Formas de Contato:

Fone e Whatsapp: 11.94111-3637

Email: paulocesar@psicologopaulocesar.com.br

Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

SAÚDE MENTAL NO TRABALHO: VELHOS PROBLEMAS PORÉM AINDA POUCO CONSIDERADOS

Em pleno século XXI, caracterizado por muitas modernidades, inclusive no ambiente de trabalho, as empresas deveriam colocar o bem-estar de seus funcionários no centro de suas preocupações. Entretanto, não é isso que, infelizmente, observa-se, sendo ainda os transtornos mentais, um tabu dentro das organizações. Não é um fenômeno exclusivo do Brasil pois, em todo o mundo, cada vez mais pessoas enfrentam esses desafios.

Posso, sem medo de estar longe da verdade, estimar que cerca de um em cada cinco adultos sofre de problemas de saúde mental em um ano com sintomas que duram um considerável tempo. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres estão particularmente em risco, com taxas mais altas de transtornos mentais como depressão, ansiedade, etc.

Em termos financeiros, esses transtornos mentais no trabalho custam à economia global mais de US$ 1 trilhão em perda de produtividade anual. Há, também, uma pesquisa realizada na Europa (uma contribuição da União Europeia para o consórcio World Mental Health Surveys Initiative - EUWMH), mostrando que funcionários com problemas de saúde mental implicam numa média de 3,1 dias de absenteísmo por mês, em comparação com 1 dia por mês para funcionários comuns. Não creio que seja muito diferente em nosso país!

Há anos, desde quando ainda fazia uma carreira executiva em multinacionais, venho alertando sobre o problema da saúde mental afetando a produtividade e, consequentemente, os resultados organizacionais. Considero que, hoje, esse seja um assunto indiscutível, visto que a aceita-se com mais realismo o fato da saúde mental afetar a eficácia de um funcionário no local de trabalho. O que agora eu questiono é: Por que as empresas ainda não atuam objetivamente para a diminuição significativa desse tipo de problema, considerando que trabalhadores e empresa podem ganhar ou perder com essa condição? Sendo bastante didático, lembro que boa saúde mental do trabalhador traz bom resultado em termos de produtividade e uma saúde mental comprometida influencia  negativamente nos índices organizacionais, até mesmo em questões financeiras.

E como agem os funcionários frente a essa situação?

Bem, muitos trabalham como se nada tivesse acontecido, porém recomendo que observem a si próprios  e analisem suas condições. Quando atendo trabalhadores que entram em “pane” por causa de suas atividades profissionais, observo que, inicialmente, os sintomas variam: um dia, a pessoa está totalmente funcional e no dia seguinte pode ser difícil para ela sair da cama, seja qual for os setores onde trabalham - saúde, varejo, hotelaria, administração, indústria, atendimento ao cliente, educação, etc.

Alguns recorrem ao abuso de substâncias ou à automutilação para aliviar a tensão. Outros tentam esconder seus sintomas no trabalho, mas o resultado final é mais fadiga e estresse. Eles também admitem estar distraídos em seus deveres.

Algumas pessoas se obrigam a trabalhar quando não se sentem bem, mesmo quando percebem que precisam tirar uma folga. Por outro lado, para outros, o trabalho salva vidas já que isso permite que eles se desconectem de seus problemas, concentrando-se em suas tarefas; pode até ajudá-los a superar suas dificuldades durante um período contudo se assim continuarem, o preço será alto demais. Apesar disso, os participantes admitem que, com o tempo, todos percebem que precisam cuidar de si mesmos, em vez de ignorar seus sintomas, lembrando que continuar trabalhando em condições ruins afeta negativamente seu desempenho no trabalho a longo prazo.

A sua saúde mental tem um grande impacto na qualidade da sua atividade, no ritmo com que executam as suas tarefas e no número de erros cometidos. Eles também experimentam grandes quedas de energia, fazendo com que se sintam mais lentos.

No entanto, algumas estratégias permitem que os participantes combinem com sucesso as demandas de seu trabalho e seu bem-estar. Felizmente, há quem aceite sua condição em vez de combatê-la.

Em outros indivíduos, bons conselhos e acompanhamento médico  e psicológico têm um efeito positivo na eficiência do trabalho. As atividades de atenção plena (yoga, meditação) também ajudam a regular certos sintomas. Desarmar as situações com humor é outra técnica para manter um bom relacionamento com os colegas e ao mesmo tempo dar indicações sobre o estado de saúde.

Por fim, resta a estratégia de compensação: compensar a perda de qualidade ou reatividade no trabalho durante certos momentos difíceis, trabalhando mais nos períodos em que se sente melhor.

Os indivíduos afetados também podem regular ou reduzir seus sintomas se, dentro de suas empresas, se sentirem ouvidos e apoiados. Por exemplo, se seus empregadores permitirem que eles tirem uma folga ou recebam tratamento adequado.

Infelizmente, muitos funcionários que sofrem não se atrevem a falar sobre esses problemas. A realidade é que muitas empresas não estão preparadas para enfrentar essas dificuldades ou não oferecem esquemas de trabalho que ajudem seus funcionários a cumprir suas exigências profissionais. Torna-se, portanto, urgente estimular o desenvolvimento de uma maior consciência sobre todos os sofrimentos mentais, incluindo os que não são necessariamente visíveis. A comunicação transparente e o apoio gerencial são essenciais para melhorar a vida profissional e a inclusão dessas pessoas mais vulneráveis.

É fundamental mostrar que é possível melhorar a saúde mental com ações práticas. A troca de sentimentos, pensamentos e sensações em uma conversa já pode aliviar a pessoa em sofrimento. Também deve-se encaminhá-la para os profissionais especializados, para melhor diagnóstico da situação.

A verdade é que sofrimentos ligados à atividade profissional atingem muita gente em nossa sociedade; são sofrimentos que se revelam em forma de ansiedade, depressão, Burnout, despersonalizações, angústias, crises de relacionamentos e muitas outras formas. É imprescindível que as empresas precisam melhorar esse realidade.

Existem vários caminhos e o mais importante é entender o diagnóstico da sua empresa, ou seja, o que precisa ser melhorado na sua realidade – as causas estão dentro delas e os sintomas de seus empregados são uma consequência de problemas como preconceito e assédio, carga de trabalho excessiva, estabelecimento de metas inalcançáveis, estimulação de muita competitividade, falta de reconhecimento, ausência de qualidade de vida, inexistência de plano de carreira, inoperância de políticas relacionadas à flexibilidade, desconsideração da importância de um programa de qualidade de vida, despreocupação com ambiente “não diverso” e sem qualquer tipo de inclusão, e atém mesmo, por causa de lideranças com comportamentos inadequados e abusivos

Concluindo, espero que as empresas brasileiras, e também em todo o mundo – façam mais investimentos em saúde mental. Isso é investir na sua empresa!

Quando falo sobre sofrimentos psicológicos no trabalho estou me referindo a muitos fatores que podem interferir no bem-estar emocional, no humor e na capacidade cognitiva dos trabalhadores. Há muito que está ao alcance das empresas e que podem ser feitas hoje. As mudanças por um ambiente mais saudável se iniciam com pequenas e grandes ações. Desde mudar a forma de agir e pensar da sua organização até oferecer apoio psicoterapêutico como um benefício corporativo

Se quiser, você pode contar comigo nessa jornada – veja os dados de contato ao final desse artigo. O importante é levar os cuidados com a saúde mental para a sua empresa!

Acesse meus conteúdos nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Devemos envelhecer com dignidade ou sucumbir à pressão para que mantenhamos eternamente jovens? Afinal, são tantos cremes e remédios “antienvelhecimento”, cartões engraçados sobre envelhecer, memes, todos com uma mensagem incongruente com o acúmulo de anos, uma mensagem clara de que envelhecer é algo a evitar. 

O preconceito de idade é definido como discriminação contra pessoas mais velhas por causa de estereótipos negativos e imprecisos, e está tão arraigado em nossa cultura que muitas vezes nem percebemos. A maioria das organizações agora tem departamentos de diversidade, equidade e inclusão para lidar com questões como racismo e preconceito de gênero. Mesmo nesses departamentos, o viés de idade raramente está no radar, o que me faz pensar que o preconceito de idade é estranhissimo no sentido de que ainda é socialmente aceitável de várias maneiras.

É claro que o etarismo tem uma série de efeitos negativos ao bem-estar físico e mental das pessoas e da sociedade como um todo. Além do mais, os estereótipos negativos que alimentam o preconceito de idade geralmente interpretam mal o envelhecimento. Quando dizemos que o envelhecimento não é totalmente negativo, não é que estejamos usando lentes cor-de-rosa. Isso é baseado em ciência rigorosa.

Como psicólogo, alinho-me com todos os ativistas que estão tentando reformular as atitudes em relação ao envelhecimento. Reconhecer a idade como um fator de risco para discriminação, por exemplo, incentiva que se dê mais ênfase nos fatores psicológicos do envelhecimento e promove uma narrativa mais produtiva sobre os benefícios de uma expectativa de vida mais longa. A questão é: o que podemos fazer como indivíduos e também como sociedade para promover um envelhecimento mais positivo?

Etarismo é um preconceito teimoso. Pessoas de todas as idades mostram preconceito contra os adultos mais velhos, embora a forma como o expressam mude ao longo da vida. Entre os mais jovens, a preferência por outros jovens é mais explícita. Em adultos mais velhos, essa preferência torna-se mais implícita. Seja qual for a forma, as atitudes subjacentes ao preconceito de idade geralmente estão enraizadas em falsidades. Embora seja verdade que o risco de algumas doenças crônicas e demência aumenta com a idade, a maioria dos idosos mantém uma boa saúde e bom funcionamento cognitivo. O envelhecimento é um processo muito diversificado e existem grandes diferenças entre os indivíduos. É bom que se fale que as coisas geralmente não são tão sombrias quanto a maioria das pessoas espera.

Você sabe que ativistas psicólogos se esforçam para eliminar os estereótipos de idade checando fatos para conscientização pública? Várias crenças sobre envelhecer estão sendo questionadas. Analisando essas crenças, podemos ver que há informações que não apenas contradizem o estereótipo negativo, mas também destacam uma força que vem com o envelhecimento. Peguemos o estereótipo de que as pessoas se tornam menos criativas à medida que envelhecem – na verdade, existem centenas e centenas de exemplos de artistas e músicos que se tornaram mais criativos e produtivos mais tarde na vida.

Podemos também derrubar o estereótipo de que todos os tipos de habilidades cognitivas inevitavelmente pioram com a idade. Sim, é verdade que algumas habilidades cognitivas, como tempos de reação, tendem a diminuir um pouco com o tempo, mas outras funções permanecem robustas e até melhoram. Um estudo com adultos mais velhos, por exemplo, mostrou que eles eram melhores do que adultos de meia-idade em orientar sua atenção e ignorar distrações.

Amigos, envelhecer oferece outros benefícios. À medida que as pessoas envelhecem, elas tendem a se tornar mais agradáveis ​​e mais conscienciosas. Os adultos mais velhos também tendem a ser melhores em regular suas emoções - Essas são mudanças positivas que podem levar a uma maior maturidade social geral pois geralmente significam que nos damos melhor com os outros e podemos prestar mais atenção à saúde ou nos colocar em menos situações de risco. Tais mudanças podem ser parcialmente responsáveis ​​por outro fenômeno observado, conhecido como o paradoxo do envelhecimento: as pessoas mais velhas tendem a relatar maior felicidade e satisfação com a vida em comparação com as pessoas mais jovens. O fato é que com tantas pesquisas que sugerem que, ao contrário da crença popular, a saúde mental também melhora ao longo da vida, só posso dizer que essa visão de que a velhice é um declínio negativo simplesmente não parece ser o caso.

A visão negativa da velhice não é apenas falsa: também é perigoso. A narrativa de que a idade é um declínio, um fardo, prejudica indivíduos, famílias, comunidades e sociedade, enfim, prejudica a todos. Alguns adultos mais velhos precisam de apoio, mas a verdade é que eles continuam a fortalecer a humanidade. Os idosos fazem contribuições importantes para a força de trabalho, incluindo trabalho remunerado, bem como voluntariado e prestação de auxílio social. Essas contribuições para a sociedade são um recurso, não um luxo!

O preconceito de idade no local de trabalho afeta as decisões de contratação e promoção. Em ambientes médicos, os estereótipos associados ao envelhecimento podem influenciar as decisões de tratamento - as pessoas podem presumir, incorretamente, que os idosos são muito frágeis para terapias de câncer mais agressivas, por exemplo. No campo da saúde mental, a maioria dos psicoterapeutas não recebe educação adequada em gerontopsicologia (ou psicogerontologia), e preconceitos e estereótipos de idade podem influenciar suas atitudes e práticas. NO que se refere ao preconceito de idade e saúde mental, evidências revelam que muitos psicoterapeutas não tem preferência por trabalhar com pacientes mais velhos, assumem prognósticos menos favoráveis ​​para os mesmos e acreditam que a depressão é uma consequência natural da velhice.

As mensagens internalizadas sobre o envelhecimento também influenciam a saúde e o bem-estar de uma pessoa. Conta-se que uma estudante de pós-graduação em Psicologia fez uma viagem ao Japão para explorar por que os japoneses tinham a expectativa de vida mais longa do mundo. Uma das primeiras coisas que ela observou foi como as pessoas mais velhas eram tratadas de maneira diferente: elas são “celebradas” em família, em programas de TV, em histórias em quadrinhos, etc. É certo que as mensagens da sociedade sobre o envelhecimento afetam a saúde e o bem-estar de uma pessoa e a prova é que aqueles que aceitam crenças mais negativas sobre a idade tendem a apresentar pior saúde física, cognitiva e mental. A boa notícia é que os que são expostos ou desenvolvem crenças de idade mais positivas tendem a mostrar benefícios na saúde física, cognitiva e mental.

Sim, as crenças relacionadas à idade afetam realmente a saúde de várias maneiras. Por exemplo, os indivíduos que têm sentimentos mais negativos sobre envelhecer são mais propensos a experimentar níveis mais elevados de estresse, que tem sido associado a muitas doenças do envelhecimento. Além disso, as pessoas que se sentem fatalistas no envelhecimento podem ser menos propensas a se envolver em comportamentos saudáveis, como manter-se ativo ou tomar os medicamentos prescritos. Por outro lado, as crenças positivas sobre o 
envelhecimento protegem contra a demência, mesmo entre aqueles com um gene de alto risco. Mas os efeitos vão além da demência: as autopercepções negativas do envelhecimento estão associadas a uma maior prevalência de todas as oito importantes condições de saúde que incluem doenças cardíacas, doenças pulmonares, diabetes, distúrbios musculoesqueléticos e lesões diversas.

Concluindo, penso que há boas razões para desafiar os estereótipos relacionados à idade e o preconceito de idade. Os esforços estão começando a dar frutos e as informações mostram que as intervenções para reduzir os estereótipos e preconceitos relacionados à idade estão sendo eficazes. As melhores são as que combinam educação sobre o envelhecimento com esforços para aumentar o contato intergeracional, visto que uma das maiores ameaças à reformulação das atitudes em relação ao envelhecimento reside na crescente segregação etária da sociedade. Estando atento, você certamente perceberá que estamos numa vivência perigosa em que os jovens quase não têm contato com pessoas mais velhas, exceto por contatos intermitentes em suas próprias famílias. No entanto, o contato por si só nem sempre é suficiente para desafiar as falsas ideias sobre a velhice; muitas vezes vemos eventos que trazem jovens para lares de idosos para dar apoio e afetividade ou fazer atividades com idosos, por exemplo, mas se os jovens não estiverem preparados para interpretar essa experiência, eles podem realmente sair com visões mais negativas do envelhecimento. Assim, é importante que os mais jovens interajam com adultos mais velhos ativos e engajados, e também para educar os mais jovens sobre o processo de envelhecimento. Por fim, é importante lembrar que a experiência do preconceito e discriminação por idade pode diferir com base em outros componentes da identidade de uma pessoa. Por exemplo, certos grupos de idosos podem enfrentar barreiras únicas por causa de sua idade combinada com gênero, deficiência, orientação sexual, raça, cor, etnia, religião, cultura e idioma, e onde existir barreiras, seja de qualquer tipo, a sociedade, principalmente os de mais idade, deve se unir para derrubá-las. Mas não importa se tivemos a sorte de viver uma vida longa ou não, é uma certeza que os estereótipos imprecisos sobre o envelhecimento prejudicam a todos nós e precisam ser eliminados.

\

 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

É NECESSÁRIO CONTROLAR A RAIVA

É preciso falar sobre a raiva, uma emoção como qualquer outra que faz parte de nossas vidas. Não é tão grave em si, porém, seja explosiva ou contida, pode causar alguns prejuízos à saúde mental e ao corpo. a raiva é prejudicial ao nosso corpo – a maneira como lidamos com a raiva é que pode ser problemática! A verdade é que é importante que se resolva as diferenças sem se deixar envolver por elas, e prá conseguir essa “façanha”, vamos entender o que é a raiva.

Repetindo, a raiva é uma emoção que, em sua manifestação, envolve a amígdala (uma estrutura localizada no cérebro) e que engloba nossas emoções primitivas e reações de sobrevivência. Quando uma situação é percebida como injusta ou frustrante, essa estrutura gera a raiva e essa desencadeia comportamentos agressivos: gritos, gestos bem como as manifestações fisiológicas associadas: fluxo sanguíneo, aceleração, dilatação das pupilas. Em muitos casos, o estímulo que pode gerar a raiva é processada e se torna consciente, o que dá a possibilidade de acalmar a emoção antes de desencadear um comportamento agressivo.

Cabe destacar que há temperamentos mais sensíveis e outros menos, alguns mais, outros menos capazes de regulação emocional. Os hipersensíveis, os hiper-reativos têm mais dificuldades pois nessas pessoas, a reação da amígdala favorece a reação excessiva – provável consequência de alterações causadas por fatores genéticos, ambientais ou familiares. Mas perder ou manter a calma também é uma questão de educação; sabemos, por exemplo, que para nos asiáticos é mais raro que fiquem com raiva, comportamento que consideram particularmente inadequado: eles foram criados assim!

É notório que a raiva também acontece por conta própria como resultado da presença de algo irritante, uma necessidade não satisfeita ou um desejo não realizado. Também pode ser uma forma de liberar outras emoções reprimidas como o medo, a ansiedade, a tristeza. O difícil controle destas emoções leva a um acesso de raiva durante o qual tudo “explode”. Entretanto, saliento que como todas as emoções, a raiva é natural e é um sinal de alerta quando uma de nossas necessidades não está sendo atendida ou quando nos sentimos inseguros.

Há situações em que a raiva atua como uma verdadeira proteção à pessoa, quer dizer, ela serve para colocar barreiras, para dizer “pare!” a uma situação que não lhe convém - dá uma impressão de recuperar o controle e a segurança. No entanto, além de cansar em excesso a pessoa que já passou por isso, pode influenciar negativamente o relacionamento com o outros porque essa raiva pode se transformar em agressividade. Para evitar isso, é importante entender essa emoção raivosa e aprender a canalizá-la.

Observe que estou confirmando que a raiva é uma emoção que surge quando alguém ou alguma coisa confronta e danifica os valores pessoais, se opõe ao outro ou o deixa frustrado. É uma emoção que dá a impressão de poder quando o indivíduo se defende dos ataques externos. Se a expressarmos de forma útil e construtiva, a raiva pode levar a uma mudança positiva. Por exemplo, as pessoas que se irritam com a injustiça social geralmente alcançam resultados positivos levantando a voz e, assim, provocando mudanças duradouras em seu ambiente. Mas, quando a raiva o domina e estraga o melhor de si, pode levar a sérios problemas na vida familiar, no trabalho ou até mesmo ser uma ameaça à saúde. A raiva mal administrada pode levar a agressões a outras pessoas, violência doméstica, acidentes de carro ou outro comportamento violento. Os indivíduos que não conseguem controlar a raiva têm maior probabilidade de adoecer e têm dificuldade em lutar contra as doenças. Aprender a controlar a raiva envolve resolver problemas, não ser escravo das emoções, não ficar com raiva com muita frequência ou por muito tempo.

Existem quatro situações típicas que desencadeiam a raiva, sendo que algumas situações pertencem a mais de uma categoria: 1. frustração (a raiva é uma reação comum quando tentamos realizar algo importante e algo inesperado impede o sucesso), 2. irritação e 3. nervosismo (os aborrecimentos diários são chatos e podem desencadear raiva), e 4. injustiça (ser tratado injustamente também pode desencadear raiva).

E como saber se minha raiva é um problema? Nesse caso, convém observar algumas coisas. Se ela for frequente demais é uma delas. Às vezes apropriada e útil, a raiva nos leva a resolver problemas. No entanto, se enfrentarmos muita raiva quase todos os dias, a qualidade de vida, as relações sociais e a saúde podem sofrer um grande golpe. Analise também a intensidade e o tempo da raiva. Se ela perdura por muito tempo acaba interferindo no humor e psicossomatizando; lembre-se que quando estamos constantemente com raiva, até mesmo os menores detalhes podem nos irritar. Uma outra coisa é que é mais provável que nos tornemos agressivos quando nossa raiva for intensa. Atacar os outros, verbal ou fisicamente, não é uma forma eficaz de resolver conflitos e pode levar à violência. Será especialmente preocupante se a raiva perturbar o trabalho e as relações sociais visto que sendo intensa e frequente, pode levar a problemas nos relacionamentos com colegas de trabalho, familiares e amigos

Se você sente que sua raiva está fora de seu controle ou que está tendo um impacto muito grande em sua vida e em seus relacionamentos com outras pessoas, é útil fazer uma psicoterapia voltada para o controle da raiva. Reforço que a raiva não é uma emoção de todo ruim, mas que assim pode se tornar se for muito frequente e você não conseguir mais controlá-la. Como todas as outras emoções, é necessário aprender a administrá-la. Trata-se de aprender a lidar com a emoção de maneira diferente, acalmá-la através de uma reavaliação durante a psicoterapia, o que implica em voltar à realidade.

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

FAÇA PSICOTERAPIA – SEMPRE É BOM!


Levando em conta que ainda existem resistências e desconhecimento sobre a psicoterapia, de tempos em tempos, eu divulgo informações, por escrito ou por vídeo, sobre a importância do processo psicoterapêutico. O que é e prá que serve a psicoterapia? Essa é uma pergunta que sempre me fazem e é sobre isso que abordarei nesse artigo.

O que é psicoterapia? Na origem da psicoterapia está a aspiração do ser humano em viver melhor. É um caminho de encontro consigo mesmo, com o seu ser profundo, um verdadeiro processo de mudança, na maioria das vezes motivada por algum sofrimento geralmente desencadeado por um evento importante como separação, luto, nascimento, doença, trauma, etc. A psicoterapia também responde a uma busca pelo Eu, uma busca por significado e consciência pois ajuda a pessoa a conhecer-se melhor, reencontrar-se, libertar-se, amar-se melhor e realizar todas as potencialidades do seu ser.

A psicoterapia, então, é uma técnica de tratamento dos problemas psicológicos, emocionais e comportamentais sem recorrer a medicamentos – caso isso seja necessário, o paciente é encaminhado a um psiquiatra. Pode-se dizer que é um espaço de liberdade e intimidade para a pessoa falar, abrir-se, ouvir-se e ser escutado com carinho, e que, portanto, requer tempo e a participação ativa da pessoa. Ao cuidar das feridas do passado e ao estimular a energia da vida, a psicoterapia se mostra como um poderoso meio de transformar a si mesmo e de ser melhor em relação aos outros e ao mundo; ao desenvolver a consciência, a empatia e a convivência, a psicoterapia revela-se como uma maneira de assistir e aprimorar a nossa humanidade.

A psicoterapia visa tratar o mal-estar que todo mundo pode sofrer em algum dia na vida e que, dependendo da pessoa e das circunstâncias, pode se manifestar no domínio psicológico, existencial, afetivo, sexual, relacional ou social. A título de exemplo, observe que todos somos levados a controlar, alguns mais e outros menos, as emoções. No entanto, quando elas são expressas livremente a criatividade se desenvolve e encontramos o que chamamos de “realização emocional”. Por outro lado, quando as emoções são reprimidas, elas se voltam de forma destrutiva contra a própria pessoa ou contra os outros sem sempre percebermos. O trabalho do psicoterapeuta consiste em propor à pessoa, de acordo com a sua situação específica e o seu desejo de mudança, meios que lhe permitam evoluir para um estado de bem-estar desejado. Quer dizer, a psicoterapia cria um espaço onde as emoções podem se expressar livremente e um dos papéis do psicólogo é identificar as emoções reprimidas e criar uma estrutura que conduza à sua expressão. Como segundo exemplo, destaquemos que, exceto em casos de doença física, o sofrimento é, muitas vezes, um sinal de conflito psicológico que divide uma pessoa. Ela pode sentir que diferentes "partes" estão lutando entre si, cada uma com razões muito boas e inconscientes para manter suas armas. Por causa dessa luta interna, a pessoa não consegue ser inteiro ou fazer as escolhas "certas", sentindo-se muito perdido. O acolhimento e a escuta sem julgamentos por parte do psicoterapeuta, permitirá à pessoa, antes de tudo, colocar em palavras o seu sofrimento e diminuir o seu "transbordamento" emocional, diminuindo assim a pressão. O apoio do psicólogo irá sensibilizar o cliente e ajudará a compreender o que cada uma destas "partes" quer de "bom" para a pessoa; depois, poderá atualizar as velhas estratégias que foram postas em prática no passado e que não são mais apropriados para a situação ou a pessoa no momento atual. Finalmente, durante a psicoterapia, serão consideradas novas estratégias e um novo modo de operação.

A psicoterapia pode lhe ajudar em várias situações. Como mencionado, muitas vezes o gatilho para a terapia é um sofrimento que perdura e do qual não se consegue libertar; pode ser, também, uma busca de sentido, uma necessidade de apoio para superar uma provação ou mesmo a busca de "quem eu realmente sou" ou de viver melhor nos relacionamentos. O espectro é amplo sendo o ponto comum o sentimento de um chamado profundo para mudar - para transformar algo na maneira de viver a vida.

Muito raramente mencionada, a psicoterapia também pode ser um apoio valioso para pessoas que auxiliam seus entes queridos em suas dificuldades, sejam físicas ou psicológicas. Esses cuidadores não profissionais são frequentemente negligenciados nos caminhos da saúde. Carregando sozinho nos ombros o peso do suporte diário ao seu ente querido doente ou dependente, a terapia acaba sendo uma câmara de descompressão saudável para lidar melhor com essas situações.

Iniciar uma terapia sempre traz uma promessa preciosa que fazemos a nós mesmos. Libertar-se, revelar-se, afirmar-se, amar-se, encontrar-se, conhecer-se, descobrir-se, apropriar-se de si mesmo, viver a própria vida, ser feliz, passar por uma prova, responder a uma pergunta existencial que se faz, para encontrar a paz em si mesmo, para encontrar o gosto de viver. O melhor de tudo é que a psicoterapia é dirigida a todos e o psicoterapeuta está lá para apoiar os momentos difíceis e estimular a energia vital, possibilitando que seu cliente se torne a melhor versão de si mesmo. 

A experiência mostra que conhecendo-se a si mesmo, a pessoa aprende a entender melhor as diferenças e dificuldades dos outros. Isso significa que o processo psicoterápico não só é uma forma de compreender a si mesmo, mas também de expressar as próprias emoções diante dos outros, na busca de uma convivência justa e harmoniosa. Ou seja, a psicoterapia desenvolve a empatia, constrói a paz e capacita a todos para suas escolhas e ações. Isso tudo sem mencionar que a psicoterapia, em transtornos mentais mais graves, consiste em estreita colaboração com o psiquiatra, representando uma essencial alavanca durante o tratamento.

O funcionamento da mente muitas vezes assume um aspecto misterioso. Na verdade, todo comportamento humano obedece a uma lógica precisa, inclusive aqueles que nos parecem os mais loucos. O problema surge quando nos falta a chave para entender essa lógica! Nesse sentido, uma outra função essencial do psicoterapeuta é interpretar aquilo que escapa ao paciente, nele mesmo e nos outros. É possível explorar o próprio inconsciente, essa parte oculta de nós mesmos que contém a chave para muitos mistérios. Por que sofremos repetidos fracassos em determinadas áreas, quando fazemos de tudo para ter sucesso? Por que somos irresistivelmente atraídos por certas pessoas, enquanto há outras que odiamos à primeira vista? Por que temos ideias ou comportamentos que nos parecem estranhos? Aprofundando-se no inconsciente, encontra-se a causa de muitos problemas, possibilitando, assim, que os resolva de forma eficaz.

Um dos aspectos que acho muito bonito na psicoterapia é a compreensão da própria história. Na verdade, todos nós tendemos a repetir o passado, tenha sido ele agradável ou não. A nossa personalidade é formada, em sua maior parte, durante a infância e, para nos adaptarmos ao ambiente, adotamos papéis dos quais, às vezes, não conseguimos nos libertar, de tanto que os internalizamos. Compreender a forma como alguém se construiu e cresceu permite sair da repetição e, assim, mudar o rumo de sua existência.

Por fim, é conhecendo a si mesmo que uma pessoa passa a entender melhor os outros. O que não se entende nos outros é muitas vezes o que o indivíduo deixa de lado em si próprio. Ao nos entendermos melhor, entendemos melhor o que está funcionando ou não em nossos relacionamentos com os outros, tornando-nos menos vulneráveis ​​às suas reações. Assim, esta pode ser uma oportunidade para estabelecer uma melhor comunicação, ou, inversamente, ter forças para nos livrarmos de relações nocivas. Durante nossa existência, adotamos todos os tipos de hábitos, dos mais úteis aos mais prejudiciais. Porém, se adquirimos um hábito que não tínhamos no início, também é possível perdê-lo e adquirir novos. A psicoterapia é um processo de mudança mas, sem sombra de dúvidas, mudar comportamentos e atitudes que estão profundamente ancorados em nós exige que dediquemos um mínimo de tempo a isso. Certamente acontecem “lançamentos” espetaculares em uma única sessão, mas cuidado: esses não são necessariamente os mais frequentes ou os mais duradouros, principalmente entre os adultos.

Creio que a essa altura, você pode estar convencido das vantagens de se fazer psicoterapia, que, afinal, é uma das melhores maneira de curar distúrbios psicológicos e emocionais. E para quem não tem patologias mentais, é uma forma muito eficaz de trabalhar os problemas da vida quotidiana que geram um estado de estresse recorrente.

Tenho que frisar que não há absolutamente nada de vergonhoso em ir à terapia. Todo mundo passa por momentos de estresse ou depressão, e, quando esses sentimentos nos dominam, a terapia, com certeza, ajuda a recuperar o controle. Não há absolutamente nada de vergonhoso em pedir ajuda - mesmo as pessoas que parecem ser completamente equilibradas, às vezes, precisam de uma ajudinha. Conversar com um psicólogo pode proporcionar alívio. Não precisa estar em mau estado, pois a escuta do psicólogo é feita sem julgamento e visa amenizar o seu sofrimento, fazer você virar a página de um acontecimento, orientá-lo em uma reflexão profunda, ajudá-lo a se descobrir, e muito mais!

Como insinuei no início desse artigo, o tema do apoio psicológico ainda não é unanimidade entre o grande público, pairando ainda vários preconceitos ou tabus sobre o fato de recorrer a ajuda psicológica: Vão pensar que estou louco? Sou fraco e preciso de suporte psicológico? Vou remexer no passado e reviver velhas lembranças à toa? Além de ser perguntas equivocadas, convém lembrar que nada é mais valioso do que o seu bem estar e saúde mental. Á guisa de conclusão do artigo, apresento, abaixo, algumas boas razões para iniciar uma psicoterapia:

Ter passado por um trauma: Seja na vida pessoal ou profissional, todos nos deparamos com situações que podem nos chocar. Um trauma nem sempre significa uma situação extrema (morte, assalto, acidente, etc.), às vezes, é um acontecimento perturbador que pode ter um impacto particular numa pessoa, mas não necessariamente em seu próximo. Doença, acidente de trabalho, agressão verbal, certos atos e gestos podem ser inócuos para uma pessoa, mas para outra revelam lembranças dolorosas! O apoio psicológico rápido após um choque pode fazer toda a diferença, a curto, médio e longo prazo. Lembre-se: nem todos somos iguais diante de um trauma, nem todos desenvolvemos os mesmos mecanismos de enfrentamento, mas isso não significa que somos fracos!

Sofrer ou pensar que sofre de um distúrbio: Alcoolismo, ansiedade, bipolaridade, anorexia, depressão, vício... Você sente sofrimento, mas não consegue definir os termos exatos de sua situação ou o que fazer para se acalmar e reconstruir você mesmo.

Estresse: O estresse é uma reação normal e essencial para nossa sobrevivência, mas ele não deve invadir sua vida! Insônia, problemas profissionais, alterações de humor, depressão, sofrimentos diversos, a espiral pode acelerar rapidamente e ter um impacto prejudicial e destrutivo na vida diária. É importante compreender as razões deste mecanismo para poder antecipar melhor as nossas reações e melhor manejá-las!

Doenças físicas inexplicáveis: dores de estômago, dores de cabeça, tonturas, palpitações... Doenças físicas que não podem ser explicadas por uma infecção temporária e seu médico não viu nada de anormal em seus resultados; talvez seja a manifestação de um mal-estar psicológico, e seu corpo pode estar lhe enviando uma mensagem que você precisa de ajuda para decodificá-la!

Fazer um balanço da sua vida pessoal ou profissional: Você precisa ser ouvido, mas não tem escutas imparciais ao seu lado, então, conversar com um psicólogo pode proporcionar um grande alívio. Não precisa estar péssimo, mas a escuta do psicólogo é sem julgamento e visa amenizar o sofrimento do cliente; é uma escuta que faz com que se vire a página de um acontecimento para assim, entrar numa reflexão profunda e se descobrir.

Questionar suas falhas ou os relacionamentos prejudiciais repetitivos: Suas falhas pessoais se sucedem? Você costuma cair no mesmo tipo de padrão romântico ou profissional? Talvez seja hora de fazer um balanço e encontrar um ponto de partida para essas ações recorrentes que parecem não ter saída. Encontrar-se sistematicamente em situações de conflito ou repetir constantemente os mesmos erros como casal são bons motivos para consultar um profissional. 

Sugiro a leitura de outros dois artigos. Clique no título para acessar o conteúdo:

Acesse meus conteúdos nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637

CONTROLE AS SUAS EMOÇÕES – ISSO É REALMENTE POSSÍVEL?

Certa vez, perguntei à minha neta, uma criança, se ela acreditava que as emoções, em geral, são controláveis. Ela me respondeu, com alguma relutância, com um sim, antes de confessar que prá ela, era a coisa mais difícil de fazer no mundo. E se houvesse um truque? insisti! – algo que facilitasse o controle das emoções? Ela poderia considerar, disse, mas que eu não deveria esperar que ela usasse o truque com muita frequência.

Deixando de lado os desafios de entender as emoções pré-adolescentes, penso que aprendi algo importante a respeito de suas crenças sobre as emoções:

  • que não só é possível estar no comando delas, mas que as emoções, em geral, não são ruins;
  • que há utilidade, às vezes até prazer, em “navegar” nas ondas emocionais em constante mudança - até mesmo nas emoções irritantes, como a frustração, e as ardentes, como a raiva.

Um novo fato é que, embora inúmeros estudos em psicologia tenham explorado a influência das emoções no bem-estar, pesquisas recentes sugerem que as crenças que mantemos sobre nossas emoções podem ter implicações importantes em nossa saúde psicológica.

Considere a crença sobre o controle das emoções. Você acredita que as emoções são controláveis ​​(moldadas e ajustadas de acordo com a nossa vontade) ou que são incontroláveis ​​(acontecem “sem serem convidadas” e por “conta própria”)? Por mais inócuas que possam parecer, pagamos um alto preço por essas crenças: elas não apenas podem se tornar fatores de risco para a depressão, mas também podem orientar os esquemas que usamos para gerenciar nossas emoções em nossa vida cotidiana.

Os sinais indicam que todos nós somos algo como estudiosos das emoções, decidindo por nós mesmos o que acreditamos sobre elas. Qual teoria da emoção devemos então tentar aderir para obter melhores resultados psicológicos?

A resposta parece clara: como regra, é benéfico acreditar que as emoções são experiências boas e úteis, e não experiências necessariamente prejudiciais e danosas; também é benéfico acreditar que as emoções são controláveis. Mas, certamente, não sendo muito rígidos visto que se pensarmos que as emoções são totalmente controláveis ​​o tempo todo, como isso deve ser estressante nos momentos em que não conseguirmos controlar nossas emoções. Fato é que não há como negar que seja surpreedente que o caminho para o bem-estar tenha muito mais nuances do que as pessoas possam pensar. Por exemplo, há contextos em que a raiva é a opção mais saudável assim como há ocasiões em que querer se sentir feliz pode sair pela culatra” – enfim, realmente, muito depende do contexto em que estamos sentindo a emoção.

Devemos também ponderar sobre a importância de nossas crenças sobre nossas emoções. O que você acredita sobre o mundo molda o jeito como você percebe e interage com esse mesmo mundo, então, o que você acredita sobre as emoções deve moldar a forma como você aborda e gerencia suas emoções. Por exemplo, se você crê que as emoções são ruins, o que vai acontecer quando você estiver chateado? Ou se você acha que as emoções são incontroláveis, o que vai acontecer quando você precisar administrá-las?

Nossas crenças exercem uma influência penetrante sobre nós, mesmo que não pensemos nelas em nosso dia-a-dia. Elas orientam o que queremos sentir e as estratégias que usamos para regular nossas emoções. Essas crenças, às vezes, vêm de fora com as pessoas nos dizendo como devemos nos sentir, tal qual nossos pais ao dizerem "Não chore" ou "Seja feliz". Quando observamos os outros, podemos vê-los lutando com suas emoções ou julgando-as. Em contrapartida, as crenças também podem vir de nossas próprias experiências. Se eu tivesse dificuldade em administrar minhas próprias emoções, poderia concluir que as emoções são relativamente incontroláveis. Ou, se muitas vezes tenho emoções angustiantes, posso desenvolver uma crença geral de que as emoções são particularmente ruins. No fim das contas, as nossas crenças sobre nossas emoções sempre afetam nosso bem-estar psicológico.

É claro que para que essas crenças abstratas - moldem a saúde e o bem-estar das pessoas, algum processo precisa acontecer. Um dos caminhos mais plausíveis é através regulação emocional (ou seja, os procedimentos que usamos para mudar emoções que temos e quando as temos). Exemplificando, se tenho inclinações a pensar que as emoções são um tanto incontroláveis, é menos provável que tente regulá-las em minha vida diária. Outro processo é a meta-emoção: sentir emoções sobre nossas emoções. Veja bem, se eu acho que as emoções são ruins ou prejudiciais, quando me sentir ansioso pode ser que me sinta mal por estar ansioso, o que me fará sentir pior ainda.

Afinal, quanto de nossas emoções estão realmente sob nosso controle?

Depende do que se defina com "emoção" e o que se quer dizer com "controle" (e o que você quer dizer "realmente"!). As emoções são experiências multi- facetadas e algumas dessas facetas podem ser mais fáceis de controlar do que outras. Por exemplo, mascarar a demonstração externa de emoção pode ser mais fácil em alguns contextos do que mudar como você se sente ou sua fisiologia. Pode depender da intensidade da emoção, onde emoções mais intensas são mais difíceis de controlar do que emoções menos intensas. Ironicamente, pode ser útil não tentar controlar nossas emoções. Se apenas aceitarmos nossas experiências emocionais e as deixarmos seguir seu curso natural, elas podem terminar mais rapidamente. É por isso que a aceitação emocional pode ser uma estratégia particularmente poderosa de regulação emocional - pode ajudá-lo a se sentir melhor, em parte porque você não perpetua suas emoções negativas. O objetivo não deve ser livrar-se ou sufocar todas as emoções, mas tentar tê-las no grau certo e no contexto certo e se recuperar mais rapidamente depois.

E as nossas crenças, podemos mudá-la? O que posso dizer é que as evidências de intervenções psicoterapêuticas mostram que é possível. Cito o caso em que a psicoterapia pode ajudar pessoas com transtorno ansiedade social a reduzir seus sintomas, ajudando-as a perceber e acreditar que sua ansiedade é mais controlável.

Um dos objetivos dos profissionais de saúde mental é ajudar seus clientes a mudar suas crenças desadaptativas. É importante ressaltar que mudar as crenças é apenas um primeiro passo – é crucial também dar às pessoas as ferramentas de que precisam para regular suas emoções. Todavia, convencer alguém de que pode controlar suas emoções é capaz de não ter um efeito muito benéfico se a pessoa também não tiver as ferramentas necessárias para realmente controlar suas emoções. Uma intervenção psicoterapêutica útil deve envolver a mudança de crenças e a aquisição de habilidades para usar formas eficazes de regulação emocional.

Um outro ponto é a forma como a cultura influencia nossas crenças. Bem, em parte, essas crenças vêm de nossa cultura, lembrando que certas emoções são mais valorizadas em algumas culturas do que em outras. Se vivemos em uma cultura que acredita que uma determinada emoção é valiosa, devemos ser mais propensos a valorizá-la - e mais propensos a tentar senti-la.

As crenças que mantemos mudam a forma como administramos nossas experiências do dia-a-dia. Se pudermos mudar modestamente nossas crenças, poderemos mudar a maneira como abordamos as experiências emocionais diárias que se acumulam e se tornam nossa sensação geral de bem-estar. Exempli gratia, se minha tendência é acreditar que as emoções negativas são ruins, sempre que ficar estressado no trabalho ou ter um conflito com minha esposa, sentirei possivelmente mais angústia. Se eu puder mudar para uma crença mais magnânima sobre as emoções - tentando ver minhas emoções com curiosidade em vez de julgamento - essas experiências do dia-a-dia poderão se tornar menos angustiantes. Com o tempo, mesmo pequenas mudanças podem se acumular e acabar movendo montanhas.

Uma dica” para ajudá-los a administrar suas emoções é a seguinte:

Quando você estiver tendo uma experiência intensa, tente sentar-se com a emoção e observe-a. Reconheça-a e não tente se livrar dela imediatamente ou julgá-la como bom ou ruim. Faça algumas respirações profundas. Sinta-a. Talvez consiga descrevê-la – arrisque entender de onde vem (“Acho que estou chateado ou fora de controle”). Tente descentrar evitando o entendimento de “Estou com tanta raiva!” para “Aqui está um momento de raiva”. Se você conseguir diminuir a intensidade de sua emoção, será mais viável repensar a situação e obter uma nova perspectiva. Contanto que você não esteja ruminando ou pensando sobre isso, a emoção acabará por desaparecer por conta própria. São coisas que tento fazer sozinho mas, claro, não nego, é sempre um desafio.

natural.

                                                                      \

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico orientador parental
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.