Desenvolvido por Paulo Cesar
T. Ribeiro, psicólogo clínico com pós-graduações em Sexualidade
Humana, Psicologia Clínica e Autismo.
Ter medo de ir ao psicólogo, especialmente na primeira vez, é um sentimento totalmente normal, afinal, na consulta você irá se expor a alguém que não é seu parente ou amigo. É uma experiência nova e pode ser que as informações que você tenha a respeito sejam apenas as que os outros lhe contam.
Realmente existem várias causas
que impedem uma pessoa de ir ao psicólogo, havendo, inclusive, quem considere
que essa seja a última opção, isto é, apenas após tentar várias
coisas e não encontrar a solução. De fato, iniciar um tratamento psicológico
não é algo fácil - pelo contrário, existem muitos obstáculos e preconceitos que
dificultam o início de um processo como esse. Talvez você tenha essa
apreensão mas nesse artigo, tentarei esclarecer algumas dessas fobias de ir
a um psicólogo!
Por exemplo, você tem medo do estigma
social? Muitas vezes, isso é o que mais pesa na decisão. Você pode estar
relutando em fazer psicoterapia imaginando o que vão pensar de você se souberem
que precisa fazer terapia. Em outras palavras, muitas pessoas acham
difícil aceitar que precisam de ajuda psicológica porque não querem ser vistas
como "loucas" ou incapazes de resolver seus problemas por conta
própria. O medo de ser visto dessa maneira dificulta que você tome a atitude de
ir à terapia, embora a sociedade esteja cada vez mais atenta a esse tipo de
problema e essa pressão social esteja reduzida.
O medo de se abrir com um
estranho pode ser um incômodo para você. Parece um processo quase antinatural
entrar num espaço e compartilhar informações pessoais com alguém que você não
conhece: mas aí está o segredo! O psicoterapeuta vai lhe atender com uma visão pura,
sem vínculos ou preconceitos. Não há envolvimento emocional e, na maioria das
vezes, o psicólogo não se sente pessoalmente afetado por suas decisões. Além
disso, os psicoterapeutas são proibidos de compartilhar informações sobre
seus pacientes com terceiros, a menos que você dê permissão para fazê-lo.
Da mesma maneira, você estar com
aversão ao psicólogo porque não deseja falar sobre coisas
íntimas. Por exemplo, muitos casais recusam a terapia de casal para resolver
seus problemas pelo receio de ter de falar sobre a vida sexual. Assim
ocorre, igualmente, com as pessoas, de ambos os sexos, que sofrem com dificuldades
sexuais. Mas tenha em mente que o consultório do psicoterapeuta é um
espaço neutro onde se pode falar sobre qualquer assunto sem consequências. O
psicólogo não é um juiz e não está ali para julgar suas práticas, suas
fantasias e sua vida a dois, mas para ajudá-lo a superar seus problemas. São
profissionais com formação adequada e experiência para criar um ambiente
terapêutico seguro, de plena cordialidade, respeito positivo e nenhum tipo de julgamento.
Alguns psicoterapeutas também acrescentam
formação adicional em nichos específicos, como a comunidade LGBTQIA+, garantindo
um ambiente aberto e seguro para todos. Eu, a título de exemplo, atuo também
com esse grupo e com pessoas com problemas de sexualidade, tendo me preparado
durante muito tempo em cursos adicionais e de pós graduação.
O fato de ter que enfrentar as
próprias emoções também influencia negativamente, mas ao ir a um psicólogo, você
não terá outra escolha a não ser a de enfrentar uma realidade que talvez não
esteja conseguindo assimilar. Subestimar o ponto em que você se encontra é
ruim! Não são apenas as pessoas "com depressão" que devem ir ao
psicólogo, logo, você pode não estar num ponto muito avançado do seu problema,
mas, para prevenir futuros gatilhos, é bom ir a um psicólogo a tempo.
Decerto, uma outra razão
para recusar ir a uma consulta com um psicólogo é a crença de que não “está
doente”. Algumas pessoas chegam a pensar que não existem problemas de
saúde mental, imagine! Sem ir tão longe, uma pessoa pode simplesmente ignorar a
gravidade do estado em que se encontra, visto que muitos deprimidos conseguem
se curar sozinhos conversando com entes queridos, conhecendo pessoas,
voltando-se para a espiritualidade ou mesmo lendo livros de desenvolvimento
pessoal. Há a tendência de acreditar que psicólogos e psiquiatras são
destinados apenas a quem está "muito fraco para enfrentar os problemas" ou aqueles
que têm uma doença mental verdadeiramente incapacitante e perigosa, o que leva
muitos a pensarem que não precisam da ajuda de um profissional da área de
Saúde Mental porque podem "se virar" sozinhas. O indivíduo crê que conhece a
origem de seu sofrimento psicoemocional e que, portanto, não precisa do especialista; ou então, não quer ter pena de si mesmo porque isso seria sinônimo
de “fraqueza moral”.
Você e outros podem pensar que seus
sintomas são muito antigos e profundos para que um psicoterapeuta possa
tratar. Nada poderia estar mais longe da verdade! Desde que você esteja
motivado, o seu terapeuta sempre poderá fazer algo para aliviar o seu sofrimento
e tratá-lo. É verdade que isso pode demandar muitas sessões de terapia mas
nem sempre é assim; a regra continua a mesma: se você quiser ser curado, a
psicoterapia será eficaz. É curioso que, ao contrário disso, há quem sofra de
baixa ou falta de autoestima mas que não quer ir ao psicólogo por acreditar que
o profissional não esteja interessado em seus dilemas pessoais. Alguns chegam a pensar que seus problemas não são sérios o suficiente para interessar a um
profissional de Saúde Mental, ao lado de vítimas de abusos, traumas ou
violências, etc. Ledo engano! Nós, psicólogos, estamos lá para ouvir
quem nos procura, seja lá qual for o problema psicológico ou emocional: ir à
consulta já é o primeiro passo para a cura.
De fato, quando se trata de
psicoterapia, muitas vezes acham mais fácil negar que existe um problema. Você,
por exemplo, poderá ter crenças ou expectativas de que, com o tempo, o problema
se resolverá, mas a realidade é que nem sempre isso acontece. Se um problema
não desaparecer, e se você continuar com o mesmo padrão destrutivo, ou se algum
pensamento está lhe afetando e você não está conseguindo controlar bem as suas emoções, agende
uma consulta com um profissional de saúde mental.
A verdade é que existem várias
razões pelas quais as pessoas optam por fazer terapia, tal como buscar informação,
compreensão e autoconsciência, ou estar em busca de ferramentas para melhorar a
satisfação com a vida, sem falar nos que necessitam da psicoterapia como suporte
a um tratamento psiquiátrico. As pessoas podem fazer psicoterapia por várias
razões, como os exemplos a seguir:
Livrar-se de dependências: Um dos
motivos mais importantes para justificar o porquê fazer terapia são os
transtornos mentais, como muitas pessoas já conhecem. A psicoterapia é
altamente indicada para tratar tipos diversos de patologias como a dependência
química, depressão, esquizofrenia ou outras psicoses. É uma prática que auxilia na recuperação desse
tipo de sofrimento mental permanente ou temporário. Com frequencia, os psicólogos,
responsáveis pelas interações terapêuticas, trabalham em conjunto com
psiquiatras, os quais podem receitar medicamentos, se necessário.
Aumentar a autoconfiança: O medo
do novo pode levar muitas pessoas a terem um pouco de dificuldade para se adaptarem
às novas situações. Uma mudança de cidade ou trabalho pode gerar grandes
inseguranças capazes de se transformarem em angústias, ansiedades e
sofrimento. Para amenizar essas sensações e aumentar a confiança, o processo
terapêutico entra como um trabalho que
envolve diversos fatores para transformar os sentimentos
negativos em positivos.
Lidar com sentimentos: Ocasiões
que têm relação com o luto e com separações, por exemplo, são bastante
delicadas pelo fato de deixarem marcas emocionais em quem vivenciou alguma
delas. Perder uma pessoa querida ou se separar de alguém após muitos anos é
geralmente muito doloroso. Muitos não conseguem superar esse momento de suas
vidas sozinhos. Logo, um profissional terapêutico pode ajudá-los a seguir com
suas vidas e com as mudanças que virão a surgir. Uma mágoa pode surgir
após muito tempo por conta de um fato que ocorreu anos atrás: isso pode
abalar a vida dessa pessoa, que, fazendo psicoterapia, aprenderá a conviver com
a sua própria história e ainda poderá aproveitar novas possibilidades que
surgirem.
Criar relações saudáveis: Na
realidade, não é preciso ter um motivo bem definido para fazer terapia. Se você
deseja se relacionar melhor consigo mesmo ou com outras pessoas, isso já é
motivo suficiente para fazê-la. Muitas pessoas são inseguras em certas áreas da
vida, outras são tímidas e carregam um sentimento de culpa sem motivo aparente.
Com a psicoterapia, elas conseguem ficar conscientes de que o aprendizado é
constante em relação à autoaceitação, autocrescimento e ao desenvolvimento
geral como ser humano. Quem opta por fazê-la se beneficia do trabalho por conta
própria, torna-se capaz de identificar pensamentos e comportamentos errôneos podendo
corrigi-los imediatamente. Sim, a vida é cheia de eventos difíceis, decisões e
transições.
Enfim, gostaria de dar dois recados a você, leitor:
- Não tenha medo de não conseguir terminar a sua terapia. Costumo dizer que o principal objetivo é conclui-la. O tempo com seu terapeuta dependerá da situação ou condição específica que você está enfrentando e do seu compromisso com o tratamento; ainda que se chegue ao final e receba a alta, pode ser que você prefira continuar com o seu psicólogo para iniciar um processo de autoconhecimento ou para trabalhar outras aspectos do seu ser.
- Se você quer fazer psicoterapia mas acredita que não pode arcar com os custos, veja, antes de tudo, a terapia como um investimento. Além disso, é muito comum que o seu psicoterapeuta, por ter uma visão muito realista da vida (assim como seus colegas), encontre com você um valor que esteja conforme suas condições. É certo que quanto pior for o seu caso, mais tempo ficará pagando! Porém, lembre-se que o sofrimento psicológico tem um impacto significativo e duradouro na saúde física e no bem-estar - Perder a vida é o custo real do sofrimento psicológico não tratado. Sei que a decisão pode ser complicada, mas os psicólogos são pacientes e você terá a liberdade de escolher quanto partilhar e quando. Os terapeutas valorizam a confiança que constroem com seus clientes à medida que se sentem cada vez mais confortáveis.
Visto o exposto, não receie em procurar um psicólogo. Convido-lhe a nos ver como profissionais que criam um
ambiente de conforto em que a proximidade e a tolerância prevalece sobre o
resto, e onde não há perseguições ou julgamentos. O medo de fazer psicoterapia
já aconteceu com muitos outros que passaram, com excelentes resultados, por uma
situação parecida. Por que você não faz o mesmo?
Você pode conhecer o meu trabalho pelos meus conteúdos nesses locais:
- Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br)
- YouTube(https://youtube.com/c/CanaldoPsicologo)
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- Instagram (@paulocesarpsi)
Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
- Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
- Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana, budista e diversas pós-graduações como Sexualidade Humana, Psicologia Clínica e Autismo.
- Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
- Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
- Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
- Marcação de consultas pelo tel./whatsapp 11.94111-3637