Sob a
perspectiva da psicoterapia, essa condição transcende a mera questão física,
revelando complexas interações entre fatores emocionais, psicológicos e
relacionais. A anorgasmia é um transtorno caracterizado pela dificuldade
ou incapacidade persistente de atingir o orgasmo, apesar da presença de
estímulo sexual adequado; Esse quadro pode afetar tanto homens quanto mulheres,
embora seja mais comum no público feminino. Sob a ótica da psicoterapia, a
anorgasmia não é apenas uma questão fisiológica, mas frequentemente reflete
aspectos emocionais, psicológicos e relacionais que interferem na vivência
plena da sexualidade.
A anorgasmia
pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade, gênero ou orientação
sexual. No entanto, é mais comum em mulheres devido a fatores socioculturais
que, historicamente, reprimiram a vivência do prazer feminino. Nos homens, é
menos frequente, mas pode ocorrer devido ao uso excessivo de pornografia,
consumo de substâncias psicoativas, uso de determinados medicamentos
antidepressivos e fatores psicológicos semelhantes aos que afetam as mulheres.
Além disso, para ambos, a falta de conhecimento sobre o próprio corpo e suas
respostas sexuais pode contribuir para o problema.
Em minha
vida profissional, atendi psicoterapicamente mulheres, pessoas com histórico de
trauma (como abuso sexual ou emocional), indivíduos com problemas de saúde
mental (depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático), pessoas
com dificuldades de relacionamento (problemas de comunicação, intimidade e
confiança no relacionamento), indivíduos com questões de autoimagem (baixa
autoestima e insatisfação com o próprio corpo). Todos esses de diferentes
idades, gênero ou orientação sexual.
Diversas são
as causas da anorgasmia, envolvendo aspectos biológicos,
psicológicos e sociais. Dentre os fatores psicológicos mais comuns,
destacam-se:
Psicológicas: Ansiedade de desempenho, medo do
julgamento, culpa, repressão sexual, crenças negativas/limitantes sobre o sexo,
falta de autoconhecimento sexual, baixa autoestima, sentimentos de inadequação
e vergonha do próprio corpo.
Emocionais: Estresse, depressão, ansiedade,
traumas passados como abusos e educação sexual repressora, dificuldades de
relacionamento, sexo selvagem e problemas de intimidade.
Relacionais: Falta de comunicação com o parceiro,
problemas de confiança, conflitos não resolvidos e insatisfação com o
relacionamento.
Conflitos
no relacionamento:
Problemas conjugais, falta de comunicação e intimidade emocional reduzem o
desejo e a resposta sexual.
Médicas: Alguns medicamentos, condições
médicas e alterações hormonais podem afetar a função sexual e levar à
anorgasmia.
A
psicoterapia desempenha um excelente papel no tratamento da anorgasmia oferecendo um espaço seguro e acolhedor para explorar as causas da
anorgasmia e ajudar a pessoa a compreender e superar as barreiras que
dificultam a resposta sexual. As abordagens mais frequentes combinam a
psicoterapia com técnicas de relaxamento e, conforme o caso, exercícios de
exploração corporal. O psicólogo ajuda, então, a compreender a situação do
paciente, seus sintomas bem como a focar no presente e aumentar a percepção do
próprio corpo.
A
anorgasmia, embora seja uma condição complexa, tem tratamento eficaz quando
abordada de maneira holística. A psicoterapia oferece um caminho para
ressignificar a relação com o prazer, promovendo uma vivência sexual mais
saudável e satisfatória a indivíduos e casais. Buscar ajuda profissional é um
passo essencial para quem deseja superar essa dificuldade e redescobrir a
sexualidade de forma plena e natural.
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico orientador parental
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Contatos: www.psipaulocesar.psc.br
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