
A
depressão é algo relativamente fácil para ser diagnosticada, mas é muito difícil
de tratar. É uma condição muito mais complexa do que muitos imaginam - é bem mais
do que "ficar triste" o tempo todo ou pensar que a vida não tem
sentido. Vamos ver, abaixo, alguns aspectos importantes sobre a depressão e que
dão uma luz sobre uma circunstância complexa e, ao mesmo tempo, muito comum.
A
pessoa deprimida não costuma ter nenhuma meta específica. As pessoas que estão
deprimidas tendem a generalizar e abstrair excessivamente - "É tudo a
mesma coisa para mim, eu não me importo ...". É por isso essas pessoas tendem
a traças metas mais gerais e comuns do que as pessoas que não estão deprimidas.
Por exemplo, pessoas deprimidas podem dizer a si mesmas: “Eu quero ser feliz”,
mas isso não dá nenhuma indicação sobre como isso será alcançado. As pessoas
não deprimidas, por outro lado, são mais propensas a ter objetivos específicos
como: "Vou manter contato com minha família telefonando para eles uma vez
por semana". Como eles são precisos, é mais provável que atinjam suas metas
específicas do que metas gerais e comuns.
A
pessoa deprimida costuma ficar “ruminando” sobre vários assuntos depressivos. Um
sintoma importante da depressão é a “ruminação”, isto é, quando os pensamentos
depressivos povoam, rondam e circulam pela mente. Infelizmente, não se pode
simplesmente dizer a uma pessoa deprimida para deixar de pensar em coisas depressivas
ou deixar de ter pensamentos depressivos - é inútil! Isso porque o tratamento dos
sintomas da depressão é, em parte, estimular o autocontrole da atenção da
pessoa. Um método que pode ajudar nesse sentido é a “Atenção Plena”. Mindfulness leva a pessoa a viver no
momento presente, ao invés de se dirigir sua atenção a arrependimentos passados
ou preocupações futuras. Uma recente revisão vários estudos sobre mindfulness comprova seus benefícios no
tratamento da depressão.
A
pessoa deprimida costuma ter uma memória ruim. Um dos sintomas menos conhecidos
da depressão é o seu efeito adverso na memória. Ao longo dos anos, estudos
mostraram que pessoas que sofrem de depressão têm problemas com a memória
declarativa, que é a memória de fatos específicos, como nomes ou lugares. Isso se
deve, em parte, ao fato das pessoas com depressão estarem muito suscetíveis a
perder a capacidade de diferenciação entre experiências semelhantes, o que
também é uma outra faceta da tendência para generalizar demais. A depressão
também confunde outros tipos de memória, incluindo a capacidade de recordar
significados e de transitar no espaço físico.
A
pessoa deprimida tem dificuldade para se lembrar dos “bons tempos”. Precisamente
por causa das dificuldades de memória e do humor deprimido, pode ser difícil
para as pessoas deprimidas se lembrarem dos bons momentos. Uma técnica que pode
ajudar é tentar criar um "espaço de memória" emocional, algo como se
fosse uma loja mental de lembranças felizes específicas para usar enquanto não
se recupera da depressão.
A
pessoa deprimida apresenta um Realismo Depressivo. Há evidências de que a
maneira pela qual os deprimidos vêem o mundo é mais precisa do que os
não-deprimidos - essa teoria é chamada de Realismo Depressivo. As pessoas não
deprimidas tendem a ser um pouco otimistas demais: elas acham que tiveram um
desempenho melhor nas tarefas do que realmente têm e prevêem um desempenho
melhor do que realmente podem alcançar no futuro. As pessoas deprimidas, ao
contrário, avaliam seu próprio desempenho com mais precisão e realismo, então,
de certa forma, os deprimidos são mais realistas.
As
pessoas deprimidas tem uma precisa percepção do tempo. Um estudo recente
descobriu que pessoas deprimidas têm uma percepção de tempo mais precisa do que
as não-deprimidas, e, explicando os resultados, pode-se dizer que os deprimidos
são precisos ao estimar o tempo, enquanto as estimativas das pessoas não
deprimidas são muito altas. Isso pode ocorrer porque pessoas com depressão leve
concentram sua atenção no tempo e menos nas influências externas. A percepção
precisa do tempo pode não ser um grande consolo para os deprimidos, mas sugere
como a atenção é alocada na depressão e por que as pessoas deprimidas costumam
dizer que o tempo parece se arrastar.
As
pessoas deprimidas podem ser tratadas com exercícios. Está muito claro para a
maioria de nós, que o exercício faz com que o paciente se sinta melhor por um
curto período, mas será que isso pode também tratar a depressão a longo prazo? Uma
nova revisão sobre material obtido após 26 anos de pesquisa descobriu que pode,
sim! Esses estudos sugerem que o exercício físico não só faz com que as pessoas
se sintam melhor no momento, mas também ajuda a impedir futuros episódios de
depressão. Não é de se admirar que muitos profissionais da Saúde Mental tem
prescrito exercícios no tratamento da depressão.
Pessoas
deprimidas sentem a dor física com mais intensidade. As observações são de que,
realmente, as pessoas que estão deprimidas também podem experimentar níveis mais
intensos de dor física. São vários os estudos que mostram que os indivíduos induzidos
a um estado depressivo tornam-se menos capazes de lidar com a dor. Quando as
pessoas saudáveis se entristecem com pensamentos negativos e música depressiva,
seus cérebros processam a dor mais emocionalmente, o que os leva a achar a dor ainda
mais desagradável.
O
estilo de pensamento influencia no estado depressivo do paciente. As pessoas
geralmente pensam que a depressão é causada, pelo menos em parte, por grandes e
ruins eventos de vida. Isso é verdade, mas a depressão também refere-se ao modo
como as pessoas reagem a esses eventos e, de fato, a estressores comuns e
cotidianos. Está comprovado que pessoas que tiveram grandes reações emocionais
a eventos relativamente pequenos tiveram maior probabilidade de ter sintomas
depressivos quando foram acompanhados dez anos mais tarde. A importância do
estilo de pensamento, além da genética e das circunstâncias, é respaldada por
outro estudo recente, que descobriu que o modo como as pessoas pensam sobre
seus problemas influenciam os níveis de depressão que vivenciam. Explicando: embora
não possamos mudar o histórico familiar de uma pessoa ou suas experiências da
vida, é possível ajudá-la a mudar a maneira como ela pensa e ensiná-la estratégias
de enfrentamento positivas que podem atenuar e reduzir os níveis de estresse.
Espero
que essa informações sejam úteis para você, esclarecendo mais alguns pontos a
respeito da depressão. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br)
que podem ser interessantes para o seu momento de vida! CLIQUE
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Um
abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de
adolescentes, adultos e casais.
Psicólogo de linha
humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
Palestrante sobre temas
ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo
ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento
de segunda-feira aos sábados. Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637,
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