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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

PESSOAS QUE SE RECUSAM A ADMITIR QUE ERRARAM

 BREVE ANÁLISE PSICOLÓGICA DAS PESSOAS QUE SE RECUSAM A ADMITIR QUE ESTÃO ERRADAS

Existem pessoas que são, praticamente, incapazes de admitir que estão erradas. Essa dificuldade em pedir desculpas pode surgir da tentativa de preservar uma imagem ideal de si mesmo para evitar a humilhação. E mais, é uma relutância que pode resultar, também, da ideia errônea de que não deveríamos ser obrigados a pedir desculpas, uma vez que não tivemos culpa, ou ainda, reluta por uma ausência de autoconhecimento e consciência nas relações.

Nós nos curamos através de interações, e não por nos mantermos inabaláveis como adversários. A hostilidade se manifesta quando o anseio humano por reparação é acolhido com engano, resistência ou uma barreira de desprezo.

Ninguém gosta de perceber que desapontou alguém ou errou, principalmente se tentou agir corretamente ou se sentiu injustamente acusado. No entanto, alguns enfrentam desafios específicos ao admitir que erraram, assumir a responsabilidade ou expressar arrependimento de maneira significativa. Esse padrão é evidente em personalidades proeminentes, mas também é um desafio familiar em nossas relações pessoais, onde defesas inconscientes, personalidade e rigidez podem interferir no comportamento adaptativo. Entender o que se passa nos bastidores quando nos encontramos num impasse pode nos auxiliar a avançar, ou desconsiderar e interromper o ciclo de interações prejudiciais.

Uma barreira frequente ao pedido de desculpas é a ideia de que não deveríamos fazer isso já que não cometemos nada de "errado". Em certas situações, pode se tratar de algo tecnicamente correto, considerando uma perspectiva fundamentada em fatos. No entanto, a insistência em demonstrar que estamos "corretos", até mesmo no diálogo interno, só intensifica o conflito e semeia a divisão. Na realidade, se um indivíduo está correto, o outro está equivocado, e sob uma perspectiva relacional, todos saem perdendo.

Certos indivíduos evitam assumir a responsabilidade ou admitir que erram, pois acreditam que, indiscutivelmente, estão sempre "certíssimos". A falta de habilidade para rever a situação, o que implica em se autorrefletir e interagir com uma visão ou mentalidade distinta da sua, pode representar um entrave para a empatia, conexão e conciliação. Um ponto associado a essa renitência é possuir uma "certeza patológica" sobre a coerência e fundamentação de sua posição. Essa rigidez cognitiva se apresenta como uma mente fechada e inflexível, na realidade, uma deficiência de aprendizagem psicológica caracterizada pela incapacidade de assimilar novos conhecimentos e alterar sua percepção.

Outro entendimento é o de que a exigência de se redimir perante os outros após cometer um erro ou transgredir pode estar ligada a um perfil de personalidade rigoroso e perfeccionista, além de defesas narcisistas. Neste contexto, a pressão inconsciente para manter uma autoimagem ideal é planejada para atuar como um escudo contra a possibilidade de críticas temidas e autocríticas.

Para algumas pessoas, admitir que feriu uma pessoa estimada ou cometeu um erro é evitado inconscientemente, pois desperta sentimentos temidos de maldade e vergonha. Aqui, por exemplo, pode ser relembrada a dinâmica da infância com um pai crítico, repreendedor, indiferente e/ou culpado que lhe imputou um fardo emocional.

A empatia e a responsabilidade podem fazer com que indivíduos com essa dinâmica se identifiquem excessivamente com o sofrimento imaginado e projetado do próximo, resultando num sentimento exagerado de culpa, falha e responsabilidade emocional pelos sentimentos do outro.

Os equívocos e a sensação de estar "correto", de mais a mais, podem surgir de uma discrepância entre a intenção consciente da comunicação ou ação de alguém e a reação de desapontamento do receptor, talvez como resultado de uma ausência de autopercepção, sucedendo numa comunicação desconexa onde sentimentos e processos inconscientes se infiltram nas entrelinhas ou entonação da mensagem, sem que haja plena lucidez. Por exemplo, emoções não manifestadas ou isoladas, como ira, impaciência ou mágoa, frequentemente se manifestam involuntariamente através do tom, altura e palavras. As “entrelinhas” e o tom da interação são enviados de imediato ao cérebro do receptor, indicando um risco e neutralizando conteúdo superficialmente insignificante.

No entanto, em certas circunstâncias, persistir em defender a opinião ou comportamento de alguém pode ser, na realidade, uma tática inconscientemente normal ou adaptativa, como no caso de uma resposta a um apelo do desenvolvimento pessoal para priorizar a independência, como ocorre na adolescência. Igualmente, manter-se firme pode surgir da legítima necessidade de se resguardar de uma dinâmica relacional opressora, ou seja, agir dessa forma pode ser um modo de declarar autonomia ou estabelecer um limite diante de um abuso de autoridade ou em resposta a um indivíduo controlador.

Certamente, quando os perigos são elevados, a tarefa de negar ou justificar ações que provocaram danos se torna complexa por razões ocultas e tentativas de controlar a narrativa, independentemente de quão errônea seja. Diferentemente da sabedoria tradicional, as pessoas tendem a processar mais quando não recebem um pedido de desculpas significativo que admita o erro ou o prejuízo. Mesmo quando grandes acordos são alcançados, os acusados se sentem decepcionados sem um pedido de desculpas, uma constatação que é ecoada pela opinião alheia.

Erros de julgamento, conflitos e "erros empáticos" são inevitáveis, principalmente em relações próximas. Mesmo com mães em perfeita sintonia com seus bebês, podem ocorrer desconexões - a mãe não estar em sintonia com o bebê. Mas é a capacidade de ser responsiva de forma confiável e restaurar o ritmo ou o vínculo quebrado que determina a segurança e a saúde da criança e, da mesma forma, a saúde dos relacionamentos ou a facilidade de resolver uma disputa.

As desculpas reparadoras atendem à nossa necessidade humana de que uma quebra de confiança ou outro dano seja reconhecido, entendido e sentido de alguma maneira por aquele que causou o dano - contribuindo para a restauração da justiça, diminuição da auto culpa e partilha de parte do ônus, se for o caso. Quando essa necessidade é negligenciada, a retaliação e as disputas de controle atuam como um método alternativo para o mesmo propósito, resultando em mais prejuízos para todos os envolvidos. Os capazes conseguem escolher o remédio contra uma escalada mais intensa e, ao proporcionar paz, acerto e aliança para a situação, contribuem para tornar o mundo em que vivemos mais habitável.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

COMO GERENCIAR DIÁLOGOS PERTURBADORES SOBRE REPRODUÇÃO ASSISTIDA COM A FAMÍLIA E AMIGOS

Se você é uma paciente com problemas de fertilidade e optou por buscar ajuda médica para engravidar, é provável que queira receber suporte emocional de amigos e parentes, o que é normal e tranquilizador. O problema é que o suporte esperado pode se manifestar de forma totalmente diferente do que você imagina, podendo gerar, até mesmo, constrangimentos e emoções negativas. Portanto, é possível que você hesite em compartilhar a decisão com o "seu pessoal", algo bastante frequente entre as pessoas que escolhem a reprodução assistida.

Certamente, a escolha de compartilhar essa novidade com amigos e parentes deve ser cuidadosamente ponderada, pois cada situação é única. Caso não compartilhe, poderá enfrentar a frustração de não conseguir expressar seus sentimentos e emoções para as pessoas que lhe são significativas. No entanto, compartilhar detalhes com eles não garante uma compreensão completa do que você está passando neste momento. Se optar por informá-los e a resposta for negativa, pode surgir uma circunstância desagradável, especialmente se for a primeira vez, sobretudo se você tiver a expectativa de uma resposta será positiva. Existem pacientes que elegem aqueles com quem compartilhar a notícia, pessoas que acredita serem capazes de gerenciar as expectativas criadas pela novidade. Há outras que optam por nada falar até mesmo para aqueles que foram e são fundamentais em fases cruciais de suas vidas. E ainda há pacientes que se sentem desconfortáveis em admitir que necessitam de tratamento para engravidar, ou que escolhempor vivenciar a experiência de maneira pessoal e sem criar expectativas nos demais. Em última análise, cada uma deve refletir e avaliar o que será mais apropriado numa ocasião tão significativa de suas vidas, de acordo com sua realidade. O essencial é enfrentar o tratamento da maneira mais tranquila e eficaz possível. Se for preciso, um psicólogo especializado em Reprodução Humana terá recursos para fornecer.

Em relação ao suporte emocional, você pode desejar, por exemplo, que as pessoas se coloquem em sua posição, isto é, que tenham empatia e saibam exatamente como agir e falar em seu benefício, levando em conta a condição em que está passando, fruto de um tratamento de reprodução assistida. Contudo, surpreendentemente, a sua “galera” que compõe a rede de suporte pode não estar disposta a fazer isso e, em vez de oferecer apoio, as pessoas podem fazer perguntas invasivas e fornecer orientações indesejadas. Em outras palavras, ao invés de empatia, os parentes e amigos podem ser críticos e desinformados! Portanto, mesmo que você ame a todos, pode necessitar de auxílio para "sobreviver" neste contexto social, em outros termos, entre membros de sua própria família e círculo de amigos.

No entanto, se o seu objetivo é ultrapassar e vencer todos os desafios para realizar o belo sonho de formar sua família, motivo pelo qual escrevo este artigo, o mais adequado é procurar estratégias para preservar a sua segurança e o equilíbrio emocional durante este período.

Por exemplo, é muito sábio não esperar que as pessoas sejam diferentes quando você enfrenta problemas de fertilidade, em comparação com quando estava decidindo sobre um trabalho ou convidando um casal de amigos para encontros familiares. A sugestão é sempre ser realista e compreender que se essas pessoas (familiares e amigos) nunca tiveram uma boa visão da vida, provavelmente ainda estão emocionalmente surdos agora.

Outra sugestão é manter um distanciamento psicológico. Mas como se procede? É simples, basta olhá-los como se fosse a primeira vez que os vejo. O conceito é agir mais como uma observadora do que uma participante, pois isso contribui para uma sensação de desapontamento ou irritação reduzida.

Também será muito benéfico para o seu bem-estar refletir sobre algumas questões insensíveis acerca da gravidez. Certamente, as respostas da paciente podem ser auto declarativas ou auto protetoras, sérias ou divertidas, originais ou plagiadas, mas isso não é relevante, contanto que ela se sinta preparada e não seja surpreendida quando alguém lhe fizer perguntas desse tipo. É aconselhável praticar respostas como: "Obrigada pela pergunta, mas não quero discutir isso" ou "Esta é uma questão pessoal e não quero discutir isso".

Garantir que eles entendam que você não é a responsável pela sua infertilidade é igualmente crucial nesses momentos. Em outras palavras, caso os familiares ou amigos sugiram que a paciente esteve excessivamente ocupada ou ansiosa, é mais adequado esclarecer que a infertilidade também pode gerar estresse. Isso significa que um estresse pode surgir de questões profissionais, problemas pessoais, dinâmica familiar, doenças e diversos outros fatores, incluindo a infertilidade. Utilizar a psicologia e afirmar que essa informação os trará alívio normalmente gera entendimento (de forma indireta) e concordância.

A experiência de se submeter a um procedimento de reprodução assistida é extremamente individual, portanto, o indivíduo deve se sentir confortável para manter isso apenas para si. Se ela não tem interesse em responder a perguntas de seguimento não solicitadas, verificações frequentes, monitoramentos ou artigos intermináveis sobre questões de fertilidade enviados por parentes e amigos, ela simplesmente não precisa divulgar sua tentativa de conceber e, sobretudo, não se sentir culpada por não o fazer. Em outras palavras, ela deve conceder a si mesma a permissão para aguardar até que o membro da família seja o ouvinte adequado. Nem todos os tios, tias, primos e afins foram educados da mesma maneira em relação à escuta e suporte: Para alguns, não há problema em contar, para outros, é impossível não contar e ainda existem aqueles que não merecem ser informados ou receber notícias positivas.

Se a paciente necessitar de algo e tiver certeza do que necessita, deve conversar diretamente com um membro da família. Isso facilitará a nossa vida e a de todos. Você deve tentar expressões como "O que eu necessito agora é ____". Ou "Por gentileza, auxilie-me com ____." Se eles responderem de maneira relevante, demonstrar gratidão e demonstrar apreciação irá fortalecer a resposta.

O que são as chamadas "conversas constrangedoras" com amigos? Essas conversas geralmente oferecem conselhos não solicitados ou clichês, ou mal podem esperar para compartilhar seus próprios problemas. Na realidade, a paciente buscava uma conexão profunda e a oportunidade de expressar seus maiores temores em voz alta. Abaixo, apresento algumas sugestões para lidar com isso.

  • Não se deixe iludir pelas respostas deles. Apenas o ato de expressar seus sentimentos lhe proporciona uma sensação de ação e você consegue se escutar de maneira mais nítida.
  • Eles podem não ter ideia de como agir. Não esqueça que alguns dos seus amigos podem se sentir desconfortáveis ao se aproximarem de você, com medo de dizer algo incorreto ou tristes e exibindo ansiedade. Tente auxiliá-los comunicando o que precisa ser feito. "Eu ficaria encantado se você ____."

O grupo de suporte mais eficaz é formado por amigos que entendem o que você está vivenciando, pois já passaram ou estão passando por isso no momento. Quando dizem "eu compreendo", você percebe que estão realmente demonstrando empatia e compaixão.

  • Peça perdão. Se você estiver com amigos que não passaram por tratamento de fertilidade, mas continuam compartilhando informações sobre os médicos mais competentes, a dieta ideal para essa fase ou os suplementos mais eficazes, seja sua melhor amiga e interrompa. Agradeça e explique que está inundada de informações, e então, peça desculpas. Você já enfrentou o suficiente em sua jornada para evitar mais conversas desconfortáveis, não é mesmo?

Interagir com amigos e parentes em ocasiões sociais pode ser menos desafiador para a paciente do que gerir suas próprias reações constrangedoras.

  • Caso esteja tomando hormônios como parte de um tratamento de fertilidade, lidando com uma perda (ou risco) de gravidez ou aguardando os resultados de exames ou procedimentos, é possível que fique mais irritada.
  • É provável que você experimente pelo menos um pouco de ciúmes e ira ao se aproximar de alguém que já possui família, especialmente em ocasiões de festas familiares.
  • É possível que você se sinta retraído e sensível ao discutir seus problemas de fertilidade com outras pessoas, já que não consegue antecipar as respostas delas.

Em resumo: não é apropriado desmerecer ou depreciar os esforços do grupo de suporte. Em vez disso, tente encontrar oportunidades para brincar e rir com eles, pois ambos são eficazes na redução do estresse. Em vez disso, seria benéfico experimentar alguns jogos, assistir a uma comédia, ler e-mails divertidos ou enviá-los, já que todos esses estímulos liberam substâncias químicas cerebrais que elevam o estado de espírito. Lembre-se também de ser um amigo solidário consigo mesmo, tratando-se com a mesma consideração e respeito que dedica aos que você ama.

Em última análise, se houver um apoio significativo da família e amigos, isso deve envolver mais escutar do que falar. É crucial deixar a paciente em tratamento de reprodução assistida confortável - muitas perguntas sobre o progresso do procedimento podem intensificar o nervosismo e a pressão. Há situações em que as famílias apoiam a decisão do casal, porém desejam participar, fazendo perguntas constantes sobre a fertilização e o progresso do processo. Este tipo de comportamento pode levar a paciente a se sentir pressionada a fornecer uma resposta positiva, o que aumenta a pressão. O apoio incondicional é a maior demonstração de amor e solidariedade que a família e os amigos podem oferecer a quem enfrenta esse período.

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Colaborador do site HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

---

  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

 

 

A INFERTILIDADE NÃO É UM PROBLEMA EXCLUSIVO DAS MULHERES

 

Um equívoco frequente relacionado à infertilidade é vê-la como um problema exclusivo das mulheres. Existem vários sites, grupos e diversos conselhos para as mulheres em tratamento de fertilidade, lidando com as mudanças hormonais, os perigos da autoculpabilização e o preço do insucesso. Há também conselhos que focam no apoio que os homens podem dar às suas parceiras, seja ajudando a administrar os medicamentos, comparecendo às consultas juntos ou oferecendo um ombro amigo No entanto, que orientação é dada às mulheres para que apoiem seus parceiros masculinos que foram diagnosticados com problemas de fertilidade? Não muito, essa é a verdade.

A infertilidade, na mulher e no homem, pode causar depressão, ansiedade e uma sensação de fracasso que pode afetar profundamente o relacionamento e o clima de romance. Enfatizo que mesmo que a infertilidade esteja pairando sobre o casal como uma nuvem indesejada, ambos parceiros precisam buscar um descanso dessa nuvem. que, apesar da infertilidade pairar sobre o casal como uma nuvem indesejada, ambos os parceiros precisam encontrar um refúgio dessa nuvem. Portanto, na sua lista de "coisas para fazer", inclua passatempos, momentos com amigos, viagens de fim de semana e outras vivências prazerosas para revitalizá-los emocionalmente e reforçar o compromisso de permanecerem juntos, mesmo diante das incertezas que o futuro pode trazer.

Se a causa da infertilidade estiver com o homem, ele precisa ser apoiado. Seguem algumas formas da companheira ajudar o seu parceiro masculino durante este período desafiador da vida do casal. 

Como vocês estão juntos, faça o que for mais adequado para apoiar o seu parceiro.

Ajude-o a distinguir realidade de ficção: Existem diversos recursos e mitos sobre fertilidade, e seu parceiro pode estar se culpando por suas dificuldades nesse campo. Seguem alguns fatos para refletir.

  • Homens e mulheres têm a mesma probabilidade de ter problemas de fertilidade. Em termos gerais, pode-se afirmar que aproximadamente um terço dos casos de infertilidade são causados por fatores femininos, um terço por fatores masculinos, e os casos restantes são de ambos os sexos ou desconhecidos. Assim, não é raro que o parceiro masculino sofra de problemas de fertilidade.
  • Ele não precisa ser um acrobata para engravidar a sua mulher. Oespermatozoides são quimicamente programados para se dirigirem às trompas de Falópio e podem ser encontrados apenas alguns segundos após a ejaculação, independentemente da posição sexual.
  • Calças apertadas não são um grande problema. Mesmo com todas as advertências, cuecas ou jeans apertados não causam infertilidade porque geralmente não modificam a temperatura do escroto a ponto de causar um impacto significativo.
  • Hábitos alimentares não constituem a solução. Assegure-lhe que a infertilidade provavelmente não foi provocada por batatas fritas ou carne. Apesar de alguns alimentos possuírem características parecidas com hormônios, seria necessário consumir quantidades ilimitadas de gengibre, peixes (salmão, cavala, etc.), abacate, amendoim, entre outros, para elevar a testosterona o suficiente para resolver um problema de fertilidade. Além disso, seria necessário consumir soja, linhaça e ostra diariamente e em grande quantidade para influenciar a fertilidade masculina.
  • Ele não precisa se preocupar com o estresse: O estresse no ambiente de trabalho ou financeiro não provoca diretamente problemas de fertilidade nos homens. Mesmo que sua produção de esperma, libido ou ereções sejam afetadas por estresse físico ou emocional (como excesso de trabalho ou problemas familiares), essas perturbações são autocorretivas e limitadas no tempo. Dito de outra forma, mesmo um casal sob estresse ainda pode conceber se um óvulo apto encontrar um espermatozoide viável.
  • Incentive-o a desabafar: Discutir assuntos complexos pode ser um desafio para muitos, portanto, inicie a conversa com questões simples de responder, como "Então, o que você está pensando sobre tudo isso?" Se ele começar a falar sobre seus pensamentos, é provável que ele também fale sobre suas emoções.

Repita as declarações dele para que ele saiba que você está prestando atenção, ouvindo, entendendo e aceitando o que ele diz sobre esse problema de infertilidade. Isso dá a ele a oportunidade de:

  • Ouvir a si mesmo
  • Alterar ou aprimorar seus sentimentos
  • Entender e aceitar os sentimentos
E mesmo que você queira, tente não contradizer declarações negativas como: "Não consigo lidar com esse tratamento". Fazer seu parceiro se sentir seguro e apoiado é crucial - garanta a ele que seus sentimentos são normais. Com situações estressantes como essa, muitas pessoas só precisam de alguém que as ouça.

Mantenha-o envolvido nas atividades cotidianas: O tratamento de fertilidade é uma parte importante da vida diária se você estiver nele, mas assegure-se de que seu parceiro ainda esteja investindo tempo nas outras coisas que estão em andamento – você, o trabalho dele, os amigos, etc. Isso o lembrará de que ele é necessário e desejado, e mais do que apenas uma fonte de esperma. É comum que os homens confundam virilidade e fertilidade, então tranquilize-o de que seu esperma não o define mais do que seus óvulos definiriam você.

Experimente uma noite de vídeo ou cinema, uma aula de exercícios juntos, um show de stand up ou jogos como um intervalo no meio de um drama de fertilidade em andamento. Jogos competitivos como cartas, assistir ou jogar jogos de equipe, videogames e palavras cruzadas podem ser envolventes o suficiente para mantê-lo no aqui e agora e dar a ele uma pausa do estresse.

Lembre-se, a maioria das pesquisas sobre níveis de estresse durante o tratamento de infertilidade tem sido centrada em mulheres, logo e por óbvio, a maioria dos conselhos sobre como lidar com a infertilidade é também centrada nas mulheres. Contudo se você leu este artigo até aqui, compreende que os homens também precisam de apoio e ajuda durante esse período de ansiedade. E como uma parceria é um trabalho de duas pessoas que visa benefícios mútuos, seus esforços podem causar um positivo impacto no estado mental dele, à medida que vocês continuam essa jornada de fertilidade como um casal.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
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PROCURAR PSICOTERAPIA DURANTE A REPRODUÇÃO ASSISTIDA?


A mulher que está se submetendo a um tratamento de fertilidade e que não se sente emocional e psicologicamente equilibrada, pode estar precisando de algum tipo de apoio à saúde mental como a psicoterapia. Isso não é incomum, pois cerca de 80% das pacientes que lidam com a infertilidade realmente vivem algum sofrimento psicoemocional – e 30 a 40% dessas pessoas podem apresentar importantes graus de depressão e ansiedade.

Observa-se, por exemplo, que se houver excesso de controle e rigidez, a escolha e capacidade de prever o que ocorrerá nessa fase que está por vir é influenciada por um elevado nível de estresse. Em outras palavras, há uma considerável pluralidade de mulheres em tratamento de infertilidade que ficará estressada visto que engravidar não está mais sob seu controle, suas possibilidades de decisões são subitamente limitadas e os resultados futuros podem se tornar desconhecidos. Ademais, se a paciente, em adição ao estresse consequente dos desafios de fertilidade, também crê que a sua condição diária (de fadiga, frustração, ansiedade, irritação, ou seja, de estresse) é o agente causador dos problemas de infertilidade, poderão advir sentimentos de culpa e vergonha, além do aumento do próprio estresse.

A boa notícia é que o aconselhamento centrado no cliente e/ou o tratamento psicoterápico na área de infertilidade vem sendo considerado cada vez mais conveniente e proficiente na preparação de pacientes para o tratamento, resolvendo os efeitos psicológicas negativos e dando suporte ao planejamento de suas vidas após o tratamento, independentemente do resultado.

De fato, em situações como transferência de embriões, a recuperação de óvulos, a espera pelos resultados de teste de gravidez, a decisão sobre esperma ou óvulo doado, adoção ou útero de substituição ou simplesmente lidando com resultados não esperados mostram a necessidade de suporte psicoemocional para a melhor condição de saúde mental.

A experiência tem mostrado que, ao iniciar o processo de fertilização assistida, as informações prestadas pelos médicos como esclarecimentos de procedimentos, o entendimento dos termos médicos bem como o conhecimento das possibilidades de resultados são suficientes para diminuir a ansiedade. Por exemplo, assimilar que as alterações hormonais provocadas pelo estresse geralmente são autocorretivas e limitadas no tempo, ou são apenas gatilhos para condições médicas preexistentes, ajuda, na maioria dos casos, a minimizar ou eliminar culpas ou vergonhas, e estimula o paciente a se sentir mais confortável para compartilhar suas preocupações com outras pessoas. Entretanto, no seguimento do tratamento, pode haver a necessidade do apoio de um psicólogo quando tiver que tomar decisões, ou para aderir às prescrições de medicamentos feitas pelo médico. bem como para aprender a lidar com perguntas intrusivas de familiares ou gestações de amigos e como equilibrar-se entre as exigências profissionais e o autocuidado durante a delicada fase do processo de fertilização assistida - ou mesmo como suporte psicoemocional em situações de crise.

A maioria dos psicólogos atuante em psicoterapia de mulheres inférteis afirmam que de três a seis meses de terapia podem fazer uma grande diferença nos níveis de estresse durante o tratamento. Ainda que muitos pacientes com ansiedade ou estresse leves contem com a família e amigos com redes de apoio, é muito importante receber ajuda de um profissional da área de saúde mental pelo tempo que for necessário.

Os psicólogos utilizam técnicas psicoterapêuticas variadas, inclusive técnicas de relaxamento e de meditação, todas apropriadas à situação que a paciente vive. Vale dizer que esses profissionais são flexíveis e usam mais de uma abordagem para ajudar as pacientes em suas jornadas psicológicas.

Deve-se salientar, aliás, que mais importante do que as técnicas são os objetivos da psicoterapia ou apoio psicoemocional no decorrer do tratamento de infertilidade, como, por exemplo, ajudar o paciente a seguir sempre em frente sem que haja perda desnecessária de tempo. Com certeza, contar com esse apoio psicológico especializado vai ajudar a paciente a manter-se resoluta em sua meta de construir a sua família. O psicólogo poderá assegurar a superação de estágios emocionais complicados – qualquer pessoa lida com decepções e alegrias e equilibra-se superando-as, cada qual em seu próprio ritmo, além de entender que podemos experimentar mais de uma emoção simultaneamente. A pessoa não precisa resolver todos os seus problemas para seguir em frente, afinal, nem a vida nem o tratamento da infertilidade funcionam assim. Enfim, a abordagem psicoterápica durante esse processo auxilia as pessoas a assimilarem que devem ser atentas com suas vidas e a buscarem melhorias e mudanças, e não apena, ajudar a diminuir a ansiedade, o estresse e a depressão, os quais podem interferir na capacidade de engravidar.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

    • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
    • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
    • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
    • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
    • Colaborador do site HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
    • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

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REFLEXÕES SOBRE A PSICOTERAPIA DE PACIENTES LGBTQIAPN+

Inicialmente, vamos entender o que significam as letras da sigla LGBTQIAPN+: 

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual, Pansexual, Não-Binário, +. Veja, ao final do texto, mais detalhes sobre essa sigla.

Ao longo de minha carreira como psicoterapeuta tenho atendido pacientes que necessitavam de orientações sexuais ou que apresentavam diversos distúrbios sexuais, conflitos quanto a sua identidade sendo que muitas dessas pessoas, por mais incrível que possa parecer, já pediram ajuda para que deixassem de ser homossexuais!!! Sobre isso, meus amigos, estou plenamente seguro, experiente e confortável para afirmar que transformar um homossexual num heterossexual é inconcebível, ou seja: não há possibilidades de mudar a identidade sexual afirmada de uma pessoa. A aceitação dessa afirmativa vai ao encontro da ideia de que a homossexualidade não pode mais ser vista como uma “doença” ou um “desvio”, um “transtorno”. Ela é, com toda a certeza, uma modalidade própria do amor, uma maneira de amar e se sentir amado, e que tem, contudo, uma dolorosa consequência que é a solidão. Esse é um dos principais focos deste processo terapêutico e sobre o qual, direi algumas palavras.

Com muita frequência esses pacientes revelam seus sofrimentos através de frases como: 

  • “sou homossexual e a minha família não me aceita”
  • “meus pais não me aceitam como sou”
  • “somente minha irmã sabe que sou gay”
  • “me sinto muito infeliz pois sou muito sozinho”

 Esse é o real problema a ser tratado na homossexualidade: a solidão afetiva!

O homossexual conquistou seu espaço na sociedade (a despeito da ainda existente homofobia), mas é uma pessoa solitária. Seu problema não é mais a afirmação da sua identidade sexual, mas sim, conseguir e vivenciar o amor, algo indispensável e importantíssimo para todos nós. Fazer sexo não é problema para homossexuais. Isso é fácil de conseguir, mas a afeição, a ternura, o compartilhamento da sua vida com um companheiro que o ame, dividindo o seu cotidiano lhe faz muita falta e a dor dessa falta é quase insuportável.

A solidão traz uma sensação de abandono e amargura, às vezes até de ser desprezado. Sufoca a alegria de viver e modifica a pessoa em sua beleza interna. Isso machuca muito. Aqui reside um dos pontos importantes na ajuda a esses pacientes. Refiro-me à psicoterapia, que nestes casos, deverá ter como objetivos a confirmação e autoaceitação da sua identidade sexual e a abertura e confiança para experiências interpessoais significativas (não superficiais) que possibilitem o encontro amoroso, aquele encontro que preenche a alma e que faz qualquer pessoa se sentir plena e realizada!

Ampliando a reflexão, vejo a psicoterapia como uma experiência complexa e muitas vezes vulnerável para os clientes, por isso a relação “psicólogo – paciente” é vital para o sucesso do processo. Isso implica em transparência, cuidados e uma aliança de trabalho. O desenvolvimento da relação terapêutica positiva é fundamental para promover a mudança e o crescimento do cliente e transcende as técnicas terapêuticas e a orientações teóricas.

Indo direto ao ponto, a partir de relatos de vários pacientes LGBTQIAPN+, conclui que à medida em que a psicologia desenvolveu mais consciência e aceitação das minorias sexuais, a discriminação aberta deu lugar a formas mais sutis de viés heterossexista. Ou seja, a discriminação desses pacientes está sendo, infelizmente, realizada por “agressões disfarçadas” e sutis como um olhar, um tom de voz ou mesmo com um comentário heterossexual.

Isso é muito grave se a discriminação ocorrer no set psicoterapêutico pois a natureza dessas “agressões disfarçadas” pode deixar as pessoas LGBTQIAPN+ se perguntando se suas dúvidas psicológicas e sentimentos confusos são uma reação exagerada ou "algo errado". Essas pessoas, após sofrerem esse tipo de agressão, podem se sentir estigmatizados, irritados, invalidados e rejeitados pelo psicoterapeuta. Um estresse que, obviamente, pode levar o paciente LGBTQIAPN+ à angústia, depressão, ansiedade e afetar negativamente a sua saúde física.

Suponho que essas “agressões disfarçadas” transmitem vícios do terapeuta, mas o fato é que elas podem minar e danificar a relação terapêutica. Pode estar havendo uma falta de consciência dos preconceitos em relação às minorias sexuais, mas não me cabe discutir a condição do meu colega, focando, contudo, no impacto negativo dessa atitude no tratamento do paciente. A qualidade da relação psicoterapeuta-paciente pode melhorar quando os terapeutas reconhecem as “agressões disfarçadas” que fazem durante a psicoterapia com clientes LGBTQIAPN+. Isso, certamente, cria uma atmosfera de confiança que pode cultivar conversas mais profundas sobre as necessidades dos pacientes.

Dentre as “agressões disfarçadas”, a mais grave, em minha opinião, é a crença de que o(a) paciente LGBTQIAPN+ é um(a) heterossexual necessitando de apoio num momento de dúvida. Supor que todos os indivíduos LGBTQIAPN+ necessitem de psicoterapia também é um posicionamento preconceituoso. Afirmar que ver-se como LGBTQIAPN+ é que causou o problema psicológico do cliente ocorre com alguma frequência. Alguns pacientes me contaram que alguns terapeutas supervalorizaram ou simplesmente não deram a mínima importância às suas orientações sexuais, ou mesmo deixaram evidente suas crenças de que a heterossexualidade é a única orientação normal. Outros terapeutas parecem ter mostrado pressupostos estereotipados sobre a cultura LGBTQIAPN+, e tem ainda aqueles que se prendem à suposição (sem a necessária investigação) de que traumas com o sexo oposto são a causa que leva homens e mulheres heterossexuais mudarem sua orientação sexual.

Atendo pacientes LGBTQIAPN+ há muito tempo e gostaria de dar algumas dicas sobre o que fazer para o processo ser produtivo. O primeiro passo é construir uma relação positiva e, para isso, algumas condições são necessárias. O psicoterapeuta tem que se sentir bem trabalhando com clientes LGBTQIAPN+ e deve ser uma pessoa resolvida em sua própria orientação sexual e identidade de gênero. Ele também deve ser isento de preconceitos e atitudes negativas nem deve, tampouco, sentir-se privilegiado por ser heterossexual. É importante estar consciente da possibilidade de estar prestando cuidados através de uma lente heteronormativa, e que isso pode levar a uma má interpretação dos pensamentos, sentimentos e comportamentos de clientes LGBTQIAPN+. O psicólogo tem que ter uma boa ideia sobre a cultura e o mundo LGBTQIAPN+. Está muito claro que clientes se frustram quando seu psicoterapeuta não conhece o suficiente sobre isso. Esse conhecimento deve ser obtido através de estudos pois apenas ter amigos LGBTQIAPN+ não o torna competente.

Na psicoterapia é indispensável ter ciência da fase do desenvolvimento da identidade de orientação sexual está o seu paciente. Conhecer essa fase ajuda a dar contexto às preocupações apresentadas por ele e o seu grau de autoaceitação como uma pessoa LGBTQIAPN+. Além da orientação sexual, outros fatores como raça, etnia, classe, religião e eventuais deficiências podem agregar complexidade à identidade e apresentação clínica desses clientes. Deve-se criar uma sensação de segurança e confiança na relação terapêutica validando as experiências dos pacientes LGBTQIAPN+ como uma minoria sexual e mostrando que é ciente e que compreende o impacto do estigma sobre a vida deles. Estar ciente dos diversos tipos de agressões que ocorrem na sociedade, é claro, é indispensável para o sucesso do trabalho psicoterápico.

É interessante saber que apenas cerca de 25% de clientes homossexuais, lésbicas, gays, travestis e “trans” preferem um psicoterapeuta que também seja LGBTQIAPN+. Logo, é fundamental que os terapeutas heterossexuais saibam como oferecer terapia favorável a esses clientes, afinal, trabalhar solidária e positivamente pela melhoria da saúde mental e emocional deve ser um objetivo de todos os psicólogos independentemente do cliente. Isto é particularmente importante quando se trabalha com qualquer grupo discriminado, incluindo o grupo LGBTQIAPN+, o que exige que psicólogos desenvolvam a autoconsciência, a competência e as habilidades para trabalhar com clientes minoritários sexuais. Isso inclui trabalhar para descobrir, reconhecer, desafiar e mudar crenças e atitudes heterossexuais para habilitar-se e capacitar-se para essa atividade. A maioria dos clientes que procuram terapia apresenta preocupações que podem ser dolorosas e confusas e os psicoterapeutas de LGBTQIAPN+ devem esforçar-se para aliviar estas preocupações, sem trazer tendências ou pressupostos heteronormativos subjacentes à psicoterapia.

Detalhes sobre os significados das letras da sigla LGBTQIAPN+:

L: Lésbicas - Mulheres que sentem atração sexual e afetiva por outras mulheres.

G: Gays - Homens que sentem atração sexual e afetiva por outros homens.

B: Bissexuais - Pessoas que sentem atração sexual e afetiva por homens e mulheres.

T: Transexuais - Pessoas que assumem o gênero oposto ao de seu nascimento. Uma identidade ligada ao psicológico, e não ao físico, pois nestes casos pode ou não haver mudança fisiológica para adequação.

Q: Queer - Sempre foi usada como uma ofensa para a comunidade LGBTQIA+, no entanto, as pessoas do grupo se apropriaram do termo hoje é uma forma de designar pessoas que não se encaixam à heterocisnormatividade, que é a imposição compulsória da heterosexualidade e da cisgeneridade.

I: Intersexo - Pessoas que não se adequam à forma binária (feminino e masculino) de nascença. Ou seja, seus genitais, hormônios, etc. não se encaixam na forma típica de masculino e feminino.

A: Assexual - Pessoas que não possuem interesse sexual. Por vezes, esse grupo pode ser também arromântico ou não, ou seja, ter relacionamentos românticos com outras pessoas.

P: Pansexual - Pessoas que desenvolvem atração física, amor e desejo sexual por outras pessoas independentemente de sua identidade de gênero.

N: Não-Binário - Pessoas que não se identificam com nenhum gênero, que se identificam com vários gêneros, entre outras.

+ - O mais serve para abranger as demais pessoas da bandeira e a pluralidade de orientações sexuais e variações de gênero.

Vale lembrar que apesar essa versão da sigla, pode sofrer modificações a qualquer momento à medida que os estudos de gênero e sexualidade se aprofundam cada vez mais. A sigla não pretende colocar as pessoas em caixinhas e classificações, mas é uma ferramenta para ajudar a incluir e compreender a pluralidade do ser humano. 

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.