NÃO CAIA EM ARMADILHAS MENTAIS
VEJA COMO DESAFIAR E
REFORMULAR SEUS PENSAMENTOS
Fonte: Revista Forbes
O overthinking
é o hábito de pensar demais, analisar excessivamente, remoer ou se preocupar
com situações, decisões ou eventos, o que muitas vezes leva a sentimentos de
estresse e ansiedade.
Você pode se pegar repassando conversas
passadas, pensando em como poderia ter dito algo de forma diferente, ou
imaginando cenários futuros que talvez nunca aconteçam.
É fácil criar situações na sua mente que
parecem muito maiores do que realmente são, transformando pequenas preocupações
em ciclos intermináveis de pensamentos repetitivos.
Ficar remoendo as coisas e pensando “e se…”
pode levar a uma ansiedade desnecessária e te prender em um ciclo de
pensamentos negativos. É uma armadilha mental que pode ser exaustiva, fazendo
até mesmo situações simples tomarem uma proporção muito maior.
Aqui estão duas estratégias simples que você
pode usar para se libertar do hábito de pensar demais.
1. Pensamentos intrusivos? Pause e não entre
em pânico
Pensamentos intrusivos podem surgir de
repente, especialmente quando você está focado em algo importante, como se
preparar para uma apresentação ou reunião. Do nada, pode surgir um pensamento:
“Vou ser demitido. Não tenho ouvido nada sobre meu desempenho há um tempo.”
Isso pode rapidamente se transformar em: “Será que estou indo bem? E se me
demitirem amanhã? Tenho dinheiro suficiente guardado?”
Esses pensamentos irracionais, sem nenhuma
evidência lógica, podem consumir seu tempo, criando cenários catastróficos e te
forçando a lutar contra “demônios” imaginários. Isso pode impactar seu
trabalho, produtividade e, em casos mais graves, sua saúde mental e a
capacidade de funcionar no dia a dia.
Uma estratégia simples e eficaz é reservar de
5 a 10 minutos todas as manhãs, ou sempre que esses pensamentos intrusivos
surgirem, para anotar tudo o que pode estar causando preocupação ou excesso de
pensamentos. Dessa forma, você pode liberar esses pensamentos e os analisar
mais tarde, com a mente mais clara.
Quando um
pensamento negativo ou ansioso surgir, o segredo é reconhecê-lo sem reagir.
O overthinking pode variar desde medos
irracionais como “Minha esposa vai me deixar” até preocupações diárias, como o
resultado de uma conversa ou reunião importante.
Ao invés de deixar esses pensamentos se
transformarem em ruminações, pause, respire fundo e anote. Você pode criar um
“diário de preocupações”, onde registra qualquer pensamento incômodo que surgir
ao longo do dia. Essa prática simples ajuda a tirar esses pesos da mente para
uma reflexão posterior, impedindo que eles assumam o controle no momento.
2. Analise e desafie seus pensamentos
O próximo passo é analisar e desafiar seus
pensamentos quando você tiver tempo livre ou antes de dormir, compreendendo
melhor seus padrões de excesso de pensamentos.
Essa abordagem é baseada na Terapia
Cognitivo-Comportamental, na qual as pessoas são ensinadas a reconhecer e
desafiar padrões de pensamento distorcidos. O objetivo é identificar
pensamentos que não te ajudam – como pensamentos ansiosos, catastróficos ou
supergeneralizados —, rotulá-los e depois desafiá-los, examinando as evidências
e considerando alternativas mais racionais.
O processo de análise envolve identificar e
categorizar seus pensamentos para conseguir alguma distância emocional e
clareza. Por exemplo:
Pensamento catastrófico, ou assumir o pior
resultado possível de algo – “Se eu não for bem nessa apresentação, toda minha
carreira estará arruinada.”
Medo de rejeição, ou assumir que todos os
relacionamentos estão fadados ao fracasso – “Meu amigo não respondeu à minha
mensagem, então ele deve estar chateado comigo.”
Supergeneralização, ou fazer uma suposição
ampla com base em uma única situação – “Cometi um erro hoje, então devo ser
péssimo no meu trabalho.”
Quando pensamentos negativos ou ansiosos
surgirem, desafie-os. Questione se os cenários que você está imaginando são
realistas ou se está exagerando e criando coisas. Reformular seus pensamentos
pode te ajudar a ver as situações com mais clareza e evitar preocupações
desnecessárias.
Quando seus pensamentos estiverem cheios de
ansiedade ou dúvidas, desafie-os perguntando a si mesmo:
Existe alguma evidência que sustente esse
pensamento, ou estou presumindo o pior?
Estou interpretando essa situação de forma
lógica, ou estou deixando minhas emoções interferirem no meu julgamento?
Quais são as
chances desse pior cenário realmente acontecer?
Esse pensamento está baseado em fatos ou
medos?
Por exemplo, depois de uma conversa com seu
chefe, você pode começar a pensar: “Por que eu disse aquilo? Foi tão estranho.
Ele me elogiou, mas será que foi genuíno? E se ele estava sendo sarcástico e
preparando o terreno para me dar uma má notícia depois? Meu desempenho deve
estar caindo. Ele não falaria comigo assim de outra forma.”
Veja como você poderia desafiar o
overthinking:
Identifique o pensamento. “Meu chefe me
elogiou, mas talvez ele estivesse sendo sarcástico ou preparando uma má
notícia.”
Examine as evidências. Pergunte a si mesmo:
“Existe alguma evidência concreta de que meu chefe estava sendo sarcástico?
Algo no tom ou nas palavras dele sugeriu isso? Houve algum sinal de que meu
desempenho está caindo?”
Considere explicações alternativas. “Talvez
meu chefe estivesse genuinamente me elogiando pelo meu bom trabalho. Não há
razão para acreditar que ele estava sendo sarcástico, especialmente porque ele
não me deu nenhum feedback negativo recentemente.”
Questione a probabilidade. “Quais são as
chances de meu chefe estar me preparando para uma má notícia com sarcasmo? Se
houvesse algum problema com meu desempenho, ele não seria mais direto ou traria
isso em uma reunião formal?”
Reformule o pensamento: “É mais provável que
o elogio tenha sido genuíno. Meu chefe não indicou nenhum problema com meu
trabalho, então provavelmente estou exagerando porque estava nervoso.”
Em resumo, reconhecer e desafiar pensamentos
distorcidos é uma habilidade que leva tempo para se desenvolver. Com a prática,
você pode deixar de ser uma pessoa consumida por preocupações constantes e
pensamentos catastróficos para abordar as situações com uma perspectiva mais
racional e equilibrada.
Autor:
Mark Travers, colaborador da Forbes USA, psicólogo americano formado pela
Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.