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SAÚDE MENTAL EM SITUAÇÕES DE LESÃO FÍSICA OU ORTOPÉDICA


Há situações em que problemas psicológicos e emocionais são causados ou potencializados por doenças físicas. Sabemos que há uma conexão clara entre a saúde mental e física, o que permite dizer que quando uma não vai bem, a outra também é afetada de alguma forma. Doenças crônicas, como câncer, doenças cardíacas, diabetes e outras doenças podem tornar o indivíduo mais propenso a ter ou desenvolver uma condição de saúde mental; é comum, por exemplo, sentir-se triste ou desanimado após sofrer um ataque cardíaco ou tentar controlar uma condição crônica, como a dor.

Por certo, devido à dor e diminuição da funcionalidade, viver com distúrbios músculo-esqueléticos pode afetar negativamente a qualidade de vida do paciente. O estilo de vida limitado por efeito de problemas ortopédicos tem uma influência considerável na saúde mental e pode causar dificuldades emocionais, como depressão, ansiedade, baixa autoestima, tristeza, mau humor excessivo ou outras tensões psicológicas, sem falar que a dor pode manter uma pessoa acordada durante toda a noite. Quer dizer, o custo físico e a mudança no estilo de vida podem ser esmagadores - uma lesão pode impedir a pessoa de participar de atividades que gosta, forçá-la a contar com a ajuda de outras pessoas e tirar sua mobilidade independente.

É fácil perceber as lesões físicas de um paciente, mas,... e quanto à luta interior que ocorre quando alguém sofre uma lesão? Embora não possa ser visto facilmente, muitas vezes está fortemente presente, sendo os problemas de saúde mental, um obstáculo real e comum no caminho para a recuperação. Muitas vezes, até mesmo ferimentos leves podem ter um impacto significativo. Além disso, quanto mais a personalidade ou identidade de uma pessoa estiver conectada à sua forma física ou habilidade/desempenho, maior será a reação emocional. Nossos corpos e mentes não estão separados, por isso não é de surpreender que problemas na saúde física possam afetar a saúde mental e vice-versa. A maneira mais simples de pensar sobre a conexão corpo-mente é que tudo começa no cérebro. Como exemplo, as pessoas que têm mobilidade reduzida por conta de uma lesão têm um risco maior de desenvolver um humor deprimido, e podem, também, estar perdendo o aumento hormonal que o movimento ativo e o exercício podem fornecer. É um ciclo vicioso de pensamentos negativos, que se alimentam uns dos outros e aumentam a dificuldade de recomeçar a se movimentar.

Evidentemente, o que me preocupa e justifica esse breve artigo é o fato desses problemas de saúde mental serem frequentemente negligenciados e de haver o pensamento de que o suporte para o sofrimento psicológico de pacientes com traumas e outros problemas ortopédicos é ofuscado pelo foco no tratamento eficaz da fratura do paciente. Em oposição a esse pensamento, há um número significativo de médicos que concordam que o bem-estar mental de um paciente não pode ser separado de sua recuperação física, portanto sendo importante não ignorar sentimentos de medo, ansiedade, desesperança e tristeza que não se dissipam facilmente.

Se você percebe ou desconfia que seu “psicológico” está impactado por um tratamento ortopédico, converse com seu médico. Mas tente entender o que a sua lesão significa para você. Se você se sentir sobrecarregado por uma lesão, tente listar para si mesmo algumas das maneiras pelas quais você está funcionando bem. Reconheça o que você se orgulha em si mesmo e lembre-se que você é mais do que sua deficiência. Assuma a responsabilidade sem se culpar - a autocrítica interfere no processo de cura, enquanto assumir a responsabilidade pela reabilitação ajuda na recuperação, mas isso é, obviamente, muito mais fácil de dizer do que feito. Com certeza, ficar revendo repetidamente os erros não ajudará a encontrar uma maneira de seguir em frente. Apoie-se em amigos e familiares (mas não muito): obter ajuda, deixar as pessoas saberem o quanto você se sente vulnerável não significa que você está se tornando um fardo ou desenvolvendo uma dependência doentia. Na verdade, há uma força que vem do reconhecimento de nossa necessidade pelos outros. E, novamente, procure maneiras de aprimorar o que você pode fazer por si mesmo. Praticar a autocompaixão é uma maneira importante de quebrar as garras da depressão e da ansiedade causadas pela dor. Por fim, é importante saber que coisas boas podem surgir de experiências ruins. Essas são apenas umas poucas “dicas” para você se recuperar bem e em tempo menor. Agora, veja o que um paciente de psicoterapia falou para mim: "quem teria pensado que, com esse processo terrível, eu descobriria partes valiosas de mim que nem sabia que existiam antes?"

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Após divulgação do artigo acima, houve esse rápido diálogo com uma pessoa:

Leitor: "Você pode, por favor, desenvolver um pouquinho mais o seu raciocínio a respeito de “Praticar a autocompaixão é uma maneira importante de quebrar as garras da depressão e da ansiedade causadas pela dor”?

Respostatentarei destrinchar o que seria “praticar a autocompaixão para lidar com a depressão e ansiedade causadas pela dor”, mas isso terá que ser num “textão”.

A gente vive numa sociedade que, infelizmente, provoca a todos para que sejam os melhores em tudo e não aceitem erros ou falhas. Claro que isso eleva, sobremaneira, a autocrítica e a tendência ao perfeccionismo. De modo geral, e com um bom toque de budismo (minha escolha filosófica e religiosa), compaixão tem a ver com eliminar o sofrimento e alcançar a felicidade, o que é importante a qualquer pessoa e da sociedade. Por sua vez, a autocompaixão é ser gentil consigo mesmo quando as coisas não estão boas ou percebemos algo que não gostamos em nós mesmos. É não ser frio e um autocritico severo. Através da autocompaixão confirmamos que a condição humana é imperfeita, e isso nos faz mais conectados aos outros quando sofremos ou falhamos... Implica, também, em conscientização e na aceitação das emoções dolorosas quando elas surgem. É lidar com a realidade de modo direto e simples, ao invés de suprimir a dor ou torná-la um drama pessoal exagerado. Assim, vemos a situação de modo bastante clara.

Caro amigo, é muito bom quando identificamos as nossas expressões neuróticas (pensamentos confusos e emoções perturbadoras)! A autocompaixão não exige que nos avaliemos positivamente ou que nos vejamos como melhores do que outros. Pelo contrário, as emoções positivas da autocompaixão surgem exatamente quando a autoestima cai, e essa queda ocorre com muita frequencia nas condições de uma doença que faz a dor. Autocompaixão, podemos dizer, significa que o senso de autovalorização é estável e disponível para nos fornecer cuidados em momentos de necessidade, favorecendo a diminuição da ansiedade, depressão e elevação da felicidade.

É um “envolvimento” com a bondade, conectividade e equilíbrio emocional consigo próprio, uma espécie de provisão de segurança emocional importante para nos vermos com clareza e para que façamos as mudanças necessárias para minimizar sofrimentos como angústia, ansiedade e depressão. Podemos aprender a nos sentir bem, não porque somos especiais e acima da média, mas porque somos seres humanos dignos de auto-respeito. Veja que a autocompaixão é tratar-se da mesma forma como trataríamos um amigo em qualquer situação. De modo algum, a autocompaixão pode ser vista como pena de si mesmo, fraqueza, ser uma pessoa boba” ou se tornar alguém de pensamentos e ações irrealistas. Mas com certeza, é uma espécie de autobondade.

Como aconselhamento, diria que uma pessoa pode falar consigo mesmo de forma a diminuir os pensamentos trágicos..., pode se fazer presente diante do próprio sofrimento, sem negá-lo..., deve validar-se pois reconhecer o que você está sentindo é fundamental para aliviar o próprio sofrimento. Dê nome às emoções difíceis que está sentindo mas não as julgue.

Enfim, meu caro, autocompaixão está mais para a prática madura, saudável e libertadora de aceita a si mesmo e a realidade em que vive, buscando a melhor solução e não manter o foco apenas no problema - porém aceitando que erros são possíveis, logo, permitindo-se não dar conta de tudo!

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Um abraço,

  • Psicólogo Paulo Cesar
  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
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