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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

VOCÊ NÃO FAZ PSICOTERAPIA? VOU LHE EXPLICAR PORQUE DEVERIA FAZER

(Série: Reeditando artigos interessantes)
Algumas pessoas cometem um equívoco absurdo ao pensarem que psicoterapia é para as pessoas inseguras, medrosas ou covardes. Pois eu lhe digo que nada é tão distante da verdade do que esse pensamento. Pois saiba que as pessoas de sucesso não apenas fazem terapia, elas simplesmente adoram fazer! Elas vêem a psicoterapia como uma ferramenta que cria sucesso. E não é somente algo que as pessoas inteligentes fazem, é uma prática que a maioria das pessoas deveria tentar em algum momento de suas vidas.
A razão é simples: muitas pessoas cresceram com a impressão de que coisas pessoais são um segredo e que não deveriam ser discutidas – melhor se fossem varridas para debaixo do tapete. Esta é talvez a pior coisa que você pode fazer por si mesmo. Esconder suas emoções e não trabalhar os seus problemas psicológicos - especialmente a dor ou eventuais abusos traumáticos do passado - pode acarretar numa série de problemas. Se você precisa de uma razão baseada em números para lhe convencer, a depressão, por si só, tem um peso enorme entre as doenças, sendo atualmente a principal causa de incapacidade em todo o mundo, responsável por bilhões de reais por ano em trabalho perdido.
Há vários benefícios ao se submeter a um processo psicoterapêutico. A beleza da terapia – a cura pela fala - é que ela aborda não apenas os sintomas, mas também as causas de seus problemas. Os antidepressivos, embora essenciais para algumas pessoas, não chegam exatamente à fonte subjacente. E se você não conhecer a causa da dor, estará essencialmente acorrentado ao passado - a psicoterapia alcança a raiz do problema!
Um formidável benefício da terapia é que seus efeitos são duradouros. Isso porque você não trabalha apenas com as coisas que emergem no processo, mas também desenvolve ferramentas para ajudá-lo a lidar com diversas situações no futuras. Os ganhos positivos continuam e crescem ao longo do tempo, como se algumas etapas fossem consolidadas após a interrupção da terapia. É como se a pessoa passasse a usar uma espécie de lente reflexiva para pensar, falar e expressar sentimentos sobre a vida interior depois que termina a psicoterapia. Todo o processo de conversar com o psicólogo é internalizado de modo que um tipo de “autoterapia” começa onde a psicoterapia real termina. Embora a medicação possa ser essencial para alguns, ela corre o risco de recaída depois que ela é descontinuada. O aspecto "buscar a causa do problema" típico da psicoterapia é um excelente motivo pelo qual os antidepressivos e a terapia em conjunto são considerados mais eficazes.
O trauma psicológico, ou um estado de melancolia ou abatimento geral, pode desencadear diversos sintomas físicos - e a depressão e a ansiedade são bem conhecidas por terem efeitos físicos significativos e, às vezes, debilitantes. Ir à psicoterapia ajuda para essas complicações desapareçam. Muitos estudos mostram que um grande número de doenças físicas são amenizadas quando o doente faz psicoterapia. Quando as pessoas não expressam sentimentos, mas as engolem e as mantém enterradas e fora da consciência, o corpo da pessoa reage! Ele age como um termômetro que sinaliza o perigo! Algo está errado e precisa de atenção. Somatizar através de dores de estômago, dores de cabeça, problemas de sono e úlceras são meramente algumas das maneiras que nosso corpo reage ao estresse e à dor psíquica.
As emoções reprimidas costumam voltar e nos assombrar mais tarde. Isso quer dizer que uma das desvantagens mais significativas de não falar sobre as coisas é que sentimentos e traumas não expressos podem acumular-se e explodir mais tarde. Muitas pessoas evitam falar sobre seus sentimentos sobre uma série de coisas, mas reprimir ou abrandar os sentimentos não faz com que eles desapareçam. Algum motivo pode ocorrer que causa uma explosão, inclusive frente a comentários simples e despretensiosos. Mesmo que você não tenha uma explosão dessas ou um verdadeiro colapso mais tarde, o fato de não processar eventos e emoções cria padrões de pensamento negativos que irão influenciar diferentes áreas de sua vida - seus relacionamentos com seu cônjuge, pais, filhos, amigos, colegas de trabalho e até consigo próprio. Então, entende-los e resolvê-los pode mudar a forma como você lida com essas múltiplas experiências.
Fazendo terapia, aqueles truques para controlar o seu “passivo-agressivo” vão desaparecer, ou seja, quando você sentir raiva (antiga ou recente), ela será processada de tal maneira que não precisará mais ser um “passivo-agressivo”. Em grande parte das pessoas, os sentimentos de raiva são frequentemente expressos de maneira passiva e agressiva, em vez de uma maneira mais direta e menos agressiva. Alguém que se sente menosprezado, por exemplo, pode fazer um comentário sarcástico em resposta, ou não comparecer no horário combinado, como se esquecendo do compromisso. Então, livre-se dessa forma de se expressar passivo-agressivamente - seus entes queridos lhe agradecerão.
Um benefício incrível da terapia é que ela não apenas lhe ajuda a se entender melhor, como também ajuda a entender as outras pessoas. Quando mantemos pensamentos negativos sem processá-los, eles se tornam arraigados para que possamos ver o mundo através desse filtro - e assim fazemos muitas suposições que podem ou não ser verdadeiras. No meu trabalho com pessoas em psicoterapia, elas passam a perceber como muitas vezes criam hipóteses sobre o que uma outra pessoa pretendia. Daí, quando elas checam a realidade perguntando aos amigos o que eles estavam pensando ao dizerem alguma coisa, essas pessoas (clientes da psicoterapia) ficam surpresos ao ouvir que eles eram coisas totalmente diferentes do que supunham. Sem a desordem de suas próprias suposições (muitas vezes equivocadas), é muito mais fácil entender as intenções e motivações dos outros.
Você sabia que a psicoterapia vai lhe ajudar a lidar com futuras situações difíceis? Você provavelmente aceita o fato de que grandes e pequenos problemas surgem de tempos em tempos, logo saber lidar com eles de maneira saudável é uma habilidade essencial. Os conflitos são uma parte da vida cotidiana e é útil ter consciência dos sentimentos em torno do conflito. Se, por exemplo, você está zangado com seu chefe, que está dando mais trabalho exatamente quando você está se preparando para ir embora, é bem provável que ficará ressentido e em conflito com ele. Ao refletir sobre o que está acontecendo “do lado de fora” (as demandas do seu chefe) e “do lado de dentro” (sua crescente raiva, irritação e medo de perder o emprego se disser não), você estará numa posição melhor para resolver a situação. Conversar com as pessoas e refletir sobre os sentimentos e suas causas permite uma maior compreensão de si mesmo. Isso posto, é mais fácil pensar em maneiras de reagir de maneira mais proativa. Aprender a não ser engolido por eventos, mas sim saber a melhor estratégia para lidar com eles, é a grande solução!
Você já notou como aumentar um problema em sua cabeça sempre o leva a lugar nenhum? É muito fácil sentir-se ofuscado por um problema quando, na verdade, ele é apenas uma bolha sem forma na sua cabeça - mas falar sobre isso dá início, meio e fim. E isso lhe ajuda a pensar melhor sobre o assunto. De certa forma, ao pensar no paciente quando está no processo de engajamento na psicoterapia, faço uma analogia com a escrita: quanto mais ele escreve, mais ele sabe o que está tentando dizer, ou seja, quanto mais ele fala do problema na psicoterapia, mais consciente se torna do que está fazendo e do que está sentindo - ansioso, triste, irritado ou frustrado. Assim, fica mais fácil decidir como administrar esses sentimentos ou como agir para aliviá-los. Definitivamente, falar de um problema é sempre útil: ele se torna mais claro, mais lógico e, portanto, mais gerenciável.
Você não está sozinho: ir a um psicólogo pode ser um grande alívio, já que você sabe que está agindo contra o que o aflige. Também é reconfortante saber que você tem um suporte especializado ao qual você pode ir uma vez por semana. E, saber que há muitas outras pessoas com problemas semelhantes ao seu - digamos, divórcio - pode ser muito útil. Não que a miséria adore saber da vida alheia, mas é verdade que ter conhecimento de que existem outros com problemas semelhantes pode ser muito reconfortante para algumas pessoas.
Uma outra coisas muito legal da terapia é que ela pode provocar mudanças no nível do cérebro. Pensamos na medicação como uma mudança no cérebro deprimido, mas há evidências muito convincentes de que a psicoterapia faz o mesmo. Com seus métodos, a psicoterapia demonstrou alterar a atividade no córtex pré-frontal medial, no córtex cingulado anterior, no hipocampo e na amígdala, áreas que estão envolvidas em pensamentos autorreferenciais (pensamentos de preocupação centrados em mim mesmo), controle executivo, emoção e medo. A psicoterapia, portanto, ajuda as pessoas a identificar os padrões de pensamento negativos em que recorrem habitualmente - que sem dúvida estão ligados ao cérebro como sulcos profundos - e substituí-los por novos e mais positivos hábitos mentais e, além de ajudar as pessoas a experimentarem menos sintomas de depressão e ansiedade, também parece provocar mudanças cerebrais mensuráveis.
Seria uma maravilha se você não precisasse mais de medicamentos, especialmente se for através da automedicação. A automedicação para lidar com coisas psicológicas é incrivelmente comum, mas não faz nada para realmente cuidar do que está acontecendo - apenas disfarça. Também cria um ciclo viciante, o que pode exacerbar o problema real. Chegar à causa do problema que ocorreu em seu passado na terapia irá, com o tempo, evitar a vontade de se automedicar. Sou contra essa prática, principalmente sabendo que há inúmeros médicos psiquiatras competentes para indicar a melhor medicação para cada caso. Ao não viver pelas coisas negativas do passado, a necessidade de evitá-las - e a si mesmo - desaparecerá.
A melhor coisa sobre como lidar com os seus próprios dilemas é que, se você tem filhos, isso lhe ajudará a ensinar-lhes uma maneira melhor de viver. Os pais podem ajudar seus filhos a aprender um vocabulário de sentimentos desde o início, modelando-os por si mesmos e isso dá às crianças a sensação de que não é apenas bom, mas saudável se expressar através de todas as cores de suas emoções. É importante expressar raiva quando eles sentem que foram ignorados ou tratados injustamente ou quando alguém diz algo doloroso. A alternativa é reprimir o sentimento, sentir-se ressentido ou talvez encenar a raiva por um comportamento desafiador. A hora de começar a falar sobre sentimentos é o mais cedo possível.
As pessoas estão começando a se abrir mais sobre suas lutas pessoais e problemas de saúde mental e o estigma está desaparecendo. Se você acha que a psicoterapia irá beneficiá-lo, vá em frente e faça psicoterapia – você não vai se arrepender, eu garanto!
Abração e cuide de sua saúde mental!
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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo whatsapp 11.98199-5612.

FÃ OU FANÁTICO? REFLEXÕES SOBRE ESSE COMPORTAMENTO

O clima no Brasil está muito “intenso”, razão suficiente para fazer uma reflexão a respeito. Por que tantas pessoas desenvolvem conexões emocionais tão fortes com políticos, celebridades e outras figuras públicas?
Inicialmente devemos entender que as pessoas têm uma necessidade inata de buscar conexões, se encaixar numa hierarquia social e criar sua "comunidade idealizada" com seus líderes e fãs. Ou seja, quando procuramos por eles, procuramos por conexões, porém muitos se esquecem que é preciso ter cuidado para não se tornarem fãs demais. Quero dizer, que o perigo é tornar-se fanático, o que pode ser descrito por duas características básicas: a absorção da individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. Considere “individualidade” como a combinação única de fatores que faz de cada pessoa um ser único e insubstituível. Quanto mais diferentes, menos as pessoas podem ser reduzidas a traços gerais e mais exigem a compreensão do seu jeito pessoal. Isso implica em dizer que só de maneira parcial e deficiente é que a personalidade criadora se enquadra em categorias gerais como “estilo de época”, “ideologia de classe”, etc., algo que os estudiosos sociais inventaram para falar de médias humanas indistintas, mas que o medíocre insiste em aplicar como camisas de força a tudo o que vá além da média. Veja que em insistir, já há a evidência, de forma disfarçada, do fanatismo ao qual me refiro.
O fanatismo traz à sociedade uma espécie de recorte das individualidades baseando-se numa mediocridade-padrão. Adeptos fanáticos de políticos ou de partidos, por exemplo, acabam limitando o papel dos demais, agindo, portanto, como se fossem verdadeiros gênios da mediocridade e codificadores do fanatismo. Não considere fanatismo apenas na interpretação comum da exaltação frenética. O verdadeiro fanatismo, manifesta-se sereno e moderadamente, sem a necessidade de ser irritadiço, nervoso ou raivoso. Apenas, ele está tão afinado com a ideologia coletiva que ela basta como canal para a expressão de seus sentimentos, vivências e aspirações.
De fato, não há como não notar que, de uns tempos para cá, as pessoas estão manifestando opiniões cada vez mais radicais, seja sobre política, sexualidade, direitos humanos, religião, etc. Traduzindo: os casos de fanatismo vêm ganhando proeminência. As redes sociais parecem facilitar a divulgação desse tipo de mensagem, que acaba encontrando eco entre outros radicais e se retroalimentando. Trata-se de discursos cheios de extremismo, de uma obsessão descontrolada por um conceito, um personagem ou uma pessoa, algo que, na verdade, numa visão psicológica, acaba sendo prejudicial tanto ao fanático como para quem convive com ele.
o que está por trás do fanatismo? Seria uma forma de ocultar fragilidade e insegurança? Acho importante entender as bases dessa radicalização, até mesmo porque não se trata de um movimento exclusivo do Brasil, mas que vem ganhando força em todas as sociedades.
Claro que uma coisa em comum é a adesão incondicional à "causa", uma adesão sem diferenças nem limites, a ponto de tornar o fanático cego às outras possibilidades e disposto a fazer o inimaginável para defender suas ideias. Com esse tipo de postura, evidentemente é impossível manter um diálogo saudável. Isso sugere um narcisismo coletivo que, frente a diferenças de opiniões, pode fazer com que as pessoas reajam agressivamente, com dificuldade para ouvir, expressando ódio, preconceitos, estreitamento mental e competitividade (vendo o que não pensa igual  a ele como um inimigo). A mim, dá a certeza de que estão construindo muros que protegem um espaço para os iguais e que divide o mundo entre os que pensam como eles e "os outros", criando-se, consequentemente, a figura do inimigo, além de acarretar em falta de empatia e de compaixão. Para um psicólogo, são razões para muita preocupação pois essas pessoas estão se aprisionando em convicções ao invés de libertarem-se. A gravidade é maior se lembrarmos dos estudos que indicam que “é mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passar a adotar um comportamento tolerante”. Isso estaria associado a uma estrutura mental adquirida, permeada por distorções cognitivas. Em termos neurológicos, fala-se que essas pessoas desenvolveram uma "rígida rede neural" por meio da qual certos caminhos neuronais em seus cérebros foram tão fortemente reforçados que faz com que eles mantenham idéias e opiniões contra evidências contrárias opostas. 
Uma outra vertente para reflexões é a seguinte: seria, o fanatismo, uma resposta à insegurança e o medo ao julgamento dos demais, funcionando como um escudo de proteção? Quer dizer, a pessoa se fecha em convicções “inquestionáveis” para não ter que lidar com a sua própria fragilidade?
Em minha opinião, os fatores promotores do fanatismo são:
  • Rápidas mudanças sociais - em tecnologia, oportunidades econômicas, mudanças durante a vida, tradições, ideais, valores, expectativas, etc.
  • O fato das pessoas se sentirem desconectadas do passado, assustadas no presente e sem controle do futuro.
  • Competição feroz e globalização.
  • Sentimento de que os outros estão adquirindo status e recursos que poderiam "ser seus".
  • A ilusória sensação de conforto em pertencer a uma comunidade fechada composta por pessoas com a mesma opinião.
  • Privação e desigualdade socioeconômica.
  • Líderes carismáticos que, de modo confiante, fazem grandes promessas oferecendo prosperidade, segurança e estabilidade.
O fanatismo (en passant, um fenômeno mundial) está aumentando talvez por conta de uma superpopulação esmagadora no mundo.  No Brasil, a fome, a eterna seca e a pobreza aliam-se à migrações populacionais, à turbulência política e instabilidade social, e participam do enfraquecimento das normas culturais de consenso anteriores. Questionamentos ideológicos que levam à dissolução dos laços familiares é uma razão importante para o crescimento do fanatismo, assim como a crescente concentração da riqueza e tantos outros motivos que o espaço não seria suficiente nem adequado para discutir. Entretanto, não se pode deixar de mencionar o oportunismo de líderes fanáticos capazes  de transmitir uma mensagem simples com poderosa convicção e constante propaganda, líderes que negam a verdade, manipulam a realidade objetiva, distorcem fatos e criam notícias falsas, líderes que são intolerantes à contradição e destroem a oposição, deslegitimam e censuram visões alternativas, líderes que dividem as questões e as pessoas nitidamente em boas e más e que criam bodes expiatórios e alvos de ódio.
Quanto ao seguidor fanático de um líder fanático, trata-se de uma pessoa que busca uma resposta simples, proteção contra o mal imaginado, senso de comunidade, sentir-se importante e se sentir melhor do que os "outros", garantir direitos e recursos especiais, nesta vida ou na próxima, redenção, vingança, etc.
O fanatismo é uma doença como o alcoolismo. Fanatismo gera fanatismo num ciclo vicioso retroalimentado. Fanáticos, ideólogos e absolutistas são alguns dos flagelos da humanidade. As verdades absolutas que os fanáticos adotam podem ser religiosas ou políticas, de direita ou de esquerda, cristãs ou islâmicas, libertárias ou comunistas, da nova era espiritual ou das religiões antigas. Importante dizer que não é o que eles acreditam que os torna fanáticos, mas a forma como eles acreditam nisso, pensando que possuem uma palavra final e que não precisam considerar mais evidências, não precisam se perguntar ou duvidar novamente. O fanatismo é uma droga. Solto na sociedade é como crack ou álcool. Fanáticos conduzem a vida como alcoólatras que acham que estão perfeitamente bem ao volante, mas que matam pessoas inocentes, às vezes coletivamente. Porém, sabemos que viver em conflito é viver em tormento, e esse tormento tem a função de curar, assim como uma dor tem a função de mostrar que estamos feridos e precisamos cuidar do machucado. Nossa sociedade está ferida e devemos entender isso.
A sociedade deve reconhecer-se contendo grupos fanáticos e agir para reduzir esse mal. Para isso, sugiro considerar a capacitação das pessoas, dando-lhes um senso de responsabilidade pela comunidade, educá-los para que possam e saibam distinguir fatos reais de falsidades sorrateiras (fake news), encorajando-os a ver através das propagandas no rádio, nas redes sociais e nos noticiários falsos de determinados poderes televisivos.
O fanatismo prospera onde há privação e desigualdade. Se queremos reduzi-lo, devemos tornar o mundo um lugar melhor - reduzindo a desigualdade, promovendo a justiça social e garantindo uma vida digna de ser vivida. Sempre haverá fanáticos racistas, misóginos, homofóbicos, anti-migrantes, opositores às diversas religiões, indivíduos contrários ao empoderamento feminino, etc. Mas eles devem ser contidos, nunca incentivados como vem ocorrendo ou mesmo explorados por políticos de nosso país. E a luta não é apenas em nosso território. Aqui somos apenas um exemplo grotesco de um fenômeno mundial. O fanatismo continuará a prosperar, a menos que enfrentemos suas causas na superpopulação, na desigualdade , na falta de justiça social, na ausência de fraternidade e na degradação. Trata-se de um problema para a humanidade e a consciência planetária resolver.
Encerrando, comento sobre o momento eleitoral. Sabemos que no Brasil existem importantes líderes fanáticos e suas significativas legiões. Será que nunca serão curados, nem seus seguidores fanáticos? Certamente muitos dos apoiadores desses políticos são pessoas muito mais razoáveis do que como vem se apresentando, pessoas temporariamente enganadas neste momento, mas que provavelmente retornarão à racionalidade e moderação quando o nosso querido Brasil encontrar sua vocação e tranquilamente caminhar rumo a um futuro auspicioso. À vista disso, devemos ponderar cuidadosamente e eleger líderes que não sejam energúmenos, psicopatas ou maníacos, e sim, líderes que nos unam como um só povo, em vez de encorajar divisões fanáticas e autodestrutivas como vem ocorrendo até hoje.
Um abração e boas eleições!
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Psicólogo Paulo Cesar
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PARE DE SE COMPARAR COM AS OUTRAS PESSOAS

Um hábito destrutivo e que causa muito sofrimento é comparar-se constantemente com outras pessoas, medindo como é a sua vida e a vida dos outros. Tem gente que compara carros, casas, empregos, sapatos, dinheiro, relacionamentos, popularidade, enfim, compara todo o tipo de coisas, e, no final do dia, acaba sentindo um monte de sentimentos negativos. Isso é um verdadeiro “auto-castigo” e pode ser interrompido! Quer saber como conseguir manter o controle necessário e encontrar uma maneira que lhe dê mais bem-estar? Bem, aqui estão cinco dicas bem interessantes.
Seja gentil: Verifique se a maneira como você se comporta e o que você pensa em relação aos outros tem um grande efeito sobre você - como você age em relação a si mesmo e o que pensa sobre si mesmo. Se esse for o caso, saiba que quanto mais você julga as pessoas, mais você tende a se julgar também. Então, seja mais gentil com as outras pessoas e ajude-as sempre que puder, assim você se inclinará a ser mais gentil e útil consigo mesmo. Talvez seja um pouco contra-intuitivo, mas os efeitos são realmente muito bons: quanto mais você amar outras pessoas, mais intenso será o seu amor por você mesmo. Portanto, foque sua mente em ajudar as pessoas e ser gentil com elas. Isso fará você deixar de julgar a si e aos demais e você se sentirá estimulado a dar atenção em coisas positivas em si próprio e nas pessoas ao seu redor. Você ficará melhor consigo mesmo e com as pessoas do seu mundo, em vez de classificá-las e a si mesmo, criando diferenças em sua mente.
Não entre nessa de curtir heróis: Você sabia que quando você começa a considerar pessoas do seu dia-a-dia como sendo “mitos”, você corre o risco de se desconectar deles como pessoas próximas a você? - mesmo que elas tenham produzido resultados extraordinários! É assim: você pode começar a sentir que nunca conseguiria coisas semelhantes às que os novos “mitos” fizeram, e considerá-los como sendo “muito diferentes”. Por isso, é importante ter em mente que todos são apenas seres humanos e que não há hierarquia entre as pessoas, não importa quem elas sejam. Quando você tem alguns heróis, é provável que você pense também sobre o oposto, criando imagens de vilões com as pessoas do seu cotidiano. Isso é bem confuso, na verdade... mas se ficar colocando pessoas em pedestais ou criando vilões em sua cabeça, você está gerando um monte de barreiras e obstáculos – isso pode lhe dar uma sensação de estar certo mas também pode impedir-lhe de viver experiências positivas.  A abertura é, a longo prazo, mais divertida do que julgar.
Apenas perceba que você não pode vencer: Se você tiver consciência disso, já será bastante útil. Não importa o que você faça, você sempre poderá encontrar alguém no mundo que é melhor do que você em alguma coisa. Sim, você pode se sentir superbem por um tempo quando comprar  um carro melhor do que o de seu vizinho. Mas em uma ou duas semanas depois, você verá algum outro vizinho ou colega de trabalho com um carro ainda melhor que o seu.
Desista de todas as comparações: Se você não pode parar de fazer as comparações negativas, pare de fazer qualquer tipo de comparação. Se você ficar no espaço mental onde você se compara para se sentir melhor sobre você mesmo, então vai ser difícil parar de fazer as comparações negativas – muito provavelmente você só fará comparações para que lhe levarão a se sentir pior e inferior. Você precisar largar esse hábito de comparação, inclusive desistir das comparações positivas para se afastar das comparações ruins.
Compare-se consigo mesmo: Em vez de se comparar com outras pessoas, crie o hábito de se comparar consigo mesmo. Veja o quanto você cresceu, o que você já alcançou e que progresso você fez em relação aos seus objetivos, ou seja, mantenha o foco sobre as suas realizações. Este hábito tem o benefício de gerar gratidão, apreciação e bondade em direção a si próprio enquanto você observa o quão longe chegou, os obstáculos que superou e as coisas boas que você fez. Assim, se sentirá bem consigo mesmo sem ter que pensar em outras pessoas.
Um Abração e cuide se sua autoestima!
Espero que o artigo lhe seja útil. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento de vida!

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Psicólogo Paulo Cesar

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VOCÊ TEM O DIREITO DE DIZER NÃO

( Série: reeditando artigos interessantes)
Fui estimulado a escrever esse pequeno texto por conta da quantidade de pessoas que me falam durante a terapia, que não conseguem dizer NÃO em várias situações de suas vidas. Então, já de início quero lhe dizer: “Você tem todo o direito de dizer NÃO!”. E como fazer isso?
Todos nós, certamente, já passamos por essa dificuldade. Vou compartilhar com você algumas dicas que sempre vão lhe ajudar a dizer NÂO.
Lembre-se, você tem o direito de dizer não - Mesmo que algumas pessoas tentem culpá-lo, manipulá-lo ou força-lo a falar SIM, essa sempre será a sua vida e seus direitos e não a vida do outro nem os direitos dele. Você é quem vai lidar com as consequências de sua resposta, então, diga NÃO, se essa é a sua vontade.
Por que você está dizendo não? - Quando você estiver prestes a dizer NÃO, lembre-se dos motivos que estão levando-lhe a fazer isso. Concentre-se nas coisas positivas que se abrirão em sua vida, como ter mais tempo para a sua família, amigos, esposa ou namorada, algum hobby ou simplesmente para relaxar e diminuir seu cansaço ou estresse. Essas coisas positivas vão ajudá-lo a prosseguir com a sua decisão, mesmo que seja difícil.
Seja gentil e, em seguida, comunique a sua decisão: É mais fácil para as pessoas aceitarem o seu NÃO se você for gentil e honestamente “desarmar” a outra pessoa. Você poderia, por exemplo, fazer isso dizendo que está lisonjeado e que você gosta da pessoa ou do que ele representa ou ainda do que ele está oferecendo. Daí, então, você pode (por exemplo) acrescentar que você não tem disponibilidade para aceitar e fazer o que ele quer. 
Mantenha elevada a sua autoestima: Se você não se valoriza, também não valoriza muito o seu tempo ou as coisas que faz. Uma das coisas mais poderosas para tornar mais fácil dizer NÃO é uma boa autoestima. Quanto melhor a autoestima, melhor a assertividade, e com isso o tempo, a vontade e a energia pessoal ficam muito mais valiosos, tornando-se coisas que você não vai querer desperdiçar.
Outra consequência de uma elevada autoestima é que, com certeza, o seu senso do que merece na vida var ser cada vez mais exigente, e assim, será menos tolerante à ideia de ceder às formas negativas de persuasão das outras pessoas. A autoestima é algo importante em nossas vidas. Se você não consegue mudar, elevando-a por seus próprios modos, não deixe de considerar fazer psicoterapia, pois é um excelente recurso para isso.

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Psicólogo Paulo Cesar

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UMA INFÂNCIA DIFÍCIL PODE AFETAR RELACIONAMENTOS NA VIDA ADULTA

Traumas durante a fase de desenvolvimento são mais comuns do que percebemos, sendo verdadeiramente assustador a quantidade de crianças que relatam mais de uma experiência traumática antes dos 5 anos de idade relacionadas a vários motivos, incluindo abuso sexual, negligência, exposição a violência doméstica e perda/luto traumático. Para você ter uma idéia da importância disso, saiba que adultos que foram vítimas de traumas podem desenvolver Transtorno de Estresse Pós-Traumático, o qual é caracterizado por dificuldades no controle emocional, consciência e memória, autopercepção, percepções distorcidas de perpetradores de abuso, dificuldades nas relações com outras pessoas e efeitos negativos sobre o sentido da vida.

Como o trauma em fase de desenvolvimento impacta a formação de identidade? 

A formação de identidade (incluindo o senso de ser bom o suficiente, a integração da emoção e do intelecto, a consciência básica do estado emocional, o sentir-se seguro e coerente como indivíduo, e até mesmo a percepção básica de quem realmente se é) é uma parte importante do desenvolvimento psicológico e ocorre ao longo da vida. Essa formação é interrompida pelo trauma porque a sobrevivência básica tem precedência e usa recursos normalmente alocados para o desenvolvimento normal do indivíduo. Um trauma precoce também desloca a trajetória do desenvolvimento do cérebro pois um ambiente caracterizado pelo medo e negligência, por exemplo, causa diferentes adaptações dos “circuitos cerebrais” alterando as sensações de segurança e amor. Quanto mais cedo ocorre a aflição, mais profundo é o efeito.

A tarefa de desenvolver a identidade na idade adulta, desafiadora o suficiente (embora recompensadora) para aqueles com uma educação segura e enriquecedora, é especialmente preocupante para aqueles que lidam com as consequências de terem sofrido um trauma durante a fase de desenvolvimento. Devido aos atrasos causados por defesas psicológicas, “auto-repressões” e pelas consequências na vida adulta (que frequentemente incluem abuso de substâncias psicoativas, transtornos alimentares, depressão, maior risco para muitos problemas de saúde, problemas comportamentais, dificuldade em relacionamentos pessoais e desenvolvimento profissional), o desenvolvimento e definição da identidade pessoal fica prejudicado.

A identidade em adultos que não resolveram traumas ocorridos na infância é, na maioria das vezes, organizada em torno da idéia de ser um sobrevivente e de conseguir manter a sua segurança em relação aos outros, levando-os a repetições re-traumatizantes e desalentadoras e impedindo experiências orientadas para o crescimento. Indivíduos nessa situação tornam-se facilmente identificados por um "eu traumático", à custa de um senso de si mesmo mais inclusivo e flexível. Pessoas com traumas significativos se dissociam de seu ambiente e de si mesmos desde o início e podem permanecer “desconectadas” até o começo da idade adulta, apenas reconhecendo o que aconteceu quando não há outra escolha.

Com estas considerações em mente, passo a destacar as principais maneiras pelas quais a identidade tende a ser moldada por experiências traumáticas. Uma psicoterapia pode ajudar bastante na compreensão desses temas básicos e que muitas vezes resultam de efeitos dissociativos sobre a personalidade traumatizada. Isso pode ajudar as pessoas a reconhecerem áreas de dificuldade para que possam começar a realizar o trabalho de recuperação, reparação e crescimento pessoal. Para ilustrar, seguem algumas situações traumatizantes nas vidas de muitas pessoas

“Perda da infância”: "Eu nunca tive uma infância" ou "não me lembro muito de como cresci": As pessoas que passam por uma infância muito angustiante muitas vezes não conseguem lembrar grandes partes de suas vidas. Elas podem se lembrar de momentos específicos chamados de "memórias de flash" mas que não representam qualquer contexto para elas. Geralmente não possuem uma história clara de si mesmos quando eram crianças, adolescentes ou quando estavam no início da vida adulta; às vezes, isso inclui até mesmo períodos mais tardios em suas vidas. Essa "narrativa coerente" da própria biografia pode ser ausente, subdesenvolvida, falsa ou simplista demais. Muitas pessoas me disseram que sentem que sua infância foi “roubada” e, sem essa base, a identidade adulta é comprometida. 

“Faltando partes de si mesmo”: "Eu sempre senti que algo estava faltando, mas eu não sei o que é.": Com o sofrimento crônico consequente do trauma, as crianças muitas vezes desconectam partes fundamentais de si mesmas para sobreviverem. Elas podem confiar numa pessoa importante a fim de terem estabilidade e fazerem parecer que tudo está bem - como ser um estudante exemplar -, tendo pouca ou nenhuma vida pessoal real. Mais tarde na vida, elas podem sentir que partes de si estão faltando. Através do crescimento pessoal e da psicoterapia, elas podem redescobrir e até mesmo criar novamente essas partes que faltam. Às vezes, essas partes estão lá, guardadas para melhores momentos, se quiserem, mas com um sentimento mais jovem do que a sua personalidade atual. É comum que essas partes ausentes estejam associadas a estados emocionais e lembranças particulares, e a compreensão das suas relações leva a um senso de identidade mais completo. 


“Tendência a ter relacionamentos destrutivos”: "Eu sou o tipo de pessoa que sempre namora pessoas que são ruins para mim.": Não é incomum que pessoas traumatizadas acabem tendo amizades, relacionamentos românticos e até mesmo prefiram estar em ambientes de trabalho que não são bons para elas. Há encontros com outras pessoas que se encaixam em suas identidades traumáticas, mesmo quando estão tentando fazer escolhas diferentes e melhores, acarretando numa nova traumatização através da repetição do passado. Elas podem viver em torno de pessoas emocionalmente indisponíveis, abusivas ou narcisistas, ou acabam tentando resgatar e consertar aqueles(as) com quem namoram. Conscientemente, querem encontrar alguém que possa fornecer o que intelectualmente sabem que precisam e desejam, mas as influências do inconsciente as levam a caminhos indesejados e já vivenciados. Uma pessoa assim, frequentemente, percebe uma "química" poderosa num novo relacionamento, o que faz parecer que será diferente e melhor, apenas para aprender com os desapontamentos que se repetem. Quando os amigos tentam avisá-la, é comum não os escutar. Recorrentemente essa pessoa entra em relacionamentos destrutivos que podem ser desorientadores e confusos, levando-a a questionar a autocompreensão e a manter-se na antiga identidade, impedindo que sua real identidade crie raízes. 

“Evitar relacionamentos”: "Eu sou alguém que está melhor sozinho": Alternativamente, pessoas com experiências negativas envolvendo relacionamentos íntimos podem optar por evitar a proximidade e isolarem-se. Independente do início dessa opção, representa uma tentativa de quebrar o ciclo de relacionamentos prejudiciais. Porém, relacionamentos saudáveis ​​com outras pessoas são cruciais para o desenvolvimento pessoal, pois apresentam oportunidades de crescimento e mudança. A falta delas na vida adulta, ainda que como medida de autoproteção, prejudica em muito o desenvolvimento de uma identidade totalmente adulta, já que solidifica uma autopercepção de indignidade e autocondenação. Há muitas exceções à sensação de que somos muito falhos para com os outros, os quais “merecem algo melhor”. A maioria de nós tem a capacidade de oferecer mais do que achamos que fazemos e, assim, tornar-se mais apreciadores de nós mesmos. Mas é muito complicado falar aqui sobre esperança, fé em si mesmo e como se desdobra um longo processo de recuperação. 

“Evitar a si próprio”: "Não gosto de pensar em mim mesmo; isso só me faz sentir mal": Especialmente quando o trauma infantil ocorreu com um membro determinante em seus relacionamentos (pais, irmãos e outras pessoas importantes), qualquer lembrança dessas experiências pode levar a esforços para administrar emoções e experiências dolorosas através da fuga de si mesmo. Levado ao extremo, isso pode levar a pessoa à autodestruição. A conexão consigo mesmo, bem como com os outros, é um lembrete poderoso do trauma vivido, ativando memórias e emoções que muitas vezes são muito fortes para se lidar. O cuidado consigo próprio é prejudicado e a pessoa aprende a viver como se fosse separada de si mesma como uma questão de hábito. Podem não ser capazes de refletir sobre si mesmos, e fugir de qualquer encorajamento para fazê-lo. O sentido de si é muitas vezes caracterizado por nojo e maldade essencial, refletindo uma identidade traumática rígida. 

“Dificuldade em integrar emoções à identidade”: "Eu não sou o tipo de pessoa que tem sentimentos fortes sobre as coisas": Quando os sentimentos não têm lugar na família de origem, as emoções se separam da identidade. Continuam a ter influência, levando à confusão e a uma sensação instável de identidade porque a pessoa é incapaz de prever, quanto mais controlar, emoções fortes. Precisamos de dados emocionais para sermos nós mesmos e para tomarmos decisões. A falta de regulação emocional causa problemas devido às decisões impulsivas e atrapalha a formação de relacionamentos saudáveis ​​com os outros.

As pessoas podem experimentar uma sensação de entorpecimento emocional ou (paradoxalmente) sentir que não têm nenhuma emoção. Elas podem experimentar uma gama limitada de emoções ou sentir emoções suaves. Podem, por exemplo, ser capazes apenas de sentir emoções vagas, como frustração ou tédio, ou podem bloquear a insatisfação até que a raiva exploda. Elas podem sentir emoções negativas sobre si mesmas, como nojo e auto-aversão e recuar de qualquer coisa ou de qualquer pessoa que apresente uma visão positiva, podem também sentir-se desconfortáveis com a gratidão dos outros, "não saber elogiar" ou ser desconfiadas quando outros expressam bondade. Elas podem ainda adotar uma identidade excessivamente intelectualizada, agindo de forma afetada ou desajeitada em relação aos outros. Isso evidentemente leva à dificuldade nos relacionamentos pessoais, pois as emoções são necessárias para a intimidade e moldam as escolhas de carreira, limitando, muitas vezes, o avanço pessoal. A identidade é estreita e plana, e reintegrar as emoções ao senso de si mesmo, embora recompensador e necessário ao crescimento, pode ser muito desafiador, repleto de medos e de difíceis experiências de aprendizado.

Caro(a) leitor(a), embora possa ser um pouco assustador obter conhecimentos sobre os efeitos que ocorrem na vida adulta consequentes de trauma ocorrido em fases do desenvolvimento, os esforços psicoterapêuticos são eficazes. A recuperação, o luto e o crescimento muitas vezes ocorrem durante um período mais longo do que se desejaria, tendo a reconexão consigo mesmo, muitas etapas. Estabeleça metas de longo prazo (atingíveis) e “trabalhe” para alcançá-las – isso é importante, mesmo que não lhe pareça possível ou verdadeiro! Trabalhar para atingir um cuidado pessoal básico é o primeiro passo vital, assim como procurar ajuda especializada para isso. Desenvolver compaixão e paciência consigo mesmo pode ser difícil, mas será sempre muito útil.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.