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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

VOCÊ QUER MELHORAR A SUA CAPACIDADE DE SER EMPÁTICO?

Veja essas frases: “Você nunca tem paciência apenas para sentar e ouvir!. Tudo o que você quer fazer é tentar consertar as coisas!.
Você simplesmente não entende o quanto doeu quando você disse isso!.
Você simplesmente não entende!"...

Julgamentos como os citados acima e inúmeros outros, ​​no contexto das relações interpessoais, muitas vezes apontam para um problema popular: a falta de empatia pelo outro! E num mundo onde poucos estão conectados “de verdade” aos outros, dar e receber empatia é mais importante do que nunca, afinal, a maioria das pessoas normais e saudáveis anseiam por ser realmente ouvidas e compreendidas. Felizmente, demonstrar empatia é uma habilidade que pode ser aprendida e praticada, considerando principalmente que quando somos empáticos com alguém, a outra pessoa fica com a certeza de que seus sentimentos são importantes e que recebe preciosos “presentes”: a conexão e a validação.

Ser empático significa estar no mesmo nível das outras pessoas. Implica, também, em focar intensamente os sentimentos que o outro está expressando. Trata-se de colocar-se no lugar do outro, reagir às suas emoções com ternura e validar quem ele é e como se sente – você está, numa determinada situação, com essa pessoa tentando entender o que ela está lhe dizendo e como ela está se sentindo.

A empatia é uma condição das relações interpessoais funcionais. Em contextos pessoais, incluindo casamentos, parcerias, amizades e relacionamentos familiares (com filhos, netos, primos, tios, etc.) bem como em contextos profissionais (por exemplo: relacionamentos gerenciais, entre profissionais e clientes, entre médicos, psicólogos e outros profissionais da Saúde e seus pacientes, entre alunos e professores e colegas, e nos vários relacionamentos da vida), ser empático pode promover confiança mútua, levando a uma comunicação aberta e honesta com as pessoas, facilitando assim a resolução de conflitos interpessoais e mudanças construtivas. Podemos, inclusive, considerar que a Inteligência Emocional de uma pessoa (o quociente emocional tem a empatia como componente central) pode, com frequência, ser mais importante do que o quociente de inteligência (QI), mesmo sabendo que a empatia envolve componentes afetivos / emocionais e cognitivos / racionais!

Há uma diferença entre simpatia ou empatia. Receber simpatia pode parecer que alguém sente pena de você ou o coloca numa posição inferior, como se estivesse dizendo: “Coitado, sinto pena de você!”. Empatia, por sua vez, é ouvir e compreender autenticamente a outra pessoa - sem tentar resolver um problema, dizer a ela o que fazer ou contar uma história semelhante sobre você. Quando se está realmente sintonizado com o outro e ouvindo-o com empatia, o foco permanece nele, não em você, que também não precisa concordar com o que ele está dizendo - você está lá para ouvi-lo e se preocupar com o bem-estar dele.

Penso que ser empático é uma virtude, porém, antes de tudo, é importante distinguir entre empatia como um estado de espírito e empatia como um traço de caráter ou disposição. Veja que, nesse caso, o primeiro está relacionado ao segundo na medida em que aqueles que tem a empatia como um de seus traços de caráter tendem a experimentar estados de empatia ao se relacionarem com as dificuldades dos outros. Como um estado de espírito, a empatia envolve a ressonância com o que está acontecendo no mundo subjetivo do outro. Vamos chamar a pessoa com quem você simpatiza de “alvo de sua empatia”. Agora, quando você tem empatia por alguém, não só sabe o que o “alvo” está passando como também sente, embora, como diria o psicólogo Carl Rogers, sem perder a qualidade do “como se”, ou seja, sem perder a objetividade como um observador. 

O filósofo Aristóteles sustentava que a virtude é alcançada através da prática. Assim como as pessoas aprendem a ser verdadeiras, corajosas e justas dizendo a verdade, fazendo coisas corajosas e tratando os outros com justiça, da mesma forma, ser empático requer prática. Para se tornar empático (ou seja, cultivar a virtude da empatia), é preciso praticar. Logo, a questão é: como você pode alcançar a virtude da empatia? Menciono, a seguir, algumas sugestões extraídas da jornada de minha vida pessoal e profissional como psicólogo clínico.

A comunicação é importante para ser uma pessoa empática, então, ouça com atenção não apenas o que está sendo dito, mas principalmente os sentimentos que estão sendo expressos. Durante a conversa, repita para a pessoa o que você a ouviu dizer, para ter certeza de que a está entendendo. Você pode dizer algo como: “Ouvi dizer que você está se sentindo (triste, zangado ou confuso) sobre (seja qual for a situação)”. E é importante fazer isso porque muitas vezes fazemos suposições erradas sobre os demais com base em nossos próprios problemas ou experiências, em vez de ouvir profundamente o que a outra pessoa nos diz. Ainda sobre comunicação, a pessoa que está falando com você pode informar se você a ouviu corretamente. Se isso não ocorrer, peça-lhe gentilmente que repita o que ela quer que você saiba e mostre que deseja entendê-la. Quando você reprisar com precisão o que está ouvindo, reconheça os sentimentos da pessoa evidenciando que acolhe e compreende esses sentimentos. Você pode dizer algo como: “Vejo que você está sofrendo e se sentindo triste, e sei que isso não é bom”. Ou: “Entendo que esta situação o deixa com raiva e frustrado. Apenas saiba que estou aqui com você.”. Quando a pessoa se sentir ouvida, você pode pensar em soluções se ela pedir, mas, por experiência, digo que a maioria das pessoas não quer que você diga o que fazer. Elas só querem que você as ouça e entenda. É possível que você se surpreenda se eu lhe disser que, muitas vezes, a empatia pode ser expressa de maneira muito simples com apenas algumas palavras como: “Caramba, isso é terrível.” Ou, “Uau, isso deve doer.” Ou, “Você deve estar se sentindo realmente traído.”

Um outro macete é concentrar a sua atenção no bem-estar, interesses e necessidades dos outros, e introduzir os valores humanos compartilhados para isso, o que exige alguma capacidade de assumir a perspectiva de valor da outra pessoa. De igual valia é a sugestão de suspender, temporariamente, seus próprios julgamentos e críticas visto que pronunciamentos e clichês sobre superação e como seguir em frente não o aproximarão do mundo subjetivo da pessoa que quer ajudar, o seu “alvo”. Você não sentirá a dor ou angústia dele nem a tensão em seus próprios músculos. Em vista disso, é melhor dispensar suas próprias análises e críticas, evitando concentrar-se em como consertar as coisas. Nesse sentido, podemos dizer que a empatia é “antipragmática”. 

Há um outro dispositivo que pode promover com eficácia a compreensão empática: a reflexão. Sendo uma forma de expressar compreensão empática no contexto de um aconselhamento - exempli gratia -, a reflexão envolve a tentativa de esclarecer o que o outro está dizendo, reflexionando (e não repetindo) o que o “alvo” está pensando ou sentindo: “Parece que você está se sentindo muito desapontado por não ter recebido um aumento”, “Então, parece que você está pensando que os outros o estão julgando negativamente quando você comete um erro”. Isso não só facilita o desenvolvimento da narrativa do “alvo” como também demonstra que ele está sendo ouvido, além de promover maior clareza e compreensão da narrativa. Um costumeiro efeito é aumentar o potencial de “conectar” e “entrar” no mundo subjetivo do outro, em vez de vê-lo de um ponto de vista externo.

A reflexão visa melhorar a própria compreensão do “alvo” ao inserir significados e implicações mais profundas embutidas em sua narrativa. Mas isso tem que ser feito com cuidado para não alterar os significados propostos. Por exemplo, dizer “Parece que você não gosta do seu pai” para alguém que acabou de dizer “Eu odeio aquele filho da puta!” não traz nada para a mesa, seja cognitiva ou emocionalmente. Em contraste, a resposta “Parece que você sente que seu pai não estava ao seu lado quando você precisou dele” pode abrir novos caminhos para expandir a narrativa. De fato, mesmo que a reflexão seja errônea, ela ainda assim pode ajudar a esclarecer as coisas. Entretanto, muitas reflexões imprecisas podem, de outro modo, destruir as perspectivas de empatia com a “pessoa-alvo”. Considere igualmente que se você tem o hábito de falar ou dar sermões aos outros em vez de ouvi-los, provavelmente não será empático, a menos que faça um esforço concentrado para superar esse hábito.

Uma maneira de não ouvir com atenção (e perder algum “potencial de empatia”) é gastar seu tempo falando sobre si mesmo. Na verdade, os outros provavelmente não se abrirão nem compartilharão seus mundos subjetivos pessoais se forem poucas as oportunidades de discussão / debate e, ademais, se pensarem que você está mais interessado em si mesmo do que neles. No entanto, a autorrevelação (falar sobre si mesmo) pode ser uma forma útil e poderosa de se conectar com valores compartilhados quando é relevante e não excessiva. Com efeito, a autorrevelação que aproxima seu próprio mundo subjetivo do mundo do “alvo” pode, por certo, embelezar e aumentar a empatia: “Lembro-me de quando meu pai me disse que eu nunca chegaria a nada; eu sei o quanto isso me fez sentir mal!”. Aqui, a autorrevelação de suas próprias experiências pode ajudar a iluminar a angústia de um amigo ou um paciente por ter sido rejeitado pelo pai.

Digamos que você tenha passado por uma confusão e divórcio e agora está ouvindo um amigo que está vivendo algo semelhante. Se você começar a ver a narrativa de seu amigo como sendo sua e começar a projetar nela as suas próprias emoções e angústias, então o mundo subjetivo de seu amigo se tornará o seu! Perceba que em consequência você não terá mais condições de se relacionar construtivamente com a situação de seu amigo porque agora é sua também! Você, então, vai se perder naquele mundo, nele se afogando ineptamente junto com seu amigo. Por outro lado, se você chegar ao apuro de seu amigo com um frio "supere isso!" e, assim, não conseguir conectar-se com ele, você estará, destarte, muito longe do mundo subjetivo de seu amigo para lhe ser útil. E qual é a distância adequada e como chegar lá?

A recomendação é de não se envolver muito pessoalmente e tampouco se relacionar com isso de maneira muito impessoal. Há de se encontrar, para um bom equilíbrio, a “distância psicológica”, algo que leve à diminuição máxima da reserva sem que ela desapareça. Por exemplo, sua filha adulta conta como ela é infeliz no casamento e como seu marido é egocêntrico e insensível; e conforme ela desenvolve sua narrativa, você se vê ficando cada vez mais irado e prestes a dizer a ela para se divorciar do “idiota”. Mas, em vez disso, você muda sua perspectiva para ressoar com uma apreciação mais profunda dos sentimentos de sua filha - seu sentimento de desesperança, desamparo, negligência e desilusão. Dessa forma, você transforma sua indignação, afastando-a de sua preocupação prática para se concentrar e se conectar com os valores humanos compartilhados que estão em jogo. Como tal, a experiência permanece altamente carregada emocionalmente, mas as distrações práticas – a condenação e o julgamento sobre como resolver o problema são “filtradas”.

Você realmente quer melhorar a sua capacidade de ser empático? Então pratique! É claro que quando emoções fortes são acionadas, nem sempre é fácil praticar com esses filtros que citei, mas é exatamente por isso que a empatia requer prática e perseverança a fim de cultivar o hábito certo - É também por isso que a empatia é uma virtude ou uma excelência do ser humano.

Embora oferecer empatia possa parecer fácil e direto, há, como disse no início desse artigo, uma surpreendente falta dela na cultura atual. Aprender a se tornar mais empático ajudará a aprofundar suas conexões com seus filhos, parceiros, familiares, amigos, clientes e outros. É uma condição verdadeiramente inestimável. Então, eu recomendo que você pratique as sugestões acima quando um amigo, membro da família, colega, cliente ou outro relacionamento seu quiser – apenas - alguém com quem conversar. Uma vez que não é difícil encontrar tais contextos na corrente principal da vida, posso afirmar que é bastante fácil encontrar ocasiões para praticar a empatia. Isso não o tornará perfeito porque ninguém é perfeito, mas pode, de fato, ajudar a torná-lo mais empático, e isso pode, por sua vez, ser de valor inestimável para melhorar a qualidade de seus relacionamentos interpessoais bem como a vida de muitas pessoas de seu círculo de relacionamentos.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
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