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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

A RIGIDEZ MENTAL DIFICULTA O CRESCIMENTO PESSOAL


Você sabia que a sua maneira de pensar, se for rígida, pode lhe prejudicar?

Albert Einstein disse que: "a mente que se abre para uma nova ideia nunca retorna ao seu tamanho original". No entanto, abrir a mente é um exercício complicado, muito mais difícil do que estamos dispostos a admitir.

Na verdade, a rigidez mental começa a ser construída desde o nascimento. Cada aprendizado não apenas abre novas portas, mas também fecha muitas outras. À medida em que crescemos e formamos a nossa própria visão de mundo, adotamos estereótipos, crenças e preconceitos muito difíceis de serem removidos. No entanto, a rigidez mental não se refere apenas a ideias, mas, sobretudo, ao modo de pensar.

Minha experiência em psicologia clínica me dá segurança para afirmar que a rigidez mental nos transforma em prisioneiros, diminui nossa adaptabilidade, criatividade, espontaneidade e positividade porque continuamos ligados a velhos padrões que nos impedem de crescer intelectualmente e emocionalmente. Assim, podemos dizer que as pessoas mentalmente rígidas são aquelas que:
  • Pensam que há apenas um "caminho certo" para fazer as coisas.
  • Supõem que a perspectiva deles seja a única correta e que o resto esteja errado.
  • Não estão abertos à mudança porque têm medo disso.
  • Apegam-se ao passado e se recusam a seguir em frente.
Mas se alguma coisa caracteriza pessoas com rigidez mental é o desejo de estar certo a todo custo. Eles não percebem que esse desejo é extremamente prejudicial, porque a chance de estar errado e cometer erros é, verdadeiramente, a maravilhosa, senão a principal ferramenta para aprender e crescer.

Não podemos crescer, não podemos assimilar novos conhecimentos, tanto ao nível intelectual quanto emocional, se não percebermos que o que sabíamos ou pensávamos antes estava errado, ou pelo menos, era insuficiente. Estar errado se torna, então, um tipo de libertação, enquanto a rigidez mental e o desejo de estar certo apenas escondem o medo do que aconteceria se fôssemos mais livres, se ousássemos admitir nossos erros e ir além.

Com efeito, uma das principais características das pessoas que têm alguma flexibilidade mental é precisamente a capacidade de entender que decisões erradas não são “más decisões”, posto que, em última análise, qualquer decisão é boa se seguida por outra decisão da qual podemos tirar proveito. A flexibilidade mental implica em reconhecer e aceitar que qualquer decisão que tomamos sempre abre diante de nós um mundo de possibilidades. Portanto, flexibilidade mental significa estar disposto a cometer erros, não ter medo deles e estar disposto a abraçar e tentar entender coisas novas ou pontos de vista diferentes dos atuais.

A pessoa, que desenvolve uma maneira muito rígida de pensar, está de alguma forma se protegendo. De fato, a rigidez mental também pode ser entendida como resistência psicológica. A certa altura, quando uma ideia é contrária ao seu modo de pensar, a pessoa experimenta uma sensação estranha e confusa que o paralisa e o faz se aproximar de diferentes razões. Portanto, muitas pessoas simplesmente rejeitam o argumento, sem analisá-lo. No entanto, a boa notícia é que isso acontece porque algo dentro sinaliza que há um problema, algo que deve ser resolvido, mas o processo é doloroso. Realmente, em muitos casos, perceber que algo em que você acredita cegamente há anos não é verdade, ou pelo menos não completamente, pode ser extremamente doloroso e dar lugar a uma crise existencial.
Mas a flexibilidade mental é uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprendida, e é muito bom que seja assim. Veja, abaixo, algumas dicas:

Desperte a sua vontade de crescer: A curiosidade continua sendo uma das ferramentas mais poderosas que temos à nossa disposição para crescermos como pessoas. Em vez de simplesmente aceitar as ideias, pergunte-se “por quê?”. Quando você questiona o que sempre deu como certo, não apenas encontrará novas respostas, mas também descobrirá um novo mundo, muito maior do que o que você conhecia antes.

Concentre-se em suas emoções: Quando você estiver tentado a rejeitar completamente uma ideia, veja como se sente. Se você se sentir desconfortável com o que está ouvindo, é provável que seja uma reação que oculta uma resistência inconsciente. Pergunte a si mesmo do que você tem medo. Se você responder honestamente, perceberá muitas coisas interessantes. De fato, quanto mais medo você sente, mais resistente será.

Seja empático: Quando você não concordar com as ideias, modos de pensar e atitudes dos outros, em vez de rejeitá-las completamente, tente se colocar no lugar da outra pessoa para entender de onde vêm essas ideias. Se você rejeitar o que não conhece ou não gosta, continuará sendo a mesma pessoa que antes, mas se tentar entender os outros, você dará um passo adiante e crescerá um pouco.

Não procure a verdade absoluta: A premissa mais importante para se livrar da rigidez mental consiste em evitar buscar a verdade absoluta, simplesmente porque ela não existe. Toda vez que assumimos uma verdade absoluta, paramos de procurá-la e, em consequência, começamos a morrer um pouco todos os dias na direção do que buscamos. Portanto, é importante manter não apenas uma maneira positiva de ver as coisas como manter a mente aberta.

Aceite os erros: Ter alguma flexibilidade mental significa não ter medo de erros, significa
estar disposto a aproveitar novas oportunidades, mesmo que isso signifique cometer erros. Significa entender a vida como um aprendizado contínuo, onde o erro não é um passo atrás, mas um passo em direção à nossa evolução, porque nos permite ser livres dos velhos padrões e maneiras arcaicas de fazer as coisas.

Esse texto foi desenvolvido a partir de material obtido na internet.

Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler sobre a impotência sexual masculina.

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo Whatzapp 11.98199-5612.

A GENTILEZA AJUDA A SER FELIZ

Você sabia que ser gentil pode fortalecer seus relacionamentos e lhe dar uma sensação de satisfação na vida?

A gentileza é definida como uma qualidade de ser amigável, generoso e atencioso, logo, afeto, bondade, carinho, preocupação e cuidado são palavras associadas à essa qualidade. Embora a gentileza possa dar a alguns a conotação de ingenuidade ou fraqueza, com certeza não é esse o caso. Ser gentil requer coragem e força, e é uma habilidade interpessoal.

Tenho certeza de que você já ouviu falar na teoria da evolução de Darwin e suas conclusões sobre a sobrevivência do mais forte. Em seus estudos, ele percebeu que a sobrevivência do mais apto é geralmente associada ao egoísmo, o que significa que sobreviver - um instinto básico - significa cuidar de si mesmo. Mas Darwin, na verdade, não via a humanidade como biologicamente competitiva e interessada em si mesma. Ele acreditava que somos uma espécie profundamente social e solidária, afirmando inclusive que a simpatia e o cuidado com os outros são instintivos. Hoje em dia já sabemos que dedicar recursos a outras pessoas, em vez de ter cada vez mais para si, traz um bem-estar duradouro. A gentileza e a bondade são, de fato, indicadores importantes de satisfação e estabilidade para as relações humanas, sejam profissionais, de amizade ou amorosas.

Existem diferentes maneiras de ser gentil. Uma maneira é estar atento e proativo ao ver pessoas necessitadas. Um senso de comunidade é criado quando as pessoas são gentis com aqueles que precisam de ajuda. Estar atento, nesse caso, significa perceber quando os outros estão sofrendo. Uma palavra gentil, um sorriso, abrir uma porta ou ajudar a carregar uma carga pesada também são atos de gentileza. Comemorar com alguém que você ama, elogiar alguém honestamente, enviar um e-mail agradecendo por algo, dizer a um amigo como ele é especial para você, ajudar um vizinho idoso, tirar uma foto para um turista, compartilhar casualmente a comida, recusar-se a fofocar e doar roupas velhas e coisas que você não precisa são outras formas de, bondosamente, praticar a gentileza.

Dar passagem a outro motorista no trânsito é, praticamente, uma necessária forma de ser gentil numa cidade como a nossa. Ceder o seu lugar a alguém no ônibus, trem ou metrô também são bons exemplos de como ser gentil, mas quero lembrar que idosos, gestantes e passageiros com criança de colo, com deficiência ou mobilidade reduzida têm prioridade para sentar-se e isso é regulamentado por lei.

Algo que sempre me agrada é encontrar pessoas abertas a celebrar, de todo coração, os sucessos dos outros. Acredito que esse tipo de resposta aos sucessos das pessoas pode informar mais sobre o tipo de relacionamento que uma pessoa pratica do que como como ela responde ao ouvir do outro sobre suas dificuldades. Nunca minimize o sucesso de alguém, não deixe de prestar atenção e nunca fale de problemas ligados ao sucesso dos outros pois ser gentil é ser abertamente feliz pela outra pessoa.

Mas gentileza também é dizer a verdade de uma maneira suave, polida, quando isso for útil para o outro. Receber feedback preciso de maneira amorosa e atenciosa é uma parte importante de um relacionamento confiável, sendo a coragem de dar e receber feedback verdadeiro, um componente essencial de crescimento e do pensamento flexível.

Essa maravilhosa qualidade sobre a qual estou falando inclui ser gentil consigo mesmo. Você se trata gentilmente? Você cuida bem e conversa gentilmente consigo mesmo?

Se você queria saber o segredo de um bom relacionamento, agora já sabe: ser gentil! É algo realmente muito simples e que une não apenas a humanidade, mas também os relacionamentos românticos. A gentileza faz com que se supere a negatividade e, daí, a felicidade surge. Isso é verdade em qualquer tipo de relacionamento - com chefes, colegas de trabalho, amigos, familiares e estranhos, mas é especialmente verdade nos relacionamentos românticos, onde as pessoas querem se sentir seguras e geralmente se deixam vulneráveis ​​emocionalmente.
Existem muitas maneiras de ser gentil e muitas oportunidades de praticar. Talvez a bondade seja mesmo um valor agregue mais satisfação e que fortaleça seus relacionamentos, porém, ainda quero deixar algumas outras dicas.

Um dos aspectos mais fundamentais da gentileza, em qualquer relacionamento, envolve simplesmente prestar atenção. Seja gentil, respondendo à necessidade de atenção das pessoas, afinal, todos querem ser valorizados e notados, principalmente pela pessoa mais importante para você.

Nas conversas com outras pessoas, é sempre bom, além de prestar atenção, certificar-se que um assunto foi concluído antes de passar para outro. Deixar o outro falar e manter um tom de voz moderado é indiscutivelmente um modo gentil de manter um bate-papo agradável. Não queira estar certo o tempo todo, logo aceite a opinião alheia, mesmo que completamente oposta à sua.

Não se preocupe com as pequenas coisas. Repreender e criticar alguém por erros insignificantes se tornou quase um clichê humorístico, mas é, infelizmente, uma das principais fontes de crueldade nos relacionamentos interpessoais, sobretudo nos relacionamentos amorosos. Imagine isso ocorrendo num casamento: ficar constantemente mostrando ao cônjuge que ele ou ela não faz as coisas como você faria ou gostaria que fosse feito. Trata-se de focar nos aspectos negativos de uma pessoa em vez dos positivos, o que tende a piorar à medida que os relacionamentos prosseguem e os parceiros se sentem mais à vontade para criticar um ao outro. Apenas deixe para lá! Comente e reconheça o bem que eles fazem, afinal, fazer o bem gera o bem!

Uma das gentilezas mais difíceis que você pode conceder é ser gentil durante um conflito. Eu sei que num conflito pode surgir uma enorme vontade de gritar ou, pelo menos, de dizer que o outro é um grande idiota. Não faça isso embora o impulso de atacar seja muito humano! Se necessário, reserve um momento para relaxar antes de continuar a conversa. Um conflito tem que ser apenas uma conversa e não uma luta, e, acima de tudo, seu objetivo não deve ser vencer, mas chegar a um acordo.

Muitos esquecem que o toque tem um maravilhoso efeito. Um toque gentil no ombro durante um momento difícil, um tapinha nas costas depois de um trabalho bem-feito ou um abraço amoroso quando seu parceiro chega do trabalho causam efeitos poderosos nas pessoas. O toque físico é especialmente importante quando as tensões estão altas. Como aprendemos, devemos lembrar de ser amorosos mesmo em meio a conflitos e poucas coisas podem dissolver a raiva de uma pessoa como um toque de amor. Mesmo na vida cotidiana, aproveite a oportunidade para mostrar pequenas gentilezas, segurando a mão de seu companheiro enquanto faz compras, sentando-se perto ou dando beijos inesperados.

A única gentileza que pode ser muito difícil de praticar mas que é necessária é o perdão. Rancores e mágoas são péssimos agentes nas relações humanas. Se ficamos rancorosos podemos nos tornar agressivos e/ou passivos, e adotamos uma postura contra a pessoa - isso é cruel. Perdoar é ser gentil. Isso não significa esquecer ou ignorar ingenuamente as transgressões, para que elas aconteçam repetidamente. Significa deixar de lado a ideia de vingança, liberar seu domínio sobre as emoções negativas para que a positividade possa tomar seu lugar novamente. Significa estar disposto a se reconciliar e não sentir raiva.

Assim como todos têm suas próprias forças, temos também as nossas fraquezas. Quando conseguir discernir as fraquezas do outro e intervir para facilitar a vida dele, você fará uma grande gentileza. Talvez a pessoa tenha problemas com números e orçamentos, ajude-o então. E se sua esposa está cansada ​o tempo todo? Ajude-a em todas as tarefas possíveis, inclusive as profissionais. Conheça bem a outra pessoa e seja diplomático.

Há um tipo de bondade que muitas pessoas não querem ouvir: responsabilidade. Sim, responsabilidade é uma gentileza. Imagine um ente querido exigente consigo mesmo, que nunca gasta demais, que avisa quando chegar tarde em casa. Imagine uma parceira que reserva um tempo para conhecê-lo bem o suficiente a fim de não comprar aquela fruta estranha da qual você tem alergia e que se lembre que você adora brownie em seu aniversário. Você acha essa companheira muito gentil, não acha? Ser responsável significa muitas coisas, e, entre elas, significa que você cumpre suas obrigações, planeja o futuro e está disposto a considerar como sua vida - e a de seu amor - podem ser melhoradas. Responsabilidade também é evitar o jogo de culpas - quando as coisas dão errado, as pessoas responsáveis ​​não apontam o dedo: elas examinam a situação e vêem como pode ser resolvida.

Finalmente, o último tipo de gentileza que quero me referir é aquele que realmente ajuda a elevar os relacionamentos - a inclusão. Quando se trata de tomada de decisão, é fácil que os relacionamentos se tornem rapidamente unilaterais com o parceiro mais dominante assumindo. Mas se você tem uma personalidade dominante, pode melhorar muito seu relacionamento, incluindo seu companheiro querido nas decisões que toma como casal. Peça-lhes as suas opiniões sobre coisas pequenas, deixe-o saber o quanto essas opiniões são importantes para você e o quanto você valoriza os pensamentos dele. Por outro lado, se você é do tipo que evita decisões e declara coisas como "prá mim, tudo bem, você decide ”, isso pode causar estresse no seu parceiro, pois ele é forçado a tomar todas as decisões e isso é cansativo! Pense sempre na unidade.

O que menciono nesse artigo é apenas o começo. Conhecendo o básico, busque outras formas de melhorar seus relacionamentos através da gentileza. E lembre-se: essas dicas são aplicáveis ​​não apenas aos relacionamentos românticos, mas a todos os tipos de relacionamentos em sua vida. Certifique-se de ser sempre gentil e perceberá mudanças positivas em sua vida. Acima de tudo, porém, seja gentil com quem você ama - eles merecem mais do que qualquer outro.

Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para saber o que é a psicoterapia e como ela funciona.

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo whatsapp 11.98199-5612.

AUTOSSABOTAGEM – NÃO FAÇA NADA CONTRA SI MESMO!

Um comportamento é autossabotador quando cria problemas na vida cotidiana e interfere na consecução dos objetivos de alguém. Infelizmente, as pessoas nem sempre estão conscientes de que estão se sabotando, ainda assim, é possível superar quase qualquer forma de autossabotagem. A psicoterapia é um excelente recurso para a interrupção de padrões arraigados de pensamento e ação (como a autossabotagem), ao mesmo tempo em que fortalece os processos de deliberação e autorregulação, ajudando, além disso, a reconectar a pessoa com seus objetivos e valores.

Há muitas razões pelas quais uma pessoa age de maneira prejudicial ao seu próprio bem-estar. Algumas pessoas, é claro, passam boa parte de suas vidas lutando contra poderosos desejos por comida, bebida, jogos de azar e outras tentações que surgem, com custos dolorosos para a saúde ou relacionamentos. Mas as forças que levam à autossabotagem também podem ser mais sutis, como um acúmulo de crenças disfuncionais e limitantes que fazem as pessoas se subestimarem em suas capacidades, suprimir seus sentimentos ou atacar as pessoas próximas a elas. Um aspecto importante sobre lidar com o comportamento contraproducente é identificar de onde ele pode estar vindo.

Independentemente de já ter me referido a isso como um comportamento autodestrutivo, quero acrescentar que a autossabotagem pode interferir nos seus melhores planos e metas fazendo com que uma pessoa, ao invés de focar seus bons objetivos, acaba dando um tiro no próprio pé.

Autossabotagem é, de modo simplista, qualquer ação que atrapalhe a intenção de alguém. Por exemplo:
  • Quanto a uma dieta: As calorias do bolo de aniversário no escritório obviamente não são consideradas.
  • Quanto ao prazo para concluir uma tarefa: Achar que estará mais concentrado e disposto após assistir o próximo episódio da série preferida no Netflix.
  • Quanto a terminar um relacionamento: A pessoa só fará isso depois de reorganizar os móveis da sala, e amanhã, também...
São várias as formas de autossabotagem, sendo a procrastinação, automedicação, o uso de drogas ou álcool, comer demais quando estressadas e conflitos interpessoais os mais amplamente utilizados e reconhecíveis. Essas ações podem ser especialmente perigosas porque são muito sutis – a pessoa pode não perceber o biscoito extra que está comendo ou a dose extra de whiskey que pediu antes de sair. São ações que podem até acalmá-lo e ajudar a relaxar, porém, à medida que essas ações tornam-se mais frequentes. a autossabotagem aumenta e cria um enorme muro de autodefesa difícil de superar.

O fato é que todas as pessoas almejam metas na vida: perder 10 quilos, ser promovido, ter um segundo encontro com alguém em quem está interessado ​​ou tirar férias num lugar paradisíaco. Em outras palavras, o indivíduo estabelece uma meta que é intimamente desejada e repete essa meta para si próprio e, muitas vezes, em voz alta para os outros. Pode escrever esse objetivo em post-its, listas de tarefas, calendários e, talvez, até selecione cuidadosamente uma imagem para colocar num quadro, no espelho do banheiro, na geladeira ou na tela o computador para se inspirar. E não acaba nisso! A pessoa compartilha esse objetivo com os amigos e familiares e declara que este é o ano em que fará isso acontecer. Apesar de todo estratagema usado, esse mesmo indivíduo cria dificuldades para seguir em seu próprio caminho! Para entender de onde vem a autossabotagem, é necessário aprender alguns conceitos-chave sobre o comportamento humano e aumentar a consciência do que pode estar causar interferência em segundo plano.

O ser humano está essencialmente programado para buscar objetivos, porque alcançá-los o faz sentir-se bem. Um dos problemas é que, quando se trata de autossabotagem, a bioquímica humana não discrimina necessariamente entre o tipo de sensação de bem-estar que se experimenta quando se persegue os objetivos e os sentimentos. Obter recompensas e evitar ameaças são como dois lados da mesma moeda. Eles não são sistemas independentes e há uma interação constante no cérebro para tentar equilibrar os dois impulsos. Quando se equilibra a obtenção de recompensas e a prevenção de ameaças, tudo está bem – a pessoa se sente bem consigo mesmo e garante o bem-estar físico e psicológico. No entanto, quando esses dois desejos estão fora de controle, a pessoa é preparada para autossabotar-se. Especificamente, a busca de evitar ameaças às custas de obter recompensas afasta a pessoa dos objetivos desejados. A autossabotagem ocorre quando a sua unidade para reduzir ameaças é maior que a sua unidade para obter recompensas.

Um outro problema é quando a pessoa se sente indigna de sucesso ou felicidade. Numa reviravolta irônica, alguns indivíduos muito motivados se esforçam para trabalhar mais do que precisam e almejam objetivos inalcançáveis, porque acham que precisam compensar um sentimento autoimposto de inadequação. E mais, quando os frutos de seus esforços resultam a coisas boas - um ganho material ou um aumento no status ou no poder - eles transformam situação tornando-a pior para si mesmos. Isso ocorre porque essas pessoas gostam de se sentir coerentes consigo mesmas, isto é, tendem a sincronizar as ações com as crenças e valores pessoais. Se ela, então, acumula vitórias e realizações e, ainda assim se considera ineficiente, inútil, incapaz ou não merecedora, aciona o gatilho interno para se sentir coerente – se é um inútil ou não merecedor do que conquistou, então tem que perder alguma coisa. Uma frase para isso pode ser: “Se é ruim fracassar, é pior ainda ter sucesso”.
Uma outra coisa que gera autossabotagem é quando alguém crê que é melhor controlar o próprio fracasso do que enfrentar a possibilidade de ser pego de surpresa. Esse sujeito acredita que a autossabotagem pode não ser bonita, mas é melhor do que perder o controle da vida.
Veja agora essa situação! A pessoa é promovida para uma nova posição ou obtém resultados acadêmicos bem mais altos que os colegas, e passa a sentir que precisa ter uma queda e, finalmente, isso acontece. Pode ser que ela tenha receio de que, ao ser percebida por causa de seus triunfos, seja chamada de falsa ou acusada de ter enganado alguém. Ou seja, ela pode fazer o mínimo possível e esperar que passe despercebida, ou pode se esforçar muito, porém se preocupando constantemente em ser “descoberta” a qualquer momento. De uma forma ou de outra, isso leva essa pessoa à procrastinação e à dispersão da atenção - se ela se depara com uma tarefa que pode fazê-la se sentir uma farsa, é muito mais tentador atualizar o Instagram novamente, pesquisar roupas ou perceber que não há tempo como o “aqui e agora” para iniciar um projeto alternativo de trabalho.

Tem gente por aí que parece gostar de ser bode expiatório, isto é, uma pessoa arbitrariamente escolhida para carregar, sozinha, a culpa por todos os malfeitos de uma situação, embora não seja responsável por nenhum deles. Se as coisas não forem resolvidas (ou quando não puderem ser resolvidas), pode-se culpar a ação em vez de nós mesmos. Claro que ela me deixou (afinal, eu nunca estava por perto). É claro que fui reprovado nas aulas (mal estudei para os exames). Embora essas razões possam ser verdadeiras, elas são mais frívolas e mais fáceis de aceitar e engolir do que as razões mais profundas que, secretamente, a pessoa acredita ser a causa. Claro que ela me deixou (porque eu não sou digno de ser amado). É claro que eu fui reprovado nas aulas (eu sou incapaz de entender o material de estudo). Essa, portanto, é outra forma de autossabotagem.

Como já citei acima, as pessoas gostam de ser coerentes consigo mesmas. Até tendem a querer a coerência sobre o próprio contentamento. Se a pessoa está acostumada a ser esquecida ou frequentemente se sente esquecida, maltratada ou explorada, é estranhamente reconfortante adiantar-se e se colocar nessa posição.

Por que às vezes superestima-se uma ameaça permitindo, assim, que ela impeça o indivíduo de continuar o seu caminho em direção ao objetivo? Alguns elementos que podem influenciar nisso são o autoconceito baixo ou instável, as crenças limitantes internalizadas, o medo da mudança ou do desconhecido e a necessidade excessiva de controle. São influências que representam aspectos da personalidade e como a pessoa se relaciona com o mundo. Pense nisso como um sistema operacional que funciona em segundo plano e que impulsiona as crenças e o comportamento. Normalmente essas influências surgem quando jovens e, por serem constantes ao longo do tempo, tendem a ficar fora de consciência. É útil pensar sobre essas influências para poder ver com mais facilidade como elas interferem nas decisões, ideias sobre si mesmo, como se comporta, como se sente em determinadas circunstâncias e, particularmente, como motivam a autossabotagem. Aprender a identificá-los ajuda a avaliar a tendência de se autossabotar por superestimar uma ameaça. E o conhecimento é o primeiro passo para impedir os padrões de comportamento que impedem uma pessoa a viver a vida que deseja.

Apesar de tudo que descrevi e de minha profissão, fico sempre tocado quando percebo que alguém pensa na autodestruição pelo medo do sucesso. No fundo, o desespero por realizações não é realmente um medo de ambição e ou de valor próprio - é um medo de fazer o melhor e não ter sucesso, de se decepcionar e ser humilhado publicamente, pois teme que o seu melhor possa não ser bom o suficiente.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.