Exemplificando, a FIV (fertilização in vitro), também envolve intensos sentimentos e emoções e pode afetar relacionamentos dos pacientes com seus cônjuges, familiares e colegas visto haver um certo estado de pressão psicológica e moral, uma verdadeira fonte de estresse. Nos meios científicos, pode não estar claramente estabelecido se uma ansiedade, como tal, reduz as chances de engravidar, porém, para o bem-estar do casal, é mister aliviá-lo bem como ao estresse a fim de conseguir vivenciar a concepção da forma mais tranquila possível. Nesse sentido, as perguntas que faço são:
- Como você se prepara emocionalmente para essa jornada?
- Você está na melhor condição psicológica para ajudar a ciência a obter sucesso ao final do seu tratamento?
Não
economize tempo para pensar sobre isso. Viver a procriação de forma medicamente
assistida pode ser uma notícia perturbadora, quiçá, traumática para alguns
casais, assim, reserve um tempo para refletir até sentir que aceita submeter-se
ao tratamento antes de correr para uma clínica. Estou me referindo a uma preparação
psicológica essencial para compreender e vivenciar da melhor forma todo o
processo que poderá lhe dar o sonho de constituir a sua família.
Quando
se inicia um tratamento de reprodução assistida, muitos sentimentos podem
passar pelas mentes de um casal: alegria, esperança, culpa, impaciência, medo, decepção,
ansiedade, estresse, etc., e tudo isso desgasta os pacientes. O apoio
psicológico os ajudará antes, durante e, se necessário, depois do tratamento. Mais precisamente quero dizer que o
acompanhamento psicoterápico, quando é preciso, visa dar ao casal a condição mental indispensável para enfrentar o processo, lidar o seu sucesso, aceitar eventuais fracassos, e continuar
aproveitando as alegrias da vida. É claro que o apoio de pessoas queridas e dos
profissionais de saúde (médicos, biólogos, etc.) é fundamental no curso do tratamento,
então, não se deve hesitar em falar com eles o tanto quanto possível para minimizar as
tensões.
Para
vivenciar melhor essa jornada, será muito bom que a paciente compreenda todo o processo, isto
é, saiba quais são as diferentes etapas e os tratamentos que virão. Adotar um
estilo de vida saudável, privilegiar uma alimentação equilibrada, manter a boa
forma física e o tónus mental e monitorizar a saúde são alguns dos passos. Mal-entendidos e incertezas desempenham um papel importante no início
do estresse - sem saber para onde vai, sem saber para que serve este ou aquele
exame ou protocolo, ou sem saber se esta ou aquela reação no corpo é
normal, há o risco de ter perguntas em mente sem ter as respostas. O médico é um
especialista em fertilidade e sabe prestar o apoio à paciente sempre que necessário, então, não ha porque ter vergonha de contar a ele sobre as dúvidas que surgirem.
Reforçando, em
primeiríssimo lugar, deve-se adotar um estilo de vida saudável – bons hábitos previnem excessos
e assim, será possível alcançar um bem-estar diariamente. Isso ajuda,
sobremaneira, a reduzir o estresse durante o tratamento de reprodução
assistida. Não fumar, não usar bebidas alcoólicas ou outras substâncias toxicas, haja
vista que afetam o sistema nervoso além do fato que diminuem as possibilidades de
engravidar. Melhor não ficar em ambientes com fumaça pois o tabagismo passivo é,
igualmente, nocivo à saúde.
Não
havendo contraindicação médica, praticar exercícios suaves e moderados, bem
como usar as diversas práticas de relaxamento para cultivar o bem-estar mental.
Massagens (suaves), acupuntura, ioga, osteopatia, e outras terapias
alternativas podem desbloquear a energia concentradas, liberar tensões,
controlar emoções e reduzir o nível do estresse. Deve-se, entretanto, antes de
iniciar, perguntar ao médico se a prática escolhida é compatível com o
tratamento de fertilização aplicado.
Sentimentos
e emoções negativas podem ocorrer durante a jornada de fertilização. Converse
com o psicólogo sobre essas sensações como o medo do fracasso do tratamento, o
cansaço e/ou desânimo para com os protocolos médicos, a raiva e tristeza decorrentes
do diagnóstico de infertilidade, etc. O alívio de ser compreendido minimizará a
ansiedade ao tratamento e ajudará o casal a focar as necessidades essenciais ao equilíbrio
psicológico como serenidade e confiança.
A
jornada da reprodução assistida, como citado, além das etapas que focam o
corpo, envolvem também muitas emoções. É importante ter consciência que os
sentimentos que surgem são perfeitamente normais: raiva, culpa, frustração, ciúme,
injustiça, e estresse são relativamente comuns nas mulheres envolvidas na
reprodução assistida. Frente a isso, é primordial aprender a lidar com esse
turbilhão de emoções sem retê-las ou negá-las. Por exemplo, frente à ocorrência de sentimentos de
raiva e injustiça, deve-se reconhecer que são emoções legítimas. Um
aconselhamento ou terapia psicológica proporciona um espaço seguro para cuidar
desses sentimentos, compreendê-los e liberá-los gradativamente. Compartilhar
com outras pessoas que tenham experiências semelhantes é também terapêutico e dá
a sensação de que não é a única pessoa nessa corrida de obstáculos. Outras
técnicas podem ser aprendidas com o profissional de psicologia.
Aprender
a esperar será necessário e isso é algo de elevada delicadeza emocional. O
casal vai esperar pelo resultado de uma transferência logo, o melhor é que
compreendam que será uma espera carregada de emoções - veja a importância de um bom preparo psicológico para controlar a ansiedade e manter o equilíbrio emocional
durante esta fase esperada e temida. De fato, a jornada da reprodução assistida, às vezes, pode minar a autoconfiança – na mente e no corpo – podendo
pesar na autoestima. É essencial restaurar essa confiança! A psicoterapia, o
aconselhamento psicológico ou mesmo afirmações positivas podem ajudar nesse
caso.
Enfim,
mesmo que os envolvidos se sintam fortes e capazes de cuidar de todos os
aspectos psicoemocionais sozinhos, não se deve negligenciar sobre esse tema. A
infertilidade e o sofrimento psicológico podem estar associados por
diversos motivos, logo, ter uma rede de apoio (amigos, família, colegas) e
contar com o cônjuge é sempre uma boa medida. Quando a infertilidade causar um
sofrimento psicológico marcante e importante (ansiedade, depressão, paranoias, etc.),
a recomendação é considerar uma psicoterapia, processo pelo qual pode permitir
que se aborde a dor da infertilidade de um novo ângulo, a fim de
compreender os nós significativos tecidos ao longo da vida.
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
- Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
- Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
- Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
- Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
- Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
- Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
- Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
- Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.