É
importante que você compreenda e silencie a voz interna que faz críticas sobre
si próprio e que pode se tornar um dificultador da vida sexual
A
sexualidade convida o indivíduo a estar no momento presente, conectado ao seu
corpo, aos seus sentidos e à uma outra pessoa. No entanto, ter uma "voz
interna” fazendo críticas “dentro da mente” durante o sexo é como ter uma
pessoa extra na cama realizando a análise de tudo, desde os seus desejos até a
performance. Essas vozes internas críticas afastam a pessoa da experiência, a removem
de seu corpo, deixando-o desconectado do(a) parceiro(a), roubando-lhe momentos
preciosos da sexualidade.
Provavelmente,
não é surpresa para você o fato de que ter uma autoestima mais alta e uma
imagem corporal mais positiva está relacionada ao aumento da satisfação sexual.
Por outro lado, pensamentos negativos em relação a si próprio aumentam os
níveis de estresse, o que pode diminuir a satisfação sexual. Significa que a
boa autoestima, sentimento de autonomia e empatia foram positivamente
associadas ao prazer sexual, enquanto que pessoas com baixa autoestima também
podem perceber seus parceiros(as) de uma forma mais negativa. O que tudo isso
nos diz é que a capacidade de ver a si mesmo e ao seu parceiro(a) através de
olhos gentis e empáticos tem um grande impacto sobre o quanto se gosta de sexo.
Um
dos principais responsáveis na criação de uma predisposição negativa para o
sexo é a “voz interna crítica” a qual me referi no início. Pode se dizer que se
trata de um processo de pensamento destrutivo que sabota a satisfação sexual. À
medida em que se ouve essa “voz”, há uma associação com sentimentos de
autoconsciência, insegurança e vergonha, levando a um comportamento
autolimitado ou mesmo autodestrutivo. Embora a maioria das pessoas saiba que os
“ruídos” dos pensamentos autocríticos pode ser um grande burburinho quando se
trata de sexo, nem sempre se está plenamente consciente do quanto essa voz
afeta as atitudes de uma pessoa. É interessante comentar que a “voz internas”
trazem críticas sobre a própria pessoa, sobre o(a) parceiro(a) ou sobre sexo em
geral - antes, durante e depois do sexo. Se, por um lado, a presença de tais
pensamentos possam ser esperados (afinal, a sexualidade de uma pessoa é algo muito
pessoal e há, de fato, a possibilidade de sentir-se bastante vulnerável ao
abrir-se a outra pessoa), por outro, é impressionante o grau de crueldade de
muitas “vozes internas” quando trazem emoções antigas e muito dolorosas.
Uma
maneira comum pelas quais as pessoas podem ser muito indelicadas consigo mesmas
com relação à própria sexualidade está nas “vozes internas críticas” que elas
têm em relação a seus corpos. Veja alguns exemplos que ouço com frequência na
condição de psicoterapeuta:
- Eu
sou horrível nu - é humilhante tirar a roupa!
- Meus
seios são muito grandes ou muito pequenos!
- Meu
pênis é muito pequeno, ela não ficará satisfeita – ela vai rir de mim!
- Acho
que estou muito velho – ela não se sente mais atraída por mim!
- Ele(a)
vai ver o quão feio(a) eu realmente sou!
Há
também um monte de “vozes internas críticas” que surgem antes mesmo da
experiência sexual. Muitos citam pensamentos como:
- Eu
realmente acho que ele(a) está atraído por mim? Por que estaria?
- Eu
sou muito estranho(a). Ele(a) vai perder o interesse.
- Ele(a)
não vai gostar mais de mim se eu dormir com ele(a).
- Por
que estou pensando em sexo novamente? Será que sou pervertido(a)?
- Cuidado,
ele(a) provavelmente está apenas me usando!
- Eu sei
que vou me envergonhar.
- Ele(a)
preferia estar com outra pessoa.
- Eu não
devo procurar o sexo – eu serei rejeitado(a)!
- É
nojento querer sexo.
- Eu
não sei o que fazer!
Muitas
pessoas têm “vozes internas críticas” durante o sexo, e isso dificulta que elas
se sintam no aqui e agora. São, novamente, ataques a si mesmos, ao seus
desempenhos, seus parceiros(as) ou em relação ao sexo em geral, impedindo-os de
desfrutar da experiência do momento:
- Eu
não estou fazendo ela se sentir bem.
- Eu
deveria estar fazendo isso ou aquilo.
- Ele(a)
provavelmente está sem pensar em mim.
- Eu
não estou sendo bacana o suficiente.
- Eu
sou muito ruim nisso.
- Ele(a)
não parece tão animad0(a).
- Eu
estou fazendo algo errado.
- Eu não
vou conseguir terminar.
- Eu
vou gozar muito rapidamente.
- Não
vou mostrar a ele(a) o que eu quero senão vou parecer uma aberração.
- Por
que ele(a) não sabe o que eu quero?
- Ele(a)
acha que sou péssimo(a) nisso.
- Ele(a)
é tão desajeitado(a) (ou insensível).
- Ele(a)
está tão tenso(a) - o que há de errado com ela(e)?
É
claro que esses tipos de pensamentos tornam o sexo menos agradável pois tiram
da
pessoa do fluxo livre da experiência e causa aflição, logo, desconectam os
envolvidos e, às vezes, até causa o afastamento um do outro. Muitas vezes,
quando uma pessoa começa a ouvir sua “voz interna crítica” durante o sexo, o(a)
parceiro(a) percebe uma mudança - o sinal da pessoa parecendo distraída ou um
pouco menos entusiasmada pode, então, acionar a “voz interna crítica” do(a) parceiro(a):
“Espere, o que mudou? O que você fez de errado?".
Muitos
casais comentam que, uma vez que começam a ouvir a “voz interna crítica”, o
sexo se torna mais mecânico, ao invés de uma experiência compartilhada. No
entanto, mesmo quando conseguem repelir seu “crítico interior” durante o sexo,
podem perceber vozes na cabeça após o sexo. Depois da transa, então, podem ter
pensamentos como:
- Eu
não gozei como gostaria.
- Ele(a)
parecia que não estava gostando.
- Eu
estava muito animado. Ele(a) provavelmente achou que eu estava desesperado(a).
- Eu
sou muito nojento(a) / pervertido(a).
- Ele(a)
não vai querer transar comigo novamente.
- Hoje
até que foi bom, mas acho que não será assim da próxima vez.
Quaisquer
que sejam as vozes específicas em relação ao sexo, a solução permanece a mesma.
Para que uma pessoa se sinta livre em relação à sexualidade, tem que desafiar o
seu “crítico interno”. Aqui estão algumas dicas para você controlar esse crítico
que existe em você:
- Anote
todos os pensamentos negativos que você tem em relação à sua sexualidade. Podem
ser pensamentos sobre o seu corpo, seu desempenho, seu parceiro(a) ou sexo em
geral. Ao fazer isso, escreva suas vozes na terceira pessoa, como se alguém as dissesse
para você. Por exemplo, em vez de dizer "sou péssimo no sexo", você
escreve: "Você é ruim no sexo".
- Explore
as raízes de suas atitudes. Muitas vezes, quando as pessoas começam a listar o
que suas vozes dizem, outras começam a surgir, inundando a sua com comentários
críticos. Às vezes, o ataque começa específico, mas à medida que você continua
escrevendo, atitudes mais profundas e enraizadas sobre a sexualidade começam a
aparecer. Por exemplo, uma mulher começou escrevendo: “O sexo é muito
complicado. Isso não é para mim!”. Quando ela se aprofundou nas vozes que
surgiram, ela escreveu coisas como: “Sexo é perigoso. É sujo. Eu vou ter uma doença.
É nojento querer sexo. Mulheres de bem não deveriam querer sexo”. Embora ela
não estivesse tão consciente dessas “vozes internas críticas” em sua vida
atual, ela reconheceu alguns dos pensamentos como frases exatas que sua mãe lhe
dissera sobre sexo quando ela ainda estava crescendo.
- Assim
como nossas “vozes internas críticas”, nossas atitudes sobre sexualidade
geralmente vêm do nosso passado. Sejam elas coisas diretas que são ditas, como
no caso da mulher mencionada, ou atitudes e crenças que foram adotadas, essas
forças ajudam a moldar o senso da própria sexualidade. Fazer conexões de onde as
atitudes negativas vêm pode ajudar a separar esses sentimentos do passado do
ponto de vista real no presente.
- Depois
de escrever suas vozes, você deve voltar a cada ataque e responder de uma perspectiva realista e compassiva. Tente falar consigo mesmo do jeito que você
falaria com um amigo. Desta vez, escreva suas respostas na primeira pessoa para
identificar essas expressões como seu verdadeiro ponto de vista. Por exemplo,
se você escreveu o ataque: “Você é tão desajeitado. Ninguém quer fazer sexo com
você", você pode escrever a resposta, "posso me sentir desconfortável
quando estou ouvindo todas essas vozes, mas na verdade sou uma pessoa
confortável e carinhosa. Quando estou relaxada, gosto de como sou sexualmente”.
- Será
muito bom que você descubra sua própria atitude em relação ao sexo: enquanto
você lida positivamente com suas críticas internas, tente ter uma atitude
aberta e acolhedora em relação aos seus sentimentos reais sobre sexo, sejam
eles quais forem. Esta é a hora de deixar de lado todos os "deveres"
e descobrir o que você realmente gosta e deseja. Tente ter uma perspectiva
curiosa, aberta e sem julgamento em relação a si mesmo. Tenha compaixão por
qualquer experiência que possa ter lhe prejudicado em relação à sua
sexualidade. Não permita que seu crítico interno o convença de que você deve
limitar, restringir ou punir a si mesmo com base nessas experiências. Lembre-se
de que sua sexualidade pertence a você. É só sua - para entender, explorar e
desfrutar.
- Se
você estiver num relacionamento com alguém de confiança, poderá conversar com
seu parceiro(a) sobre como sua “voz interna crítica” ataca a sua sexualidade.
Isso pode parecer desconfortável no início, mas ser aberto e vulnerável
geralmente inspira seu parceiro(a) a fazer o mesmo e se aproxima de você num
nível mais profundo. Ao compartilhar suas ideias e o que está acontecendo em
sua cabeça, você permite que seu parceiro(a) realmente lhe conheça e entenda os
aspectos de sua sexualidade. Isso pode ajudá-los a ficarem melhor quanto à
sexualidade do casal. Falar abertamente dessa maneira pode beneficiar seu
relacionamento. Estudos também mostram que casais que ficam à vontade para
conversar sobre sexo realmente gostam mais de sexo.

Colocar a sua “voz interna crítica” para fora do quarto pode parecer mais fácil de
dizer do que fazer, mas continuar a ter consciência dessas vozes e de como elas
afetam sua sexualidade é algo que pode beneficiá-lo(a) por toda a sua vida. É
algo que pode ajudá-lo(a) a se divertir mais em situações casuais e a desfrutar
de intimidade e proximidade mais duradouras num relacionamento de longo prazo.
Estar vivo e vibrante para a sua sexualidade é também vivenciar uma parte
importante de quem você é. Uma das maneiras mais eficazes de fazer isso é
continuar desafiando seu “crítico interno” e explorar seus sentimentos reais
sobre sua sexualidade.
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Lembre-se: Sua paz
interior e sua saúde mental devem ser sempre
as suas prioridades!
Um abração!
Psicólogo Paulo Cesar
Psicologia Clínica e Sexualidade Humana.
Psicoterapeuta de adolescentes,
adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação
junguiana e budista. Atendimentos presenciais e online.
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ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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