspecto importante da vida. Ao projeto deve-se adicionar um tipo de satisfação que a pessoa nunca mais vai querer modificar. Essa satisfação desejada é fundamental pois fornece a força necessária para o projeto. Pode ser também um sonho, uma aspiração que pouco a pouco vai sendo levada a sério até que se decida transformá-lo em realidade. Esta dimensão ajuda a tolerar os obstáculos que são uma parte necessária da viagem.

Os grandes objetivos são facilmente alcançados através de uma abordagem de longo prazo. Não se pode confiar numa decisão simples! Vários estudos e escolhas devem ser feitos considerando possíveis desvios e revezes. Prevê-se reavaliações, ambivalências e sucesso parcial. É a força do desejo que suporta todo este processo, sendo que o que permitirá aceitar os erros e as inevitáveis fraquezas é a extensão da perspectiva do projeto, a visão de longo prazo.

Para alcançar algo, não basta o esforço de vontade. A busca pela satisfação é bússola e combustível para tais empreendimentos, por isso não é de surpreender que um projeto que realmente seja importante e que visam satisfações importantes sejam mais eficazes do que uma simples "resolução de ano novo", apesar da força de vontade. Para quem tomou as "resoluções de ano novo com boas intenções", uma pequena barreira será um pretexto para se libertar do dever imposto a si próprio. Para quem está ativamente engajado num projeto querido por seu coração, o obstáculo é uma oportunidade de novas avaliações para esse mesmo projeto.

Desejo que no ano de 2024, você se torne responsável por projetos de desejos e sonhos, em vez de simples "resoluções de ano novo com boas intenções". Que você use o balanço de fim de ano para dar vida a projetos que irão levá-lo à grandes satisfações na vida.

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.