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PSICOTERAPIA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O INDIVÍDUO E PARA A SOCIEDADE

Por Paulo Cesar T. Ribeiro*

Meus amigos,

Estamos todos numa situação desconfortável, caracterizada pelo fim de um período e pelas
incertezas de uma nova era que ainda não foi totalmente estabelecida. À nossa volta podemos observar várias comprovações disso, tais como a mudança nos costumes sexuais, na abordagem e objetivo da educação, nas revisões das religiões, na tecnologia sempre em evolução, etc. E mais, a insistente guerra ao terrorismo e o receio generalizado de suas consequências, talvez distante em nosso país, mas, com certeza, presente em nossas vidas. Não posso deixar de mencionar a escalada da violência urbana, ameaçadoramente existente nas calçadas de nossas casas. A minha conclusão é de que é preciso muita coragem e motivação para viver num mundo com essas características.

Mais uma vez, identifico nas mudanças sociais, motivos para a atuação do psicólogo, especialmente em sua função de psicoterapeuta a favor do reestabelecimento da segurança psicológica dos indivíduos, do equilíbrio e da saúde mental. As pessoas, cada vez mais, “patologizam” suas dúvidas frente à inevitabilidade das escolhas. Por exemplo, frente ao aparente caos que se afigura, necessariamente há uma escolha a ser feita. Uma delas é fugir ante a possibilidade de perda das estruturas atuais, acovardar-nos com a perda dos portos conhecidos, paralisarmo-nos à mercê da inércia (portanto, não participando da formação do futuro e negando o instinto humano de influenciar a evolução conscientemente), a ponto de capitular frente à forças destrutivas e desistindo de contribuir com a formação de uma sociedade futura mais justa e mais humana. Uma outra é armar-se de coragem para preservar nossos sentimentos, consciência e responsabilidade ante a mudança, participando conscientemente (mesmo que pouco) da formação da sociedade. Esta segunda escolha é uma resposta ao chamado para realizar algo novo, lidar com a angústia do nada trilhando onde não há caminhos definidos, e isso, realmente, exige uma coragem sem precedentes e compreendida por poucos. A psicoterapia, como disse, colocando o indivíduo frente à sua realidade e convidando-o a responsabilizar-se pelos seus atos e decisões, presta uma contribuição inigualável no processo de desenvolvimento humano social, não apenas individual.

A coragem a que me refiro não é o oposto do desespero mas sim, capacidade de seguir em frente, apesar do desespero. Trata-se de algo originado no interior do eu, pois do contrário, nos sentiremos vazios e nos tornará, por conseguinte, covardes. Essa coragem é o alicerce que suporta e torna reais todas as outras virtudes e valores. Sem ela, o amor empalidece e se transforma em dependência. Sem a coragem, a fidelidade é mero conformismo. A coragem é necessária para que o homem possa ser e vir a ser. Para que o eu seja é preciso afirmá-lo e comprometer-se. Essa é a diferença entre os seres humanos e o resto da natureza.

Um outro ponto em que a abordagem psicoterapêutica ajuda frequentemente a resolver refere-se à capacidade de socialização, ou seja, à condição que cada pessoa tem de arriscar o próprio eu na esperança de atingir uma intimidade significativa com outro ser. Claro que, também nesse caso, há de se ter uma certa dose de coragem para que se consiga investir o eu, por certo tempo, num relacionamento que exigirá uma entrega cada vez maior. Isso implica em dizer que a intimidade é algo que pode assustar visto que não é possível saber, logo no início, de que forma o relacionamento nos irá afetar. Crescerá, transformando-se, em auto-realização, ou nos destruirá? A única coisa certa é que, ao nos entregarmos totalmente numa relação, seja para o bem ou para o mal, não sairemos ilesos. Infelizmente a atitude mais comum nos dias de hoje é a evitação de um relacionamento autêntico e (o que é pior), muitas vezes, deslocando essa questão para o fenômeno do culto ao corpo. Tem sido mais fácil desnudar o corpo do que a mente ou o espírito. Parece ser mais fácil compartilhar o corpo do que as fantasias, desejos, aspirações e temores, pois estes são assuntos privados, cuja revelação nos torna mais vulneráveis. Por estranhas razões, envergonhamo-nos de compartilhar o que realmente importa. E, assim, as pessoas isolam o edifício mais "perigoso" de um relacionamento, indo imediatamente para a cama. Afinal de contas, o corpo é um objeto e pode ser tratado como tal.

Para a adequada socialização tem que haver uma intimidade simultânea nos vários níveis da personalidade. Só assim é possível vencer a alienação do indivíduo. Fazer novos conhecimentos provoca sempre alguma ansiedade, aliada ao prazer da expectativa, e à medida que o relacionamento se aprofunda cada descoberta é marcada por novo prazer e por uma nova ansiedade. Cada encontro pode ser o precursor de algo novo em nosso destino, bem como um estímulo na direção do prazer excitante de realmente conhecer alguém.

Por último, vejo que a psicoterapia auxilia também no confronto de duas espécies de temores: "o medo da vida" e “o medo da morte”. O primeiro é o medo de viver por si mesmo, o medo de ser abandonado, que também é a necessidade de depender de alguém. Caracteriza-se por uma entrega tão completa, que nada sobra para o relacionamento. O indivíduo transforma-se no reflexo da pessoa amada - e esta, cedo ou tarde, aborrece-se com isso. É como se fosse um medo da auto-realização. O "medo da morte", por sua vez, é o medo de ser completamente absorvido pela outra pessoa, o medo de perder a identidade e a autonomia, um medo de que lhe roubem a independência. Este é o medo associado aos homens, pois procuram sempre deixar uma porta aberta para a fuga rápida, caso o relacionamento se torne muito íntimo.

A verdade é que oscilamos entre os dois medos durante toda a nossa vida pois eles são, na verdade, as formas de ansiedade reservadas a todos os que, de alguma forma, se preocupam com alguém. Contudo, para se realizar, o indivíduo precisa enfrentar esses temores, adquirindo a consciência de que, para crescer, não basta sermos nós mesmos, mas é preciso participar da individualidade de outros.

Esses e tantos outros motivos asseguram o meu empenho profissional, na certeza de que ao ajudar na cura das mazelas psicológicas e emocionais de uma pessoa, estarei participando ativamente da construção de um mundo mais humano, solidário e justo.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e 94111-3637 ou pelos links www.psicologopaulocesar.com.br ou www.blogdopsicologo.com.br  

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