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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

TENACIDADE É A CHAVE DO DESENVOLVIMENTO PESSOAL


Sempre estou escrevendo alguma coisa a respeito de psicologia, mas não foram muitas vezes que fiz isso dedicando aos meus filhos e netos. Por isso, vou direcionar esse artigo a eles, pedindo as devidas escusas caso sintam algum tom aconselhador. Sei que eles, felizmente, não precisam de conselhos ligados ao tema abaixo, mas é uma alegria e um gesto de muito amor escrever um artigo que possa ajudá-los e aos demais leitores em seus desenvolvimentos pessoais. A proposta implícita neste artigo é reforçar a aceitação de que é sempre possível a melhorar a consciência e a própria identidade, desenvolver talentos e potencial, construir capital humano e facilitar a empregabilidade, além de melhorar a qualidade de vida e contribuir para a realização de sonhos e aspirações.

É um processo, corre ao longo da vida e é uma maneira infalível para as pessoas avaliarem suas habilidades e qualidades, considerarem seus objetivos na vida e estabelecerem objetivos para que possam realizar e maximizar seu potencial. O desenvolvimento pessoal, também conhecido como "crescimento pessoal", pode ser aplicado a vários aspectos da vida de qualquer pessoa. O significado subjacente desse termo se resume à autoconsciência de um indivíduo e à sua autoaceitação. No entanto, muitas pessoas tendem a ser resistentes às mudanças em relação as suas habilidades e perspectivas, o que cria menos oportunidades significativas para que alcancem um desenvolvimento pessoal positivo.

Na realidade, nós humanos não aceitamos que a resistência à mudança seja apenas uma escolha nossa (individual e exclusiva), o que me faz pensar que as pessoas não possuem ampla consciência de que tem um grande poder sobre as próprias ações. Devo então deixar claro que quanto mais resistirmos às oportunidades de nos desenvolvermos, mais permaneceremos presos às nossas existências e emoções atuais. A resistência nos afeta fortemente, pois nos leva a descartar o momento imediato em que nos encontramos, e, assim, evitamos alterar as circunstâncias para melhor. Devemos, por outro lado, comprometermo-nos a evitar o máximo de resistência possível e a tirarmos o máximo proveito da tenacidade dentro de nós. Em todas as ações que realizamos, a tenacidade tem que ser o único aspecto que nos fortalece e contribui para alcançarmos os nossos objetivos.

Tenacidade é definida como uma determinação persistente. É considerado um bom traço de caráter, uma vez que um indivíduo tenaz tem maiores probabilidade de alcançar uma meta que ele estabeleceu para si próprio, apesar das dificuldades encontradas no percurso para atingir essa meta.

Para muitos, as exigências do ensino superior são os maiores desafios que já enfrentaram. Diariamente, os alunos são expostos a uma grande quantidade de novas idéias as quais precisam entender rapidamente para cumprir prazos impostos pela faculdade. Esse processo é ainda mais difícil devido a conflitos de horário com trabalho, dificuldades financeiras e outros problemas pessoais. Muitos estudantes ficam impressionados com tudo, mas todos os anos as pessoas se formam, enquanto outras abandonam os estudos. Na maioria dos casos, há apenas uma coisa que separa aqueles que se formam daqueles que abandonam a escola: essa coisa é a tenacidade, uma qualidade encontrada em todas as pessoas que obtêm sucesso e possui benefícios mesmo em caso de falha. É o impulso dentro das pessoas que as impede de desistir, um poder interno que permite evitar a resistência, permitindo a conclusão de que as pessoas com caráter tenaz têm realmente maiores chances de ter sucesso.

Aqueles que têm caráter tenaz não desistem quando confrontados com obstáculos ou quando fracassam. Num jogo ou na vida, a tenacidade quer vencer e a pessoa adota como crença a frase "o fracasso não é uma opção”. Essa pessoa quer ser conhecida como possuidora de elevada força de vontade, determinação ou persistência, logo, para si, a tenacidade continua sendo a chave do sucesso. Ela empurra os limites de um lado para outro ou além, porque não aceita nada menos que o melhor. No final, os tenazes vencerão (ou se esgotarão tentando), mas pelo simples fato de se esforçarem conscientemente e darem tudo de si, experimentarão o desenvolvimento pessoal.
A vida nos ensina muitas lições. Ela pode nos levar por um caminho acidentado e, às vezes, até nos pega de surpresa. Se a tenacidade não for considerada como um aspecto importante do caráter de um indivíduo, é necessário que, então, em primeiro lugar, ele defina um objetivo específico. Em seguida, deve tomar medidas para atingir esse objetivo e, posteriormente, perceber se o que está sendo feito está funcionando ou não. Um indivíduo deve permanecer persistente na adaptação constante de sua abordagem até que sua meta seja alcançada, claro que sempre não permitindo que a resistência interfira na consecução de sua meta.

O valor da tenacidade é provado repetidamente em várias histórias de sucesso. Só essa informação já é o bastante para que vocês nunca permitam que a resistência afete suas ações para alcançar objetivos pessoais. É a sua tenacidade lhe colocará ao alcance do que luta.

Por fim, gostaria de lhes dizer que o nível de tenacidade de uma pessoa determina o nível de sucesso que se alcança na vida, podendo assim afetar o grau de felicidade alcançada. Seja por causa da fé, amor ou um profundo senso de propósito, as pessoas que têm tenacidade viverão uma vida mais gratificante do que aquelas que desmoronam a cada obstáculo e também do que aqueles que resistem às mudanças. Através do meu próprio desenvolvimento pessoal, aprendi a ser tenaz e, com isso, adotei como um dos meus lemas pessoais que o primeiro passo para uma segunda chance é “me levantar” e iniciar de novo, ou seja, “sacodir a poeira e voltar ao caminho esburacado da vida. Infelizmente uma segunda chance pode não acontecer se a gente resistir, desistir ou deixar de permanecer continuamente determinado quanto aos nossos objetivos.

Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler um artigo sobre a influência negativa da baixa autoestima no trabalho!

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo whatsapp 11.98199-5612.

RAZÕES PARA SE FAZER PSICOTERAPIA


Muitos dos meus clientes me contam que seus amigos ou parentes perguntam por que fazem psicoterapia. Essa dúvida vem carregada de preconceito daqueles que ainda veem os cuidados com a saúde psicoemocional algo exclusivo dos psicóticos ou psicopatas. Enquanto um em cada cinco adultos sofre de algum tipo de doença mental, apenas cerca de 35 a 45% com comprometimento moderado a grave estão em tratamento. Face a isso, resolvi escrever, mais uma vez, sobre os benefícios da psicoterapia, com a menção de que alguns problemas que não se qualificam como doenças mentais graves podem se beneficiar deste tipo de tratamento e ressaltando alguns sintomas que justificam a frequência a um psicoterapeuta:
  • Sofrer um trauma e não conseguir parar de pensar nisso.
  • Receber contínuos “feedback’s” ruins no trabalho.
  • Sentir tudo de modo muito intenso.
  • Ter dores de cabeça inexplicáveis ​​e recorrentes, dores de estômago ou um sistema imunológico debilitado.
  • Ter relacionamentos tensos e/ou complicados.
  • Usar algum tipo de substancia estimulante para trabalhar ou resolver as coisas da vida.
  • Sentir-se desconectado das atividades anteriormente que gosta.
  • Os amigos dizerem que estão preocupados com o estado psicoemocional.
Só como exemplo, ter algum dos problemas acima é uma boa justificativa para fazer uma psicoterapia. Mas nada forçado é bom, como alguém dizer que uma outra pessoa “tem que” fazer psicoterapia: isso pode soar como uma condenação ou um julgamento e isso vai contribuir para o estigma que envolve a psicoterapia. Muitos argumentos terminam com o comentário do tipo “Você deveria ir à terapia!”, o que é uma forma de dizer “Eu acho que você é louco, vai se tratar!”. Esta não é uma boa maneira de sugerir essa alternativa válida para a saúde - é um insulto! A recomendação tem que ser plena de amor fraternal e cuidados reais com a pessoa para a qual se fala. A propósito, geralmente as pessoas acabam não fazendo as coisas que "deveriam" - fazem as coisas que querem! Uma pessoa terá uma experiência melhor com a psicoterapia (e provavelmente melhores resultados) se for porque deseja aprender, crescer e curar, não porque alguém ache que ela deveria fazer.

Uma outra coisa que me incomoda é quando, ao recomendar a psicoterapia para alguém, se dá o foco na patologia (também conhecido como modelo da doença). De fato, a terapia é eficaz para ajudar as experiências dolorosas a se tornarem toleráveis pois é um método comprovado para alterar padrões prejudiciais de pensamento, relacionamento e comportamento, mas também é usado para tornar ótimas vidas que já são boas.
Para comparação, veja duas maneiras de gerenciar a saúde física: visitar o médico versus treinar na academia. Procura-se o médico para tratar um problema médico: sente sintomas e busca tratamento para retornar ao seu estado "normal". Por outro lado, uma pessoa vai à academia para se manter saudável, alcançar um maior potencial físico e, geralmente, melhorar sua vida. São duas abordagens diferentes para a saúde, uma focada na doença e a outra no bem-estar. A psicoterapia é única, pois atua como o equivalente psicológico do médico e da academia. As pessoas fazem psicoterapia para tratar problemas e para melhorar uma vida já funcional em sua maior parte.
Não sei de ninguém dizendo que as pessoas que se exercitam devem estar doentes ou que não precisam se exercitar! Mas muitos ainda mantém essa ideia antiquada de que a pessoa deve estar louca se for ao psicólogo. Atitudes como essa estão apenas perpetuando o modelo médico da terapia – de que se faz psicoterapia para tratar uma doença. Na realidade, a terapia é também muito útil na busca de bem-estar e de se tornar saudável, alcançar o melhor potencial e melhorar ainda mais uma vida que já tem uma boa qualidade.
Se você já está considerando uma psicoterapia, seguindo a linha do modelo de bem-estar, gostaria de sugerir algumas razões que podem lhe estimular mais ainda a buscar uma psicoterapia:
  • Você quer prosperar em sua carreira - Você diz que está infeliz onde está, por que não está se esforçando para algo diferente? O medo, o trabalho duro ou o conflito interpessoal estão impedindo você? A terapia pode ser o catalisador de mudanças saudáveis ​​em sua carreira.
  • Você quer amar e aceitar a si mesmo - muitas pessoas têm dificuldade com isso e não estão necessariamente deprimidas ou afetadas por outro transtorno mental. A psicoterapia pode ajudá-lo a explorar obstáculos à autoestima e ensinar maneiras práticas de tornar sua felicidade uma prioridade.
  • Você quer ser um pai fantástico - Muitos de nós, apesar de nossas próprias objeções, voltamos aos padrões de pais que observamos em nossas próprias infâncias. A psicoterapia pode ajudá-lo a sair dessa rotina e se tornar o pai / mãe que deseja ser (e seus filhos precisam).
  • Você deseja atingir uma meta de condicionamento físico - os psicólogos geralmente não são “personal trainers”, mas geralmente se entende que o condicionamento físico é tão mental quanto físico. A psicoterapia pode ajudá-lo a superar os obstáculos que o impedem de atingir seus objetivos.
  • Você quer um ótimo casamento - muitos relacionamentos são funcionais, mas não são mais divertidos. O aconselhamento de casais pode ajudar a melhorar a comunicação e criar estratégias para retornar a paixão e a emoção ao casamento.
  • Você deseja que por uma hora por semana possa se concentrar completamente em si mesmo - a psicoterapia é um curso em que você é o assunto. Você pode explorar a si mesmo, aprofundar seus pensamentos e sentimentos atuais, ou apenas sentar e "ficar" por um tempo. Esta prática vital tornou-se uma arte esquecida em nosso mundo hoje.
  • Você quer seguir em frente e perdoar: guardar rancor não é uma condição diagnosticável, mas tem sérias consequências físicas, emocionais e relacionais. Através da psicoterapia, você pode aprender a resolver esses problemas por conta própria e seguir em frente.
  • Você quer entender seu propósito na vida - Muitos psicólogos adoram mergulhar e ajudá-lo a descobrir quem você é em um nível profundo, ajudando-o a descobrir as paixões enterradas sob a ocupação da vida. Um desejo deste tempo de se refletir automaticamente pode significar que…
  • Você quer um lugar para praticar assertividade, expressar emoções ou qualquer outra coisa - a psicoterapia é um laboratório para você explorar, experimentar e praticar comportamentos assustadores no resto da vida. Pessoas tímidas podem praticar confronto. Pessoas desapegadas podem experimentar expressar emoções. Após você tentar isso algumas vezes na sessão, poderá estar pronto para fazer o mesmo no mundo.
Provavelmente estou esquecendo algumas dezenas de outras razões úteis, mas espero que você entenda: a psicoterapia é útil para o tratamento de problemas sérios, mas oferece muito mais. Se conseguirmos superar o modelo médico (de miopia) que contribui para o estigma da terapia, talvez muito mais pessoas consigam entender os benefícios da psicoterapia e possam se desenvolver através desses benefício.

Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler um artigo cujo título é “Felicidade, Um Bem Que Não Cai do Céu”!

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo whatsapp 11.98199-5612.

PESSOAS ALTAMENTE SENSÍVEIS DEVEM FAZER PSICOTERAPIA

Se seus amigos, familiares ou colegas já lhe disseram que você é muito sensível, confira os itens abaixo:
  • Você é reage rapidamente a coisas como luzes brilhantes, cheiros fortes, tecidos grosseiros ou sirenes por perto?
  • Você fica abalado quando tem muito o que fazer em pouco tempo?
  • Você evita filmes e programas de TV violentos?
  • Você precisa se retirar, durante os dias mais ocupados, para um quarto escuro, banheiro, para a cama ou algum outro lugar onde possa ter privacidade e sentir-se mais aliviado?
  • Você prioriza a organização de sua vida para evitar situações perturbadoras ou desagradáveis?
  • Você percebe ou aprecia aromas, gostos, sons ou obras de arte delicados ou finos?
  • Você tem uma vida interior rica e complexa?
  • Quando você era criança, seus pais ou professores o viam como uma pessoa sensível ou tímida?
Se você se identificou com alguns dos tópicos acima, você pode ser uma Pessoa Altamente Sensível (sigla PAS). Mas não se preocupe pois isso não significa que há algo errado com você.

O Que Significa Ser Uma Pessoa Altamente Sensível (PAS)?

Ser uma PAS (pessoa altamente sensível) é ser uma alguém que possui uma característica completamente normal (ocorre em 15-20% da população), logo não se trata de um distúrbio, tanto que não há referências a isso no Manual de Diagnóstico, que é o recurso profissional para diagnosticar problemas de saúde mental. Em vez disso, a sensibilidade está se tornando cada vez mais reconhecida como um traço de personalidade e como parte do temperamento inato de uma pessoa, como se fosse naturalmente extrovertida, confiável ou independente. Embora essa característica de sensibilidade possa parecer um pouco diferente para todos, ela inclui alguns elementos fundamentais. PAS’s captam muito mais que os demais sobre o mundo ao seu redor, incluindo os 5 sentidos (desfrutando / saboreando e às vezes sendo excessivamente estimulados pela luz, som, cheiro, tato / textura e sabor), emoções fortes (um PAS pode sentir, de forma abundante, alegria ou excitação e pode ser igualmente superado pela tristeza ou decepção), outras pessoas (PAS’s costumam estar especialmente sintonizados com o clima de uma sala, com os sentimentos dos outros ou até com as mudanças sutis em um amigo ou colega de trabalho, como reconhecer seu sorriso tímido ou ombros caídos, indicando que estão tendo um dia difícil), perfeccionismo (podem ser perfeccionistas e podem se preocupar um pouco com o desempenho ou em não decepcionar os outros. Curiosamente, os PAS’s tendem a ter um desempenho mais fraco quando estão sendo observados de perto devido à sua maior sensibilidade a essa observação).

A PAS costuma ser única e possui suas próprias áreas de sensibilidade, entretanto, quatro características que são comuns a todas as pessoas altamente sensíveis:

Profundidade do processamento: o cérebro de PAS’s são mais ativados que o cérebro de pessoas não altamente sensíveis, significando uma maior profundidade de processamento da mesma informação.
Estimulação: Os sensíveis podem ser mais suscetíveis à superestimulação e sobrecarregar suas mentes, pois coletam muito mais informações e processam mais profundamente.
Emocionalmente responsivo: As PAS’s sentem profundamente e reagem mais fortemente a experiências emocionais - tanto positivas quanto negativas. O que isso significa é que, para eles, o ambiente é muito importante, porque são mais impactados (pessoas e lugares) do que por outros. As PAS’s também são mais capazes de se relacionar com as emoções de outras pessoas, o que significa que possuem maior capacidade de empatia.
Sutilezas da sensibilidade: As PAS’s conseguem captar detalhes sutis que outras pessoas não percebem (como pequenas mudanças em nosso ambiente ou sugestões não verbais de outras pessoas etc.). 

A expressão “Altamente sensível” às vezes pode ter uma conotação negativa em nossa sociedade, mas isso não significa que a pessoa seja fraca nem que precise "endurecer". O indivíduo altamente sensível simplesmente têm um sistema nervoso mais refinado do que o resto da população, permitindo-o captar e processar profundamente informações / estímulos que nem sequer são registrados para a maioria das pessoas. Na verdade, isso pode ser até um presente, existindo muitos benefícios em ser altamente sensível, já que tende a ser:
  • Inteligente, intuitivo e perspicaz, muitas vezes percebendo nuances que outros sentem falta.
  • Altamente empático, compassivo e atencioso com os sentimentos dos outros.
  • Funcionário / estudante consciente e comprometido.
  • Criativo em uma ou mais áreas da vida (arte, música, escrita, resolução de problemas etc.).
  • Profundamente movido pela arte ou natureza e conectado aos animais.
  • Aprendiz rápido e pensador profundo
É realmente como um superpoder, depois que aprende como aproveitar essas características. Então, se você é altamente sensível, não se preocupe, isso não é ruim: ser altamente sensível é uma dádiva!

Se por um lado, essas características podem adicionar tanta riqueza e complexidade à vida, por outro lado, podem criar sentimentos de opressão e desejo de se esconder do mundo. Se você está cansado de se sentir sobrecarregado e frustrado consigo mesmo, seria muito bom considerar  o apoio de um psicoterapeuta que possa lhe ajudar a compreender-se e a desenvolver novas habilidades e entendimento do mundo.

Se você acha que é uma pessoa altamente sensível, reflita: e se você pudesse ...
  • Aprender a gerenciar suas emoções fortes sem ficar sobrecarregado ou ter que abandonar tudo?
  • Sair da montanha-russa emocional e manter a calma mesmo quando as coisas parecerem intensas?
  • Parar de se preocupar e se sentir estressado para que sua inteligência natural possa brilhar?
  • Escolher quando quer deixar algo de lado para que você possa adormecer mais facilmente ou relaxar?arar de sentir que é fraco, sem ter que esconder sua sensibilidade ou "endurecer?
  • Aprender a trabalhar com sua sensibilidade para melhorar seus relacionamentos?
  • Abraçar a sua sensibilidade e encontrar seus talentos / pontos fortes exclusivos para que eles possam trabalhar para você?
A psicoterapia ajuda a tornar melhor a vida das pessoas muito sensíveis. Muitas vezes clientes assim me procuram dizendo que são "diferentes" ou que há "algo errado com eles". Portanto, aprender sobre o que realmente significa ser uma PAS dissipará muitas dúvidas e mentiras que a sociedade alimenta sobre a sensibilidade.

Realmente pode haver algumas áreas da vida de uma pessoa altamente sensível em que não saber como controlar a sensibilidade poderá atrapalhar. Isso é muito comum porque a sociedade não ajuda quando se trata de compreender essas pessoas, muito menos ensinar a lidar com suas características. Aprender a lidar com sua sensibilidade pode assumir várias formas, e o psicólogo deve lhe ajudar a saber quais são as melhores para você. Práticas de conscientização, por exemplo, ajudarão a chegar a uma melhor compreensão de emoções e padrões nas vidas dessas pessoas, padrões, inclusive, que podem não estar funcionando muito bem. O psicoterapeuta poderá, ainda, ensinar habilidades e técnicas para lidar com as coisas de maneira mais eficaz. Coisas assim começas a acontecer com a psicoterapia: gostar mais da vida, sentir-se mais relaxado, sentir-se mais próximo de seus amigos e entes queridos, sentir-se feliz, calmo e consciente a maior parte do tempo, concentrar-se em seus objetivos e saber que você é bom o suficiente, capaz e completo.

De modo geral, podemos dizer que o objetivo da psicoterapia é ajudá-lo a saber que você é íntegro - e que permite que você se sinta mais confiante, contente, alegre, amado e conectado, focado, acolhedor e confortável do jeito que você é. O psicoterapeuta deve trabalhar em sintonia com você ajudando-o a se tornar mais do que você deseja ser, para continuar sua jornada sabendo que você é merecedor, capaz e bom o suficiente.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
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CRESÇA E AMADUREÇA! SER EMOCIONALMENTE MADURO É ESSENCIAL


Iniciarei esse artigo sobre esse interessante tema criando uma situação que certamente muitos já viveram. Imaginem que é sexta-feira de manhã e Paula e Alice chegam ao trabalho e logo o chefe avisa que será necessário que ambas trabalhem até tarde para que seja possível terminar uma proposta para segunda-feira de manhã. Isso significa que ambas terão que cancelar seus programas para sexta-feira à noite.

As duas colegas de trabalho passam algum tempo comiserando e reclamando. Paula então passa a focar no trabalho e a sua decepção vai desaparecendo enquanto se concentra em concluí-lo. Alice, por outro lado, continua furiosa e se sente perseguida pelo seu chefe. Ela telefona para uma amiga para reclamar um pouco mais e acha difícil se concentrar em seu trabalho, querendo retaliar o seu chefe fazendo um trabalho medíocre.

Diante do desapontamento, Paula mostrou resiliência, enquanto Alice não. Ser capaz de lidar com os altos e baixos da vida sem exagerar é uma marca registrada da maturidade emocional: quero dizer que as coisas podem acontecer em sua vida e certamente terão um impacto sobre a sua rotina, mas não lhe atingirá como pessoa. Dessa forma, você continuará tendo uma boa fé com relação às pessoas, a si mesmo e com um bom sentimento sobre o mundo, e estará sendo resiliente com elevadas chances de se recuperar das coisas que acontecerem em sua vida. Por outro lado, se você for uma pessoa imatura, reagirá às dificuldades com amargura, ressentimento, desespero ou raiva - a recuperação será demorada, e você se sentirá vitimizado, sem poder e sem privilégios, podendo até deixar seus sonhos de lado e desistir - você poderá superar as decepções, mas certamente vai perder muito tempo prá isso.

A Personalidade Madura

Podemos definir a maturidade psicológica como "ser capaz de aceitar a realidade das pessoas e das coisas como elas são, sem precisar que elas sejam diferentes do que são". É algo como já lí por ai que refere-se à “arte de viver em paz com aquilo que não podemos mudar, a coragem de mudar aquilo que deve ser mudado, não importa o que for necessário, e a sabedoria de saber a diferença". Juntamente com essa atitude realista em relação à vida, as pessoas maduras também possuem esses saudáveis traços de caráter:
  • Capacidade de saber o que você quer e a capacidade de fazer isso acontecer
  • Autocontrole e pensamento antes de agir
  • Autoconfiança e capacidade de assumir responsabilidade por sua vida e ações
  • Paciência
  • A capacidade de manter relacionamentos íntimos e estabelecer conexões positivas com os outros
  • Generosidade e desejo de dar e estar lá para os outros
  • Integridade
  • Um senso de equilíbrio e equanimidade ao lidar com o estresse
  • Perseverança
  • Capacidade de tomar decisões
  • Humildade e capacidade de admitir quando você está errado

A maturidade começa em casa

Se muitos não atingem esses atributos nobres, é porque cresceram em circunstâncias não favoráveis a isso. Ninguém nasce maduro, sendo o desenvolvimento emocional moldado pelos pais e experiências de vida. Pais maduros que reconhecem, validam, amam e aceitam seus filhos, e que são plenos em suas próprias vidas, criam filhos maduros. Ou seja, pais que foram capazes de encontrar e realizar seus próprios sonhos são os melhores pais de todos, desde que o sonho deles inclua a compreensão e o amor aos seus próprios filhos.

Uma criança que experimenta o êxito ao lidar com fracassos, decepções e mágoas desenvolverá melhor maturidade do que aquela que é mimada e que teve as dificuldades resolvidas pelos pais. Durante a infância, há tarefas de desenvolvimento a serem aprendidas, como fazer amigos e desenvolver autonomia e independência. Ao concluir a maioria das tarefas sem estresse, conflito ou dificuldades, a criança pode se tornar um adulto maduro.

Um alto QI (quociente de inteligência), boa aparência e saúde física - embora sejam aspectos muito bons - não contribuem para a maturidade emocional. Muitas pessoas nascem e crescem com menos QI, beleza ou saúde mas se tornam adultos maduros e muito bem ajustados. A maturidade emocional está, no entanto, intimamente relacionada ao conceito popular de inteligência emocional, no qual as pessoas são hábeis em lidar com os próprios sentimentos e os dos outros.

Melhor Maturidade

Se você não está se sentindo seguro com a sua própria maturidade, saiba que nunca é tarde para cultivar as qualidades maduras que lhe faltam. Psicoterapia, novas atividades e trabalho voluntário são três maneiras que podem lhe ajudar muito.

Psicoterapia: A psicoterapia pode ser muito útil para resolver problemas da infância e adolescência e para obter mais aceitação de seus pais e de si mesmo. Ao fazer as pazes com o seu passado, você muda-se para um lugar de serenidade e aceitação interior e não passa mais tempo lutando, sofrendo e lutando. Vou dar um exemplo disso:

Rebeca  iniciou sua psicoterapia aos 30 anos, sentindo-se infeliz com a vida. Ela odiava seu trabalho como enfermeira num hospital psiquiátrico, tinha poucos amigos, nenhum relacionamento romântico, problemas financeiros e problemas crônicos de saúde. Em resumo, Rebeca estava deprimida e com raiva. Ela teve um relacionamento ruim com os pais, a quem via com frequência, ainda buscando a aprovação que nunca obtivera quando criança. No curso da psicoterapia, ela trabalhou bastante nesse relacionamento e gradualmente reconheceu os limites de seus pais, aceitando o fato de que eles não podiam atender às necessidades dela e, ao fazer isso, conseguiu desenvolver mais autonomia. Hoje Rebeca certamente poderia ser considerada uma adulta madura e autorrealizada. Ela tem uma carreira de sucesso como analista financeiro, muitos amigos, uma vida social e uma natureza mais gentil e atenciosa.

Atividades: As experiências de vida também são valiosas no desenvolvimento da maturidade. As atividades em grupo que estimulam a criatividade, a colaboração e o empoderamento podem ser muito transformadoras. Estar envolvido em esportes, por exemplo, pode ajudá-lo a ganhar confiança, desenvolver novas habilidades e aprender a trabalhar em cooperação com os outros.

Trabalho voluntário: Ajudar os outros é uma maneira consagrada de transcender suas próprias dificuldades e experimentar a satisfação do servir humanitariamente. Ser um irmão ou irmã mais velho ou voluntário em um local de desenvolvimento humano ou de suporte às pessoas pode ser uma experiência valiosa de crescimento. Ir além de si mesmo é um passo para obter a perspectiva que leva à atitude de aceitação de um adulto maduro.

Espero que tenha gostado desse artigo. Lembre-se que a maturidade emocional deve ser uma prática constante e consciente. Nem todos acertamos 100% do tempo. Desenvolver a inteligência emocional para ver como estamos, e a maturidade para lidar com as coisas da vida adequadamente é o verdadeiro sinal de crescimento. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler algumas dicas sobre como melhorar a autoestima!

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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BULLYING


O bullying é um prática de um comportamento voltado a prejudicar e humilhar outras pessoas, especificamente aquelas que são de alguma forma, menores, mais fracas, mais jovens ou, de alguma maneira, mais vulneráveis ​​que o agressor.

Infelizmente, é um estilo comportamental duradouro, principalmente porque os agressores conseguem o que querem - pelo menos a princípio. É importante dizer que os agressores são feitos, não nascem assim, e isso acontece em tenra idade.

Entre 1 em cada 3 estudantes no Brasil relatam sofrer ou ter sofrido bullying na escola ou em outros locais. Agora surgiu, também, o bullying eletrônico ou cyberbullying, que se tornou um problema significativo. A onipresença de dispositivos portáteis e outros dispositivos oferece aos agressores acesso constante a suas presas, e o assédio geralmente pode ser realizado de forma anônima.

Quem é um valentão-agressor?

Os estudos mostram que os agressores não têm comportamento pró-social, não se incomodam com a ansiedade e não entendem os sentimentos dos outros. Eles interpretam mal as intenções dos outros, geralmente imputando hostilidade em situações neutras. Eles geralmente se olha de modo bastante positivo. Essas pessoas que intimidam cronicamente frequentemente têm um relacionamento tenso com pais e colegas.

Os valentões não poderiam existir sem vítimas, e eles não escolhem ninguém; as vítimas carecem de assertividade mesmo em situações não ameaçadoras e aparentam estar com medo muito antes de encontrarem um valentão. Ao lado disso, observa-se que cada vez mais, as crianças crescem sem os tipos de experiências lúdicas nas quais desenvolvem habilidades sociais e aprendem a resolver problemas sociais.

Como lidar com um valentão-agressor?

A primeira linha de defesa contra um agressor é evitar. É sabedoria, não uma fraqueza, se afastar de um valentão. Uma segunda linha de defesa é andar sempre com um companheiro pois os agressores tendem a não agredir as pessoas que estão cercadas por amigos.

Os adultos têm um papel a desempenhar para tornar seus filhos à prova de intimidação: fortalecendo suas autoconfianças. Também é recomendável perguntar regularmente aos filhos como os colegas os tratam. Com demasiada frequência, as crianças têm vergonha de contar aos pais sobre serem intimidadas. Além de modelar a assertividade em casa e garantir que seus filhos saibam como, e se sintam à vontade para falar por si mesmos, os pais podem matricular as crianças em grupos que reforçam jovens em habilidades sociais. Uma psicoterapia de autoconhecimento ou para situações pós-traumáticas também é uma excelente solução.

Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler a prática da psicoterapia!

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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PSICOTERAPIA E ESPIRITUALIDADE

Decidi abordar um tema ainda polêmico e muito rodeado de preconceitos e convencionalismos. Espero causar reflexões pelo bem de todos e não situações de intolerância ou preconceitos.

Psicologicamente falando, as religiões são concebidas, criadas e perpetuadas por praticamente todas as culturas ao longo da história para fornecer significado, conforto e socorro diante dos fatos existenciais da vida, fatos esses perturbadores, geradores de ansiedade, sofrimento, infortúnio, falta de sentido, isolamento, insegurança, doenças, males, perdas e, finalmente, a morte. A impressionante longevidade, onipresença e tenacidade da religião nos assuntos humanos atesta sua relativa eficácia a esse respeito.

A religião pode ainda ser entendida como um meio de procurar reconhecer, compreender e honrar os aspectos "numinosos" da existência, tais como destino, mistérios, maravilhas, beleza ou reverência, os poderes irreprimíveis da natureza, a percepção de algum grande "design inteligente" e amoroso no universo, a inter-relação entre todas as coisas e pessoas, a insignificância e impermanência do ego pessoal, a imensidão transcendente do reino cósmico, transpessoal ou espiritual (além do ego e da realidade material), e a experiência subjetiva e inefável, porém transformadora, da unidade com o cosmos e a com sacralidade. O fato é que a religião tradicionalmente fornece um recipiente, linguagem, simbolismo e estrutura para essas experiências espirituais arquetípicas.

Do lado negativo, a religião, como Freud reconheceu corretamente, pode ser um meio de neurotizar ou, às vezes, psicotizar, por conta das evitações, negações ou defesas dogmáticas das realidades primárias da existência, e também pela recusa das pessoas a assumir total responsabilidade pelos próprios pensamentos, desejos, sentimentos, impulsos, escolhas e ações. Essa forma de religiosidade equivocada, infantilizante, rígida e ilusória, frequentemente encontrada no fundamentalismo, pode ser extremamente perigosa, pois gera a projeção psicológica de poder, responsabilidade, de bem e mal em alguma entidade externa, seja Deus, Satanás, demônios ou inimigos demonizados em nome de Deus. Poucos teólogos hoje negariam que, ao longo da história, a religião organizada tenha sido a fonte divisória de uma infinidade de males: da crucificação à inquisição, à recente erupção de terrorismo radical envolvido de maneira assassina com esse fervor religioso em nome de Alá – para mim uma usurpação de uma referência religiosa para justificar ações não divinas e totalmente humanas, num ambiente de neurose coletiva.

Hoje, tendemos a diferenciar entre religião organizada e espiritualidade. Quando perguntados se são religiosos, muitos dizem que são espiritualistas, mas não religiosos no sentido tradicional. Mas o que é espiritualidade?

Para começar, a espiritualidade não é somente doçura e luz. É um assunto sério. A maioria dos diletantes espirituais pós-modernos da Nova Era evita lidar com o lado sombrio de si ou dos outros: nossos demônios metafóricos, o “daimônico”, a sombra inconsciente, usando o termo junguiano. Eles procuram o êxtase transcendente, a bem-aventurança ou a alegria da prática espiritual, sem a necessária descida ao submundo. Eles querem o céu sem ter que passar pelo inferno. Querem eliminar o negativo percebido e se concentrar apenas no positivo. Desejam conhecer os anjos, mas desprezam os demônios. Mas a questão é que reconhecer, honrar, abraçar e trazer à luz esse lado escuro está no cerne da verdadeira espiritualidade.

A espiritualidade pode ser melhor caracterizada por crescimento psicológico, criatividade, consciência e maturação emocional. Nesse sentido, a espiritualidade é a antítese da pseudoinocência: a ingênua negação da destrutividade em nós e nos outros. A espiritualidade implica na capacidade de ver a vida como ela é – total, irrestrita e incluindo as realidades existenciais trágicas do mal, do sofrimento, da morte e do “daimônico”, bem como a capacidade de amar a vida, apesar de tudo. Esse amor ao destino, diria Friedrich Nietzsche, é uma conquista espiritual da mais alta magnitude, pois a afirmação do ser essencial de alguém, apesar de desejos e ansiedades, cria alegria e traz a felicidade de uma alma que é elevada acima de todas as circunstâncias – a alegria é a expressão emocional do corajoso “Sim” ao verdadeiro ser humano.

A espiritualidade também está misteriosamente conectada à criatividade. Significa uma abordagem positiva, uma aceitação e até uma atitude amorosa em relação à vida, sofrimento e morte. A criatividade pode ser uma solução espiritual profunda para os problemas da vida - a presença requintada dessa atitude favorável à vida é claramente palpável em obras de Beethoven, compostas alegremente pouco antes de sua morte, apesar de sua total surdez, isolamento e intenso sofrimento físico. Claramente, Beethoven havia chegado criativamente a alguma conciliação sublime com seus demônios, com sua vida difícil, trágica, solitária e com sua própria mortalidade.

Cada um de nós enfrenta essencialmente a mesma tarefa: afirmar-se assertiva e construtivamente a nós mesmos e à nossa vida, aceitando o destino humano e pessoal, o que implica em reunir coragem para enfrentar a existência e aceitar - e até abraçar - a vida em seus próprios termos, incluindo as tendências “daimônicas” intrínsecas próprias e das outras pessoas... e, sem dúvida, o mais difícil de tudo, que é perdoando a nós mesmos e aos outros por atos egoístas, ofensivos e destrutivos. Em nenhum lugar da literatura religiosa esse princípio espiritual de aceitar o sofrimento da vida e aderir ao destino divino é mais dramático, comovente e elegantemente ilustrado do que na Crucificação: "Perdoa-os, Pai, porque eles não sabem o que fazem" demonstra poderosamente a compaixão de Cristo crucificado, pela fragilidade humana - por ignorância, por inconsciência, pela condição humana em que todos participamos. O budismo, em seus ensinamentos, transmite essa mesma mensagem espiritual.

Diferindo de Freud, os psicólogos Carl Jung e Rollo May adotaram uma visão bem menos pesada da religião, reconhecendo a espiritualidade como uma potencialidade arquetípica e uma necessidade psicológica essencial. Jung foi um dos primeiros a perceber que, apesar da desilusão e rejeição da religião organizada, muitos dos problemas de seus pacientes eram de natureza religiosa, exigindo o desenvolvimento de sua própria perspectiva espiritual pessoal durante o processo de cura pelos métodos psicoterapêuticos. Nesse sentido, a psicoterapia, podemos pensar que quando praticada adequadamente, é um empreendimento inerentemente espiritual; portanto, psicologia e espiritualidade não precisam ser distintas, ainda que possa ser útil fazer distinções entre elas, a fim de entender a função primária de cada uma em relação à outra.

Há um grande debate e, em muitos casos, uma acentuada divisão entre os praticantes da psicologia e os da espiritualidade. Em um extremo do espectro, a maior parte da psicologia convencional não se preocupa com questões de espírito e rejeita o que não é cientificamente quantificável. Por outro lado, muitas tradições espirituais contemporâneas veem a psique como uma construção irreal. Mas entre esses polos, existe uma variedade de abordagens que levam em conta os aspectos pessoais e impessoais da experiência humana, validando alguns aspectos enquanto outros permanecem misteriosos, todavia igualmente "reais". Enquanto isso, muitos psicoterapeutas tradicionais e seus clientes continuam perdendo os benefícios da sabedoria espiritual, e muitos professores e estudantes da espiritualidade ocidental cometem graves erros ao rejeitar o domínio psicológico e, assim, não cultivam habilidades e práticas para trabalhar com ele de maneira eficaz.

Podemos então descobrir como essas abordagens se complementam e se apoiam, formando juntas uma abordagem mais completa da compreensão humana do que qualquer uma delas pode fornecer isoladamente. A compreensão espiritual vem da percepção direta de uma maior inteligência, força ou poder. Algumas pessoas chamam isso de não-dualidade; outros chamam de Cristo, Alá, espírito ou Deus. As tecnologias espirituais nos ajudam a acessar uma experiência da própria consciência, e a prática espiritual sustentada nos ajuda a aprender a nos ancorar em um sentido mais permanente dessa realidade maior. Enquanto isso, o trabalho psicológico ajuda a desvendar as complexas vertentes que constituem nossa psique pessoal - padrões e feridas que, se não tratadas, podem impedir nosso crescimento e bloquear nossa percepção das realidades espirituais. Considero, inclusive, que muitas escolas de psicologia convencional falharam rotineiramente em levar em conta uma perspectiva espiritual mais ampla, frequentemente reduzindo insights espirituais profundos a fantasias neuróticas, regressões infantis e projeções idealizadas da infância, etc.

Concluindo, penso que atualmente, compreender a psicologia da espiritualidade é de tremenda importância para a psicoterapia. Em última análise, a tarefa da psicoterapia e da espiritualidade é aceitar e resgatar, em vez de evitar, negar, expulsar, erradicar ou exorcizar nossos demônios e demônios. Ao enfrentar corajosamente nossos "demônios" internos - simbolizando aqueles complexos assustadores, vergonhosos, primitivos, incivilizados, irracionais, inconscientes, emoções, paixões e tendências das quais tememos, fugimos e pelos quais somos obcecados ou assombrados - nós os transmutamos em aliados espirituais úteis. Durante esse processo “alquímico”, descobrimos que o mesmo diabo que foge com tanta retidão e é, desde há muito, rejeitado, acaba sendo a fonte redentora de vitalidade renovada, criatividade e espiritualidade autêntica.

Não se reprima: curta a sua espiritualidade assim como os mitos e ritos de suas escolhas religiosas e espirituais.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637