Formas de Contato:

Fone e Whatsapp: 11.94111-3637

Email: paulocesar@psicologopaulocesar.com.br

Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

TRABALHO x SAÚDE

Qualidade de vida e saúde das pessoas que trabalham sempre foram preocupações merecedoras de atenção dos psicólogos. Por este motivo, muitos de nós, profissionais da área da saúde mental, já escutou os desagrados de profissionais bem-sucedidos, executivos ou não, sobre o excesso de trabalho ao qual, julgam-se submetidos ou mesmo sobre a falta de motivação e vibração em suas atividades. Nas situações mais dramáticas, esses descontentamentos acabam sendo associados a graves problemas de saúde e, obviamente, muito pode ser feito para atenuar esse descompasso. Entretanto, o primeiro passo parece-me que seja ir contra a implementação de medidas paliativas e que abrangem apenas efeitos e sintomas, pois a retórica da queixa pode ser questionada, afinal, com o trabalho processamos cultura e criatividade, sendo para a pessoa, seria fonte de prazer e não um castigo ou punição.

É razoável pensar que trabalhar demais pode levar pessoas bem-sucedidas a distúrbios cardiovasculares e até mesmo à morte prematura? A resposta é NÃO! E, para explicá-la, é melhor começar definindo o que é exatamente trabalhar demais. Se há uma, duas ou três gerações, isso significava intensa atividade física, hoje representa longas horas de concentração, de planejamento, de relacionamento com uma equipe. Não há evidências que liguem esse tipo de atividade a um infarto ou outros acidentes do gênero sendo o ponto principal, de fato, a postura interior de cada um. Indiscutivelmente há muitos fatores que podem atuar como precipitadores: fumo, má alimentação, predisposição genética ou hereditária, excesso ou falta de exercícios, etc., mas é cada vez maior, entre os especialistas, a certeza de que há muitos dados psicológicos envolvidos.

Há alguns anos, cardiologistas norte-americanos concluíram que os seus pacientes de ataque cardíaco prematuro eram, de certa forma, o mesmo tipo de pessoa, com um perfil bastante típico. Basicamente, podiam ser descritos como alguém em constante luta contra o tempo, excessivamente preocupados com os prazos, sem conseguir realizar tudo o que se propunha a fazer e raramente satisfeito como o que efetivamente realizava. Além disso, apresentava, entre o que vamos chamar de "sentimentos ruins favoritos", irritação, frustração, raiva e uma generalizada desconfiança em relação às pessoas. Seus apoios emocionais, finalmente, eram mínimos, uma vez que ele não os valorizava a ponto de cultivá-los.

Esse tipo de personalidade é conhecido como "Tipo A", sinônimo do profissional que trabalha muito, com alto nível de risco de morte prematura. E agora já se sabe que o trabalhar sem parar, esse "estado de pressa", não é a fonte do excessivo desgaste físico desses profissionais. O que gera esse desgaste, na verdade, relaciona-se com aqueles tais "sentimentos ruins favoritos". É um pressuposto hoje muito aceito, o de que cada um de nós, no curso do crescimento, sob a influência de padrões estabelecidos por nossos pais, e como forma de proteção em épocas de vulnerabilidade emocional, acaba por escolher um ou mais dos sentimentos ruins favoritos, para os quais tendemos a voltar quando estamos sob pressão. Então sentimos culpa, impotência, raiva, ressentimento, autopiedade, inveja, ansiedade, ciúme, rejeição, humilhação, tristeza, entre muitos outros. Em outras palavras, a ligação entre ataques cardíacos e os "Tipo A" vem a ser, não a pressa que caracteriza suas atividades físicas e mentais, mas o hábito de alimentar uma desconfiança hostil e generalizada para com o mundo, um estado de vigilância suspeita latente. Esperando o pior, um "Tipo A" se defende com a competitividade em busca de respeito, poder, dinheiro.

Há indicações de que, ao rotularmos a nossa reação aos acontecimentos, esse rótulo ocasiona algumas mudanças químicas internas específicas. Em outras palavras, se estou numa montanha-russa, meu corpo vai reagir; se a reação me parece agradável, chamo-a excitação; se me é desagradável, chamo-a de medo. A teoria atual é de que os elementos químicos liberados pelo cérebro são diferentes em cada caso, o mesmo acontecendo com a resposta fisiológica. Desse modo, o estado de alerta constante dos "Tipo A", mantém uma estimulação permanente do córtex cerebral, que leva a um habitual excesso de adrenalina no corpo. Para manter esse alto nível de estimulação que acaba por se tornar "normal", usa-se tudo o que está à mão: o erro de um funcionário, a demora de um colega em executar algo, um engarrafamento de trânsito, o sucesso de um concorrente, as mudanças que ocorrem na empresa, os conflitos sociais ou familiares, etc. E, na falta de acontecimentos que justifiquem a exasperação, alimenta-se uma série de visualizações internas, que insistem em interpretações imaginárias sobre o significado do comportamento dos outros e do ambiente ao redor.

Há, porém, quem trabalhe intensamente sem integrar essa categoria. São pessoas de muita energia, agradavelmente estimuladas por suas atividades, mas capazes de abrir espaços em suas vidas para a intimidade, a emoção, o lazer, as férias, os exercícios. O que acontece, muitas vezes, é que acabam por mesclar-se numa mesma pessoa, os dois tipos de comportamento, e o grau em que essa mescla vai ocorrer é que vai determinar a duração de um processo de reavaliação. A psicoterapia é sempre uma ferramenta preciosa, que atuará, por mais ou menos tempo, conforme o caso. De uma maneira geral, no entanto, a melhor maneira de atacar o problema é redescobrir que a produtividade no trabalho não deve ser a exclusiva "fonte da nossa autoestima". É preciso que se entenda que temos um valor inerente, trabalhando ou não, ganhando a competição com os outros ou não.

Se você suspeita de que algumas de suas motivações para o trabalho podem não ser saudáveis, procure responder a essas questões:

  • Você tem uma noção clara de seu valor pessoal, sendo ou não produtivo?
  • Você responde às necessidades de descanso e exercício do seu corpo?
  • Você equilibra sua vida profissional e pessoal?
  • Você investe tempo, pensamento e energia em suas relações pessoais?
  • Você se sente contribuindo positivamente para com seus semelhantes?
  • Você tem uma noção correta do que é "suficiente": de quanto dinheiro você precisa, de quanto status, de quanto poder?
  • Você está conseguindo o que quer na vida?
Sejam quais forem as suas respostas, considere estas duas colocações dos doutores Ogilvy e Porter, em artigo para o Human Resource Management: "A realização profissional, quando perseguida inconscientemente para compensar deficiências pessoais reais ou imaginárias, é, de fato, uma forma de auto traição. E a capacidade que cada um tem em confrontar a verdade quanto à sua realização profissional e suas necessidades humanas é que determina se a pessoa consegue esquecer a rotina ou se a tendência é prosseguir tentando provar o que, afinal, não pode ser provado pelo sucesso no mundo dos negócios".

                                                                      \

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico orientador parental
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.