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TEM GENTE QUE VIVE SE “ACHANDO” – OS NARCISISTAS

Desenvolvido por Paulo Cesar Teixeira Ribeiro, psicólogo clínico com pós-graduações em Sexualidade Humana, Psicologia Clínica e Autismo.

É muito bom sentir que é admirado. Ninguém pode negar que isso nos faz sentir bem e mais importantes. Sim, às vezes nos orgulhamos e nos gabamos também, mas se as pessoas começarem a falar que você é arrogante, manipulador e exigente, você pode estar sofrendo de uma condição mais séria. Talvez você esteja “se achando”, como se diz na gíria, mas na verdade, esses são traços dos narcisistas e, infelizmente, indicam uma falta de capacidade de empatia com os outros e um senso inflado de autoimportância.

As características de fácil identificação do Transtorno de Personalidade Narcisista são a grandiosidade, a falta de empatia com outras pessoas e a insaciável necessidade de admiração. Pessoas com essa condição são frequentemente descritas como arrogantes, egocêntricas, manipuladoras e exigentes. A elas também estão associadas as fantasias grandiosas (por exemplo, seu próprio sucesso, beleza, brilho) e normalmente acreditam que merecem tratamento especial. São características que, geralmente, começam no início da idade adulta e são marcantes em vários contextos, como no trabalho e nos relacionamentos.
Os narcisistas – pessoas que “se acham” - acreditam que são superiores ou especiais, e muitas vezes tentam se associar com outras pessoas que acreditam serem únicas ou dotadas de algo especial. Essa associação aumenta sua autoestima que é, na verdade, bastante frágil sob a máscara que usam para se relacionar. Narcisistas procuram toda a admiração e atenção possíveis, na tentativa de descobrir o que os outros pensam deles. Possuem dificuldade em tolerar críticas ou derrotas, e podem sentir-se humilhados quando experimentam uma reprimenda na forma de crítica ou rejeição. O narcisismo não deve ser confundido com alta autoconfiança e autoestima. Aqueles com alta autoestima são humildes. Se você for um narcisista, provavelmente é também egoísta, arrogante e ignora os sentimentos e necessidades dos outros.

Se você estiver sendo um narcisista, isso provavelmente está afetando sua vida cotidiana... de um modo negativo. Você pode se sentir insatisfeito com a vida e desapontado quando os outros não estão lhe admirando ou dando-lhe tratamento e atenção especiais. Seus amigos e colegas de trabalho, relacionamentos pessoais e sociais certamente estão sofrendo, porém você não consegue ver a sua participação nessas ocorrências. Pessoas que “se acham” (narcisistas) são incapazes de perceber os efeitos prejudiciais que seu comportamento causa a si mesmos e aos outros. Se você é assim, pode ser que as pessoas não gostem de estar com você, acarretando em insatisfações em sua vida.

Monopoliza as conversas? Sentimentos de tem todos os direitos? Deprecia as outras pessoas? Estes são alguns dos sinais clássicos do narcisismo. Sabe aquela pessoa que só ela conhece o caminho “certo” (todos os outros caminhos estão errados)? Aquele que só de olhar, já se percebe o quanto ele é convencido e pouco empático? Esses são os narcisistas e podem apresentar os seguintes sinais e sintomas. Cinco ou mais dos sintomas abaixo identificam uma pessoa com distúrbio da personalidade narcisista:
  • Exagerar na própria importância e em suas conquistas e talentos
  • Preocupar-se com fantasias de sucesso, poder, beleza, inteligência ou romance ideal
  • Crer que é especial e wue só pode ser compreendido por outras pessoas de alto status ou instituições especiais
  • Requerer de atenção constante e admiração dos outros
  • Ter expectativas não razoáveis ​​de tratamento favorável
  • Aproveitar-se os outros para alcançar seus próprios objetivos
  • Desconsiderar os sentimentos dos outros, carece de empatia
  • Invejar os outros ou acreditar que outras pessoas têm inveja dele ou dela
  • Mostrar comportamentos arrogantes e atitudes
  • Pensar sobre si mesmo na maior parte do tempo e falando muito sobre si mesmo, autopromoção
  • Estabelecer metas irrealistas para si
  • Esperar que os outros façam favores especiais para você
  • Crer que ninguém deve questionar seus motivos e deve ter inabalável conformidade com seus pedidos
  • Buscar continuamente o poder
  • Demonstrar superioridade
Muitas vezes, somos inicialmente atraídos por pessoas narcisista pois eles se apresentam autoconfiantes, energéticos, etc. No entanto, conhecendo a pessoa em profundidade, instintivamente começamos a desprezar os mesmos traços que inicialmente nos atraíram, isso, é claro, depois de percebermos as respostas emocionais que esses narcisistas expressam nos relacionamentos.

O narcisismo afeta aproximadamente 1% da população, com maior prevalência em homens do que em mulheres - 50 a 75% dos narcisistas são do sexo masculino. Além disso, é comum que muitos adolescentes exibam as características acima, mas isso não significa que eles desenvolverão posteriormente um distúrbio de personalidade narcisista.

As causas do narcisismo ainda não são bem compreendidas, mas há sinais de que todos os fatores genéticos e biológicos, bem como o meio ambiente e as experiências iniciais da vida desempenham um papel no desenvolvimento dessa condição. Muitos dos traços deste distúrbio ocorrem durante os estágios normais de desenvolvimento. Os cientistas acreditam que o início completo do distúrbio de personalidade narcisista pode ocorrer quando o desenvolvimento interpessoal durante essas fases é conflitante. Exemplos de ambientes interpessoais negativos ou destrutivos que favorecem a formação do narcisismo incluem:
  • Nascer com um temperamento muito sensível
  • Aprender comportamento manipulativo de pais ou colegas
  • Ser excessivamente elogiado por bons comportamentos e excessivamente criticado por maus comportamentos
  • Sofrer de abuso grave na infância
  • Ter cuidados parentais inconsistentes - cuidados não confiáveis ​​ou imprevisíveis
  • Ser excessivamente intimidado pelos pais, colegas ou familiares
  • Ser excessivamente admirado sem realimentação realista para equilibrar o indivíduo com a realidade
  • Receber elogios excessivos dos pais ou de outras pessoas por sua aparência ou habilidades
O tratamento do transtorno de personalidade narcisista pode ser um desafio já que trata-se de pacientes que se sentem acima dos outros, portanto com um condição que inclui grandiosidade e atitude defensiva, dificultando o reconhecimento dos problemas, suas vulnerabilidades e responsabilidades. A psicoterapia é a abordagem chave, logo de grande valia na ajuda a essas pessoas que “se acham” a se relacionar com outras pessoas de uma forma mais saudável e compassiva – estimula os relacionamentos pessoais mais funcionais e a melhor compreensão das emoções e por que o paciente se sente assim. Como o tratamento é focado em traços de personalidade que são bastante constantes ao longo do tempo, pode levar muitos anos de psicoterapia antes de se dar conta de uma ruptura. Os comportamentos de mudança estão focados em aceitar a responsabilidade por suas ações e aprender maneiras de interagir pessoalmente de maneira mais apropriada. Esses incluem:
  •  Aceitar e manter relacionamentos com colegas de trabalho e familiares
  • Tolerar críticas e falhas
  • Compreender e regular seus sentimentos
  • Minimizar 
Não existem medicamentos conhecidos para tratar o distúrbio de personalidade narcisista, mas não é incomum que esses pacientes sofram de depressão e ansiedade – há medicamentos úteis para essas condições. Indivíduos narcisistas também estão propensos a abusar de drogas e álcool - então o tratamento para problemas de dependência também é benéfico.

Se você consegue se ver como um narcisista, mantenha a mente aberta em relação ao tratamento, informe-se sobre sua condição e esteja focado em seu objetivo. Você pode ser negativamente reativo ao tratamento, mas saiba que isso pode ajudar.

Acesse meus conteúdos nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana, budista e diversas pós-graduações como Sexualidade Humana, Psicologia Clínica e Autismo.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
  • Marcação de consultas pelo tel./whatsapp 11.94111-3637

ESTÁ ANSIOSO(A)? PROCURE UM PSICÓLOGO

(Série: Reeditando artigos interessantes)

Todo mundo se preocupa ou se sente nervoso de vez em quando. Ansiedade é uma reação humana normal a situações estressantes. Mas para pessoas com transtornos de ansiedade, esses medos e preocupações não são temporários. Sua ansiedade persiste e pode até piorar com o tempo.

A ansiedade pode prejudicar seriamente a capacidade da pessoa na realização do trabalho, na escola e em situações sociais. Pode interferir, também, nos relacionamentos com familiares, amigos e parceiros amorosos. Felizmente existem tratamentos eficazes para isso!

Há casos em que os medicamentos têm um papel importante no tratamento, no entanto, pesquisas mostram que o tratamento psicoterapêutico - sozinho ou combinado com medicação - é um tratamento altamente eficaz para a maioria das pessoas com transtorno de ansiedade.

Prá você compreender melhor a importância da ansiedade, informo que ela é comum em adultos e crianças. Estima-se que cerca de 18% dos adultos e 25% dos adolescentes entre 13 e 18 anos sofrem de ansiedade, sendo que aproximadamente 4% dos adultos e quase 6% dos adolescentes apresentam distúrbios de ansiedade classificados como graves.

São vários os tipos principais de ansiedade:

-Transtorno de ansiedade generalizada é caracterizado por preocupação persistente ou sentimentos ansiosos, ou seja, as pessoas tem uma série de preocupações, como problemas de saúde ou finanças e podem ter a sensação geral de que algo ruim vai acontecer. Os sintomas incluem inquietação, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade de concentração, problemas de sono e sensação geral de alerta.
-Distúrbio do pânico é marcado por episódios de pânico recorrentes, os quais incluem sintomas como sudorese, tremores, falta de ar ou sensação de asfixia, batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelerado e sentimentos de pavor. Tais ataques acontecem de repente e sem aviso prévio. Pessoas que tiveram ataques de pânico muitas vezes ficam com muito medo do próximo episódio, o que pode levá-los a mudar ou restringir suas atividades normais.
-Fobias são medos intensos sobre certos objetos (aranhas ou cobras, por exemplo) ou situações (como voar em aviões) que sejam angustiantes ou intrusivos.
-Transtorno de ansiedade social (ou fobia social) faz com que as pessoas sintam medo de situações sociais em que possam ficar envergonhadas ou ser julgadas. Elas normalmente se sentem nervosas nos ambientes sociais, são conscientes disso na frente dos outros e se preocupam em ser rejeitados ou ofender as pessoas. Outros sintomas comuns incluem ter dificuldade em fazer amigos, evitar situações sociais, se preocupar por muito tempo antes de um evento social e sentir-se trêmulo, suado ou enjoado ao ficar num ambiente social.
-Transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por sentimentos e pensamentos persistentes e incontroláveis (obsessões), e rotinas ou rituais (compulsões). Alguns exemplos comuns incluem lavagem compulsiva das mãos em resposta ao medo de germes, checagens repetidas do trabalho em busca de erros, etc.
-Transtorno de estresse pós-traumático pode se desenvolver após um trauma físico ou emocional grave, como desastres naturais, acidentes graves ou crimes. Os sintomas incluem “flashbacks” da experiência traumática, pesadelos e pensamentos assustadores que interferem com a rotina diária de uma pessoa por meses ou anos após o trauma.
Embora existam muitos tipos de transtornos de ansiedade, a pesquisa sugere que a maioria é impulsionada por processos subjacentes semelhantes. Pessoas com ansiedade tendem a se tornar facilmente sobrecarregadas por suas emoções, e tendem a ter reações particularmente negativas a sentimentos e situações desagradáveis. Com frequência, essas pessoas tentam lidar com reações negativas, evitando situações ou experiências que as tornam ansiosas. Infelizmente, a evitação pode sair pela culatra e, na verdade, alimentar a ansiedade.

Como psicólogos, somos treinados no diagnóstico da ansiedade e na orientação de maneiras mais eficazes e saudáveis ​​de lidar a situação. A psicoterapia é altamente eficaz no tratamento de transtornos de ansiedade sendo através dela que ajudamos os pacientes a aprender a identificar e a “gerenciar” os fatores que contribuem para a ansiedade. Os pacientes aprendem a entender como seus pensamentos contribuem para os sintomas de ansiedade e, ao aprender a mudar esses padrões de pensamento, eles podem reduzir a probabilidade e a intensidade dos sintomas de ansiedade. Em continuidade, aprendem também técnicas para reduzir comportamentos indesejáveis ​​associados à de ansiedade. Especificamente, os pacientes são encorajados a abordar atividades e situações que provocam ansiedade (como falar em público ou estar em um espaço fechado) para aprender que seus resultados temidos (como perder a linha de pensamento ou ter um ataque de pânico) são improváveis.

A psicoterapia é um processo colaborativo, em que os psicólogos e pacientes trabalham juntos para identificar as preocupações específicas e desenvolver as habilidades e técnicas concretas para lidar com a ansiedade. Os pacientes podem praticar suas novas habilidades fora das sessões para gerenciar a ansiedade em situações que possam deixá-los desconfortáveis. É claro que o psicólogo não recomendá que seus pacientes experimentem tais cenários até que haja a certeza de que eles já possuem as habilidades necessárias para enfrentar efetivamente seus medos.

Transtornos de ansiedade são muito tratáveis. A maioria dos pacientes que sofrem de ansiedade é capaz de reduzir ou eliminar os sintomas através da psicoterapia. Como disse, somos treinados para isso e adaptamos um plano de tratamento para atender às necessidades específicas de cada paciente. Marque uma consulta com um psicólogo e converse com ele sobre a sua ansiedade. Isso vai lhe fazer muito bem.

Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler sobre a contribuição da psicoterapia no tratamento da depressão.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo whatsapp 11.98199-5612

MANTENHA O SEU CASAMENTO FELIZ – DICAS

Apesar de toda a felicidade que muitos casais ​​desfrutam, infelizmente, para muitos, o casamento nem sempre é duradouro, constatando-se que número de divórcios aumenta a cada ano. Continue a leitura após a imagem e pense sobre o seu próprio relacionamento!

A decisão de se casar é uma das maiores decisões que qualquer ser humano toma durante a sua vida. O ideal seria que houvesse, sempre, um “durante” e um “final” felizes! Pode um casamente ter satisfações e felicidade ao longo da vida?

Claro que sim! Os cônjuges tendem a ver os parceiros sob diferentes perspectivas, às vezes achando que o melhor do outro está na maneira como ele balança os cabelos ou observando o seu comportamento de modo geral, e isso faz despertar sentimentos e emoções positivas no casal. No entanto, assim que um dos dois comete um erro, a (péssima) tendência é a apontar o dedo contra a pessoa – que chato!

A fim de manter a felicidade no relacionamento, é bom que ambos estejam cientes dos desafios conjugais. A experiência mostra que os casais mais felizes são sempre aqueles que não dão muito peso aos erros do outro, lidando com a situação com a naturalidade de quem também comete erros. Importante: os melhores casamentos são os que estão baseados em amizades íntimas e concretas. De fato, se você considera seu cônjuge como seu amigo íntimo (não gosto da palavra “cúmplice” nesse caso), tanto no nível emocional quanto no intelectual, é mais provável que você "conserte" eventuais problemas de relacionamento com muita facilidade.

Para manter um relacionamento saudável e feliz, você não precisa fazer coisas extraordinárias como a maioria das pessoas imaginam que deve ser, mas simplesmente prestar atenção às suas intenções e desejos. A gratidão e a apreciação, mesmo frente ao menor ato que um faz pelo outro, representam um mundo de diferença.

A felicidade é obtida quando os cônjuges sempre encontram tempo um para o outro, mesmo que esse tempo seja apenas de meia hora por dia. Torne-se empático e desenvolva suas habilidades para ouvir o outro, eliminando maus hábitos como críticas, desprezo e ironias. Isso, com certeza, impactará imensa e positivamente no relacionamento do casal.

Muita independência um do outro pode ser um causador de rupturas do casamento. Por outro lado, muita dependência também não é bom. Encontre um equilíbrio entre ser o parceiro de alguém e ter tempo suficiente para relaxar e descansar o seu próprio corpo e sua mente. É igualmente importante manter as redes de relacionamentos sociais, seja em clubes, visitas e encontros com amigos, praia, etc. Assegurar tempo para uma vida social e para cuidar de si mesmo é fundamental para viver para a autoestima e para criar um relacionamento florescente.

Melhor fazer isso entre o casal, mas se for difícil, um psicoterapeuta de casal favorecerá que ambos reconheçam as forças e virtudes mútuas bem como o aprendizado de respostas às crises com amor e perdão, para assim haver a construção de relacionamentos saudáveis. Se você deseja alcançar um objetivo na vida, precisa “trabalhar” nisso, logo estar aberto para aprender novas habilidades e mecanismos de enfrentamento é muito útil.

E agora? O que você pode fazer hoje a favor da felicidade em seu casamento?

Praticar o diálogo: embora existam várias dicas que ajudam a manter um casamento feliz, falar é definitivamente um deles. É fundamentalmente importante expressar e compartilhar os seus sentimentos. Discuta, converse e respeite o debate com o seu parceiro, assim os sentimentos podem ser compartilhados e lições internas podem ser aprendidas. Fale sobre tudo, desde seus medos mais profundos até suas maiores alegrias.

Não tente manter o controle: o controle de comportamentos é prejudicial para os relacionamentos harmoniosos, portanto viver uma vida feliz significa desfrutá-la em conjunto, não apenas completando sua rotina diária em tempo “hábil”.

Seja carinhoso e romântico: mostre ao seu parceiro que ele é essencial em sua vida. Isso também implica em levar o sexo a sério - o sexo é “sagrado” e a responsabilidade é de vocês dois. Use uma comunicação gentil, não-violenta e sempre respeite os pensamentos e sentimentos de seu parceiro quando se trata de discutir sobre a vida sexual.

Cuide da sua aparência: sim, eu sei que você já ouviu muitas vezes que precisamos amar e respeitar os outros independentemente da aparência física, mas o seu cônjuge seguramente adora ver você em boa forma. Cuide-se (aparência e saúde), e mantenha-se em forma e saudável.

Por último e talvez mais importante: você não pode mudar seu parceiro. Respeite e ame seu cônjuge inclusive por todas as suas falhas e peculiaridades especiais. Aceite as mudanças que podem acontecer em seu casamento e lembre-se de que as pessoas evoluem e mudam. Então, um casal deve dedicar um tempo para aprender sobre os pensamentos, sentimentos, desejos e intenções de ambos.

Concluindo, gostaria de dizer que, em minha opinião, o melhor relacionamento é aquele que é honesto e íntimo. Um relacionamento no qual um pode ficar perto um do outro e falar sobre qualquer coisa, e que tudo o que é realizado deixa os cônjuges sentindo-se mais fortes e apoiados.

Abração e cuide do seu casamento!

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

VOCÊ NÃO FAZ PSICOTERAPIA? VOU LHE EXPLICAR PORQUE DEVERIA FAZER

(Série: Reeditando artigos interessantes)
Algumas pessoas cometem um equívoco absurdo ao pensarem que psicoterapia é para as pessoas inseguras, medrosas ou covardes. Pois eu lhe digo que nada é tão distante da verdade do que esse pensamento. Pois saiba que as pessoas de sucesso não apenas fazem terapia, elas simplesmente adoram fazer! Elas vêem a psicoterapia como uma ferramenta que cria sucesso. E não é somente algo que as pessoas inteligentes fazem, é uma prática que a maioria das pessoas deveria tentar em algum momento de suas vidas.
A razão é simples: muitas pessoas cresceram com a impressão de que coisas pessoais são um segredo e que não deveriam ser discutidas – melhor se fossem varridas para debaixo do tapete. Esta é talvez a pior coisa que você pode fazer por si mesmo. Esconder suas emoções e não trabalhar os seus problemas psicológicos - especialmente a dor ou eventuais abusos traumáticos do passado - pode acarretar numa série de problemas. Se você precisa de uma razão baseada em números para lhe convencer, a depressão, por si só, tem um peso enorme entre as doenças, sendo atualmente a principal causa de incapacidade em todo o mundo, responsável por bilhões de reais por ano em trabalho perdido.
Há vários benefícios ao se submeter a um processo psicoterapêutico. A beleza da terapia – a cura pela fala - é que ela aborda não apenas os sintomas, mas também as causas de seus problemas. Os antidepressivos, embora essenciais para algumas pessoas, não chegam exatamente à fonte subjacente. E se você não conhecer a causa da dor, estará essencialmente acorrentado ao passado - a psicoterapia alcança a raiz do problema!
Um formidável benefício da terapia é que seus efeitos são duradouros. Isso porque você não trabalha apenas com as coisas que emergem no processo, mas também desenvolve ferramentas para ajudá-lo a lidar com diversas situações no futuras. Os ganhos positivos continuam e crescem ao longo do tempo, como se algumas etapas fossem consolidadas após a interrupção da terapia. É como se a pessoa passasse a usar uma espécie de lente reflexiva para pensar, falar e expressar sentimentos sobre a vida interior depois que termina a psicoterapia. Todo o processo de conversar com o psicólogo é internalizado de modo que um tipo de “autoterapia” começa onde a psicoterapia real termina. Embora a medicação possa ser essencial para alguns, ela corre o risco de recaída depois que ela é descontinuada. O aspecto "buscar a causa do problema" típico da psicoterapia é um excelente motivo pelo qual os antidepressivos e a terapia em conjunto são considerados mais eficazes.
O trauma psicológico, ou um estado de melancolia ou abatimento geral, pode desencadear diversos sintomas físicos - e a depressão e a ansiedade são bem conhecidas por terem efeitos físicos significativos e, às vezes, debilitantes. Ir à psicoterapia ajuda para essas complicações desapareçam. Muitos estudos mostram que um grande número de doenças físicas são amenizadas quando o doente faz psicoterapia. Quando as pessoas não expressam sentimentos, mas as engolem e as mantém enterradas e fora da consciência, o corpo da pessoa reage! Ele age como um termômetro que sinaliza o perigo! Algo está errado e precisa de atenção. Somatizar através de dores de estômago, dores de cabeça, problemas de sono e úlceras são meramente algumas das maneiras que nosso corpo reage ao estresse e à dor psíquica.
As emoções reprimidas costumam voltar e nos assombrar mais tarde. Isso quer dizer que uma das desvantagens mais significativas de não falar sobre as coisas é que sentimentos e traumas não expressos podem acumular-se e explodir mais tarde. Muitas pessoas evitam falar sobre seus sentimentos sobre uma série de coisas, mas reprimir ou abrandar os sentimentos não faz com que eles desapareçam. Algum motivo pode ocorrer que causa uma explosão, inclusive frente a comentários simples e despretensiosos. Mesmo que você não tenha uma explosão dessas ou um verdadeiro colapso mais tarde, o fato de não processar eventos e emoções cria padrões de pensamento negativos que irão influenciar diferentes áreas de sua vida - seus relacionamentos com seu cônjuge, pais, filhos, amigos, colegas de trabalho e até consigo próprio. Então, entende-los e resolvê-los pode mudar a forma como você lida com essas múltiplas experiências.
Fazendo terapia, aqueles truques para controlar o seu “passivo-agressivo” vão desaparecer, ou seja, quando você sentir raiva (antiga ou recente), ela será processada de tal maneira que não precisará mais ser um “passivo-agressivo”. Em grande parte das pessoas, os sentimentos de raiva são frequentemente expressos de maneira passiva e agressiva, em vez de uma maneira mais direta e menos agressiva. Alguém que se sente menosprezado, por exemplo, pode fazer um comentário sarcástico em resposta, ou não comparecer no horário combinado, como se esquecendo do compromisso. Então, livre-se dessa forma de se expressar passivo-agressivamente - seus entes queridos lhe agradecerão.
Um benefício incrível da terapia é que ela não apenas lhe ajuda a se entender melhor, como também ajuda a entender as outras pessoas. Quando mantemos pensamentos negativos sem processá-los, eles se tornam arraigados para que possamos ver o mundo através desse filtro - e assim fazemos muitas suposições que podem ou não ser verdadeiras. No meu trabalho com pessoas em psicoterapia, elas passam a perceber como muitas vezes criam hipóteses sobre o que uma outra pessoa pretendia. Daí, quando elas checam a realidade perguntando aos amigos o que eles estavam pensando ao dizerem alguma coisa, essas pessoas (clientes da psicoterapia) ficam surpresos ao ouvir que eles eram coisas totalmente diferentes do que supunham. Sem a desordem de suas próprias suposições (muitas vezes equivocadas), é muito mais fácil entender as intenções e motivações dos outros.
Você sabia que a psicoterapia vai lhe ajudar a lidar com futuras situações difíceis? Você provavelmente aceita o fato de que grandes e pequenos problemas surgem de tempos em tempos, logo saber lidar com eles de maneira saudável é uma habilidade essencial. Os conflitos são uma parte da vida cotidiana e é útil ter consciência dos sentimentos em torno do conflito. Se, por exemplo, você está zangado com seu chefe, que está dando mais trabalho exatamente quando você está se preparando para ir embora, é bem provável que ficará ressentido e em conflito com ele. Ao refletir sobre o que está acontecendo “do lado de fora” (as demandas do seu chefe) e “do lado de dentro” (sua crescente raiva, irritação e medo de perder o emprego se disser não), você estará numa posição melhor para resolver a situação. Conversar com as pessoas e refletir sobre os sentimentos e suas causas permite uma maior compreensão de si mesmo. Isso posto, é mais fácil pensar em maneiras de reagir de maneira mais proativa. Aprender a não ser engolido por eventos, mas sim saber a melhor estratégia para lidar com eles, é a grande solução!
Você já notou como aumentar um problema em sua cabeça sempre o leva a lugar nenhum? É muito fácil sentir-se ofuscado por um problema quando, na verdade, ele é apenas uma bolha sem forma na sua cabeça - mas falar sobre isso dá início, meio e fim. E isso lhe ajuda a pensar melhor sobre o assunto. De certa forma, ao pensar no paciente quando está no processo de engajamento na psicoterapia, faço uma analogia com a escrita: quanto mais ele escreve, mais ele sabe o que está tentando dizer, ou seja, quanto mais ele fala do problema na psicoterapia, mais consciente se torna do que está fazendo e do que está sentindo - ansioso, triste, irritado ou frustrado. Assim, fica mais fácil decidir como administrar esses sentimentos ou como agir para aliviá-los. Definitivamente, falar de um problema é sempre útil: ele se torna mais claro, mais lógico e, portanto, mais gerenciável.
Você não está sozinho: ir a um psicólogo pode ser um grande alívio, já que você sabe que está agindo contra o que o aflige. Também é reconfortante saber que você tem um suporte especializado ao qual você pode ir uma vez por semana. E, saber que há muitas outras pessoas com problemas semelhantes ao seu - digamos, divórcio - pode ser muito útil. Não que a miséria adore saber da vida alheia, mas é verdade que ter conhecimento de que existem outros com problemas semelhantes pode ser muito reconfortante para algumas pessoas.
Uma outra coisas muito legal da terapia é que ela pode provocar mudanças no nível do cérebro. Pensamos na medicação como uma mudança no cérebro deprimido, mas há evidências muito convincentes de que a psicoterapia faz o mesmo. Com seus métodos, a psicoterapia demonstrou alterar a atividade no córtex pré-frontal medial, no córtex cingulado anterior, no hipocampo e na amígdala, áreas que estão envolvidas em pensamentos autorreferenciais (pensamentos de preocupação centrados em mim mesmo), controle executivo, emoção e medo. A psicoterapia, portanto, ajuda as pessoas a identificar os padrões de pensamento negativos em que recorrem habitualmente - que sem dúvida estão ligados ao cérebro como sulcos profundos - e substituí-los por novos e mais positivos hábitos mentais e, além de ajudar as pessoas a experimentarem menos sintomas de depressão e ansiedade, também parece provocar mudanças cerebrais mensuráveis.
Seria uma maravilha se você não precisasse mais de medicamentos, especialmente se for através da automedicação. A automedicação para lidar com coisas psicológicas é incrivelmente comum, mas não faz nada para realmente cuidar do que está acontecendo - apenas disfarça. Também cria um ciclo viciante, o que pode exacerbar o problema real. Chegar à causa do problema que ocorreu em seu passado na terapia irá, com o tempo, evitar a vontade de se automedicar. Sou contra essa prática, principalmente sabendo que há inúmeros médicos psiquiatras competentes para indicar a melhor medicação para cada caso. Ao não viver pelas coisas negativas do passado, a necessidade de evitá-las - e a si mesmo - desaparecerá.
A melhor coisa sobre como lidar com os seus próprios dilemas é que, se você tem filhos, isso lhe ajudará a ensinar-lhes uma maneira melhor de viver. Os pais podem ajudar seus filhos a aprender um vocabulário de sentimentos desde o início, modelando-os por si mesmos e isso dá às crianças a sensação de que não é apenas bom, mas saudável se expressar através de todas as cores de suas emoções. É importante expressar raiva quando eles sentem que foram ignorados ou tratados injustamente ou quando alguém diz algo doloroso. A alternativa é reprimir o sentimento, sentir-se ressentido ou talvez encenar a raiva por um comportamento desafiador. A hora de começar a falar sobre sentimentos é o mais cedo possível.
As pessoas estão começando a se abrir mais sobre suas lutas pessoais e problemas de saúde mental e o estigma está desaparecendo. Se você acha que a psicoterapia irá beneficiá-lo, vá em frente e faça psicoterapia – você não vai se arrepender, eu garanto!
Abração e cuide de sua saúde mental!
Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler sobre a Ansiedade!

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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A DOENÇA PSICOSSOMÁTICA

O que é uma doença psicossomática?

Isso é muito comum e muita gente usa a essa expressão com muita frequência, se bem que muitos se referem erroneamente a uma doença psicológica. O termo “distúrbio psicossomático” ou “doença psicossomática” é usado principalmente para designar uma doença física causada ou agravada por fatores mentais e/ou psicológicos, porém o termo também é usado quando esses fatores mentais e psicológicos causam sintomas físicos, mesmo não havendo a doença física. Um bom exemplo disso é quando uma pessoa sente dor no peito: deve procurar socorro por causa do risco mas essa dor pode estar sendo causada pelo estresse mesmo que nenhuma doença física possa ser encontrada.

Algumas doenças do corpo são consideradas como propensas a agravamentos causados por fatores mentais e psicológicos tais como como o estresse e a ansiedade. Isso significa que, a qualquer momento, o estado mental e psicológico de uma pessoa pode afetar o grau de gravidade de uma doença no corpo, sendo, então, os sintomas físicos - causados ​​por esses fatores mentais e psicológicos - chamados de desordens de somatização, somatoformes ou doenças psicossomáticas. Estes sintomas ocorrem devido ao aumento da atividade dos impulsos nervosos enviados do cérebro para várias partes do corpo em razão da força da alteração psicológica que está ocorrendo na pessoa.

Vários fatores podem contribuir para o surgimento dos transtornos psicossomáticos, como traços de personalidade, influências familiares genéticas ou ambientais, fatores biológicos, comportamento aprendido e muitos outros.

Como os fatores mentais podem afetar as condições físicas?

Há uma ampla gama de doenças e condições físicas que podem ser especialmente propensas ao agravamento por fatores mentais e psicológicos. Dentre estas, estão as doenças de pele (como eczema e psoríase), a pressão alta, os problemas cardíacos e várias outras. Deve-se registrar que os distúrbios psicossomáticos afetam freqüentemente os sistemas respiratório e gastrointestinal, bem como o sistema cardiovascular. Os distúrbios psicossomáticos podem ter efeitos leves a graves na qualidade de vida das pessoas, que vão desde interferir com a capacidade normal de funcionar até causar incapacidade física ou mental.

Os transtornos psicossomáticos são tratados com psicoterapia, e em casos bem graves, em concomitância com tratamento medicamentoso. A psicoterapia ajuda os pacientes a aprender novas maneiras de lidar e resolver seus problemas à medida que eles obtêm uma compreensão mais profunda de sua condição ou circunstâncias. Os pacientes também aprenderão a estabelecer metas de vida realistas e a identificar e mudar comportamentos ou pensamentos que tenham efeitos negativos em suas vidas.

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Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Psicologia Clínica (graduando) e Autismo.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

FÃ OU FANÁTICO? REFLEXÕES SOBRE ESSE COMPORTAMENTO

O clima no Brasil está muito “intenso”, razão suficiente para fazer uma reflexão a respeito. Por que tantas pessoas desenvolvem conexões emocionais tão fortes com políticos, celebridades e outras figuras públicas?
Inicialmente devemos entender que as pessoas têm uma necessidade inata de buscar conexões, se encaixar numa hierarquia social e criar sua "comunidade idealizada" com seus líderes e fãs. Ou seja, quando procuramos por eles, procuramos por conexões, porém muitos se esquecem que é preciso ter cuidado para não se tornarem fãs demais. Quero dizer, que o perigo é tornar-se fanático, o que pode ser descrito por duas características básicas: a absorção da individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. Considere “individualidade” como a combinação única de fatores que faz de cada pessoa um ser único e insubstituível. Quanto mais diferentes, menos as pessoas podem ser reduzidas a traços gerais e mais exigem a compreensão do seu jeito pessoal. Isso implica em dizer que só de maneira parcial e deficiente é que a personalidade criadora se enquadra em categorias gerais como “estilo de época”, “ideologia de classe”, etc., algo que os estudiosos sociais inventaram para falar de médias humanas indistintas, mas que o medíocre insiste em aplicar como camisas de força a tudo o que vá além da média. Veja que em insistir, já há a evidência, de forma disfarçada, do fanatismo ao qual me refiro.
O fanatismo traz à sociedade uma espécie de recorte das individualidades baseando-se numa mediocridade-padrão. Adeptos fanáticos de políticos ou de partidos, por exemplo, acabam limitando o papel dos demais, agindo, portanto, como se fossem verdadeiros gênios da mediocridade e codificadores do fanatismo. Não considere fanatismo apenas na interpretação comum da exaltação frenética. O verdadeiro fanatismo, manifesta-se sereno e moderadamente, sem a necessidade de ser irritadiço, nervoso ou raivoso. Apenas, ele está tão afinado com a ideologia coletiva que ela basta como canal para a expressão de seus sentimentos, vivências e aspirações.
De fato, não há como não notar que, de uns tempos para cá, as pessoas estão manifestando opiniões cada vez mais radicais, seja sobre política, sexualidade, direitos humanos, religião, etc. Traduzindo: os casos de fanatismo vêm ganhando proeminência. As redes sociais parecem facilitar a divulgação desse tipo de mensagem, que acaba encontrando eco entre outros radicais e se retroalimentando. Trata-se de discursos cheios de extremismo, de uma obsessão descontrolada por um conceito, um personagem ou uma pessoa, algo que, na verdade, numa visão psicológica, acaba sendo prejudicial tanto ao fanático como para quem convive com ele.
o que está por trás do fanatismo? Seria uma forma de ocultar fragilidade e insegurança? Acho importante entender as bases dessa radicalização, até mesmo porque não se trata de um movimento exclusivo do Brasil, mas que vem ganhando força em todas as sociedades.
Claro que uma coisa em comum é a adesão incondicional à "causa", uma adesão sem diferenças nem limites, a ponto de tornar o fanático cego às outras possibilidades e disposto a fazer o inimaginável para defender suas ideias. Com esse tipo de postura, evidentemente é impossível manter um diálogo saudável. Isso sugere um narcisismo coletivo que, frente a diferenças de opiniões, pode fazer com que as pessoas reajam agressivamente, com dificuldade para ouvir, expressando ódio, preconceitos, estreitamento mental e competitividade (vendo o que não pensa igual  a ele como um inimigo). A mim, dá a certeza de que estão construindo muros que protegem um espaço para os iguais e que divide o mundo entre os que pensam como eles e "os outros", criando-se, consequentemente, a figura do inimigo, além de acarretar em falta de empatia e de compaixão. Para um psicólogo, são razões para muita preocupação pois essas pessoas estão se aprisionando em convicções ao invés de libertarem-se. A gravidade é maior se lembrarmos dos estudos que indicam que “é mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passar a adotar um comportamento tolerante”. Isso estaria associado a uma estrutura mental adquirida, permeada por distorções cognitivas. Em termos neurológicos, fala-se que essas pessoas desenvolveram uma "rígida rede neural" por meio da qual certos caminhos neuronais em seus cérebros foram tão fortemente reforçados que faz com que eles mantenham idéias e opiniões contra evidências contrárias opostas. 
Uma outra vertente para reflexões é a seguinte: seria, o fanatismo, uma resposta à insegurança e o medo ao julgamento dos demais, funcionando como um escudo de proteção? Quer dizer, a pessoa se fecha em convicções “inquestionáveis” para não ter que lidar com a sua própria fragilidade?
Em minha opinião, os fatores promotores do fanatismo são:
  • Rápidas mudanças sociais - em tecnologia, oportunidades econômicas, mudanças durante a vida, tradições, ideais, valores, expectativas, etc.
  • O fato das pessoas se sentirem desconectadas do passado, assustadas no presente e sem controle do futuro.
  • Competição feroz e globalização.
  • Sentimento de que os outros estão adquirindo status e recursos que poderiam "ser seus".
  • A ilusória sensação de conforto em pertencer a uma comunidade fechada composta por pessoas com a mesma opinião.
  • Privação e desigualdade socioeconômica.
  • Líderes carismáticos que, de modo confiante, fazem grandes promessas oferecendo prosperidade, segurança e estabilidade.
O fanatismo (en passant, um fenômeno mundial) está aumentando talvez por conta de uma superpopulação esmagadora no mundo.  No Brasil, a fome, a eterna seca e a pobreza aliam-se à migrações populacionais, à turbulência política e instabilidade social, e participam do enfraquecimento das normas culturais de consenso anteriores. Questionamentos ideológicos que levam à dissolução dos laços familiares é uma razão importante para o crescimento do fanatismo, assim como a crescente concentração da riqueza e tantos outros motivos que o espaço não seria suficiente nem adequado para discutir. Entretanto, não se pode deixar de mencionar o oportunismo de líderes fanáticos capazes  de transmitir uma mensagem simples com poderosa convicção e constante propaganda, líderes que negam a verdade, manipulam a realidade objetiva, distorcem fatos e criam notícias falsas, líderes que são intolerantes à contradição e destroem a oposição, deslegitimam e censuram visões alternativas, líderes que dividem as questões e as pessoas nitidamente em boas e más e que criam bodes expiatórios e alvos de ódio.
Quanto ao seguidor fanático de um líder fanático, trata-se de uma pessoa que busca uma resposta simples, proteção contra o mal imaginado, senso de comunidade, sentir-se importante e se sentir melhor do que os "outros", garantir direitos e recursos especiais, nesta vida ou na próxima, redenção, vingança, etc.
O fanatismo é uma doença como o alcoolismo. Fanatismo gera fanatismo num ciclo vicioso retroalimentado. Fanáticos, ideólogos e absolutistas são alguns dos flagelos da humanidade. As verdades absolutas que os fanáticos adotam podem ser religiosas ou políticas, de direita ou de esquerda, cristãs ou islâmicas, libertárias ou comunistas, da nova era espiritual ou das religiões antigas. Importante dizer que não é o que eles acreditam que os torna fanáticos, mas a forma como eles acreditam nisso, pensando que possuem uma palavra final e que não precisam considerar mais evidências, não precisam se perguntar ou duvidar novamente. O fanatismo é uma droga. Solto na sociedade é como crack ou álcool. Fanáticos conduzem a vida como alcoólatras que acham que estão perfeitamente bem ao volante, mas que matam pessoas inocentes, às vezes coletivamente. Porém, sabemos que viver em conflito é viver em tormento, e esse tormento tem a função de curar, assim como uma dor tem a função de mostrar que estamos feridos e precisamos cuidar do machucado. Nossa sociedade está ferida e devemos entender isso.
A sociedade deve reconhecer-se contendo grupos fanáticos e agir para reduzir esse mal. Para isso, sugiro considerar a capacitação das pessoas, dando-lhes um senso de responsabilidade pela comunidade, educá-los para que possam e saibam distinguir fatos reais de falsidades sorrateiras (fake news), encorajando-os a ver através das propagandas no rádio, nas redes sociais e nos noticiários falsos de determinados poderes televisivos.
O fanatismo prospera onde há privação e desigualdade. Se queremos reduzi-lo, devemos tornar o mundo um lugar melhor - reduzindo a desigualdade, promovendo a justiça social e garantindo uma vida digna de ser vivida. Sempre haverá fanáticos racistas, misóginos, homofóbicos, anti-migrantes, opositores às diversas religiões, indivíduos contrários ao empoderamento feminino, etc. Mas eles devem ser contidos, nunca incentivados como vem ocorrendo ou mesmo explorados por políticos de nosso país. E a luta não é apenas em nosso território. Aqui somos apenas um exemplo grotesco de um fenômeno mundial. O fanatismo continuará a prosperar, a menos que enfrentemos suas causas na superpopulação, na desigualdade , na falta de justiça social, na ausência de fraternidade e na degradação. Trata-se de um problema para a humanidade e a consciência planetária resolver.
Encerrando, comento sobre o momento eleitoral. Sabemos que no Brasil existem importantes líderes fanáticos e suas significativas legiões. Será que nunca serão curados, nem seus seguidores fanáticos? Certamente muitos dos apoiadores desses políticos são pessoas muito mais razoáveis do que como vem se apresentando, pessoas temporariamente enganadas neste momento, mas que provavelmente retornarão à racionalidade e moderação quando o nosso querido Brasil encontrar sua vocação e tranquilamente caminhar rumo a um futuro auspicioso. À vista disso, devemos ponderar cuidadosamente e eleger líderes que não sejam energúmenos, psicopatas ou maníacos, e sim, líderes que nos unam como um só povo, em vez de encorajar divisões fanáticas e autodestrutivas como vem ocorrendo até hoje.
Um abração e boas eleições!
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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar
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