Para
muitos, o ambiente de trabalho oferece uma estrutura e um propósito que a vida
pessoal parece não conseguir. As regras claras, as hierarquias definidas e as
recompensas tangíveis proporcionam uma sensação de controle e previsibilidade.
Diante das incertezas da vida, o trabalho se torna um refúgio seguro, onde os
objetivos são claros e as conquistas são mensuráveis.
O
workaholic tende a identificar-se fortemente com sua profissão. O
trabalho se torna sua principal fonte de autoestima e realização pessoal e ele frequentemente
pensa sobre trabalho, fica deprimido se não consegue trabalhar quando
espera e não consegue encontrar prazer em atividades não relacionadas à
carreira. Quer dizer, a incapacidade de se desconectar e o medo de ser
substituído são sinais comuns desse comportamento. Essa dependência excessiva
do trabalho pode levar a um isolamento social e a um descuido com outras áreas
da vida, como relacionamentos e saúde. No entanto, devido a perspectivas e
recompensas culturais, como admiração e inveja generalizadas, boa parte
dessas pessoas nessas circunstâncias não consideram seu hábito problemático.
Assim, poucos deles buscam ajuda para seu workaholism. Mas quando estão
à beira do colapso, sentem uma profunda vergonha por não conseguirem
continuar a avançar, temendo decepcionar sua equipe. Eles lutam para se
manterem confiáveis em suas empresas e, mais importante, às pessoas.
Os
workaholics, costumam conceber o mundo de uma forma em preto e branco
onde cada pessoa é apenas trabalhadora ou preguiçosa. Eles também podem “catastrofizar”,
acreditando que erros arruínam reputações. Além disso, tendem a desqualificar
seus traços positivos e realizações de muitas maneiras, geralmente dizendo a si
mesmos que o passado é passado e que o certo é continuar a ganhar seu sustento,
algo bem típico da mentalidade: O que eu fiz ultimamente? São
indivíduos que, normalmente, baseiam sua autoimagem na utilidade e
produtividade; eles não conseguem imaginar apenas serem amados.
Embora
a cultura valorize a dedicação ao trabalho, o “workaholismo” pode ter
consequências negativas para a saúde física e mental. O estresse crônico, a
exaustão e a dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis são alguns
dos problemas enfrentados por esses indivíduos. Além disso, o perfeccionismo e
a busca incessante pela excelência podem levar a um sentimento de insatisfação
constante, pois a meta é sempre algo a ser alcançado. Portanto, as causas do workaholismo
são complexas e podem envolver fatores psicológicos, sociais e culturais. A
busca pela aprovação dos pais, a necessidade de controlar tudo ao redor e a
crença de que o sucesso profissional é a chave para a felicidade são alguns dos
elementos que podem contribuir para o desenvolvimento desse comportamento.
O
tratamento das pessoas que sofrem com o workaholismo envolve um processo
de autoconhecimento e mudança de hábitos. É fundamental que o indivíduo aprenda
a identificar seus pensamentos e crenças disfuncionais, a estabelecer limites e
a encontrar outras fontes de prazer e realização. A psicoterapia pode ser uma
ferramenta eficaz para auxiliar nesse processo.
Enfim, o esse é um problema complexo que exige uma abordagem multifacetada. É importante que a sociedade como um todo reconheça os perigos desse comportamento e promova um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ao buscar ajuda e adotar hábitos mais saudáveis, os workaholics podem encontrar um caminho para uma vida mais plena e satisfatória.
Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro
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