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O GRAVE PROBLEMA DA REJEIÇÃO



Qualquer um que tenha passado pelas aulas de ginástica no colégio conhece a ansiedade de ser o último a ser escolhido para o time de futebol ou de queimada. Se não for escolhido, sentirá a mesma mágoa de quando é excluído do almoço com os amigos e depois ver fotos do evento nas mídias sociais, ou quando não consegue o emprego após a entrevista ou é abandonado pela namorada. Sim, a rejeição dói e todos nós já experimentamos essa dor.

Mas, o que é a rejeição? Sentimo-nos rejeitados quando não somos incluídos, aceitos ou aprovados. Envolve a perda de algo que tínhamos ou queríamos, e, como o abandono, nos faz sentir indesejados e não bons o suficiente.

 

Posso dizer sem medo que para algumas pessoas, a dor de ser excluído não é tão diferente da dor de uma lesão física. A rejeição também tem sérias implicações para o estado psicológico de um indivíduo e para a sociedade em geral. A rejeição social pode influenciar a emoção, a capacidade de aprender e até a saúde física. Além disso, as pessoas ostracizadas às vezes se tornam agressivas e podem recorrer à violência.

 

Os seres humanos têm uma necessidade fundamental de “pertencer”. Assim como temos necessidades de comida e água, também temos necessidades de relacionamentos positivos e duradouros. Essa necessidade está profundamente enraizada em nossa história evolutiva e tem todos os tipos de consequências para os processos psicológicos modernos. Nas interações sociais, a rejeição social ocorre quando uma pessoa é excluída da relação, podendo ser rejeição interpessoal e rejeição romântica.

 

Uma pessoa pode ser rejeitada individualmente ou por um grupo inteiro de pessoas por bullying, provocação, ridicularização, por ignorar uma pessoa ou dar “um gelo” (tratamento de silêncio). Algum nível de rejeição é inevitável na vida, mas pode se tornar um problema quando é prolongada, quando o relacionamento é importante ou quando o indivíduo é altamente sensível à rejeição. A rejeição por parte de um grupo de pessoas pode ter efeitos especialmente negativos, principalmente quando resulta em isolamento.

A experiência de rejeição pode levar a uma série de consequências psicológicas adversas, como solidão, diminuição da autoestima, agressividade e depressão. Também pode levar a sentimentos de insegurança e uma maior sensibilidade à rejeição futura. Imagino que a maioria das pessoas reconhecem que a necessidade de amor e pertencimento é uma motivação fundamental e que mesmo os introvertidos precisam ser capazes de dar e receber afeto para serem psicologicamente saudáveis. O simples contato com outras pessoas não é suficiente para suprir essa necessidade. Em vez disso, as pessoas têm um forte impulso motivacional para formar e manter relacionamentos interpessoais atenciosos. As pessoas precisam tanto de relacionamentos estáveis ​​quanto de interações satisfatórias com os outros nesses relacionamentos. Se algum desses dois ingredientes estiver faltando, as pessoas começarão a se sentir solitárias e infelizes. Realmente, a rejeição é uma ameaça significativa. 

Ser membro de um grupo também é importante para a identidade social e autoconceito. Talvez o principal objetivo da autoestima seja monitorar as relações sociais e detectar a rejeição social. Nessa visão, a autoestima é um sociômetro que ativa emoções negativas quando aparecem sinais de exclusão.

Estudos mostram que a maioria das crianças rejeitadas por seus colegas apresenta um ou mais dos seguintes padrões de comportamento: baixas taxas de comportamento “pró-social”, por exemplo, revezando, compartilhando, altas taxas de comportamento agressivo, altas taxas de comportamento desatento, imaturo ou impulsivo, e altas taxas de ansiedade social. Por outro lado, as crianças queridas mostram habilidade social e sabem quando e como participar das brincadeiras dos grupos. Aquelas que correm o risco de rejeição são mais propensas a se sentirem incomodadas ou a ficar para trás sem participar. Crianças de minorias, crianças com deficiência ou com características ou comportamentos incomuns podem enfrentar maiores riscos de rejeição. Crianças que são menos extrovertidas ou simplesmente preferem brincadeiras solitárias são menos propensas a serem rejeitadas do que crianças que são socialmente inibidas e mostram sinais de insegurança ou ansiedade. Crianças rejeitadas são mais propensas a sofrer bullying na escola e nos playgrounds e tendem a ter baixa autoestima, além de maior risco de internalizar problemas como a depressão. Por último, cito que algumas crianças rejeitadas exibem comportamento impulsivo e mostram agressividade em vez de depressão. 

Quanto à rejeição romântica, sabe-se que tanto em adolescentes quanto em adultos, ela ocorre quando uma pessoa recusa os avanços românticos de outra ou termina unilateralmente um relaciona-mento existente. O amor não correspondido é uma experiência comum na juventude, mas o amor mútuo torna-se mais típico à medida que as pessoas envelhecem.

A rejeição romântica é uma experiência emocional dolorosa que faz com que os indivíduos rejeitados experimentem uma série de emoções negativas, incluindo frustração, raiva intensa e, eventualmente, resignação e desespero.

Você experimentou alguma dessas rejeições comuns na infância ou adolescência?

  • Ser intimidado
  • Tentar jogar num time e não conseguir
  • Não ter ninguém com quem almoçar
  • Ser último escolhido e ouvir frases do tipo “só restou o fulano”
  • Não ser convidado, assim como os amigos, para uma festa
  • Viver a traição de alguém ou o término de um relacionamento

Infelizmente, algumas crianças também sofrem rejeição em casa, o que adiciona uma outra camada de dor. A rejeição dos pais ou familiares pode incluir:

  • Ser criticado, dizer que você não é bom o suficiente ou ser chamado de nomes depreciativos
  • Ser abusado, negligenciado ou abandonado
  • Ser ignorado
  • Ouvir que seus sentimentos, ideias ou crenças estão errados ou não importam
  • Perceber os pais favorecendo o irmão
  • Ser mandado embora porque você era “difícil” ou “problemático”
  • Ser dito que você não é talentoso e deve desistir de seus objetivos e sonhos
  • Falta de apoio ou desaprovação de sua orientação sexual ou identidade de gênero

Tudo isso é muito ruim, e quanto maior a frequência e quanto mais jovem é a pessoa rejeitada, mais impactante é. As crianças pequenas estão ainda desenvolvendo seu autoconceito e autoestima, por isso são especialmente vulneráveis. Mesmo que as pessoas não lhe digam abertamente que ela é inadequada ou não amada, poderá ter essa conclusão porque as crianças pequenas não têm as habilidades de raciocínio e experiências de vida para entender completamente todas as razões possíveis da rejeição.

Como a rejeição é tão dolorosa, naturalmente queremos nos proteger de futuras rejeições. Fazemos isso erguendo paredes emocionais. Acreditamos falsamente que isso aliviará a dor da rejeição - como se manter as pessoas à distância nos impedisse de nos apegarmos ou nos apaixonarmos, ou que a rejeição não seria tão dolorosa se a outra pessoa não nos conhecesse profundamente. Levantar muros emocionais e rejeitar prematuramente os outros não nos ajuda a criar relacionamentos satisfatórios e não nos protege da dor da rejeição.

Enfim, e repetindo, a rejeição dói. Você pode até reconhecer essa dor mas não se culpe. Ao contrário, fortaleça a sua resiliência. A rejeição é, de fato, uma pílula amarga para engolir e a maioria de nós já teve uma boa dose disso. 

Não importa o quanto você queira ver o lado bom disso, mas a rejeição não constrói o caráter. É algo que quebra corações, traz lágrimas e levanta medos, e esse medo pode ficar e se tornar uma mancha difícil de remover. Aqui, um alerta especial pois o medo da rejeição, pode tornar-se um obstáculo ao sucesso e à felicidade. Em suma, a rejeição não é boa, mas deixar o medo da rejeição ditar o que você realizará em sua vida pode lhe fará sentir-se ainda pior no futuro. Faça psicoterapia, pois é um, senão o único recurso capaz de reverter essa situação.

Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os!

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637.

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