Por Psicólogo Paulo Cesar - Tel.:
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Quando
eu era estudante de Psicologia (e isso faz bastante tempo), aprendi que a
função da terapia era colocar as pessoas em contato com os aspectos de si
mesmas com os quais não se sentiam confortáveis, para que se familiarizassem
com seus desejos reprimidos, tudo isso num esforço para tornar essas pessoas
mais plenas. Em outras palavras, ampliar a consciência sobre si mesmo, em áreas
onde os impulsos egoístas, sexuais ou agressivos bem como as limitações morais
/ éticas entram em conflito. E mais, como as raízes destes conflitos estão na
infância, a terapia se enfocava em ressuscitar as lembranças do que davam forma
ao estado atual.
Algumas
mudanças ocorreram, como tudo na vida muda com novas pesquisas, estudos e
informações. Atualmente muitos psicoterapeutas tem se esforçado principalmente
na criação de um ambiente interpessoal no qual o paciente possa liberar-se dos
hábitos relacionais que ficaram bloqueados, não enfrentando tanto os desejos
reprimidos, mas aventurando-se em aspectos ininteligíveis (e surpreendentes) da
experiência emocional. Digo com isso que a terapia se converteu num lugar
apropriado para uma experiência de rendição, não de submissão, isto é, um lugar
onde o paciente possa passar “de um estado em que não é capaz de julgar, a
outro estado em que é capaz de julgar” (Winnicott). Desta forma, será uma
psicoterapia mais intimista, havendo uma fé implícita de que deste processo
possa surgir uma profunda sensação de autenticidade pessoal que não depende
necessariamente de endereçar o que se costuma chamar de “Eu”.
Com
o tempo passei a pensar na terapia mais como “pegar da superfície” do que
“cavar o inconsciente mais profundo”, assumindo uma postura psicoterapêutica
que consiste mais em decifrar a experiência emocional que surge durante o
relacionamento entre o terapeuta e o paciente. Veja que entender uma reação
emocional no aqui e agora é muito diferente de perscrutar o passado. É claro
que não se deve dispensar as técnicas de exploração de lembranças e associações
como na psicanálise clássica, mas, a meu ver, a ênfase terapêutica deve se por
a entender algo que está muito presente e que, ao mesmo tempo, é
decepcionantemente indescritível. As experiências emocionais que se revelam na
terapia geralmente são remanescentes ou sobras do passado, tendem a ser ecos do
que foi jogado à sombra quando o paciente deu um passo na luta contra as
dificuldades nas relações com o mundo. Por isso, para mim, entender as
experiências emocionais implica em algo mais do que saber dados intelectuais à
respeito da origem do paciente, mas implica em recuperar uma capacidade de
sentir que perdeu.
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Um abraço,
Psicólogo
Paulo Cesar
Psicoterapeuta
de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo de linha humanista com
acentuada orientação junguiana e budista. Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento
de segunda-feira aos sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e
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