
Imagine que você decidiu conversar com um psicoterapeuta
humanista mas não sabe quais são os valores, qualidades e habilidades
específicas desse tipo de terapia ou do terapeuta! Tentarei esclarecer alguns pontos sobre essa
linha que tanto adoro, na esperança de que você entenda o que acontecerá caso opte
por fazer psicoterapia nessa linha. Sei que a jornada de cada cliente é única,
à medida que descobrem e se conectam com o seu eu autêntico. Compreendo também
que cada psicoterapeuta humanista tenha sua própria maneira de trabalhar, mas
há alguns conjuntos de valores, qualidades e habilidades que tem que ser comuns
a esses psicólogos e que são formas gratificantes e afirmativas para abordarmos
nossas vidas. Esse modo de ser reverenciará a vida de alguém que enriquece
nossos relacionamentos e aprofunda nossa conexão conosco.
O primeiro conjunto de valores fundamentais que um psicoterapeuta
humanista adota incluem (1) a valorização do cliente por seu valor e dignidade
inerentes além de seus comportamentos indesejáveis ou ineficazes e (2) a
crença de que até o cliente mais ferido tem capacidade e potencial para se curar.

Tudo isso inclui o uso de congruência,
empatia e consideração positiva incondicional, um paradigma pioneiro de Carl
Rogers, a quem todos os psicólogos humanistas devem agradecer, por ele iniciar
essa prática, pesquisar e defender a importância da congruência, da empatia e
da consideração positiva incondicional necessária para qualquer modalidade
terapêutica que promova o crescimento e a cura. Seu trabalho me inspirou quando
eu era estudante e me inspira ainda hoje.
Quanto ao próximo conjunto, houve, em mim, uma
considerável influência da psicologia budista. É um conjunto que engloba mais cinco valores, qualidades e habilidades
essenciais de um psicoterapeuta humanista. Eles são: (1) o psicoterapeuta humanista pretende
estar totalmente engajado no momento presente. Eles reconhecem quando elementos
vitais do passado e do futuro do cliente estão contidos no momento presente.
Eles exploram o que surge do momento presente, o que pode facilitar mudanças
que variam de sutis a dramáticas; (2) o psicoterapeuta humanista acredita que
seus clientes se conhecem melhor do que o terapeuta pode conhecê-los. A tarefa
do psicoterapeuta não é dar respostas ao cliente, mas fornecer o recipiente
para o cliente descobrir suas próprias respostas; (3) o psicoterapeuta
humanista sente-se à vontade para “não saber”. Eles têm a capacidade de
permanecer presentes e serem pacientes com o processo do cliente até que o
mistério de “não saber’ se transforme em maior clareza; (4) o psicoterapeuta
humanista é paciente em silêncio até que o terapeuta ou o cliente tenha algo
relevante a dizer, atraindo assim o cliente para uma experiência imediata; e
(5) o psicoterapeuta humanista confia que qualquer consciência que emerge no
momento presente, dentro do cliente, do terapeuta e entre eles, levará à
intervenção exata que melhor moverá o processo do cliente.
É fundamental assimilar a importância vital de
estar no momento presente com o cliente e explorar o que se desenrola a partir
desse momento. Posso dizer que é realmente algo apaixonante estar
plenamente presente no momento, dizendo: "E agora... E agora... E agora...
E agora... É tudo o que temos".

Quero realmente enfatizar a importância
do relacionamento cliente-terapeuta pois esses são "companheiros de
viagem" na jornada da vida. Esse relacionamento é um espelho mútuo de como
o cliente e o terapeuta se relacionam em suas vidas. Torna-se um veículo para o
crescimento pessoal.
Evidentemente é fácil perceber a minha
paixão pela perspectiva humanista e existencial; essa perspectiva, na
psicoterapia, se concentra na exploração da existência da pessoa com o objetivo
de esclarecer, definir, criar e recriar o que o cliente quer que sua vida seja
e se torne.
Creio que esta linha de psicoterapia explora, de fato e bem de perto, o que significa ser humano. Dentre as capacidades humanas, há a de escolher, agir, dar sentido, relacionar-se e estar sozinho, ser limitado, estar em um corpo e estar consciente. Durante a psicoterapia humanista, ocorrem simultaneamente dois diálogos: um com o eu interno e outro entre a pessoa e o mundo externo. Assim, o paciente se conhece e aprende a viver na realidade objetiva. Futuramente escreverei um artigo falando um pouco mais da psicoterapia humanista, mas quero reforçar que neste tipo de terapia, o psicólogo não diz como o cliente deve viver sua vida. Em vez disso, ele apoia o processo de busca interna e o diálogo de conexão. O cliente descobre suas próprias correções e desenvolve as habilidades para continuar fazendo isso, mesmo depois do encerramento dos encontros formais no cenário terapêutico.
Espero que tenha gostado desse artigo. Há
vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e
casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e
budista.
Palestrante sobre temas ligados ao
comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô
Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Fone e whatsapp: 11.94111-3637