Uma paciente (58 anos) de
psicoterapia assim falou: "De minha parte, foi quando o meu marido foi
nomeado diretor do departamento de TI de sua empresa que comecei a me sentir
sozinha". Ela continua: “Meus dias eram mais longos e, mesmo em
casa, parecia que eu estava em outro lugar”. Observe que narrativa,
está implícita que a vida do casal passou e ter menos trocas e pouca cumplicidade. Creio que seja interessante comentar sobre o
que desencadeia este sentimento de isolamento. Ele está ligado ao sentimento do casal de as partes não mais estão unidos em seu
mundo interior, nas suas emoções, e também por não se unirem um ao outro pois os interesses e as sensibilidades estão diferentes:
sendo duas direções, cada um segue seu próprio caminho sem que se
cruzem.
Esse novo sentimento dá
indícios sobre a situação do casal e faz um alerta de que há algum distanciamento entre os esposos. Portanto, sob a
ótica psicoterapêutica, é importante que conversem sobre
isso para que melhorem a comunicação. É certo que frente a ausência
de diálogo (o que propicia estar com a impressão de estar só), uma reconexão representa
o primeiro passo para uma mudança positiva. Podemos, então, descobrir que o
outro compartilha dos mesmos sentimentos. Veja o que narra a
paciente acima mencionada: "Quando contei ao meu marido sobre meu
sentimento de solidão e de vazio, ele respondeu que também sentia a mesma coisa porque tinha a impressão de que
eu não queria ouvi-lo falar sobre sua nova experiência profissional e que ele
havia parado de falar comigo sobre isso quando era apaixonado por isso. Reconheço
que ele não estava errado. Eu já achava seu trabalho muito intrusivo e não
queria que ele ocupasse nossas conversas noturnas ou de fim de semana”.
Aqui devemos realçar a importância da partilha. O casal tem que falar das suas
emoções, dos seus sentimentos, sair de atividades puramente paralelas para,
assim, encontrar interesses comuns, ver amigos juntos, etc. Dependendo
das preferências de ambos, podem ler os mesmos livros, ver
exposições juntos, passear ou viajar também juntos. Quer dizer, o casal sempre
tem que buscar alternativas juntos e encontrar um terreno comum e o desejo de compartilhar.
Uma sugestão é considerar
o que o casal construiu estando juntos, relembrar a segurança e o carinho que foi
dada um ao outro, as alegrias compartilhadas e as dificuldades que passaram, os
valores comuns, etc. Considerem igualmente o afeto, a cumplicidade, a confiança,
a intimidade, as conversas, o fato de terem sido um para o outro o “porto
seguro”..., enfim, há tantos elementos aos quais, muitas vezes, não prestam
atenção simplesmente porque ele os constitui. Redescobrir os sentimentos e a
paixão inicial não significa que a relação deva ser congelada. Se o
projeto de criar os filhos já não existe e ajudar a cuidar dos netos nem sempre
é suficiente, é importante ter novos objetivos e desejos comuns a curto e médio
prazo, como organizar viagens, associar-se a novos lugares e grupos e assim por
diante. Para alguns, essa projeção para o futuro passa por uma casa,
adquirindo-a ou reformando-a, afinal de contas, trata-se do ninho onde passarão
os “velhos tempos” juntos.
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
- Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
- Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Psicologia Clínica (graduando) e Autismo.
- Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
- Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
- Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
- Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
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