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SOMOS ESCRAVOS CANSADOS NUMA CULTURA DE POSITIVIDADE

Enfim, mais uma vez subjugados: as pessoas transformaram-se em escravos cansados numa cultura de positividade!

Ao assistir uma palestra sobre como arquitetamos as formas de viver, fiz um comentário de que necessitamos sempre pensar em soluções não apenas de abrangência social como também de âmbito psicológico para que o ser humano tenha uma melhor qualidade e possibilidade de reação. Ao término da palestra, “meu Sensei” falou, num misto de vibração, energia e determinação, que estamos vivendo a “sociedade do cansaço” e que era importante que eu lesse a tese do filósofo coreano Byung-Chul Han sobre isso para pensar nas soluções as quais me referi. Bem, como obediente aprendiz, fiz isso e aqui quero apresentar algumas conclusões a respeito, agradecendo ao Sensei Prof. e Irmão Ricardo Mário Gonçalves por mais essa orientação.
Vivemos em uma era de exaustão e fadiga, causada por uma incessante compulsão em executar. Esse é um dos pontos centrais da “Sociedade do Cansaço”. Metaforicamente, pode-se dizer que o século XX foi uma era "imunológica". Cabe essa expressão porque infecções por vírus e bactérias que provocaram respostas imunes estavam entre as principais causas de doenças e morte e porque o surgimento de vacinas e antibióticos ajudou a vencer essas ameaças. Mas essa metáfora pode ser estendida a eventos políticos e sociai: assim como o sistema imunológico reconhece bactérias e vírus como "estranhos" que precisam ser eliminados para proteger o "eu", as guerras mundiais e a guerra fria também foram caracterizadas por uma definição clara de "nós" versus "eles". O século XXI, por outro lado, é uma era "psicológica / mental" caracterizada por doenças como depressão, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), síndrome de Burnout, transtorno de personalidade limítrofe e outras. Diferentemente das doenças da era imunológica - onde havia uma clara distinção entre os micróbios inimigos (os estranhos) que precisavam ser eliminados e o eu - essas doenças da psique dificultam a atribuição de um status inimigo. Quem são os "inimigos" da síndrome de burnout ou da depressão? O nosso ambiente? Os nossos empregadores? As nossas próprias decisões e escolhas de vida? Estamos em guerra conosco nessas condições "psicológicas / mentais"? Segundo Byung-Chul Han, essa mudança nas doenças é refletida por uma mudança política de um mundo globalizado, onde é cada vez mais difícil definir o "eu" e o "outro / estranho". Podemos tentar atribuir um status de “mocinho” e “bandido” para navegar no século XXI, mas temos que aceitar que estamos tão interconectados que essas abordagens do século XX não são mais aplicáveis.
É verdade que o combate bem-sucedido contra as doenças infecciosas é uma das grandes vitórias na área da saúde no século XX, mas essas batalhas estão longe de terminar. O recente medo do vírus Ebola, a persistência da resistência à malária, o insuficiente tratamento do HIV e o surgimento de bactérias resistentes a vários medicamentos indicam que a imunologia e as doenças infecciosas desempenharão papéis centrais nas pesquisas biomédicas do século XXI. A visão de que o sistema imunológico claramente distingue entre "eu" e "estranho" também é excessivamente simplista porque ignora que doenças autoimunes - muitas das quais estão em ascensão e para as quais ainda temos opções de tratamento muito limitadas - são exemplos imunológicos de onde o "eu" se destrói. Embora a neuropsicologia  (ou neurociência)  venha a ser, provavelmente, o foco da pesquisa biomédica, parece uma escolha estranha selecionar algumas doenças psiquiátricas como representando o século XXI, ignorando doenças neurodegenerativas importantes como demência de Alzheimer, derrame ou Parkinson. Ele também confunde doenças psiquiátricas específicas com o aumento generalizado da fadiga e exaustão percebidas.
Ainda sobre o século XXI, a razão pela qual tantas vezes nos sentimos exaustos e cansados ​​é porque estamos cercados por uma cultura de positividade. No trabalho, assistindo TV em casa ou navegando na Internet, somos inundados por mensagens não tão sutis do que podemos fazer. Por exemplo, lembremo-nos do slogan "Sim, podemos" (Yes, we can) da campanha presidencial de Obama nos EUA. A expressão "Sim, podemos" exala positividade, sugerindo que tudo o que precisamos fazer é nos esforçarmos mais e que pode não haver limites para o que queremos alcançar. O mesmo se aplica ao slogan da Nike “Just Do It” (em tradução livre, “simplesmente faça”) e aos milhares de livros de autoajuda publicados a cada ano, que reforçam o imperativo de pensamento positivo e ações positivas.
Sobre o pensamento de Byung-Chul Han, para mim ficou claro que aqui está o cerne da tese de Han: "Sim, podemos" soa como um slogan “empoderador”, indicando nossa liberdade e potencial ilimitado. Mas essa é uma liberdade ilusória, porque a mensagem incluída em "Sim, podemos" é "Sim, devemos". Em vez de viver em uma sociedade disciplinar do passado, onde nosso comportamento era claramente regulado por proibições e mandamentos da sociedade, agora vivemos em uma sociedade da conquista na qual sucumbimos voluntariamente à pressão de sermos sempre conquistadores e vencedores. A sociedade da conquista não é menos restritiva que a sociedade disciplinar. Não estamos mais sujeitos a proibições que vem de fora de cada um de nós, mas internalizamos os mandatos de conquista, sempre nos esforçando para fazer mais. Nós nos tornamos escravos da cultura da positividade, subjugados pelo imperativo "Sim, deveríamos". Em vez de considerar cuidadosamente se devemos ou não buscar uma meta, o mero conhecimento de que poderíamos alcançá-la nos obriga a lutar por essa meta. A adoção da cultura "Sim, podemos" acorrenta-nos a uma vida de auto-exploração e tornamo-nos cegos pela paixão e pela determinação... até entrarmos em colapso! Han usa a triste expressão “exaustão, fadiga e asfixia" para descrever o impacto que um excesso de positividade tem, uma vez que renunciamos à nossa capacidade de dizer "não" às demandas da sociedade por conquistas. Continuamos até nossas mentes e corpos se exaurirem e “encolherem” e é por isso que vivemos em um estado contínuo de exaustão e fadiga. O multitarefismo não é um sinal de progresso civilizacional; é, na verdade, um indicador de regressão, pois resulta em um estado de atenção amplo, mas bastante superficial, e, portanto, impede a verdadeira contemplação da vida.
Pensemos nesse conceito no ambiente de trabalho. Os trabalhadores, com uma atitude de "poder fazer", são elogiados, mas não há uma placa enaltecendo e comemorando a atitude de "poder contemplar" dos funcionários. Em uma sociedade de realizações, os empregadores não precisam mais nos explorar porque assumimos voluntariamente mais e mais tarefas para provar nossa própria autoestima.
Isso faz lembrar Bertrand Russell (em Um Elogio da Ociosidade), no qual ele propõe a redução da carga de trabalho para apenas quatro horas por dia: num mundo em que ninguém é obrigado a trabalhar mais de quatro horas por dia, todas as pessoas que possuem curiosidade científica poderão satisfazê-la, e todo pintor poderá pintar sem passar fome, quaisquer que sejam os seus quadros. Os jovens escritores não serão obrigados a chamar a atenção para si mesmos com o objetivo de adquirir a independência econômica necessária para obras monumentais, pelas quais, quando chegar a hora, perderão o gosto e a capacidade. Homens que, em seu trabalho profissional, se interessaram por alguma fase da economia ou do governo, serão capazes de desenvolver suas idéias sem o distanciamento acadêmico que faz com que o trabalho dos economistas universitários pareça frequentemente inexistente. Os médicos terão tempo para aprender sobre o progresso da medicina; os professores não terão muita dificuldade para ensinar, por métodos rotineiros, coisas que aprenderam em sua juventude, que podem, no intervalo, provar ser falsas. Acima de tudo, haverá felicidade e alegria de viver, em vez de nervos desgastados, cansaço e gastrite. O trabalho exigido será suficiente para se tornar um lazer
agradável, mas não o suficiente para produzir exaustão. Como os homens não se cansam no tempo livre, eles não exigem apenas divertimentos passivos e insípidos. Provavelmente pelo menos um por cento dedicará o tempo não gasto em trabalho profissional a atividades de alguma importância pública e, como não dependerão dessas atividades para sua subsistência, sua originalidade não será impedida e não haverá necessidade de se adequar aos padrões estabelecidos por especialistas idosos. Mas não é apenas nesses casos excepcionais que as vantagens do lazer aparecerão. Homens e mulheres comuns, tendo a oportunidade de uma vida feliz, tornar-se-ão mais gentis, menos perseguidores e menos inclinados a ver os outros como suspeitos.
Enquanto Russell propõe a redução das horas de trabalho como uma solução, a crítica de Byung-Chul Han à sociedade de realizações, seu impacto na fadiga e mal-estar generalizados não se limita ao nosso local de trabalho. Ao aceitar o mandato de conquista e hiperatividade contínuas, aplicamos essa abordagem também ao nosso tempo de lazer. Seja contando os passos que seguimos com nossos rastreadores de atividades físicas ou acumulando visitas de museus como turistas de forma competitiva, nossa obsessão por conquistas permeia todos os aspectos de nossas vidas.
Existe uma saída para este ciclo vicioso de excesso de positividade e exaustão persistente?
Sim!, precisamos estar atentos ao nosso direito de recusar. Em vez de acumular tarefas para nós mesmos durante o trabalho e o lazer, precisamos reconhecer o valor e a força de dizer "não". A solução talvez seja aceitar as formas de geração de cansaço consequentes das oportunidades de descanso e regeneração. Os dias de fim de semana podem ser vistos como dias reservados para tarefas domésticas e de lazer que não podemos realizar durante os dias de trabalho regulares. Ressuscitando o fim de semana como tempo para descanso, ociosidade e contemplação, podemos escapar do ciclo de exaustão. Em adição, penso que será imprescindível que as pessoas saiam do sobreviver histérico e deixem de ser zumbis do desempenho, da cirurgia plástica e do botox. Viver o belo real e autêntico é viver o sagrado que há em cada um de nós, uma experiencia que nos remete a uma condição em que podíamos ver a vida como uma festa com e para os Deuses. A mudança é dramática porém fundamental: temos que desacelerar! E nesse sentido, permito-me ser bastante simplista nessas sugestões finais:
Tenha uma orientação filosófica em sua vida: as pessoas são bem sucedidas (verdadeiramente) na vida, não devido ao seu comportamento ajustado à sociedade neoliberal - muito pelo contrário! Um princípio fundamental e que nunca deveria ser esquecido é que o impulso da energia criativa será sempre enfraquecida pela execução repetitiva, inconsciente e compulsiva. O impulso da vida com felicidade não precisa ter um ritmo frenético para adquirir mais coisas no menor tempo possível: é saber lidar com o tempo com um calendário e não controlá-lo com um cronômetro.
Mude o padrão de seu comportamento: nunca é tarde para se mudar um estilo de vida. Muitos indivíduos vacilam ao começarem a mudar seus padrões de comportamento, não por acharem impossível a tarefa, mas por temerem que, sem este padrão, encontrarão a ruína econômica e profissional. Este medo, contudo, é absurdo e desnecessário.
Reavalie a sua autoestima: para se alcançar um estado de calma e serenidade é necessário, ao indivíduo acometido pela busca incessante de novas conquistas, efetuar uma acurada autoavaliação de suas capacidades e deficiências como indivíduos.
Recupere sua personalidade global: antes de mais nada, é preciso uma profunda reflexão. Reserve algumas horas do dia para atividades que nada tenham a ver com sua vocação normal, amplie suas esferas de interesses e prazer, seus horizontes culturais e intelectuais. Além disso, abra-se o máximo possível a novas amizades, principalmente a aquelas que reforçarem seus novos interesses. Viva e aproveite os momentos de prazer, enquanto estes estiverem ocorrendo. Depois guarde-os mentalmente e procure lembrar-se deles nas horas vagas. Em resumo, introduza um elemento de imprevisibilidade em sua vida.
Estabeleça objetivos para a vida: de um modo geral, estabeleça dois grupos de objetivos. O primeiro, seus objetivos profissionais. O segundo, os que deseja realizar em sua vida particular. Estes últimos são responsáveis não somente para dar significação e prazer, mas também para impedí-lo a ter uma hiperatividade sem controle, na vida profissional.
Entre mais em contato com o mito, o rito e a tradição: é importante tentar resgatar o prazer e a alegria existente em reuniões de família, datas de comemorações, em pequenos atos como ir ao teatro com amigos, comemorações anuais diversas, etc. É muito comum em pessoas da sociedade do cansaço ficarem irritados em tais ocasiões, por as considerarem uma perda de tempo. Mas não se sinta obrigado a participar de tudo.
Deixe os meios justificarem o fim: não pense que todo o seu esforço e trabalho será recompensado no “fim” de sua vida. Ao contrário, é importante viver e tentar sentir prazer nas pequenas coisas cotidianas, mesmo que elas possam num primeiro instante, parecer ridículas.
Cure-se da “Doença da Pressa”: em primeiro lugar, é importante revisar o programa diário de atividades, com a finalidade de se eliminar todos os eventos e atividades possíveis que não contribuam diretamente para seu bem-estar. Além disso, aumente em alguns minutos, os pequenos hábitos do dia-a-dia: tomar café, o almoço, etc.
Procure estar só: para começar a pensar, meditar e filosofar de maneira diferente, é necessário estar só, sem interferência da família, amigos, telefone, etc. Procure organizar melhor, e diminuir o rítmo de suas tarefas, deixando assim algum tempo para estar só, o que certamente ajudá-lo-á na sua autoanálise.
Reestruture-se para atingir algo “Digno de Ser”: é importante manter-se livre de opiniões pré-concebidas; julgue-as quando muito, como sendo provisoriamente corretas. Examine-as criticamente, e não se envergonhe em abandoná-las caso venham a ser comprovadamente falsas ou se não lhe dizem respeito. Consolide amizades e conhecimentos, principalmente extra-trabalho. Guarde algum tempo para leituras, idas ao cinema, teatro, etc., além de tempo para recordar-se de momentos de prazer no passado.
Enfim, é mister que seja realizada uma revisão do modo de viver. Temos que saber e poder dar um passo atrás e praticar o "não fazer". O conceito de "não fazer" se assemelha a elementos do taoísmo e da atenção plena, na medida em que enfatiza que não precisamos fazer coisas constantemente. Em vez disso, o “não fazer” permite que as coisas se desenvolvam no seu próprio ritmo. Num mundo em que pausas e pausas são cada vez mais curtas, se houver, precisamos considerar a importância de recuar e a necessidade de desenvolver a capacidade de resistir à multidão de atrações disponíveis. Somente quando admitimos a importância da perspectiva, do tédio e da capacidade de rejeitar essas muitas atrações que o mundo moderno oferece é que poderemos desfrutar de um cansaço bem merecido, em vez de uma fadiga exaustiva. Enfim, temos que aprender a “não fazer” num mundo obcecado por “fazer” e ser economicamente produtivo.
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Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marcação de consultas pelo Cel. / Whatsapp 11.94111-3637



SIM, É POSSÍVEL DEIXAR DE USAR COCAÍNA!

(Série: Reeditando artigos interessantes)

Infelizmente, há um enorme contingente de pessoas usando drogas, cada uma com a sua própria motivação. Alguns, por curiosidade, porque os seus amigos também o fazem, outros para fugir ao tédio ou das preocupações. Há aqueles que usam para alterar o estado de espírito, ou porque acham divertido ou porque é algo que está na moda. A pessoa pode continuar a usar a droga porque lhe dá uma espécie de gozo / prazer ou porque faz parte da sua vida social ou cultural - a isto se dá o nome, muitas vezes, de uso da droga para efeitos recreativos.

Por vezes, as drogas podem tornar-se uma importante parte da vida, sendo isso devido a problemas de ordem emocional, psicológica ou social que estiver passando. Algumas drogas podem tornar a pessoa viciada, logo perdendo o controle sobre o seu uso e passando a crer que que não consegue funcionar sem a droga.

Nesse artigo, gostaria de abordar uma das drogas mais usadas que é a cocaína, especialmente para as pessoas que, finalmente, perceberam os seus efeitos nocivo e como ela está afetando negativamente suas vidas; certamente essas pessoas gostariam de saber como parar de usar cocaína. Gostaria de mostrar a elas que há formas de tentar, por si mesmas, parar de usar essa terrível droga.

Quando uma pessoa experimenta a cocaína, isso resulta numa euforia inicial intensa; a pessoa, então, deseja voltar a usá-la, na tentativa de alcançar/repetir o prazer eufórico descoberto na primeira vez que fez uso. Em outras palavras, uma vez usada, o corpo muda e a euforia inicial surpreendente mantém os usuários perseguindo essa euforia compulsivamente, porém sem conseguir o resultado inicial. Por mais que tente – cheirando, injetando ou fumando - essa intensa euforia inicial sempre será evasiva.

Parar de usar cocaína não é fácil, não quero mentir! Mas se a pessoa estiver na direção correta, há uma chance significativa de interromper o uso. No corpo humano, existem os neurotransmissores - especificamente dopamina, serotonina e norepinefrina - que regulam várias sensações agradáveis. A cocaína aumenta esses níveis, causando sensações eufóricas ... e rapidamente tornando-se viciante. Deixar de usar  cocaína é mais fácil de dizer do que fazer! E tal como ocorre no início do hábito, há consequências também no abandono da droga. Alguns sintomas de abstinência são: forte desejo por cocaína, ansiedade, depressão, paranoia, alucinações, fadiga, inquietação, problemas de apetite, ilusões, etc. Há também o fato de que havendo a falta de sinais físicos de dependência de cocaína, muitos se convencem de que não são viciados.

Alguns dos sintomas de abstinência emocional são cansaço, depressão, ansiedade, humor variável, energia variável, baixo entusiasmo, fraca concentração, problemas de sono, etc.

Muitos acreditam que a única maneira de parar com a cocaína é através de uma estadia num centro de desintoxicação e reabilitação. Esse pensamento não surpreende, e, de fato, a permanência num centro de desintoxicação permite que uma equipe médica monitore e estabilize a saúde do paciente durante todo o processo, o qual é realmente estressante. Além disso, a equipe médica poderá prescrever medicamentos que aliviam os efeitos da abstinência.
Mas será essa a única forma de se livrar da cocaína? Existem fatores que o paciente em recuperação precisa ter em mente e etapas que deve seguir para ter sucesso nessa empreitada. Há um certo consenso de que as etapas a seguir, se feitas da maneira correta, podem ajudar a pessoa a deixar de usar a cocaína em menos de 30 dias. Veja quais são essas etapas:
  • Preencha seus dias: o tempo ocioso fertiliza a mente para ter muitas lembranças, o que pode aumentar ainda mais a vontade de usar a droga. Então, preencha sua agenda. Exercite-se, socialize-se, complete os projetos de casa, inscreva-se em novos cursos. Use uma agenda para anotar suas metas e as conquistas que você já realizou. Por quê? O desejo de usar a cocaína é sensível ao tempo - com duração de cerca de 2 a 3 horas. Se você se cansar o suficiente para adormecer profundamente, é muito provável que você acorde sem o desejo de consumir drogas.
  • Frequente sessões de psicoterapia ou aconselhamento psicológico: Como uma continuação da cessação da cocaína, um psicoterapeuta individual irá ajudá-lo a compreender os vários fatores que podem ter levado você a usar ou continuar usando cocaína. Você também poderá quebrar o pensamento mágico relacionado ao seu uso (por exemplo, "a cocaína pode resolver meus problemas"). Além disso, o tratamento com um psicólogo ajudará a reparar os relacionamentos danificados devido ao abuso de cocaína.
  • Monte um sistema de apoio: Muitos podem tentar resolver por conta própria, a fim de evitar quaisquer expectativas de amigos e familiares. Mas, ao compartilhar sua experiência com eles, você obtém motivação e apoio, além de conseguir um reforço positivo para as tarefas nas quais você progrediu. É interessante também  criar sistemas de apoio participando de grupos de apoio como “Narcóticos Anônimos”. As experiências daquelas pessoas que estão passando por situações semelhantes podem servir como motivação para sua própria jornada.
  • Abstenha-se completamente (e isso é fundamental): abandonar a cocaína pode se tornar mais motivador quando você se recompensa - que tal um vestido novo, um restaurante favorito, uma jaqueta bonita ou um passeio a um evento especial? Abstenha-se de celebrar com álcool ou usar outras drogas para lidar com os seus desejos por cocaína – refiro-me, em especial, a maconha, crack, heroína, LSD ou álcool. A abstinência total é importante porque o uso de outras drogas reduz a sua resistência à vontade de usar cocaína e pode causar o retorno ao uso compulsivo da droga.
  • Reconheça seus gatilhos: saiba quais fatores desencadeiam a sua vontade de consumir cocaína. Faça uma lista desses gatilhos. Ao reconhecê-los, mesmo que não consiga evitá-los na totalidade, você estará mais preparado para eles. Pense nesse processo como semelhante à construção de um muro ao seu redor para manter-se distante das influências indesejáveis.
  • Exercite-se e mantenha uma dieta saudável: o exercício libera produtos naturais que geram prazer e que ajudarão a diminuir o desejo pelo prazer sentido após o uso da cocaína. Mantenha um horário regular para dormir à noite e acordar de manhã. A cocaína tende a desidratar severamente o corpo e isso ocorre porque os usuários costumam ter apetites reprimidos e não consomem quantidades adequadas de líquidos. Coma refeições em porções adequadas três vezes ao dia ou refeições com porções menores ao longo do dia, e consuma muitos sucos e água. Ainda assim vai demorar para o seu corpo se recuperar dos efeitos da cocaína.
  • Gerencie seus estressores: o álcool é conhecido por ser um gatilho comum para ex-usuários de cocaína. Se você também sofre de dependência de álcool, então procure ajuda para tratar do alcoolismo. Mas drogas e álcool não são os únicos possíveis gatilhos. O uso excessivo de cafeína e nicotina também são fatores que diminuem as inibições e aumentam sua suscetibilidade ao desejo por cocaína. Envolva-se em atividades que aliviam o estresse e que inibem o uso de cafeína / nicotina. Exemplos de algumas dessas atividades para aliviar o estresse são meditação, exercícios de relaxamento, períodos regulares de descanso e ioga.
  • Ocupe-se de seus amigos: associados com desejos são os gatilhos de pensamento, gatilhos de sentimento e gatilhos comportamentais. Altere o grupo de amigos com quem você se associa deixando de lado os amigos dos tempos em que usava a droga - eles podem lhe estimular a voltar a ser um adicto! Escolha seus amigos com sabedoria.
A cocaína não precisa ser o fim! Ela é uma substância mortal, altamente viciante e potente. Mas não é impossível escapar de seu alcance. Se o paciente acreditar nisso, suas chances de sucesso são elevadas. A cocaína destrói vidas e famílias perfeitamente saudáveis ​​e normais.

Deve haver uma conscientização quanto à necessidade de desenvolver hábitos positivos e um estilo de vida saudável. Isso não só “conserta” a pessoa como também a mantém longe das recaídas. A verdade é que não há respostas fáceis aos problemas causados pelo uso da droga, mas conhecer os fatos pode ajudar a lidar com os problemas causados por elas.

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A AMIZADE CODEPENDENTE


Qual é a diferença entre uma amizade próxima e uma co-dependente?
Fonte: Allen B. Wrisely, Por Miami U. Bibliotecas – Coleções Digitais [Sem restrições ou domínio público], via Wikimedia Commons
Amizades, como outras relações íntimas, podem ser codependentes. Recentemente me perguntaram qual é a diferença entre uma amizade próxima e uma amizade co-dependente. É uma boa pergunta, porque para mim há uma grande diferença entre a proximidade de uma amizade saudável e a proximidade da amizade insalubre e co-dependente.
Deixe-me começar com seis coisas que caracterizam relacionamentos íntimos (íntimos) saudáveis, incluindo amizades íntimas:
1. Interdependência comportamental . O cotidiano dos parceiros está entrelaçado e o que está acontecendo na vida de um dos parceiros afeta a vida do outro e vice-versa. Embora exista um alto nível de integração de self / other e suas vidas se sobreponham significativamente, ambos os parceiros também mantêm identidades, atividades e relacionamentos independentes.
2. Precisa de cumprimento . Em relacionamentos íntimos, os parceiros satisfazem as necessidades uns dos outros, como a necessidade de compartilhar medos / preocupações, a necessidade de nutrir, a necessidade de assistência e a necessidade de importar para alguém.
3. Um alto nível de confiança . Ambos os parceiros podem confiar no outro para ser confiável. Eles podem contar uns com os outros para fazer o que prometeram e ter as costas um do outro. Eles confiam uns nos outros para estar lá por apoio emocional, e que a outra pessoa pode ser confiável com informações emocionais (por exemplo, um parceiro não usa o que sabe sobre os problemas emocionais do outro para manipulá-los).
4. Apego emocional . Quando os parceiros se importam profundamente um com o outro, têm afeição um pelo outro, sentem falta um do outro e têm um vínculo profundo e compartilhado, há apego emocional.
5. Patrimônio de longo prazo . Ao longo do relacionamento, as coisas são equilibradas quanto a dar e receber amor, apoio e cuidado. A longo prazo, ninguém beneficia consistentemente às custas do outro.
6. Altos níveis de auto-revelação recíproca . A auto-revelação é basicamente compartilhar informações pessoais sobre você. Quanto mais próxima a relação, maior o nível de auto-revelação (em relacionamentos de “nível inferior”, a auto-revelação é mais superficial). Altos níveis de autorrevelação recíproca significam que, com o tempo, ambos os parceiros compartilham uma grande variedade de coisas sobre si mesmos, além de compartilharem coisas profundamente pessoais.
Amizades co-dependentes são relações íntimas que violam algumas das características essenciais de relacionamentos íntimos e saudáveis. Ao contrário das amizades saudáveis, amizades co-dependentes são altamente desequilibradas. Uma pessoa assume o papel de “doadora” e a outra de “tomadora”. A intimidade é derivada de uma dinâmica em que um amigo está regularmente angustiado ou em crise e o outro amigo ouve e resgata. Mais do que interdependentes, os amigos estão “enredados”, com limites pessoais pouco claros. Muitas vezes, o amigo que dá permite ao amigo tomador. Seu apoio amoroso e solução de problemas torna fácil para o tomador evitar a responsabilidade e / ou o trabalho árduo da mudança pessoal.
Amizades co-dependentes geralmente funcionam bem, pelo menos temporariamente. Ser amigo doador pode satisfazer muitas necessidades, como a necessidade de se sentir competente e próximo dos outros e a necessidade de se sentir uma pessoa “boa”. Enquanto isso, as necessidades do amigo tomador também são atendidas, como a necessidade de assistência e a necessidade de se sentirem cuidadas. Intimidade e apego emocional são alimentados quando um amigo ajuda com os problemas e desafios muito pessoais do outro.
Com o tempo, no entanto, o desequilíbrio da amizade co-dependente geralmente leva a problemas. Enquanto o amigo doador é muitas vezes uma pessoa empática mais confortável com dar do que receber, eles podem começar a se perguntar se o amigo tomador realmente se preocupa com eles ou está apenas usando-os. Eles podem se sentir magoados e ressentidos pelo fato de o tomador não estar presente para eles quando precisam, ou se sentirem autorizados ou alheios a seus sacrifícios pela amizade. Eles podem ficar frustrados porque, apesar de todos os esforços para consertar os problemas do amigo, nada muda. Eles podem se desgastar com as exigências da amizade e sofrer com a fadiga da compaixão. Outros amigos e entes queridos podem apontar que eles estão muito enredados com seus amigos necessitados e que estão se sacrificando e seus outros relacionamentos. O amigo tomador pode sentir-se desrespeitado ou zangado se o amigo doador se tornar demasiado intrusivo ou controlador nos seus esforços para ajudar.
Algumas amizades codependentes fazem a transição para amizades mais saudáveis. Os amigos tomadores podem obter ajuda profissional, fazer mudanças na vida ou experimentar o crescimento pessoal necessário para uma amizade mais equilibrada. Os amigos doadores podem promover relacionamentos mais equilibrados, estabelecendo limites saudáveis ​​em suas doações e fazendo um esforço para deixar que seus amigos os escutem e apoiem. Mas a transformação nem sempre é possível. Qualquer amigo pode não estar interessado em uma amizade mais equilibrada porque o relacionamento co-dependente atende a necessidades importantes. Eles podem terminar o relacionamento se o outro tentar mudar as regras da amizade. Ou a relação pode não durar porque, uma vez que a dinâmica do doador muda, há pouco em comum para sustentar a amizade.
Referências:
Brehm, S., Miller, R., Perlman, D., & Campbell, SM (2001). Relações íntimas. McGraw-Hill.
Queimadura, SM (2016). Ajuda insalubre: Um guia psicológico para superar a co-dependência, capacitação e outras doações disfuncionais. Crie espaço.
Figley, CR (2002). Fadiga da compaixão: falta crônica de autocuidado dos psicoterapeutas. Journal of Clinical Psychology, 58, 1433-1441.
Miles, EW, Hatfield, JD e Huseman, RC (1994). Sensibilidade da equidade e importância do resultado. Journal of Organizational Behavior, 15, 585-596.
Taylor, D. e Altman, I. (1987). Comunicação nas relações interpessoais: teoria da penetração social. Em ME Roloff & GR Miller (Eds.), Processos interpessoais: Novos rumos na pesquisa em comunicação (pp. 257-277).
Espero que esse texto de Allen B. Wrisely tenha sido útil para você e que lhe ajudem a manter uma elevada autoestima. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento de vida! CLIQUE AQUI para ler sobre a influência da infância na vida do adulto.
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VIVENDO FELIZ E SOLTEIRO(A)

Algumas pessoas que fazem psicoterapia comigo dizem que encontrar um par amoroso nos dias atuais está muito difícil. Não posso afirmar se estão corretas nessa observação mas isso despertou uma vontade de escrever sobre a vida de uma pessoa sozinha, ou seja, pretendo, nesse artigo, falar sobre a arte de viver solteiro(a).

Ser solteiro(a) não impede a pessoa de ser feliz, ainda que para muitas, ficar só é um estado negativo. A sociedade não ajuda nisso insinuando um estigma social associado a isolamento ou a problemas de relacionamento, como se a opção pela solitude (estado de privacidade de uma pessoa, não significando, propriamente, estado de solidão; não está diretamente relacionada a sofrimento) implicasse que há algo errado ou defeituoso com quem permanece só. Há, ainda, as redes sociais que “fingem” facilitar a interação humana mas que, na verdade, trás a ilusão de que as pessoas estão verdadeiramente conectadas e interagindo através da escrita pelas redes sociais. Particularmente, penso que "Curtir" é uma forma abreviada de dizer "Eu ouço você e eu concordo" e os “Comentários” funcionam como conversas, criando o devaneio de uma interação com outra pessoa em tempo real. É certo que essa conexão via redes sociais mantém todos informados sobre o que está acontecendo (será mesmo?) mas creio que a maioria das pessoas realmente sabe que esse tipo de comunicação não substitui uma interação humana real e presencial.

Com frequência vejo que, ao contrário da opção em ficar desacompanhado, a solidão implica frequentemente que a pessoa está procurando alguém para se sentir segura e feliz. Quem escolhe ficar desacompanhado não está nessa busca, se bem que, no início, aprender a ficar só pode ser assustador; mas, passada essa fase, o aprendizado obtido servirá como a base para o desenvolvimento e crescimento como ser humano. Há muito a ganhar aprendendo a confiar em sua própria voz interior como sendo a melhor fonte para sua própria orientação. Estar só dá liberdade de ser introspectivo, de pensar por si próprio. Você será capaz de fazer escolhas e tomar decisões melhores sobre quem você é e o que você quer, sem influência externa - muitas vezes, a pessoa é influenciada pelos pensamentos, sentimentos, atitudes, crenças e comportamento daqueles em seu entorno.

É claro que você pode pedir conselhos e opiniões a outras pessoas, mas, em última análise, consultar a si mesmo para decidir o que quer fazer para conduzir a própria  vida bem melhor. Mais especificamente, aprender a ficar desacompanhado é muito bom quando se trata de saber o que você precisa e deseja num relacionamento. A experiência mostra que é muito difícil ter um relacionamento saudável com os outros se não aprendeu a ter um relacionamento saudável consigo mesmo. Muitas pessoas gostam de dizer ao parceiro algo como “Você me completa!". Eu sei que é muito romântico, mas o que isso realmente diz? Que você não é uma pessoa completa sem ele? Estar só permite que você se acesse como a pessoa completa que você já é!!!

Ninguém realmente precisa de outras pessoas para ser feliz. A maioria dos adultos já passou algum tempo “livre” dos outros. Quase todo mundo passou um tempo solteiro ou socialmente "sozinho". Enquanto algumas pessoas se divertem muito com esses anos mais independentes, para outros, a ausência de um ambiente social estável é uma luta emocional. Se estiver com dificuldades para se sentir feliz estando só, leia esse artigo até o fim para conhecer algumas alternativas, as quais não incluem um namoro.

É importante que você aceite estar só, e que fique emocionalmente bem com isso. Pode ser uma experiência positiva se você abraçou a solitude e se sente no controle dela, mas também pode ser uma experiência negativa se acreditar que há algo errado com você, dando a impressão de que vive na solidão ou isoladamente. O primeiro passo para ser feliz sozinho é aceitar essa sua condição com a certeza de não haver nada errado nisso ou em sua personalidade, e você não é desagradável ou que não é merecedor de receber amor. Significa simplesmente que, por enquanto, os relacionamentos não serão o ponto central do seu mundo ... e tudo bem.

Desenvolva um relacionamento consigo mesmo, pois é um erro pensar que só pode haver relacionamento significativo com outra pessoa. Há um ditado que diz que "o relacionamento mais importante que você terá é consigo mesmo" e isso é sempre mais verdadeiro quando a pessoa está num período solitário. Para fortalecer seu relacionamento consigo mesmo, esforce-se para se conhecer melhor. Pergunte-se: o que eu realmente valorizo ​​na vida? Do que ou o que eu preciso mais? O que eu preciso fazer? O que vem depois para mim? Após saber as respostas, forneça a si mesmo o apoio emocional e os incentivos necessários para buscar suas metas recém-criadas.

Tente deixar suas paixões correrem livres. Quando você está num relacionamento comprometido ou contínuo com muitas pessoas, pode perceber que sua lista de "paixões" começa a se adequar ao que as pessoas ao seu redor gostam. Por exemplo, se a sua namorada adora vinho, você poderá se sentir, repentinamente, mais apreciador de vinho do que seria em outras circunstâncias. Enquanto isso, aproveite o tempo criando oportunidades para explorar algumas de suas paixões menos intensas. Quer ler todos os livros de Harry Potter? Leia! Quer experimentar todos os restaurantes japoneses em seu bairro? Por que não? Esta é a hora de fazer isso!

Faça planos contando apenas consigo já que uma das coisas mais difíceis ao ficar só é a ausência de eventos regulares para frequentar. Quando você está num relacionamento, é fácil planejar uma noitada legal. Quando você tem um círculo forte de amigos, é fácil organizar um encontro com todo o mundo. Quando você está sozinho, é mais difícil criar esses tipos de situações. Enfrente isso (estar “sem planos”) escolhendo algumas coisas que você gosta de fazer e depois componha-as no seu dia de uma forma planejada. Por exemplo, caminhe até o seu local favorito de tomar café todas as manhãs e tome um banho quente todas as noites. Ao criar suas próprias rotinas, você começará a ter o sentimento "Estou ansioso para isso" em sua vida.

A ciência da psicologia mostrou que o toque físico é extremamente importante para a felicidade e o bem-estar. Por razões óbvias, esta área da vida pode se tornar extremamente carente quando você está solteiro(a). Por essa razão e para evitar os efeitos negativos da “solidão física”, dê atenção especial à construção deste tipo de afeto em sua vida, onde quer que você possa. Uma maneira de fazer isso é através de abraços. Se você se encontrar com um conhecido casual, certifique-se de terminar o encontro com um longo e agradável abraço. Tenho um amigo que intuitivamente passou a fazer algo pelo qual é sempre muito bem lembrado e quando ele nos passa uma mensagem, sempre escreve ao final, uma sigla que representa o seu jeito de nos cumprimentar: “FDA”, isto é, “forte e demorado abraço!”. Você terá instantaneamente uma onda de reações bioquímicas felizes no cérebro! É isso: 
obtenha afeto físico onde puder.

V
ocê tem orgulho de si mesmo? Uma das belezas de estar só é poder viver de acordo com seus próprios padrões. Quando você não está em dívida com outras pessoas, é mais fácil parar de viver de acordo com as expectativas das outras pessoas quanto ao que você deve fazer. Isso cria uma oportunidade de esclarecer o que você realmente, em seu coração, espera de si mesmo. Isso permite colocar essas expectativas em ação. Com algum esforço, poderá atender as suas próprias expectativas e ficar bastante orgulhoso a respeito de si mesmo.

Tome o coração e o exemplo dos grandes mestres. Eles embarcaram em jornadas solitárias para investigar as profundezas do Ser e encontrar respostas em experiências reveladoras e transformadoras. Espiritualmente, estar sozinho pode aproximá-lo do seu ser interior, permitindo-lhe acessar mais prontamente os aspectos criativos e intuitivos de si mesmo. Se e quando você estiver sozinho, use essas dicas e veja tudo como uma oportunidade. É hora de crescer e se tornar a pessoa que você realmente quer ser. A verdade é que você não ficará sozinho para sempre. E quando você começar a se conectar com as pessoas, certamente valorizará as lembranças de seu tempo sozinho! Dê a si mesmo o presente do seu próprio tempo e energia, isso realmente vale a pena.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637

NÃO É SO A RAZÃO – AS EMOÇÕES TAMBÉM CONTAM


Você já parou para ver como as emoções direcionam as nossas vidas? Veja, abaixo, porque devemos levar nossas emoções a sério.

As emoções guiam nossas vidas de um milhão de maneiras. Qualquer que seja a nossa vontade, seja esconder, evitar, ponderar ou expressá-las, a maioria de nós não percebe até que ponto as emoções estão conduzindo os pensamentos e comportamentos. Explorar as emoções é algo que realmente vale à pena para quem quer se conhecer, desenvolver-se, construir relacionamentos saudáveis ​​e saber o que buscar na vida. De certa forma, é correto dizer que a inteligência emocional é mais importante do que o QI, dado a sua influência no trabalho, em relacionamentos, saúde e qualidade de vida.

As emoções podem oferecer muitas dicas sobre o que uma pessoa pensa sobre si e como é afetada por sua história pessoal. Muitas ações são iniciadas pela emoção, o que leva à questão natural de quais emoções estão surgindo e por quê. Saiba que parte das emoções tornam-se adaptadas e outras não, algumas são provocadas pelo momento presente e outras estão enraizadas no passado, porém sempre estão afetando de modo importante o dia-a-dia das pessoas. O fato é que todos precisam viver em harmonia consciente com essas emoções e não tentar controlá-las, sendo que grande parte dessa harmonia vem da compreensão das reações emocionais e de saber identificar se são emoções primárias ou secundárias, bem como quando são adaptadas ou não.

As emoções primárias são a primeira reação emocional. Elas geralmente são seguidos por uma emoção secundária mais defendida. Às vezes, a pessoa está consciente apenas da emoção secundária, por exemplo, uma raiva que encobre a mágoa, o constrangimento que domina a tristeza ou a ansiedade mascarando um medo mais profundo. Em outras palavras, se o parceiro não aparece ou faz algo que decepciona de alguma forma, a pessoa pode se sentir enraivecidos . Essa raiva pode ficar reprimida ou se manifestar na próxima vez que interagirem entre si. No entanto, se houver um olhar mais cuidadoso para a reação inicial da pessoal, certamente serão percebidos, na emoção principal, sentimentos mais vulneráveis, como mágoa, sentir-se indesejado ou envergonhado.

É importante que eu comente que emoção primária não é um ressentimento antigo seguido de resignação ao lembrar de ter sido esquecido numa promoção há dois anos; nem é uma queixa que vem 
de uma mágoa não resolvida. Em vez disso, é um sentimento vital que muitas vezes deixa a pessoa se sentindo muito aberta e talvez vulnerável. As emoções primárias são menos rápidas e menos orientadas para a ação do que as emoções secundárias. Elas são pungentes e intensas e mais propensas a se arrastar lentamente numa pessoa. Quando a pessoa se permite sentir uma emoção primária, muitas vezes experimenta alívio. Não está necessariamente inclinada a agir, mas se sente mais em contato consigo mesmo e ainda mais vivo.

As emoções primárias podem ser reações adaptativas ao momento ou reações não resolvidas do passado pessoal e que foram desencadeadas por eventos atuais. Por exemplo, se a pessoa for uma pessoa que foi tratada como se não fosse inteligente pela própria família, caso seja chamado de "estúpida" ou “incompetente” no dia atual, pode se sentir profundamente magoada ou envergonhada. Além disso, antes de reconhecer essa dor ou vergonha, será levada a uma emoção secundária, como raiva, ressentimento ou defesa.

O melhor, evidentemente, é viver em harmonia com as próprias emoções, em contato, portanto, com o que realmente somos. Se não consegue fazer isso sozinho, a psicoterapia pode lhe ajudar a obter “insights” sobre as reais emoções centrais que estão causando suas reações, e aprender a ser o único a dirigir, escolhendo você mesmo o que fazer. O sentimento é um mecanismo que fornece informações críticas. Ao se concentrar na emoção com compaixão e curiosidade, você poderá descobrir quem é e o que quer – ou seja, encontrar a gema de seu Eu adaptativo e essencial. Em última análise, você merece sentir todas as suas emoções e se tratar com gentileza e cuidado.

Espero que essas informações sejam úteis para você e que lhe ajudem a manter uma elevada autoestima. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento de vida! CLIQUE AQUI para ler o artigo SEUS HÁBITOS LHE TORNAM UMA PESSOA INFELIZ?

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Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
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O PODER DA AUTOESTIMA NA VIDA DOS ADOLESCENTES

A autoestima é conceito psicológico que pode até ser considerado antigo, porém continua a ter uma grade importância para o ser humano. Isso significa que crianças e adolescentes devem ser cuidados para que sejam pessoas de boa autoestima e, consequentemente, terem mais recursos para alcançarem a felicidade quando adultos e idosos. Nesse artigo, darei mais atenção aos adolescentes e jovens adultos haja vista minha escolha de não atuar com pacientes que são crianças.
A autoestima cria uma mentalidade muito poderosa com a qual o adolescente consegue entender positivamente a sua experiência de vida, bem como motivar o seu próprio comportamento:
  • Autocompreensão positiva da vida: “Como eu percebo e entendo o que está acontecendo comigo?”
  • Automotivação: “O que eu quero fazer por mim mesmo?”


Mas há o outro lado da moeda, isto é, a autoestima, se negativa, pode levar a culpa por maus-tratos que o jovem eventualmente recebe, e pode, na automotivação, limitar o que o adolescente deseja alcançar:
  • Levar a culpa por maus-tratos: “Eu mereço o mal que recebo!”.
  • Limitar o que se quer alcançar: “Para alguém como eu, apenas conseguir já é bom o suficiente!”


Analisando as observações acima, entende-se que, como um filtro, a autoestima alta ou positiva evita que o jovem aceite ser mal tratado, logo, rejeita esse tipo de ação sobre si - “Ninguém pode fazer isso comigo!”. Entende-se, também, que essa mesma autoestima alta ou positiva, como fator motivador, pode favorecer a proposição de metas que concretizem os sonhos desses jovens - “Eu sei que vale a pena fazer o melhor que posso e sei que mereço o melhor!”. Portanto, todos os adolescentes devem ser estimulados em seus crescimentos, a se definirem amplamente e a se avaliarem com bondade, para terem suas autoestimas num bom patamar. Deve-se alertar, em complemento, que desenvolver significativamente apenas um pilar de autoestima pode ser um problema. Por exemplo, um jovem que vem se destacando numa atividade baseada em exímios movimentos de ambas as mãos ficará desolado se uma lesão grave num dos membros exigir que se encerre uma promissora carreira. Como esse adolescente não tem outros pilares de autoestima, vê-se com uma perda incapacitante. Ou ainda, se ele é um adolescente perfeccionista e sem tolerância a erros, certamente ficará furioso consigo mesmo quando se percebe não realizando as ações como antes, passando a repreender-se e a punir-se severamente, o que torna a recuperação muito mais difícil de acontecer. De fato, no desenvolvimento da autoestima dos adolescentes, sempre é melhor definir o "eu" de forma ampla e avaliar esse mesmo "eu" de forma bem gentil.
Naturalmente, a autoestima não é uma constante e pode aumentar e diminuir conforme as diversas fases da vida, particularmente durante os anos de transformação da adolescência. Evidentemente, o ideal é que o jovem alcance os objetivos típicos da adolescência, adquira uma identidade adequada e independência funcional ao final da jornada, pois a vida sempre se apresenta com mudanças, e os desafios à autoestima devem ser enfrentados produtivamente. O garoto ou garota deve continuamente redefinir-se e constantemente reavaliar como está realizando o seu processo de tornar-se adulto. Em cada fase desafiadora da adolescência como “deixar de ser criança”, “ter uma turma de amigos”, “agir de modo mais maduro” e, finalmente, “buscar viver por conta própria”, não é difícil para um jovem sentir desânimos, restringir o seu autoconceito (retrocedendo) e autoavaliar-se negativamente (punindo-se), o que torna a autopercepção positiva e a automotivação criativa mais difícil, e não mais fácil, de manter. Assim, os pais devem monitorar continuamente a autoestima de seus filhos adolescentes:
  • É suficientemente amplo?
  • É mais positivo do que crítico?


Ficar preso em uma definição restrita e avaliação dolorosa pode ser perigoso. Considerando-se hipóteses de situações ruins, como em casos de depressão, vícios, autoagressão ou vitimização, o autoconceito pode ser inadequadamente de pouco valor e a autoavaliação pode ser cruelmente vazia de valor positivo.
Muitos jovens acabam optando por fazer psicoterapia ao perceberem que suas autoestimas são muito baixas. Muitas vezes, desenvolver a autoestima dos filhos é uma armadilha para os pais, pois isso exige uma enorme quantidade de tempo, energia, recursos e cuidados para apoiar e nutrir o crescimento dos filhos. Não é incomum ouvir dizer que é uma atividade de grande sacrifício, visto que os pais acabam por colocar suas necessidades e desejos de lado pelo bem da criança amada; porém, com tanto oferecimento desse tipo, amiúde ocorrem expectativas de retorno com base no que é definido pelos próprios pais – e isso não é legal! O que ocorre quando os pais fazem esse “sacrifício” muitas vezes leva o adolescente ao consultório do psicoterapeuta:
  • Minha mãe se julga pelo modo como cresço ou cresci. Mas eu não sou responsável pelo que ela é como pessoa. Ela me culpa quando não faço algo bem.
  • Meu pai é mega-competitivo. Se alguém pergunta a ele sobre mim, em sua resposta ele sempre pergunta antes: “comparado a que ou quem?”. Daí ele começa a falar como ele fez para eu ser de um modo ou de outro, mostrando uma vaidade esquisita!
  • Meus pais são ultrapassados e querem me educar como se fosse no tempo em que eles eram adolescentes. Eu pago o maior mico por causa disso! Eu fico preso em casa, sem poder sair com meus amigos!

Quando fazem psicoterapia, os jovens passam a entender melhor as posições de seus pais e até suas fraquezas, se existirem. Entendem, por exemplo, que o valor pessoal deles (pais) pode ter sido construído com base na educação que querem passar aos filhos, algo como ser excelentes educadores. Se bem que, às vezes, explodem dizendo: “ser pai ou mãe é tudo que faço e sou, e às vezes isso não é suficiente!". Percebem, também, que muitos pais vêem o desempenho do filho como sendo uma medida de desempenho do adulto – “o que o meu filho está fazendo mostra como eu estou sendo como pai." É por isso que pais desse tipo não falam algo como "estamos orgulhosos de como você fez..." quando o jovem faz alguma coisa muito bem. Em outras palavras, em vez de se congratularem com isso, colocam o crédito em si próprios e simplesmente dizem "que bom para você que sou seu pai!"
Na psicoterapia, além de compreender-se melhor e traçar estratégias positivas para a vida, esses pontos mais vulneráveis dos pais são revistos e o jovem torna-se menos duro quanto à autoestima dos pais, dando espaço para a admiração e apreço sinceros. Claro que os pais devem fazer seus esforços individuais para melhorar essa condição pessoal.
Um outro foco da psicoterapia é prevenir os “acidentes de autoestima”, ajudando os jovens a manterem uma perspectiva adequada sobre a vida e suas variações, dar a eles o apoio se fizerem más escolhas no processo normal de tentativa e erro do crescimento adolescente - uma má escolha não significa que o adolescente seja ruim, significa simplesmente que uma má escolha ocorreu e que agora há um novo aprendizado a ser adquirido, esperando-se que escolhas melhores sejam encontradas, as quais podem fortalecer a autoestima.
Finalmente, gostaria de dizer que para a autoestima dos adolescentes funciona melhor elogiar mais o esforço do que o resultado, porque o primeiro está sob controle, enquanto o segundo, muitas vezes não. Assim, o adolescente vai compreendendo que mesmo que não possa sempre alcançar o que quer, ele pode se sentir bem sobre si mesmo por continuar tentando.

Espero que essas informações sejam úteis para você e que lhe ajudem a manter uma elevada autoestima. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento de vida! CLIQUE AQUI para ler o artigo ADOLESCÊNCIA E PSICOTERAPIA. Você pode me “seguir” pelo Blog, Instagram (paulocesarpsi) ou pelo Facebook (@psicologopaulocesar) e ler gratuitamente artigos sobre a Psicologia Humana.

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