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PESSOAS QUE SE RECUSAM A ADMITIR QUE ERRARAM

 BREVE ANÁLISE PSICOLÓGICA DAS PESSOAS QUE SE RECUSAM A ADMITIR QUE ESTÃO ERRADAS

Existem pessoas que são, praticamente, incapazes de admitir que estão erradas. Essa dificuldade em pedir desculpas pode surgir da tentativa de preservar uma imagem ideal de si mesmo para evitar a humilhação. E mais, é uma relutância que pode resultar, também, da ideia errônea de que não deveríamos ser obrigados a pedir desculpas, uma vez que não tivemos culpa, ou ainda, reluta por uma ausência de autoconhecimento e consciência nas relações.

Nós nos curamos através de interações, e não por nos mantermos inabaláveis como adversários. A hostilidade se manifesta quando o anseio humano por reparação é acolhido com engano, resistência ou uma barreira de desprezo.

Ninguém gosta de perceber que desapontou alguém ou errou, principalmente se tentou agir corretamente ou se sentiu injustamente acusado. No entanto, alguns enfrentam desafios específicos ao admitir que erraram, assumir a responsabilidade ou expressar arrependimento de maneira significativa. Esse padrão é evidente em personalidades proeminentes, mas também é um desafio familiar em nossas relações pessoais, onde defesas inconscientes, personalidade e rigidez podem interferir no comportamento adaptativo. Entender o que se passa nos bastidores quando nos encontramos num impasse pode nos auxiliar a avançar, ou desconsiderar e interromper o ciclo de interações prejudiciais.

Uma barreira frequente ao pedido de desculpas é a ideia de que não deveríamos fazer isso já que não cometemos nada de "errado". Em certas situações, pode se tratar de algo tecnicamente correto, considerando uma perspectiva fundamentada em fatos. No entanto, a insistência em demonstrar que estamos "corretos", até mesmo no diálogo interno, só intensifica o conflito e semeia a divisão. Na realidade, se um indivíduo está correto, o outro está equivocado, e sob uma perspectiva relacional, todos saem perdendo.

Certos indivíduos evitam assumir a responsabilidade ou admitir que erram, pois acreditam que, indiscutivelmente, estão sempre "certíssimos". A falta de habilidade para rever a situação, o que implica em se autorrefletir e interagir com uma visão ou mentalidade distinta da sua, pode representar um entrave para a empatia, conexão e conciliação. Um ponto associado a essa renitência é possuir uma "certeza patológica" sobre a coerência e fundamentação de sua posição. Essa rigidez cognitiva se apresenta como uma mente fechada e inflexível, na realidade, uma deficiência de aprendizagem psicológica caracterizada pela incapacidade de assimilar novos conhecimentos e alterar sua percepção.

Outro entendimento é o de que a exigência de se redimir perante os outros após cometer um erro ou transgredir pode estar ligada a um perfil de personalidade rigoroso e perfeccionista, além de defesas narcisistas. Neste contexto, a pressão inconsciente para manter uma autoimagem ideal é planejada para atuar como um escudo contra a possibilidade de críticas temidas e autocríticas.

Para algumas pessoas, admitir que feriu uma pessoa estimada ou cometeu um erro é evitado inconscientemente, pois desperta sentimentos temidos de maldade e vergonha. Aqui, por exemplo, pode ser relembrada a dinâmica da infância com um pai crítico, repreendedor, indiferente e/ou culpado que lhe imputou um fardo emocional.

A empatia e a responsabilidade podem fazer com que indivíduos com essa dinâmica se identifiquem excessivamente com o sofrimento imaginado e projetado do próximo, resultando num sentimento exagerado de culpa, falha e responsabilidade emocional pelos sentimentos do outro.

Os equívocos e a sensação de estar "correto", de mais a mais, podem surgir de uma discrepância entre a intenção consciente da comunicação ou ação de alguém e a reação de desapontamento do receptor, talvez como resultado de uma ausência de autopercepção, sucedendo numa comunicação desconexa onde sentimentos e processos inconscientes se infiltram nas entrelinhas ou entonação da mensagem, sem que haja plena lucidez. Por exemplo, emoções não manifestadas ou isoladas, como ira, impaciência ou mágoa, frequentemente se manifestam involuntariamente através do tom, altura e palavras. As “entrelinhas” e o tom da interação são enviados de imediato ao cérebro do receptor, indicando um risco e neutralizando conteúdo superficialmente insignificante.

No entanto, em certas circunstâncias, persistir em defender a opinião ou comportamento de alguém pode ser, na realidade, uma tática inconscientemente normal ou adaptativa, como no caso de uma resposta a um apelo do desenvolvimento pessoal para priorizar a independência, como ocorre na adolescência. Igualmente, manter-se firme pode surgir da legítima necessidade de se resguardar de uma dinâmica relacional opressora, ou seja, agir dessa forma pode ser um modo de declarar autonomia ou estabelecer um limite diante de um abuso de autoridade ou em resposta a um indivíduo controlador.

Certamente, quando os perigos são elevados, a tarefa de negar ou justificar ações que provocaram danos se torna complexa por razões ocultas e tentativas de controlar a narrativa, independentemente de quão errônea seja. Diferentemente da sabedoria tradicional, as pessoas tendem a processar mais quando não recebem um pedido de desculpas significativo que admita o erro ou o prejuízo. Mesmo quando grandes acordos são alcançados, os acusados se sentem decepcionados sem um pedido de desculpas, uma constatação que é ecoada pela opinião alheia.

Erros de julgamento, conflitos e "erros empáticos" são inevitáveis, principalmente em relações próximas. Mesmo com mães em perfeita sintonia com seus bebês, podem ocorrer desconexões - a mãe não estar em sintonia com o bebê. Mas é a capacidade de ser responsiva de forma confiável e restaurar o ritmo ou o vínculo quebrado que determina a segurança e a saúde da criança e, da mesma forma, a saúde dos relacionamentos ou a facilidade de resolver uma disputa.

As desculpas reparadoras atendem à nossa necessidade humana de que uma quebra de confiança ou outro dano seja reconhecido, entendido e sentido de alguma maneira por aquele que causou o dano - contribuindo para a restauração da justiça, diminuição da auto culpa e partilha de parte do ônus, se for o caso. Quando essa necessidade é negligenciada, a retaliação e as disputas de controle atuam como um método alternativo para o mesmo propósito, resultando em mais prejuízos para todos os envolvidos. Os capazes conseguem escolher o remédio contra uma escalada mais intensa e, ao proporcionar paz, acerto e aliança para a situação, contribuem para tornar o mundo em que vivemos mais habitável.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

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