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SERÁ QUE VOCÊ ESCOLHE SOFRER? SE VOCÊ FOR UM MASOQUISTA, VEJA O QUE FAZER PARA MELHORAR

Você é excessivamente rígido consigo mesmo? Você, secretamente, quer se vingar das pessoas que o menosprezaram, porém acaba se apegando ao ressentimento em vez de fazer algo a respeito? Ou ainda, você trabalha incansavelmente, até a exaustão? Pois saiba que esses comportamentos são considerados traços masoquistas - sendo que não me refiro ao sadomasoquismo sexual, onde um é dominante e o outro submisso. Nessa perspectiva psicológica que apresento, os comportamentos autodestrutivos que um masoquista suporta são muitas vezes cometidos pelo Eu para o Eu. Em outras palavras, os masoquistas infligem dor e humilhação a si mesmos e, por consequência, sofrem de angústia, ansiedade, e outros sintomas.

Aqueles que têm uma personalidade masoquista acreditam que só eles são os culpados pelos problemas, não apenas os problemas que surgem no ambiente dessa pessoa, mas também com aqueles com os quais ela não tem absolutamente nada a ver!!!

Certamente você também já passou por uma situação em que uma pessoa deixa a outra entender que alguém é culpado por alguma coisa. Nesse momento, as pessoas masoquistas pensam imediatamente em si mesmas, embora não sejam diretamente culpadas. O fato é que quando uma pessoa tem uma personalidade masoquista, ela sempre se sente culpada, cria situações nas quais ela é inevitavelmente a culpada, ou seja, essa pessoa está realmente procurando o sofrimento e acredita que o merece, mesmo quando isso não é verdade.

Com o objetivo de ajudar a compreensão das origens de uma estrutura de personalidade masoquista, gostaria de dizer que ela também é chamada de "personalidade autodestrutiva". As raízes dessa estrutura de personalidade vêm de uma batalha de vontades – a da criança em desenvolvimento versus a vontade de pais excessivamente controladores. Esses pais procuram manter o controle a todo custo. Eles exigem obediência em todos os momentos e não há espaço para a criança expressar suas próprias opiniões e necessidades. A condição para receber o amor é ser uma criança “boazinha”; levados ao extremo, os pais podem abusar, castigar e humilhar a criança, ameaçando abandoná-la ou puni-la se ela, a criança, não seguir essa linha. É claro que crescer assim pode ter um impacto profundo. Os filhos podem guardar suas mágoas, desejando se vingar dos pais, mas sem ter poder suficiente para isso. Qualquer tentativa de vingança é feita, então, de forma furtiva ou passivamente agressiva. O comportamento intrusivo ou crítico dos pais pode se tornar a voz de um Crítico Interno de bullying. Os masoquistas, quando adultos, também podem se tornar incrivelmente complacentes, perdendo o contato com sua criatividade e escolhendo trabalhos que são exigentes, mas enfadonhos.

Você pode estar se perguntando se você, ou alguém próximo a você, tem uma personalidade masoquista. Não é exatamente fácil identificá-las, mas, com certeza, sabemos que os masoquistas carregam um forte sentimento de culpa e que, às vezes, outros se aproveitam disso para culpá-los injustamente por algo. Relacionei, abaixo, algumas características das pessoas masoquistas, isto é, os seus traços típicos, que você pode (espero que não) reconhecer em si mesmo ou nos outros:

  • Você trabalha até a exaustão sendo abusivo consigo mesmo, pois se esforça para ir além de seus limites.
  • Você se sente humilhado por dentro (mesmo sendo igual a todos!!) e nunca toma medidas para mostrar aos outros como você realmente se sente.
  • Você, muitas vezes, se sente atraído por relacionamentos abusivos, nos quais continua a ser humilhado e envergonhado. Suportar essa dor - e não mostrar que dói -  é a maneira masoquista de manter algum sentimento de orgulho de si mesmo.
  • Você se sente mal-amado no mundo: sempre teve que trabalhar um pouco mais para ser aceito pelas pessoas ao seu redor, mas isso nunca é suficiente.
  • Seu Crítico Interno ataca tudo o que você faz, levando-o a extremos para provar seu valor, ou seja, você se sacrifica para se sentir necessário.
  • Você acha impossível dizer “não” ou se afirmar. Em vez disso, tenta agradar, mesmo estando ressentido por dentro.
  • Você reclama de falta de sorte na vida, mas nunca faz nada a respeito, recusando até mesmo tentativas dos outros em ajudá-lo. Nesse sentido, as ações positivas de amigos, colegas e parentes são desconsideradas em vez de aproveitá-las.
  • Quando você está indo bem e está prestes a conseguir um bom resultado, se sabota, isto é, bloqueia-se e age para que o que está fazendo não acabe bem.
  • Você, inconscientemente ou não, busca o próprio sofrimento - o sentimento de dor e o insucesso sempre compõem o papel de vítima. Contudo, ao mesmo tempo, tem medo de que as coisas tenham sempre um final trágico.
  • Você se culpa por tudo e pensa o tempo todo: "a culpa é minha, eu mereço o castigo".
  • Você se sente preso a ciclos intermináveis ​​de autodestruição. Acredita que é impossível desfrutar do prazer sem a culpa ou vergonha que lhe acompanha. Você se sente sem esperança sobre o futuro.

Pessoas com personalidade masoquista sentem medo, insegurança e uma dependência absoluta dia após dia devido ao fato de que precisam de alguém para testemunhar suas dores e vitimizações. Esses que exibem tal personalidade sentem que suas vidas devem ser como a de um mártir - submeter-se e sacrificar-se pelos outros é o que lhes dá esperança para um novo dia, mas essa esperança é sempre destruída. Sua falta de egoísmo, pensamento constante nos outros e insegurança incessante a tornam uma pessoa muito insegura e constantemente buscando sofrimento, dor e culpa para se sentir bem. Cabe aqui, o que disse Frida Kahlo: “Agarrar-se ao próprio sofrimento significa correr o risco de se autodestruir por dentro".

E como ajudar a si mesmo, se você tiver traços de uma personalidade masoquista? Seguem algumas sugestões:

  • Procure um psicoterapeuta: A psicoterapia pode ajudá-lo a entender a história do seu passado a qual pode incluir elementos autodestrutivos. Através da consciência sobre o seu passado, você pode começar a fazer escolhas conscientes no seu presente, adquirindo cada vez mais consciência de seus gatilhos.
  • Cuide da sua ansiedade: Pode ser assustador quando você começa a fazer mudanças em sua vida. Depois de uma vida sem correr riscos, é capaz da ansiedade surgir quando você começa a fazer algo por si próprio. Um psicólogo certamente lhe ajudará com estratégias para conter a sua ansiedade, além de oferecer um espaço seguro onde você não será punido por falar a verdade.
  • Enfrente seu Crítico Interior: O que ele quer? Quando é acionado? De quem é a voz? Compreender o seu Crítico Interior pode ser o primeiro passo para gerenciá-lo e impedir que ele arruíne sua vida.
  • Assuma a responsabilidade pessoal: Você pode assumir o controle de suas emoções, sentimentos e ações sem culpar outras pessoas por eles. Isso inclui entrar em contato com sua raiva sobre o que lhe aconteceu quando criança e encontrar maneiras construtivas de expressá-la. Mais uma vez, seu psicoterapeuta pode ajudá-lo a encontrar um caminho.
  • Chore pelo que viveu: Você pode se sentir triste pelo amor dos pais que não lhe foi o bastante em sua infância. Trabalhar as feridas da infância e permitir que elas se curem é um trabalho incrivelmente doloroso, porém, com o apoio terapêutico, lamentar seu passado pode libertá-lo para viver uma vida de sua própria escolha.

Meu amigo, é necessário ser feliz... Se você finalmente descobriu que sofre por ser uma personalidade masoquista, agora é a hora de se perguntar se está realmente feliz com esse modo de pensar e agir. Claro, é verdade que ajudar os outros e se sacrificar faz você se sentir bem, mas se culpar por tudo? Você realmente deve sofrer para que os outros possam ser felizes?

Creio que você não está feliz assim, está? Em algum momento, você será apenas um monte de tristezas que não desejará mais ser e ninguém mais vai pensar em você. À medida que se apega ao seu sofrimento, os outros se aproveitarão para aumentá-lo. Se você não for o único preocupado com sua própria felicidade e bem-estar, ninguém mais o será, logo, deve cuidar de si mesmo e perceber que nunca será feliz num papel de mártir. Pense em você por um momento. Seja um pouco egoísta, pensando em si mesmo, e verá que se sentirá melhor e até perceberá a realidade que você mesmo criou.

Você não é uma pessoa ruim. Quando sofre, se submete, dá tudo de si, por que se sentir culpado? Liberte-se dessa culpa que está ancorada tão profundamente dentro de você e assuma que você, e mais ninguém, é o único responsável por esse sentimento de culpa e por permitir que isso aconteça.

Todos nós buscamos a felicidade, incluindo você. Sempre haverá momentos em que sentiremos tristeza, mas isso não acontece todos os dias! Como disse, seja um pouco egoísta de vez em quando, não se esqueça de si mesmo e seja uma pessoa autoconfiante. Você não pode se culpar por tudo, pensar que é uma pessoa má se não der tudo o que tem aos outros. Você é valioso e tem que pensar em si mesmo também! Você caminha nesta terra para ser feliz e não para sofrer.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637

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