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CONTROLE AS SUAS EMOÇÕES – ISSO É REALMENTE POSSÍVEL?

Certa vez, perguntei à minha neta, uma criança, se ela acreditava que as emoções, em geral, são controláveis. Ela me respondeu, com alguma relutância, com um sim, antes de confessar que prá ela, era a coisa mais difícil de fazer no mundo. E se houvesse um truque? insisti! – algo que facilitasse o controle das emoções? Ela poderia considerar, disse, mas que eu não deveria esperar que ela usasse o truque com muita frequência.

Deixando de lado os desafios de entender as emoções pré-adolescentes, penso que aprendi algo importante a respeito de suas crenças sobre as emoções:

  • que não só é possível estar no comando delas, mas que as emoções, em geral, não são ruins;
  • que há utilidade, às vezes até prazer, em “navegar” nas ondas emocionais em constante mudança - até mesmo nas emoções irritantes, como a frustração, e as ardentes, como a raiva.

Um novo fato é que, embora inúmeros estudos em psicologia tenham explorado a influência das emoções no bem-estar, pesquisas recentes sugerem que as crenças que mantemos sobre nossas emoções podem ter implicações importantes em nossa saúde psicológica.

Considere a crença sobre o controle das emoções. Você acredita que as emoções são controláveis ​​(moldadas e ajustadas de acordo com a nossa vontade) ou que são incontroláveis ​​(acontecem “sem serem convidadas” e por “conta própria”)? Por mais inócuas que possam parecer, pagamos um alto preço por essas crenças: elas não apenas podem se tornar fatores de risco para a depressão, mas também podem orientar os esquemas que usamos para gerenciar nossas emoções em nossa vida cotidiana.

Os sinais indicam que todos nós somos algo como estudiosos das emoções, decidindo por nós mesmos o que acreditamos sobre elas. Qual teoria da emoção devemos então tentar aderir para obter melhores resultados psicológicos?

A resposta parece clara: como regra, é benéfico acreditar que as emoções são experiências boas e úteis, e não experiências necessariamente prejudiciais e danosas; também é benéfico acreditar que as emoções são controláveis. Mas, certamente, não sendo muito rígidos visto que se pensarmos que as emoções são totalmente controláveis ​​o tempo todo, como isso deve ser estressante nos momentos em que não conseguirmos controlar nossas emoções. Fato é que não há como negar que seja surpreedente que o caminho para o bem-estar tenha muito mais nuances do que as pessoas possam pensar. Por exemplo, há contextos em que a raiva é a opção mais saudável assim como há ocasiões em que querer se sentir feliz pode sair pela culatra” – enfim, realmente, muito depende do contexto em que estamos sentindo a emoção.

Devemos também ponderar sobre a importância de nossas crenças sobre nossas emoções. O que você acredita sobre o mundo molda o jeito como você percebe e interage com esse mesmo mundo, então, o que você acredita sobre as emoções deve moldar a forma como você aborda e gerencia suas emoções. Por exemplo, se você crê que as emoções são ruins, o que vai acontecer quando você estiver chateado? Ou se você acha que as emoções são incontroláveis, o que vai acontecer quando você precisar administrá-las?

Nossas crenças exercem uma influência penetrante sobre nós, mesmo que não pensemos nelas em nosso dia-a-dia. Elas orientam o que queremos sentir e as estratégias que usamos para regular nossas emoções. Essas crenças, às vezes, vêm de fora com as pessoas nos dizendo como devemos nos sentir, tal qual nossos pais ao dizerem "Não chore" ou "Seja feliz". Quando observamos os outros, podemos vê-los lutando com suas emoções ou julgando-as. Em contrapartida, as crenças também podem vir de nossas próprias experiências. Se eu tivesse dificuldade em administrar minhas próprias emoções, poderia concluir que as emoções são relativamente incontroláveis. Ou, se muitas vezes tenho emoções angustiantes, posso desenvolver uma crença geral de que as emoções são particularmente ruins. No fim das contas, as nossas crenças sobre nossas emoções sempre afetam nosso bem-estar psicológico.

É claro que para que essas crenças abstratas - moldem a saúde e o bem-estar das pessoas, algum processo precisa acontecer. Um dos caminhos mais plausíveis é através regulação emocional (ou seja, os procedimentos que usamos para mudar emoções que temos e quando as temos). Exemplificando, se tenho inclinações a pensar que as emoções são um tanto incontroláveis, é menos provável que tente regulá-las em minha vida diária. Outro processo é a meta-emoção: sentir emoções sobre nossas emoções. Veja bem, se eu acho que as emoções são ruins ou prejudiciais, quando me sentir ansioso pode ser que me sinta mal por estar ansioso, o que me fará sentir pior ainda.

Afinal, quanto de nossas emoções estão realmente sob nosso controle?

Depende do que se defina com "emoção" e o que se quer dizer com "controle" (e o que você quer dizer "realmente"!). As emoções são experiências multi- facetadas e algumas dessas facetas podem ser mais fáceis de controlar do que outras. Por exemplo, mascarar a demonstração externa de emoção pode ser mais fácil em alguns contextos do que mudar como você se sente ou sua fisiologia. Pode depender da intensidade da emoção, onde emoções mais intensas são mais difíceis de controlar do que emoções menos intensas. Ironicamente, pode ser útil não tentar controlar nossas emoções. Se apenas aceitarmos nossas experiências emocionais e as deixarmos seguir seu curso natural, elas podem terminar mais rapidamente. É por isso que a aceitação emocional pode ser uma estratégia particularmente poderosa de regulação emocional - pode ajudá-lo a se sentir melhor, em parte porque você não perpetua suas emoções negativas. O objetivo não deve ser livrar-se ou sufocar todas as emoções, mas tentar tê-las no grau certo e no contexto certo e se recuperar mais rapidamente depois.

E as nossas crenças, podemos mudá-la? O que posso dizer é que as evidências de intervenções psicoterapêuticas mostram que é possível. Cito o caso em que a psicoterapia pode ajudar pessoas com transtorno ansiedade social a reduzir seus sintomas, ajudando-as a perceber e acreditar que sua ansiedade é mais controlável.

Um dos objetivos dos profissionais de saúde mental é ajudar seus clientes a mudar suas crenças desadaptativas. É importante ressaltar que mudar as crenças é apenas um primeiro passo – é crucial também dar às pessoas as ferramentas de que precisam para regular suas emoções. Todavia, convencer alguém de que pode controlar suas emoções é capaz de não ter um efeito muito benéfico se a pessoa também não tiver as ferramentas necessárias para realmente controlar suas emoções. Uma intervenção psicoterapêutica útil deve envolver a mudança de crenças e a aquisição de habilidades para usar formas eficazes de regulação emocional.

Um outro ponto é a forma como a cultura influencia nossas crenças. Bem, em parte, essas crenças vêm de nossa cultura, lembrando que certas emoções são mais valorizadas em algumas culturas do que em outras. Se vivemos em uma cultura que acredita que uma determinada emoção é valiosa, devemos ser mais propensos a valorizá-la - e mais propensos a tentar senti-la.

As crenças que mantemos mudam a forma como administramos nossas experiências do dia-a-dia. Se pudermos mudar modestamente nossas crenças, poderemos mudar a maneira como abordamos as experiências emocionais diárias que se acumulam e se tornam nossa sensação geral de bem-estar. Exempli gratia, se minha tendência é acreditar que as emoções negativas são ruins, sempre que ficar estressado no trabalho ou ter um conflito com minha esposa, sentirei possivelmente mais angústia. Se eu puder mudar para uma crença mais magnânima sobre as emoções - tentando ver minhas emoções com curiosidade em vez de julgamento - essas experiências do dia-a-dia poderão se tornar menos angustiantes. Com o tempo, mesmo pequenas mudanças podem se acumular e acabar movendo montanhas.

Uma dica” para ajudá-los a administrar suas emoções é a seguinte:

Quando você estiver tendo uma experiência intensa, tente sentar-se com a emoção e observe-a. Reconheça-a e não tente se livrar dela imediatamente ou julgá-la como bom ou ruim. Faça algumas respirações profundas. Sinta-a. Talvez consiga descrevê-la – arrisque entender de onde vem (“Acho que estou chateado ou fora de controle”). Tente descentrar evitando o entendimento de “Estou com tanta raiva!” para “Aqui está um momento de raiva”. Se você conseguir diminuir a intensidade de sua emoção, será mais viável repensar a situação e obter uma nova perspectiva. Contanto que você não esteja ruminando ou pensando sobre isso, a emoção acabará por desaparecer por conta própria. São coisas que tento fazer sozinho mas, claro, não nego, é sempre um desafio.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637

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