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ARTIGO: FAKE NEWS AFETAM A SAÚDE MENTAL
A verdade é que a exposição a
informações imprecisas desse tipo pode levar à confusão sobre o que é
verdadeiro e real, endossando ideias incorretas e fomentando a disposição de
compartilhar as informações imprecisas. De fato, é difícil se aventurar de modo
online hoje em dia – ou ligar qualquer emissora de televisão – sem se deparar
com acaloradas discussões ou propagações de “notícias falsas. Para muitos
consumidores de mídia, pode parecer que estamos vivendo uma era distópica
totalmente nova, com cada ciclo de notícias ou coletivas de imprensa nos
enviando ainda mais para o fundo do poço. Isso é muito entristecedor e um
verdadeiro retrocesso psicossocial.
Na psicologia, acredita-se que
as crenças epistêmicas (do conhecimento real e verdadeiro) se desenvolvem e se
solidificam durante a infância e a adolescência. Para as crianças, há
apenas preto ou branco em muitas questões: uma ideia é boa ou ruim, uma proposição
verdadeira ou falsa. Mais tarde, elas aprendem a diferenciar: se alguém
gosta de Beethoven ou gosta de músicas pop é uma questão de gosto. Durante
esse período, elas tendem a ver opiniões diferentes como iguais – mesmo aquelas
sobre questões como as mudanças climáticas causadas por humanos. Em
algum momento, aprendemos a avaliar diferentes posições; por exemplo: sim, há
opiniões diferentes, mas algumas mais apoiadas em evidências do que
outras. Mas nem todos parecem dar esse passo, ficando para o emocional um
papel preponderante na qualificação das informações recebidas. Uma vez que “Fake
News” (falsas, incompletas ou enganosas) visam manipular as opiniões alheias, elas
são projetadas para provocar uma resposta emocional de um leitor/espectador, sendo,
muitas vezes, de natureza inflamatória e que podem provocar sentimentos de
raiva, suspeita, ansiedade e até depressão, distorcendo nossos pensamentos.
Felizmente, os psicólogos
conseguiram identificar um tipo de personalidade que não apenas é mais propenso
a compartilhar “Fake News” como inclusive não se intimida em compartilhá-las,
mesmo depois de ser avisado de que pode ser falso.
Conscienciosidade refere-se à disposição
de uma pessoa em ser diligente, confiável, obediente, cautelosa, controlar
seus impulsos e seguir as normas sociais. A consciência, portanto, tem papel significativa
nesses casos, exceto para esse tipo de personalidade, o qual tem interesse
exclusivo na auto-satisfação.
A consciência é um dos traços
que compõem a personalidade humana, sendo a conscientização (processo de tornar-se
consciente) fundamental quando se trata de identificar o que é informação correta
e o que não é. Acontece que essas pessoas compartilham informações errôneas parece ser motivadas pelo desejo de
criar caos. Lamentavelmente, esse desejo não é reduzido mesmo quando o indivíduo
viu um aviso de que a história que estava compartilhando pode ser falsa. À
vista disso, uma questão crítica para o futuro é que se há algo que possa ajudar a
reduzir esse comportamento, talvez seja abordando o desejo de caos desses indivíduos.
As pessoas que negam a
existência de fatos acreditam em “Fake News” com mais frequência. São aqueles
que chamamos de “pessoas com traços de personalidade sombrios”, ou seja, são as
pessoas que sempre colocam seu próprio benefício em primeiro lugar.
Algumas pessoas acreditam em “Fake
News” mesmo quando os fatos científicos claramente as contradizem. Essa
característica é chamada de "fator obscuro da personalidade" e leva
em conta vários traços de personalidade sombrios, como narcisismo, psicopatia
ou maquiavelismo. Pode se dizer que "todo mundo é egoísta até certo
ponto", no entanto, é problemático quando as pessoas se concentram em
seu próprio bem-estar com tanta força que os interesses de seus semelhantes não
desempenham mais nenhum papel.
Mas existem algumas maneiras de se proteger dos efeitos das notícias falsas:
- Mantenha-se informado usando fontes confiáveis.
- Converse com amigos ou familiares que estejam interessados em se manter bem informados.
- Não acredite em tudo que lê nas redes sociais ou vê na TV.
- Questione:
- Onde está publicado?
- Que tipo de conteúdo é esse?
- Quem se beneficia da minha crença em sua veracidade?
- Considere que os traços de personalidade que melhor descrevem os consumidores de notícias falsas são histrionismo (emocionalidade excessiva e busca de atenção), esquizotipia (capacidade de estabelecer vínculos afetivos devido a distorções da realidade e comportamentos excêntricos), paranóia e narcisismo.
- Considere que indivíduos com tendências de sugestionabilidade e busca de emoções correm mais risco de não detectar notícias falsas corretamente.
- Os vieses cognitivos (como o Efeito Barnum) são variáveis que estimulam o consumo de notícias falsas (O Efeito Barnum é um tipo de viés cognitivo significando que ele faz parte de um enorme conjunto de erros cometidos pelo cérebro, que, ao processar as informações recebidas do mundo à nossa volta, toma conclusões equivocadas como corretas. Assim, essas pessoas conseguem dar muito sentido às coisas à primeira vista e, até certo ponto, isso basta para entender o seu contexto e sobreviver).
- Intervenções psicológicas baseadas no pensamento crítico podem ser úteis para prevenir o consumo de notícias falsas.
Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os!
Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e
casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e
budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no
ambiente social e empresarial.
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