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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

SENTIR-SE SEMPRE CULPADO É UM RISCO À SAÚDE MENTAL

Atendo muitas pessoas que se sentem culpadas por tudo, ou por quase tudo, e que sofrem por isso. Porisso, gostaria de abordar esse assunto para que as pessoas com a tendência de se culparem, reflitam a respeito disso.

Vamos refletir sobre “o que é a culpa?”.

Em psiologia, a culpa é uma vivência emocional que ocorre com alguém ao acreditar ou perceber (e não importa se é verdade ou não) que maculou seus valores ou sua moral de alguma forma. A culpa existe porque tem uma função relacionada à evolução humana e ligada às regras que criamos para nós mesmos. Quando alguém decide, conscientemente, respeitar uma regra, é com o objetivo de obter algum benefício como segurança, antecipação dos fatos, facilitação das interações sociais, para não prejudicar os outros (e lidar com retaliações), por interesses pessoais e outros. Visto dessa forma, sentir-se culpado tem, então, uma função informativa de que houve transgressão de uma regra. Vendo-se culpado, o indivíduo sente-se constrangido e experimenta uma sensação de angústia quanto à sua responsabilidade por um resultado negativo. Além disso, o fato da informação (acima citada) ser experimentada como algo desagradável provoca uma reflexão sobre a transgressão: se a informação for neutra ou agradável, é provável que a pessoa não se mobilize para rever o que ela fez. Como todas as emoções conscientes, a culpa se origina de um processo de autoavaliação e introspecção e pode envolver a percepção de como os outros o valorizam. Observe, também, que a culpa gera um questionamento: “a norma ainda é adequada ou está obsoleta?”, “Se é adequada e, portanto, errei ao transgredi-la, o que posso fazer para compensar o meu erro e evitar uma nova transgressão?”

Existem muitos modelos psicológicos sobre o conceito de culpa, com muitas terminologias diferentes para conceitos semelhantes. O mais comum é classificação da culpa em quatro tipos: criminal, político, moral e metafísico. Há quem identifique duas formas principais que são a deontológica (culpa que resulta da quebra de valores pessoais ou morais) e a altruísta (culpa empática por causar dano a outra pessoa). Um grande grupo de psicólogos levam em conta uma terceira forma de culpa, a culpa existencial, regularmente mencionada e definida como sentir culpa por não corresponder às suas expectativas e propósito de vida.

Num contexto psicológico, a culpa é considerada a resposta emocional mais proativa a uma ocorrência ou ação realizada, em oposição à vergonha, e que está ligada à empatia, o que, por sua vez, leva a pessoa a olhar além de si mesma e a considerar como seu comportamento pode impactar os outros. É uma emoção natural e que pode ser um motivador positivo na aprendizagem humana, logo, nos traz progresso ao revelar que o nosso comportamento pode ter causado um problema e nos faz agir para corrigi-lo. quer dizer, sua função é promover pensamentos sobre uma situação-problema para que adotemos comportamentos de melhor qualidade. Contudo, não podemos deixar de reconhecer que a culpa, com muita frequência, tem um efeito paralisante pois nos dá a impressão de que não conseguimos seguir em frente como se fosse algo que nos puxa para trás, e seu incômodo pode levar a um forte sentimento de desamparo - “não sei mais o que fazer”, “acho que nunca vou superar isso”, “não sou tão resiliente quanto pensava”. Mais grave ainda, a culpa crônica ou persistente pode indicar a existência de um problema de saúde mental.

A culpa, na maioria das vezes, é acompanhada de problemas de ordem psicológica. É muito comum, nos casos em que a culpa é muito frequente, que poucas pessoas tenham a disposição para reavaliar o mérito da regra violada e de julgar se ela ainda está adaptada às circunstâncias atuais. Isso nos leva a necessidade de distinguir entre a culpa “emocional”, que corresponde ao “sentimento de culpa”, e a culpa “julgamento”, que considera a culpa de uma forma racional. Quer dizer, a culpa “emocional” tem a única função de informar à pessoa que talvez tenha sido cometida uma falta enquanto a culpa “julgamento” corresponde à responsabilização quanto ao ocorrido. A título de exemplo, a culpa crônica ou persistente pode estar ligada a transtornos de ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), disforia ou sensação de insatisfação com a vida ou acontecimentos ou distúrbios alimentares

A culpa irracional excessiva tem sido associada a doenças mentais, como ansiedade, depressão, disforia (sentimentos de insatisfação constante) e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Afora o fato de fazer com que esses pacientes acreditem que são um fardo para seus entes queridos e para as pessoas ao seu redor.

A culpa é um sentimento que pode ser uma consequência da pessoa acreditar que não disse o suficiente, não fez o suficiente ou não se esforçou o suficiente quando teve a oportunidade, sendo que ela pode se manifestar através do isolamento social, evitando tópicos, lugares ou pessoas, irritando-se consigo mesmo, envolvendo-se em conversas internas negativas e praticando a autossabotagem. Alguém com complexo de culpa experimenta medos e crenças constantes sobre fazer algo errado. Essas pessoas tendem a agir de forma desproporcionalmente responsável quando erros acontecem, e podem, ademais, ficar paranoicos ou presumirem que simplesmente não têm competência ou capacidade para realizar determinadas tarefas e ações.

Vale dizer que os sentimentos de culpa não se limitam ao exposto acima. Outros distúrbios psicológicos causam culpas inexplicáveis ou persistentes e emoções conscientes semelhantes, como vergonha e arrependimento. Ainda que cada indivíduo tenha a sua própria experiência com a culpa, os sinais comuns são a baixa autoestima, tentativas excessivas de reparação, sentimento de incapacidade de encarar alguém, rubor facial, ansiedade, dificuldade para dormir, náusea, dores de cabeça, humor deprimido, não querer encontrar pessoas ou ir a lugares ou eventos ligados à causa da culpa, variações de ânimo, explosões emocionais, alterações de apetite e outros.

Gostaria de mencionar que os efeitos emocionais e interpessoais da culpa podem motivar a uma mudança de comportamento para evitar se sentir culpado novamente, concluindo-se que, frequentemente, está associada a efeitos emocionais como raiva, tristeza, temor, vergonha, constrangimento, nojo, desgraça, sentimento de inferioridade, etc. Também pode impactar seus relacionamentos interpessoais, sendo que os efeitos sociais comuns da culpa incluem cancelamento do outro, agressão, vingança, transferência de culpa e violência. Importante citar que o sentimento de culpa independe dela ser real ou imaginária. É uma emoção que surge da lacuna entre o que idealmente queremos ser e as ações que, na verdade, realizamos. Uma pessoa, apenas como menção, pode sentir-se culpada por não ter feito o suficiente, por não ter feito as coisas certas, por não estar suficientemente presente ou mesmo por não ter paciência.

O que não se pode negar é que o sentimento de culpa merece ser analisado psicologicamente! Por exemplo, sentir-me culpado por querer que o sofrimento do meu parceiro pare talvez seja um sinal de que cheguei aos meus limites e que é hora de fazer uma pausa! Devemos, portanto, estar atentos a este sentimento de culpa e explorar o que ele realmente esconde, o que pode revelar e o que significa. O perigo é que é algo que pode tornar-se muito pesado e impedir a pessoa de avançar, de caminhar em direção ao bem-estar.

Esse é um tema realmente importante para a psicologia humana e, por isso, escreverei outro artigo a respeito. Finalizando a abordagem deste, quero dizer que o sentimento de culpa pode ser superado tomando a decisão de viver plenamente a vida, sem nos submeter à vontade dos outros e sem nos deixarmos pisotear, sem abandonar os nossos objetivos pessoais para agradar aos outros, mas vivendo plenamente e ouvido os próprios desejos. Se você estiver se sentindo culpado por alguma coisa, avalie o impacto que ela teve sobre você! Cada emoção tem impacto em cinco áreas diferentes da nossa vida: sentimentos, respostas corporais, expressão facial, pensamentos e comportamentos. A culpa tende a ser menos intensa que outras emoções; é algo desagradável, mas bastante frequente e com tendência a perdurar. Podemos ficar pensando muito sobre o que fizemos (ou não fizemos) e o que fazer a respeito, e esses pensamentos podem girar e girar em nossas mentes, distraindo-nos de outras coisas e dificultando o sono ou o relaxamento. A multidão de pensamentos e ideias, e o sentimento desagradável, fazem-nos querer afastar-nos dos outros e abster-nos de partilhar os nossos erros. Se for difícil lidar com esse turbilhão, fale com um psicólogo. O sentimento de culpa pode realmente lhe arrastar para baixo, impedindo-lhe de atingir todo o seu potencial. Se você sentir que está dominado por uma forte culpa e que ela o está bloqueando, não hesite em falar com um psicólogo que o ajudará a compreender esse sentimento e a se perdoar para superá-lo.

Talvez você não esteja conseguindo se convencer totalmente de que uma certa culpa é injustificada e que existem maneiras de evitar que ela seja opressora. Ela é, sim, uma emoção energizante pois nos leva a agir. Sem dúvidas, a forma mais eficaz de reduzi-la é desfazer o comportamento, fazer reparações, expiar ou pedir desculpa.

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

OS EFEITOS DAS “RESOLUÇÕES DE ANO NOVO” NA SAÚDE MENTAL

As festividades de Ano Novo costumam trazer alegrias durantes as celebrações, mas também podem provocar profundas reflexões de ordem psicológica sobre esse período e fazes futuras.


Com certeza, é seguro afirmar que o ano novo é um intricado conjunto de emoções, expectativas e pressões. Para muitos, significa renovação, e é uma boa oportunidade de deixar prá trás os desafios do ano anterior e estabelecer novos objetivos. Isso, reiteradamente, está concatenado com sentimentos de esperança e otimismo, onde as perspectivas para a vida no período parecem ilimitadas.

Entretanto, mesmo sendo algo que tenha o seu valor, as resoluções de Ano Novo podem trazer junto uma considerável pressão e estresse sobre a pessoa. Por exemplo, a definição de metas ambicionas pode gerar sensações de decepção se essas metas não forem alcançadas, especialmente quando estão relacionadas ao aperfeiçoamento pessoal e/ou profissional. Os estudos já comprovaram que um enorme número de metas (criadas nas “resoluções de Ano Novo”) são deixadas de lado logo após serem estabelecidas, e isso, claro, é um pavimentado caminho para a frustração e a sensação de fracasso.

Importante citar, também, que após as festas de Natal, pode haver um agravamento dos sentimentos de solidão daqueles que vivem afastados das pessoas queridas ou que estão passando por momentos de dificuldades pessoais, logo, se trata de uma fase que evidencia as diferenças entre o ideal de celebração e a realidade da situação pessoal de cada indivíduo.

Mas é um bom momento para uma reflexão pessoal e boas resoluções, enfatizando que será melhor se compreender e aceitar os vários impactos psicológicos associados a essa época visto que a probabilidade dessas intenções não serem cumpridas, o que é muito comum, seja uma decisão de deixar de fumar, de praticar uma atividade física, mudar de emprego ou outras. Então, fica a pergunta: qual é o sentido de tomá-los logo no início do ano novo? Especialmente porque podem ser particularmente angustiantes. Muitas pessoas, inclusive, sabem que não são capazes de mantê-las – o que coloca o ego em xeque.

Um bom aconselhamento é não impor a si próprio objetivos inatingíveis ou demasiado demais - você pode, por exemplo, querer voltar ao esporte, mas não se imponha a ideia de correr 10 km todos os dias a partir da primeira semana de janeiro.

Abordar as resoluções com uma perspectiva equilibrada é sempre o melhor, reconhecendo tanto os potenciais positivos como os desafios. Isto envolve celebrar os sucessos passados ​​e ao mesmo tempo permanecer realista em relação às metas futuras, ou seja, tenha práticas de gratidão e autocompaixão para obter experiências mais saudáveis e gratificantes.

É bem normal querer mudar muitas coisas na vida e, de fato, o novo ano é a tradicional oportunidade de assumir um compromisso consigo mesmo e implementar esta grande mudança, mas lembre-se que dependendo de como define as metas, isso pode ser uma verdadeira fonte de ansiedade. Assim, é interessante “dar tempo para atingir as metas, e o tempo é excelente aliado. E para ter ainda mais chances de conseguir isso, seja metódico: escreva o seu objetivo principal de forma sucinta e precisa e divida-o em objetivos menores para serem distribuídos ao longo do tempo como uma espécie de um plano de ação. Uma boa resolução de Ano Novo não deve ser uma obrigatoriedade! É angustiante a ideia de que se tem uma obrigação, que devemos “e que ‘devemos”. É mais sensato perguntar-se: por que quero tomar esta resolução e fazer esta mudança? Isso permitirá que a pessoa invista ainda mais nas decisões que são mais importantes. 

Enfim, deve-se considerar ser recompensado pelos sucessos no caminho para alcançar a sua resolução, por menores que sejam, logo, parabenize-se, aprecie o progresso que você fez. É através de pequenos passos que os grandes objetivos são alcançados.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.