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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

VOCÊ TEM SÍNDROME DO PÂNICO?

VOCÊ TEM SÍNDROME DO PÂNICO?

Se você tem crises recorrentes de intensa ansiedade ou medo, há uma possibilidade de você sentir a Síndrome do Pânico. Essas crises são entendidas como pujantes, repentinas e inesperadas, e que provocam nas pessoas sensações de mal-estar físico e mental acompanhadas de um comportamento de fuga do local onde se encontra, seja indo para um pronto socorro, seja buscando ajuda de quem está próximo ou alguém de muita confiança.

Mas a reação de pânico é, também, uma reação normal, desde que exista uma situação que favoreça seu surgimento. Por exemplo, estar num local fechado onde começa um incêndio, estar afogando-se ou em qualquer situação com eminente perigo de morte, a sensação de pânico é normal. Entretanto, o pânico passa a ser identificado como patológico e problemático (por isso ganha o título de síndrome ou transtorno do pânico) quando essa mesma reação acontece sem motivo, espontaneamente.

Nas situações em que a própria vida está ameaçada o organismo toma medidas que normalmente não tomaria, perdendo o medo de pequenos perigos para livrar-se de um perigo maior. Para fugir de uma cobra podemos subir numa árvore mesmo tendo medo de altura ou fazendo esforços incomuns, sofrendo pequenos ferimentos que no momento não são percebidos. O estado de pânico é, portanto, uma reação normal e vantajosa para a autopreservação. Aqueles que fogem mais rapidamente do perigo de morte têm mais chances de sobreviver.

Gosto de pensar, quando estou a analisar um paciente com essa síndrome, que o pânico é o medo do medo natural da vida, ou seja, viver é perigoso, estar sozinho é perigoso, mas estar no meio de muitos também é, sair às ruas é perigoso, mas ficar dentro de casa também é, comer peixe é perigoso, mas pão também é...; enfim, é possível listar uma grande e diversificada relação de atitudes e atividades consideradas de risco. Na verdade, estamos expostos ao perigo de estar vivo desde o momento em que nascemos, e igualmente, corremos o risco da morte... Prá isto, “basta estar vivo”, não é assim que muitos falam? Isso é tão básico e comum, mas é assim que funciona a instalação da síndrome: medo, medo e medo, muito mais inexplicável do que explicável.

Gostaria que você atentasse para o fato de ser difícil diagnosticar rapidamente a síndrome do pânico. Na prática, devemos evitar classificar como transtorno do pânico qualquer reação intensa de medo, mas é interessante que você saiba que alguns sinais de que a pessoa tem síndrome do pânico são:

  • Existência de várias crises no período de semanas ou meses.
  • Aceleração da frequência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável.
  • Sudorese difusa ou localizada (mãos ou pés).
  • Tremores finos nas mãos ou extremidades ou difusos em todo o corpo.
  • Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar.
  • Sensação de desmaio iminente.
  • Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco).
  • Tonteiras, instabilidade sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia.
  • Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo.
  • Medo de morrer.

A maioria das pessoas que sentem pânico, relatam ter a sensação de ameaça iminente, vinda de não se sabe onde, mas que paralisa, toma conta, impede as ações. O desencadeamento da patologia pode ter origens diversas: no passado, no presente, num trauma, num recalque, numa projeção - não há um padrão e cada pessoa terá seu histórico e com ele, a sua razão. O importante é que se compreenda que, independente da origem, ela provoca uma falha no sistema neurotransmissor cerebral, que por sua vez será responsável pela manifestação dos sintomas como pensamentos aterrorizantes, sensação de perigo, taquicardia, medo de ficar só, sufocação, etc.

A síndrome do pânico tem sido muito comum nos dias atuais, afetando milhões de adultos e adolescentes em nosso país e no mundo. O que agrava essa situação é que ainda existem muitas pessoas que precisam de tratamento psicológico mas que não entendem nem aceitam essa necessidade. Se você sofrer de pânico e não se opuser ao próprio tratamento, saiba que uma excelente opção para socorrer as pessoas que procuram ajuda é a Psicoterapia. Diversas pesquisas mostram que a psicoterapia é eficaz no tratamento de muitos tipos de problemas psicológicos, além de ensinar habilidades que deixam as pessoas com novas estratégias para lidarem mais eficazmente com esses problemas, se surgirem novamente no futuro. A solução mais eficaz é buscar e lidar com a origem dos medos e do pânico. Isso pode não ser fácil, mas é um transtorno totalmente tratável. Porém, em casos mais graves, a melhor abordagem é a combinação de um tratamento medicamentoso e psicoterapia. O acompanhamento psicoterapêutico associado ao tratamento com o uso de medicamentos auxiliará na inibição dos sintomas, enquanto paralelamente, a causa é tratada nas sessões de psicoterapia. Vale lembrar que a prescrição de remédios deve ser, impreterivelmente, feita por médicos - psicólogos e psicanalistas não possuem autorização para isto.

Através da clínica, foi possível identificar que o pior da síndrome não está nos sintomas, mas sim no sentimento de solidão de quem é acometido por ela. Nem sempre é possível, para quem sofre, explicar a dimensão do problema, bem como nem sempre é possível à família, compreender o que passa o seu parente. Mesmo assim, sei que algumas pessoas se perguntam por que eles não podem apenas falar sobre seus problemas com os membros da família ou com seus amigos, mas quero dizer que os psicólogos são, de fato, uma melhor alternativa para essa abordagem pois oferecem mais do que essas pessoas podem oferecer quando se trata de escutar os pacientes: são profissionais que dedicaram anos de estudos, treinamento e experiência quando a questão é ajudar as pessoas a melhorarem suas vidas.

Se você sente pânico, procure ajuda. Esse é um tipo de ansiedade que pode aumentar, tornar-se muito grave e prejudicar a sua vida, limitando-a significativamente.

Você pode conhecer o meu trabalho pelos conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Psicologia Clínica (graduando) e Autismo.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

ESTRESSE, ANSIEDADE.... E A INFERTILIDADE?

Ter filhos é uma das principais metas da maioria dos casais. Para esses casais, ter um filho é símbolo de um grande amor e êxtase da vida a dois, com a consequente formação de sua família. Infelizmente, nem sempre isso é facilmente alcançado e, em razão disso, muitos problemas aparecem.

É possível que a não concepção de um filho cause um enorme sofrimento para muitos casais, o que é bastante compreensível. Além disso, há a ansiedade e o estresse, que podem gerar alguma dificuldade para realizar esse desejo.

Estou me referindo à infertilidade psicológica! Você já ouviu falar?

Vamos definir, antes de tudo, o que é infertilidade. Isso passa a ser considerado quando, sem haver métodos contraceptivos e mantendo relações sexuais frequentes, o casal não realiza o desejo de ter filho num período de um ano.

Sabia que de 15 a 20% dos casais com queixa de infertilidade não tem causa esclarecida? É a infertilidade sem causa aparente (ISCA). É em casais como esses (dentre outros), que os aspectos psicológicos merecem ser considerados. Um longo período de estresse, por falhas nas tentativas de obter gravidez, certamente resulta em aspectos emocionais que tendem a piorar o prognóstico.

Durante o estresse agudo, é liberada adrenalina pelo sistema nervoso simpático, que produz aumento da frequência cardíaca e da pressão sanguínea, dilatação dos brônquios, aceleração do fluxo sanguíneo para os músculos, preparando para enfrentamento de situação de risco. No entanto, no "estresse crônico", ocorre aumento do hormônio cortisol, o que contribui para redução da testosterona (hormônio masculino), com piora na quantidade e qualidade do sêmen, além de reduzir a libido e dificultar a ereção. Nas mulheres, esse hormônio colabora para que ocorram irregularidades no ciclo menstrual (podendo chegar até a cessação da menstruação) e falta de ovulação, bem como de redução de libido. Os sintomas pré-menstruais podem se tornar mais graves, a ovulação pode ser prejudicada e a libido diminuída.

Como acima mencionado, a infertilidade pode causar sofrimento aos casais, assim como outros problemas como baixa autoestima, sentimento de culpa, ansiedade, luto (mesmo sem um definitivo diagnóstico de infertilidade, o casal pode iniciar um luto por conta de filho que nunca teve), insônia (estar alerta eleva a adrenalina), diminuição da libido (com redução das relações sexuais) e diversos outros transtornos.

Quase a totalidade dos casais que não obtiveram sucesso na fertilização natural recorrem, prioritariamente, ao tratamento da infertilidade com causas médicas. Mas se a causa for psicológica, este tratamento corre o risco de não ser eficaz. É comum saber de casos em que a gravidez natural acontece após tudo ter sido feito no tratamento médico, porém sem sucesso, tendo o casal desistido de ter filhos. Com essa decisão, aquietam-se e voltam ao estado normal sem sinais de estresse. Será que voltar ao estado normal, sem estresse, poderia resolver o problema? Talvez; pensemos nisso.

Como forma de aliviar as consequências do estresse causado pela infertilidade, algumas sugestões:

  • Meditar e relaxar
  • Praticar técnicas de respiração
  • Não focar o problema ininterruptamente
  • Libertar a mente praticando atividades de lazer
  • Não se deixar influenciar pelas pressões familiares e sociais e agir conforme seus próprios interesses

Seguramente, a psicoterapia é uma abordagem muito adequada para essas situações. Se o casal se sentir angustiado e oprimido com a condição psicológica decorrente da infertilidade, será útil que procure ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.

Você pode conhecer o meu trabalho pelos conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

    Psicólogo Paulo Cesar

    • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
    • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
    • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
    • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
    • Associado à Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à Associação Brasileira de Reprodução Assistida
    • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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A PSICOTERAPIA É RECOMENDADA DURANTE A GRAVIDEZ

É um fato muito comum as pessoas fazerem psicoterapia quando ocorrem grandes mudanças em suas vidas como casar ou mudar de carreira. Mas o que dizer quando a mudança é algo fantástico como estar prestes a ser mãe ou pai? Nesse caso, a procura por psicoterapia ainda não é habitual. 

As mulheres quando ficam grávidas, seguem as orientações dos obstetras no período pré-natal mas nem sempre pensam na psicoterapia como uma parte importante desses cuidados. Isso pode ser fundamental para o bem-estar da mamãe e do bebê durante e após a gravidez.

Geralmente a gravidez é um evento feliz e celebrado com entusiasmo. Contudo, há casos em que a futura mamãe sofre, evivencia muitas incertezas e confusões emocionais. Já é de conhecimento geral que há uma elevada incidência de depressão e ansiedade, especialmente após o parto. O estresse é praticamente inevitável e há ainda outras formas de transtornos emocionais possíveis de ocorrer durante o período da gravidez. Leves ou graves, existe a probabilidade desses transtornos afetarem a saúde da mãe ou da criança, influenciando negativamente o equilíbrio do casal e causando mudanças significativas para ambos. 

Vários estudos mostram que quando as gestantes têm estresse, ansiedade ou depressão, há uma enorme chance de afetar o desenvolvimento do bebê. Enfim, a exposição prolongada a altos níveis de estresse pode causar problemas de saúde, como pressão arterial elevada ou doença cardíaca, e pode aumentar os riscos do bebê nascer prematuramente. Quando essas preocupações surgem durante a gravidez ou após o nascimento, o apoio de um psicoterapeuta pode ser muito útil.

A maternidade é uma mudança de identidade! Quando uma mulher passa por transições importantes como casar, perder um ente querido ou engravidar, ela tende a manifestar um monte de sentimentos complexos. Quando pensa e visualiza sua vida com o seu bebê ou mesmo como será o parto, muitas vezes sente emoções positivas, mas também pode ter um sentimento ambivalente. Ela pode ficar dividida entre querer ter o seu filho e sentir que está perdendo sua identidade e independência. Ademais, é frequente a mulher se preocupar com o impacto que a maternidade terá sobre seu casamento, suas finanças e amizades.

A psicoterapia pode ajudar a gestante a aliviar o estresse e ajudá-la a expressar as suas preocupações e ansiedades sobre como se tornar uma boa mãe. Funcionará, também, como caixa de ressonância sem julgamento e de apoio onde a nova mãe pode falar abertamente sobre temas proibidos como medo, tristeza, sexualidade, etc.

O tratamento psicoterapêutico durante a gravidez com certeza ajudará a mulher a ter uma melhor integração dos recursos internos emocionais e psicológicos, impedindo a aflição materna pós-natal. Entretanto, há muitos casos em que o estigma associado à saúde mental da nova mamãe impede que haja a devida busca da psicoterapia. Refiro-me à vergonha em não se sentir bem e feliz sendo esse, supostamente, o momento mais feliz de sua vida. Assim, há o equívoco de só se consultar com um psicólogo se algo realmente ruim acontecer, e não como um cuidado pré-natal, ou seja, preventivamente.

O apoio da família e amigos é um aspecto essencial do bem-estar dos novos pais, especialmente as mães novas, ficando o psicólogo com um papel complementar para esse bem-estar. 

A psicoterapia pode ajudar as mulheres grávidas, mulheres que estão enfrentando problemas pós-parto e os parceiros dessas mulheres, abordando os vários problemas que a gravidez e o parto podem causar. Mulheres que sofreram problemas de saúde mental antes da gravidez podem temer que o desafio da maternidade vai agravar as suas condições ou causar mais preocupações para o desenvolvimento do bebê, mas o apoio de um terapeuta as ajudará a se sentirem mais à vontade. As mulheres que sofrem de depressão pós-parto podem ter um salto de melhoria com o tratamento psicoterapêutico, inclusive combinando com medicação se for necessário.

Concluindo, quando se pensa em gravidez, há muitas possibilidades de haver problemas, mas um psicoterapeuta experimentado será capaz de oferecer recursos e ajuda para sanar as dificuldades psicológicas. 

Mencionando novamente alguns transtornos e citando outros, abaixo relaciono quando o acompanhamento psicológico é muito útil para a retomada do equilíbrio da gestante e preparo para o bem-estar da gestante e da família durante a gravidez, o parto e pós-parto:

  • Dificuldade em lidar com as transformações corporais.
  • Distúrbios de estresse e ansiedade.
  • Perturbações psicossomáticas.
  • Mulheres que tiveram dificuldades de engravidar ou abortos recorrentes.
  • Histórico de depressão.
  • Gravidez de risco.
  • Gestantes de adolescentes.
  • Gestantes sozinhas (Pai ausente).
  • Tristeza ou depressão na gestação e no pós-parto.
  • Estresse pós-traumático por perdas ou parto traumático.
  • Gravidez não-desejada.
  • Dificuldades de relacionamento com a criança, com membros da família e do círculo social durante a gestação e após o parto. 

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
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QUEM TEM MEDO DO PSICÓLOGO?

Desenvolvido por Paulo Cesar T. Ribeiro, psicólogo clínico com pós-graduações em Sexualidade Humana, Psicologia Clínica e Autismo.

Algumas pessoas não querem ir ao psicoterapeuta simplesmente porque não gostam de psicólogos!! E esclarecem: ou têm medo deles ou não confiam neles! Você concorda com essa posição?

Certamente, há ocasiões em que pode haver relutância em recorrer a um tratamento psicológico. Isso pode acontecer pela imagem que a pessoa tem em mente, ou pela preocupação com quem está ao nosso redor... mas por que isso acontece se é apenas mais uma forma de cuidar de si mesmo?

Ter medo de ir ao psicólogo, especialmente na primeira vez, é um sentimento totalmente normal, afinal, na consulta você irá se expor a alguém que não é seu parente ou amigo. É uma experiência nova e pode ser que as informações que você tenha a respeito sejam apenas as que os outros lhe contam.

Realmente existem várias causas que impedem uma pessoa de ir ao psicólogo, havendo, inclusive, quem considere que essa seja a última opção, isto é, apenas após tentar várias coisas e não encontrar a solução. De fato, iniciar um tratamento psicológico não é algo fácil - pelo contrário, existem muitos obstáculos e preconceitos que dificultam o início de um processo como esse. Talvez você tenha essa apreensão mas nesse artigo, tentarei esclarecer algumas dessas fobias de ir a um psicólogo!

Por exemplo, você tem medo do estigma social? Muitas vezes, isso é o que mais pesa na decisão. Você pode estar relutando em fazer psicoterapia imaginando o que vão pensar de você se souberem que precisa fazer terapia. Em outras palavras, muitas pessoas acham difícil aceitar que precisam de ajuda psicológica porque não querem ser vistas como "loucas" ou incapazes de resolver seus problemas por conta própria. O medo de ser visto dessa maneira dificulta que você tome a atitude de ir à terapia, embora a sociedade esteja cada vez mais atenta a esse tipo de problema e essa pressão social esteja reduzida.

O medo de se abrir com um estranho pode ser um incômodo para você. Parece um processo quase antinatural entrar num espaço e compartilhar informações pessoais com alguém que você não conhece: mas aí está o segredo! O psicoterapeuta vai lhe atender com uma visão pura, sem vínculos ou preconceitos. Não há envolvimento emocional e, na maioria das vezes, o psicólogo não se sente pessoalmente afetado por suas decisões. Além disso, os psicoterapeutas são proibidos de compartilhar informações sobre seus pacientes com terceiros, a menos que você dê permissão para fazê-lo.

Existe, também, o medo de falar sobre si mesmo, quero dizer, pode ser que você não queira ir ao psicólogo por ter medo das lembranças dolorosas do passado ou porque não gosta de falar sobre si mesmo, especialmente a um estranho. No entanto, ficar sozinho diante de suas dificuldades e ruminar sobre seus pensamentos negativos é mais destrutivo do que falar sobre eles ou colocar seus sentimentos em palavras. O psicólogo vai lhe encorajar a perceber, de outra maneira, os eventos que são inevitáveis. Muitas vezes, é necessário o acompanhamento de uma pessoa compreensiva, acolhedora e benevolente para libertar-se dos próprios sofrimentos.

Da mesma maneira, você estar com aversão ao psicólogo porque não deseja falar sobre coisas íntimas. Por exemplo, muitos casais recusam a terapia de casal para resolver seus problemas pelo receio de ter de falar sobre a vida sexual. Assim ocorre, igualmente, com as pessoas, de ambos os sexos, que sofrem com dificuldades sexuais. Mas tenha em mente que o consultório do psicoterapeuta é um espaço neutro onde se pode falar sobre qualquer assunto sem consequências. O psicólogo não é um juiz e não está ali para julgar suas práticas, suas fantasias e sua vida a dois, mas para ajudá-lo a superar seus problemas. São profissionais com formação adequada e experiência para criar um ambiente terapêutico seguro, de plena cordialidade, respeito positivo e nenhum tipo de julgamento.

Alguns psicoterapeutas também acrescentam formação adicional em nichos específicos, como a comunidade LGBTQIA+, garantindo um ambiente aberto e seguro para todos. Eu, a título de exemplo, atuo também com esse grupo e com pessoas com problemas de sexualidade, tendo me preparado durante muito tempo em cursos adicionais e de pós graduação.

O fato de ter que enfrentar as próprias emoções também influencia negativamente, mas ao ir a um psicólogo, você não terá outra escolha a não ser a de enfrentar uma realidade que talvez não esteja conseguindo assimilar. Subestimar o ponto em que você se encontra é ruim! Não são apenas as pessoas "com depressão" que devem ir ao psicólogo, logo, você pode não estar num ponto muito avançado do seu problema, mas, para prevenir futuros gatilhos, é bom ir a um psicólogo a tempo.

Decerto, uma outra razão para recusar ir a uma consulta com um psicólogo é a crença de que não “está doente”. Algumas pessoas chegam a pensar que não existem problemas de saúde mental, imagine! Sem ir tão longe, uma pessoa pode simplesmente ignorar a gravidade do estado em que se encontra, visto que muitos deprimidos conseguem se curar sozinhos conversando com entes queridos, conhecendo pessoas, voltando-se para a espiritualidade ou mesmo lendo livros de desenvolvimento pessoal. Há a tendência de acreditar que psicólogos e psiquiatras são destinados apenas a quem está "muito fraco para enfrentar os problemas" ou aqueles que têm uma doença mental verdadeiramente incapacitante e perigosa, o que leva muitos a pensarem que não precisam da ajuda de um profissional da área de Saúde Mental porque podem "se virar" sozinhas. O indivíduo crê que conhece a origem de seu sofrimento psicoemocional e que, portanto, não precisa do especialista; ou então, não quer ter pena de si mesmo porque isso seria sinônimo de “fraqueza moral”. 

Verdade seja dita, numa cultura ainda ainda machista, os homens, muitas vezes, têm a ilusão de que podem encontrar sozinhos a solução para seus problemas, com total autonomia. Esses mecanismos inconscientes explicam porque as mulheres representam mais de 2/3 da população que nos procura e faz tratamento psicoterapêutico. Atenção, é preciso ter cuidado para não negar a extensão do próprio sofrimento e não recusar ajuda quando dela necessitar. Essa atitude pode agravar o sofrimento psicoemocional, e o tratamento precoce evita que ele tome proporções excessivas.

Você e outros podem pensar que seus sintomas são muito antigos e profundos para que um psicoterapeuta possa tratar. Nada poderia estar mais longe da verdade! Desde que você esteja motivado, o seu terapeuta sempre poderá fazer algo para aliviar o seu sofrimento e tratá-lo. É verdade que isso pode demandar muitas sessões de terapia mas nem sempre é assim; a regra continua a mesma: se você quiser ser curado, a psicoterapia será eficaz. É curioso que, ao contrário disso, há quem sofra de baixa ou falta de autoestima mas que não quer ir ao psicólogo por acreditar que o profissional não esteja interessado em seus dilemas pessoais. Alguns chegam a pensar que seus problemas não são sérios o suficiente para interessar a um profissional de Saúde Mental, ao lado de vítimas de abusos, traumas ou violências, etc. Ledo engano! Nós, psicólogos, estamos lá para ouvir quem nos procura, seja lá qual for o problema psicológico ou emocional: ir à consulta já é o primeiro passo para a cura.

De fato, quando se trata de psicoterapia, muitas vezes acham mais fácil negar que existe um problema. Você, por exemplo, poderá ter crenças ou expectativas de que, com o tempo, o problema se resolverá, mas a realidade é que nem sempre isso acontece. Se um problema não desaparecer, e se você continuar com o mesmo padrão destrutivo, ou se algum pensamento está lhe afetando e você não está conseguindo controlar bem as suas emoções, agende uma consulta com um profissional de saúde mental.

A verdade é que existem várias razões pelas quais as pessoas optam por fazer terapia, tal como buscar informação, compreensão e autoconsciência, ou estar em busca de ferramentas para melhorar a satisfação com a vida, sem falar nos que necessitam da psicoterapia como suporte a um tratamento psiquiátrico. As pessoas podem fazer psicoterapia por várias razões, como os exemplos a seguir:

Livrar-se de dependências: Um dos motivos mais importantes para justificar o porquê fazer terapia são os transtornos mentais, como muitas pessoas já conhecem. A psicoterapia é altamente indicada para tratar tipos diversos de patologias como a dependência química, depressão, esquizofrenia ou outras psicoses. É uma prática que auxilia na recuperação desse tipo de sofrimento mental permanente ou temporário. Com frequencia, os psicólogos, responsáveis pelas interações terapêuticas, trabalham em conjunto com psiquiatras, os quais podem receitar medicamentos, se necessário.

Aumentar a autoconfiança: O medo do novo pode levar muitas pessoas a terem um pouco de dificuldade para se adaptarem às novas situações. Uma mudança de cidade ou trabalho pode gerar grandes inseguranças capazes de se transformarem em angústias, ansiedades e sofrimento. Para amenizar essas sensações e aumentar a confiança, o processo terapêutico entra como um trabalho que envolve diversos fatores para transformar os sentimentos negativos em positivos.

Conviver com o medo: Inteligência e maturidade emocional são consequências positivas que as sessões de psicoterapia podem trazer para você. Se tiver muitos medos e não souber bem como lidar com situações do passado, poderá sofrer com isso, talvez sem se conscientizar. Observe que o medo pode ser utilizado para sermos mais cautelosos, porém à medida que ele limita a qualidade de vida, você corre o risco de adoecer. É fundamental poder aproximar-se deste limitador e refletir: qual o papel que ele ocupa na minha vida? Como mudar?

Lidar com sentimentos: Ocasiões que têm relação com o luto e com separações, por exemplo, são bastante delicadas pelo fato de deixarem marcas emocionais em quem vivenciou alguma delas. Perder uma pessoa querida ou se separar de alguém após muitos anos é geralmente muito doloroso. Muitos não conseguem superar esse momento de suas vidas sozinhos. Logo, um profissional terapêutico pode ajudá-los a seguir com suas vidas e com as mudanças que virão a surgir. Uma mágoa pode surgir após muito tempo por conta de um fato que ocorreu anos atrás: isso pode abalar a vida dessa pessoa, que, fazendo psicoterapia, aprenderá a conviver com a sua própria história e ainda poderá aproveitar novas possibilidades que surgirem.

Criar relações saudáveis: Na realidade, não é preciso ter um motivo bem definido para fazer terapia. Se você deseja se relacionar melhor consigo mesmo ou com outras pessoas, isso já é motivo suficiente para fazê-la. Muitas pessoas são inseguras em certas áreas da vida, outras são tímidas e carregam um sentimento de culpa sem motivo aparente. Com a psicoterapia, elas conseguem ficar conscientes de que o aprendizado é constante em relação à autoaceitação, autocrescimento e ao desenvolvimento geral como ser humano. Quem opta por fazê-la se beneficia do trabalho por conta própria, torna-se capaz de identificar pensamentos e comportamentos errôneos podendo corrigi-los imediatamente. Sim, a vida é cheia de eventos difíceis, decisões e transições.

Enfim, gostaria de dar dois recados a você, leitor:

  1. Não tenha medo de não conseguir terminar a sua terapia. Costumo dizer que o principal objetivo é conclui-la. O tempo com seu terapeuta dependerá da situação ou condição específica que você está enfrentando e do seu compromisso com o tratamento; ainda que se chegue ao final e receba a alta, pode ser que você prefira continuar com o seu psicólogo para iniciar um processo de autoconhecimento ou para trabalhar outras aspectos do seu ser.
  2. Se você quer fazer psicoterapia mas acredita que não pode arcar com os custos, veja, antes de tudo, a terapia como um investimento. Além disso, é muito comum que o seu psicoterapeuta, por ter uma visão muito realista da vida (assim como seus colegas), encontre com você um valor que esteja conforme suas condições. É certo que quanto pior for o seu caso, mais tempo ficará pagando! Porém, lembre-se que o sofrimento psicológico tem um impacto significativo e duradouro na saúde física e no bem-estar - Perder a vida é o custo real do sofrimento psicológico não tratado. Sei que a decisão pode ser complicada, mas os psicólogos são pacientes e você terá a liberdade de escolher quanto partilhar e quando. Os terapeutas valorizam a confiança que constroem com seus clientes à medida que se sentem cada vez mais confortáveis.

Visto o exposto, não receie em procurar um psicólogo. Convido-lhe a nos ver como profissionais que criam um ambiente de conforto em que a proximidade e a tolerância prevalece sobre o resto, e onde não há perseguições ou julgamentos. O medo de fazer psicoterapia já aconteceu com muitos outros que passaram, com excelentes resultados, por uma situação parecida. Por que você não faz o mesmo?

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
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MULHER, PROCURE AJUDA SE SUA RELAÇÃO SEXUAL FOR DOLOROSA!

Desenvolvido por Paulo Cesar Teixeira Ribeiro, psicólogo clínico com pós-graduações em Sexualidade Humana, Psicologia Clínica e Autismo.

Supervisão de Dr. Jorge Haddad Filho, médico mestre e doutor em Morfologia (UNIFESP), Coordenador do Programa de Reprodução Assistida do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo - Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.
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Muitas mulheres perdem o interesse sexual por  sentirem dores em suas relações. Refiro-me à “dor sexual”, também conhecida como dispareunia, a qual pode resultar de qualquer forma de toque e não apenas da relação sexual.

Dispareunia é a dor genital que ocorre durante o sexo e que aflige um grande número de mulheres - acontece apenas quando há penetração profunda. Há, também, a vulvodinia ou vestibulite vulvar, que tem como sintoma principal uma dor na vulva que pode durar até três meses. É um incômodo e intensa dor que ocorre durante as relações sexuais ou quando a mulher fica sentada por longos períodos.

Quando a relação sexual é dolorosa, o que deve ser feito? Cabe a observação que esse tipo de dor não tem apenas causas físicas, havendo condições psicológicas que levam a esse sofrimento. Não sendo médico, comentarei "an passant" sobre alguns motivos físicos (os mais comuns), porém com a recomendação de que, ao sentirem sintomas, um médico deve ser consultado para uma avaliação detalhada. Os aspectos psicológicos serão aqui apresentados, mas com a mesma recomendação, ou seja, a de irem ao psicólogo para que entendam a complexidade psicoemocional do mal-estar que as acomete.

Como sexo doloroso é um problema sério com sintomas físicos e psicológicos, de que modo as mulheres podem se tratar? Quais são as suas opções? A evolução científica produziu muitas soluçãoes para esse sintoma, tanto do ponto de vista medicamentoso quanto psicossocial. Em tempos passados, muitos médicos descartavam a dor genital das mulheres (dispareunia ou vulvodinia) e as considerava como sendo “neuróticas”, o que deixava suas pacientes duplamente feridas: com dor e psicologicamente abatidas. Atualmente, a situação é bem diferente, com os especialistas compreendendo bem melhor o sofrimento físico e psicológico de suas pacientes e utilizando abordagens mais amplas para o tratamento.

A dor é uma vivência “mente-corpo” com componentes físicos e emocionais, e, havendo algum estresse, a ansiedade e a depressão agem agravando o sofrimento. Assim, é importante identificar os fatores físicos e psicológicos porque cada pessoa responde de modo diferente (ou singular) aos tratamentos, o que oferece a cura da maioria das aflições sexuais. É, sim, relevante que se diga que a dor não é apenas uma experiência física, não é apenas uma sensação, mas é, também, uma experiência emocional. À vista disso, é necessário abordar os fatores emocionais associados à dor, principalmente a dor crônica. No caso da dispareunia, sabe-se que processos comuns de sofrimento e evitação relacionados tanto com a dor quanto com o sexo/intimidade são, de modo significativo, associados à dor, ao sofrimento e à satisfação sexual. Isto levou os profissionais da Saúde Física e Mental a abordar essa doença também sob a ótica psicossocial. Depressão, ansiedade, catastrofização, dor/ansiedade, aceitação da dor, ansiedade de exposição corporal, atenção a sinais sexuais, hostilidade e solicitude do parceiro, autoeficácia e percepções de como está sendo a penetração são vistos, na abordagem psicossocial, como alvos de tratamento potencialmente importantes em casos de dispareunias provocadas.

A título de exemplo, há estudos mostrando que até 80% das mulheres sofrem de penetração dolorosa em algum momento de suas vidas. O agravante é o fato (de ordem psicossocial) de alguns homens, ainda hoje, não darem crédito às queixas de dores sexuais das mulheres, além de haver outros que descabidamente creem que o sexo deve, de alguma maneira, machucar as mulheres!! Atenção, homens: exceto na prática consensual de BDSM (“bondage”, disciplina+dominação, submissão+sadismo e masoquismo), as transas nunca devem doer. Infelizmente, vários homens ficam tão ansiosos ao iniciarem suas relações sexuais que acabam desconsiderando as dores de suas parceiras: isso é um enorme erro e desrespeito! Se o sexo machucar a sua parceira, ela terá dificuldades ou simplesmente não se excitará, o que significa uma péssima experiência para ambos.

Objetivamente, gostaria de dizer que a ocorrência de dor numa relação sexual tem uma infinidade de causas possíveis, entre elas vaginismo, relações sexuais apressadas, lubrificação insuficiente, endometriose, problemas no relacionamento, pílulas anticoncepcionais, irritação vulvar, vestibulite vulvar, irritação por oxalato, infecções sexualmente transmissíveis, história de trauma sexual e penetrações rápidas e profundas. 

Para as causas físicas, não hesite em passar por uma consulta com seu médico ginecologista. Por exemplo, às vezes, infecções vaginais podem contribuir para que o sexo seja doloroso, bem como infecções fúngicas e vaginose bacteriana; miomas, problemas na anatomia, doença inflamatória pélvica e a prática sexual logo após o parto também podem ser causas. Mas tudo isso pode ser facilmente tratado possibilitando uma experiência sexual mais confortável.

Diversas mulheres que relatam dor durante o sexo são fisicamente saudáveis. Entretanto, sofrem interferências psicológicas e emocionais que precisam ser tratadas pir muio de psicoterapia. Em outras palavras, muitas vezes, a causa da dor é estritamente psicológica. Dentre as causas psicológicas da dispareunia, podem ser citadas como mais recorrentes: medos, ansiedade, baixo desejo sexual, depressão, dificuldade de excitação, desentendimentos no casal, estresse, problemas no trabalho, luto e outras emoções negativas, violência sexual / abuso, educação ou crenças religiosas muito rígidas (“isso não posso, é sujo, é pecado”), sentimento de culpa, não querer engravidar, insegurança quanto ao corpo, falta de autoconhecimento (não compreender o que causa prazer e excita), baixa autoestima e várias outras. Sobre violências e/ou abuso sexual, essa é realmente uma causa importante para a dispareunia visto que é um trauma emocional e sexual que pode perdurar por muitos anos, de forma consciente ou incosciente. Com freqüência, há culpas ou vergonha, e é ai que a psicoterapia pode ser de enorme utilidade, contribuindo para uma vida mais saudável e feliz.

Ainda quanto aos aspectos físicos, o ato sexual pode ser doloroso quando a lubrificação não é suficiente e, mesmo que isso possa ser remediado com o uso de um lubrificante, é recomendável ir ao ginecologista. Muitas mulheres perfeitamente normais não produzem lubrificação vaginal suficiente, especialmente a partir do climatério. Sob a ótica da Psicologia da Sexualidade, sabe-se que o sexo oral ou a mudança do “script” sexual (incluindo mais beijos e preliminares mais demoradas) contribuem sobremaneira para que se tenha melhor excitação que, por consequência, completa a lubrificação vaginal natural antes da tentativa de sexo. De fato, o coito mal lubrificado é uma das principais causas de dor nas mulheres e qualquer uma que se sinta seca e irritada deve usar um gel lubrificante além de procurar um médico.

Fazer amor sem sensualidade não é bom fisicamente nem sob a perspectiva psicoemocional. Antes de poder desfrutar do ato sexual confortavelmente, a maioria das mulheres precisa de um tempo de aquecimento considerável. Se os homens iniciam o sexo antes das mulheres se sentirem receptivas, elas sentirão dor. Para evitar esse desconforto, seus parceiros podem fazer uma massagem prazerosa e divertida de corpo inteiro; eles não precisam ter pressa, a relação sexual pode esperar! Digo, com isso, que sempre há tempo para dar às mulheres o necessário para ficarem relaxadas, excitadas e receptivas. Os psicoterapeutas especializados em Sexualidade Humana recomendam pelo menos 30 minutos de beijos, abraços, massagens mútuas de corpo inteiro e sexo oral antes de tentar o intercurso sexual.

Como já mencionado, uma penetração muito rápida ou profunda pode não agradar. Mesmo que as mulheres estejam bem lubrificadas e se sintam bem excitadas, elas podem sentir dor se os homens fizerem a penetração com muita força. Não queira imitar atores de pornografia, afinal, a vagina não é um espaço oco: é um tecido muscular que relaxa quando as mulheres se aquecem para o sexo, e cede mais confortavelmente quando o pênis entra lentamente. A penetração profunda, especialmente se a posição for com o homem por trás, pode causar dor: assim, o casal deve treinar antes para evitar qualquer tipo de sofrimento.

Diversos especialistas dizem que os métodos contraceptivos hormonais são uma das principais causas de dor sexual das mulheres - pílulas, DIU, adesivos, implanon, tratamento com estrogênio, e podem causar diminuição da libido. Se diminuir, a mulher pode sentir dores porque não sente vontade de transar e porisso não se lubrifica. É algo que varia de mulher para mulher e, portanto, o melhor é passar por uma avaliação médica, oportunidade em que pode ser orientada quanto aos cuidados gerais como irritação causada por duchas higiênicas, depilação pubiana, queimaduras solares, alergia ao látex de preservativos ou dermatite de contato causada por sabonetes ásperos ou perfumados, produtos de higiene feminina ou roupas íntimas feitas de tecidos sintéticos. Se a vulva parecer vermelha ou irritada, não titubeie.

Não nos esqueçamos das doenças sexualmente transmissíveis pois todo o cuidado é pouco. Chlamydia, verrugas genitais e doença inflamatória pélvica podem causar dor durante a relação sexual. Não deixe de procurar o seu ginecologista, principalmente se a dor persistir apesar do aumento da sensualidade e lubrificação ou se houver o surgimento de outras infecções vaginais.

O vaginismo causa espasmos da musculatura pélvica, que fecham a vagina. Em casos leves, a relação sexual causa desconforto. Em casos graves, a penetração é impossível e as tentativas causam dor aguda. A mulher pode alcançar o orgasmo, mas existe a dificuldade de penetração. Há pesquisadores que dizem que mulheres com vaginismo geralmente são ansiosas, do tipo que precisam resolver as coisas imediatamente e com perfil psicológico de controladora. Evidentemente, no momento do sexo, isso não dá certo pois é preciso relaxar. O médico ginecologista é o profissional competente para fazer o diagnóstico de vaginismo cujo tratamento-ouro é realizado por equipe multidisciplinar, incluindo psicoterapeutas (fundamental para a melhora), fisioterapeutas e médicos. O tratamento inclui exercícios apropriados ao fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, biofeedback (para medir respostas corporais) e o uso de dilatadores que gradualmente induzem a abertura da vagina.

Há, ainda, a vestibulite vulvar, uma inflamação das glândulas dentro da vagina, bem como o prolapso uterino que devem ser tratados pelo médico.

Uma mensagem para os homens: Se as mulheres se queixarem de dor genital/sexual, não as critique por não quererem transar. Em vez disso, vá com calma, use lubrificante, faça carícias sensuais e incite-a a consultar um médico. Se isso não resolver o problema, o casal ou a mulher devem consultar um psicoterapeuta.

Lembre-se que para um ótimo sexo, a relação sexual pode ser dispensada pois as pessoas podem desfrutar de prazer mútuo usando as mãos, línguas e brinquedos eróticos. As mulheres amam os homens que levam sua dor a sério, homens que são pacientes e que dão apoio durante sua avaliação e tratamento. Ao contrário, os problemas de relacionamento causam dores emocionais e psicológicas e, por conseguinte, o sexo pode desencadear dor física. Uma paciente de psicoterapia me disse, uma vez, que “conversar com o parceiro é só um detalhe, mas que faz 100% de diferença”, isto é, “quando a parceira é consultada para ver se ela quer continuar”A psicoterapia é muito indicada nesses casos, visto que, se as coisas não estiverem indo bem, a ansiedade e o medo do sexo fazem com que os músculos da vagina se contraiam, tornando o sexo desconfortáve ou muito doloroso. Já foi comentado acima que para o sexo ser confortável, a mulher deve estar relaxada. De fato, será muito bom falar sobre os problemas do casal fora do quarto para tentar encontrar uma solução e, se isso não der certo, é bom recorrer à psicoterapia ou aconselhamento psicológico.

A prática psicoterápica é muito importante e, normalmente, segue o seguinte roteiro: após a apresentação da queixa, encaminha-se a paciente para o diagnóstico médico; nessa fase, a psicoterapia deve apoiar as intervenções médicas e tratar os danos psicológicos e de relacionamento que foram causados; quando as relações passarem a ocorrer sem dor, o psicólogo deve atuar para reparar o dano que a relação sexual dolorosa causou ao longo de meses, anos ou mais, incluindo os danos no relacionamento com o parceiro; como há, agora, o interesse em encontrar prazer no sexo, a psicoterapia se volta para o aprimoramento sexual, melhoria da qualidade de vida e manutenção da saúde mental.

A dispareunia prejudica a saúde psicológica da mulher, principalmente em termos de baixa autoestima e senso de feminilidade e tem consequências negativas nos relacionamentos íntimos. A dor na relação sexual pode criar uma aversão ao sexo baseada no medo, o que, por sua vez, pode causar menor qualidade de vida, problemas em torno da intimidade e dos relacionamentos românticos. Mas você não precisa apenas fazer sexo ruim pelo resto da vida. Se você ou alguém que você ama está lutando contra relações sexuais dolorosas, procure ajuda pois isso não precisa ser assim. Não espere e não ignore - cuide-se! Quando o sexo é bom, é uma pequena parte da satisfação com o casamento ou relacionamento, mas quando o sexo é ruim, é uma grande parte da insatisfação na relação. Entre em contato com seu médico e/ou psicoterapeuta para obter ajuda, dicas e truques para recuperar aquele sentimento amoroso e trazer de volta o sexo prazeroso. Veja quantos benefícios a psicoterapia com foco em sexualidade oferece: ampliação do autoconhecimento, maior intimidade com o próprio corpo, ajuda a vencer medos e superar traumas, melhora a comunicação e conexão com o parceiro, desinibe, promove qualidade de vida ao desmistificar causas e sintomas de insatisfações sexuais, proporciona apoio e aconselhamento efetivo, desenvolve a autoestima e autoconfiança, repercutindo não apenas na vida sexual, mas no bem-estar como um todo. Mas é fundamental que esse processo seja com um profissional da psicologia, e será melhor se for com psicólogo especialista em Sexualidade Humana.

De modo algum, tente resolver a dispareunia por conta própria, e tampouco, não se trata de aprender a suportar ou acostumar-se à ela e guardá-la para si. As soluções existem e são variadas. O maior erro é tentar ignorar o que está acontecendo. Percebendo qualquer incômodo, expresse-o a seu parceiro. A sinceridade é importante também nessas horas e o diálogo sempre aproxima e fortalece a relação.

É imprescindível procurar ajuda especializada e eliminar todas as hipóteses de doenças ou problemas que os desconfortos podem sinalizar. Creio que com esse artigo, as principais dúvidas sobre as dores sexuais foram esclarecidas, logo, é hora de romper o tabu! Conhecer o problema é a forma mais eficaz de desmistificá-lo e você agora sabe que, independentemente da causa, existe tratamento. O errado é tentar ignorar a dor ou permitir que ela limite sua qualidade de vida.

Se você sente dor durante a atividade sexual e descobrir que a dor tem causas psicológicas, busque uma ajuda de um psicólogo: não há motivo para privar-se do prazer, quando uma psicoterapia focada em sexualidade está acessível e oferece soluções transformadoras.

Você pode conhecer o meu trabalho pelos conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.