(Série: Reeditando artigos interessantes)
Muitos pensam no ciúme como sendo uma
convenção social, assim como a monogamia. Isso indica que o entendimento é que a
sociedade espera que a pessoa seja ciumenta, aceitando de maneira suprema as
normas socialmente definidas. Contudo, oponho-me a essa forma de compreender o
ciúme, senão teremos que aceitar como “normal” os pescoços das meninas sendo
alongados por anéis de latão em partes da Tailândia e da Birmânia, clitóris
cortados com lâminas enferrujadas e lábios costurados no norte da África. Aceito,
por outro lado, a idéia de que o ciúme
também se alimenta do medo criado socialmente - medo de dificuldades
financeiras, de estigmas sociais e de não ter acesso fácil a sexo ou
intimidade. Mas enfim, o ciúme existe e é preciso distinguir claramente o ciúme
"comum" do ciúme patológico.
O ciúme “comum” é sentido com moderação e
pode-se considerá-lo, portanto, normal. É aquele tipo de ciúme que todos podem
sentir e sofrer em algum momento do relacionamento, se a pessoa for confrontada
com uma experiência que cause o medo de perder o ente querido e de ficar sozinho.
É uma emoção dolorosa pois implica em receio intenso de perder o afeto ou o
favoritismo de alguém que você ama, por causa de outra pessoa. Todavia, em
certas situações que podem provocar muitas dúvidas, o ciúme pode ser um tipo de
sinal de alerta útil e eficaz.
O segundo tipo de ciúme - o ciúme
patológico ou mórbido - é sinalizado por pensamentos irracionais e obsessivos
centrados na possível infidelidade sexual de um amante ou ex-amante, junto com
um comportamento inaceitável ou extremo. Em outras palavras, esse tipo de ciúme
inclui várias formas de sentimentos confusos e injustificados que transformarão
a vida da pessoa ciumenta em um verdadeiro inferno de dúvidas. O ciumento
doentio necessita constantemente saber onde o outro está, o que ele faz, com
quem está, etc.
Gosto de pensar no ciúme patológico como um
sintoma e não um diagnóstico. A pessoa que experimenta esse ciúme tem uma ideia
totalmente distorcida da realidade. Ela acha que um pode possuir o outro, controlá-lo
como se fosse um objeto pessoal. Diante do medo de perder a pessoa que ama, o
ciumento tenta desesperadamente controlar a parceira, mas, estando prisioneiro desse círculo vicioso e infernal, não percebe que isso pode provocar a ruptura / perda do relacionamento ou da qualidade do
relacionamento, coisas que tenta evitar a todo custo.
É essencial reagir (tentar melhorar) antes
de estragar tudo!!!! O ciúme pode ser consequência de uma profunda falta de
autoconfiança, de autoestima e de uma visão equivocada da realidade. É um
distúrbio que pode ser superado, já que o ciumento é capaz de aceitar que é
impossível para ele controlar tudo, especialmente as pessoas ao seu redor.
Não existe um tratamento medicamentoso
para o ciúme. Uma solução para o ciúme é procurar um aconselhamento psicológico
ou psicoterapia, o qual deve focar principalmente na melhoria da autoestima e da
autoimagem da pessoa que sente ciúme patológico. Além disso, não se pode esquecer
que uma pessoa ciumenta sofre muito e que terá que empreender um trabalho
psicológico significativo para tentar resolver suas falhas e suas deficiências; sendo, assim, algo sério e importante, a ajuda deve ser de um psicólogo ou de um psiquiatra que exerçam a
atividade de psicoterapia. Esses são profissionais especializados em saúde
mental, com representatividade oficial, conselho de classe, código de ética e
conhecedores de técnicas consagradas de psicoterapia. Evite os terapeutas que
não possuem essa formação ou que se utilizam de “técnicas” sem comprovação de
estudos científicos.
Espero
que essas informações sejam úteis para você e que lhe ajudem a manter uma
excelente qualidade de vida. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE
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Um
abraço,
Psicólogo
Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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