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Durante a adolescência, as inseguranças são
onipresentes e abundantes. Na verdade, superar dúvidas é uma parte importante
do crescimento e amadurecimento para tornarem-se adultos. Embora as inseguranças
afetem todos os adolescentes, elas se manifestam de maneira diferente e com
intensidade variável, dependendo da força de caráter e ambiente de cada pessoa.
A adolescência é desafiadora de várias maneiras, pois é o momento de grandes
mudanças na vida e, com as mudanças, vem o aprender a tratar a pressão, a preocupação,
as incertezas e o medo. Sob tais circunstâncias, às vezes um incidente
aparentemente pequeno pode se transformar numa grande ansiedade, o que pode
gerar um mecanismo de enfrentamento potencialmente autodestrutivo.
Os adolescentes sofrem pressão proveniente de várias
fontes, principalmente de si mesmos. A pressão dos amigos, irmãos, dos pais e
da sociedade em geral, combinada com as mudanças hormonais, continuamente tira o
chão desses jovens e alimenta suas inseguranças. É o momento em que as crianças
de ontem começam a tomar suas próprias decisões, procuram maneiras de se
expressar e avaliam seu valor um contra o outro. Um vínculo anteriormente
sólido entre um pai e um filho tende a enfraquecer durante esse período e o
relacionamento se assemelha mais a uma montanha-russa do que qualquer outra
coisa. Enfrentar desafios com um sistema de suporte inconsistente, ou sem ter
alguém em quem confiar, é realmente uma tarefa assustadora – uma das razões
para o adolescente contar com o apoio especializado de um psicoterapeuta com
formação adequada.
A identificação de causas específicas de
insegurança na adolescência costuma ser uma tarefa difícil para os pais e para
os adolescentes. A maioria desses jovens não compartilha ou discute suas
dúvidas com os outros, especialmente os adultos, o que dificulta descobrir o
que os incomoda e como a situação pode ser sanada. Dito isto, acrescento que as
causas das inseguranças dos adolescentes são incontáveis: ficar sozinho,
rejeitado, não fazer parte da turma, ter notas ruins, notas que não agradam a mamãe
e o papai, performances não boas na faculdade, cometer erros, falhar na
tentativa de alcançar algo e, portanto, decepcionar amigos, pais, professores
ou a si mesmo, ter o “tipo errado de” corpo, roupas, hobbies, turmas, e a lista
continua...
Sabe-se, por exemplo, que
sete em cada dez meninas acreditam que não são boas o suficiente ou se comparam
de alguma maneira com outras meninas sobre sua aparência, desempenho na escola
e relacionamento com amigos e familiares, sentindo-se inferiorizadas nessas
comparações. Essas inseguranças brotam da baixa autoestima - as adolescentes
com autoestima diminuída têm maior probabilidade de se envolver em
comportamentos inadequados na resolução de conflitos. Mas não são apenas as
meninas que são vítimas de inseguranças - os meninos também são afetados. Assim
como as mulheres, os adolescentes se preocupam excessivamente com a imagem
corporal, o que é um fator de risco para sintomas depressivos entre eles. Se não forem tratadas, as inseguranças dos meninos e meninas podem
persistir até o início da idade adulta, um fato alarmante, considerando os
potenciais efeitos nocivos das inseguranças dos adolescentes e da baixa
autoconfiança: problemas para dormir, agressividade, abstinência, ansiedade e
depressão estão entre os problemas com os quais os adolescentes inseguros mais
lutam. Frente a uma dificuldade de alto grau, os adolescentes geralmente adotam
mecanismos de enfrentamento ruins, como comer desordenadamente ou abuso de
substâncias tóxicas, sendo que, na realidade, só pioram as coisas e, em casos
extremos, podem até ser letais.
Para garantir
tranquilidade e segurança de seus filhos durante a adolescência, os pais
precisam tomar medidas preventivas precoces. Ajudar as crianças a criar
autoconfiança e instilar um senso de valor próprio desde a tenra idade é
fundamental para ajudá-las a combater suas inseguranças mais tarde na vida.
Ainda assim, a adolescência é cheia de incertezas e a autoconfiança dos
adolescentes pode ser facilmente influenciada, de modo que até a maioria dos jovens
autoconfiantes precisa de segurança e credibilidade dos pais de tempos em
tempos. Para ajudar os adolescentes a melhorarem a autoestima durante a
adolescência e também fortalecer e manter um relacionamento positivo, os pais podem
optar por essas sugestões:
Elimine a
negatividade nas palavras e pensamentos: Comece com uma conversa pessoal positiva. É muito fácil ficar
frustrado com as pessoas que não cooperam e perder a calma com elas - fácil,
mas improdutivo. Para entender e apoiar uma criança em dificuldades, você
precisa ajudá-la a se abrir sobre coisas que a sobrecarregam. Se você critica
seus filhos por todos os detalhes mesquinhos, eles não compartilharão suas
preocupações com você pelo medo de serem julgados e censurados. Para manter uma
dinâmica positiva entre vocês dois, você deve manter uma perspectiva positiva o
tempo todo, mesmo quando seu filho não estiver por perto.
Promova
uma comunicação aberta: Se algo
está incomodando seu filho, você deveria ser a primeira pessoa a quem eles devem
pedir ajuda. Você precisa informar aos adolescentes que eles podem lhe dizer
qualquer coisa, que você irá ouvir e não julgará, que tentará entender o
problema do ponto de vista deles, e que oferecerá feedback, confiança e
conselhos construtivos. em vez de condescendência. Evite coisas como "Que
tipo de problema é esse?", "A culpa é sua!" ou "Eu disse
isso a você".
Identifique
os gatilhos: O que causa a ansiedade, agressão
ou reticência do seu filho? De onde vêm seus medos? O que faz você reagir de
uma maneira ou de outra no decorrer de uma discussão com seu filho adolescente?
Conhecer os gatilhos deles - e o seu - é uma arma poderosa para facilitar uma
conversa com os jovens, além de removê-los das "zonas de perigo",
reduzindo assim os níveis de estresse.
Ajude os
adolescentes a trabalhar em seus objetivos e nas estratégias para alcançá-los: Para combater a incerteza, você precisa confiar
em seus objetivos e nos indicadores de progresso. A incerteza pode fazer você
se sentir desamparado e preso em um lugar - geralmente ruim - na vida. O senso
de conquista é indispensável para criar autoconfiança nos adolescentes. Definir
metas realistas, dividi-las em submetas menores e medir o progresso relacionado
pode fazer a diferença na atitude e na perspectiva de seu filho em relação ao
mundo.
Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e
casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e
budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no
ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila
Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou
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