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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

CRIANÇA QUE DORME NA CAMA DOS PAIS

Certa vez, um seguidor do Blog do Psicólogo me fez a seguinte observação:

Olá, Dr. Paulo Cesar,

Considerando que minha filha de 11 anos está tendo dificuldades com o sono, muitas vezes de forma a nos incomodar, acordar ou até nem dormir sozinha, mas sim sempre com a mãe, qual a orientação básica nesse caso? Ela alega medo, mas no geral é mais apego à mãe, e vice-versa, talvez em excesso.

Abraços

Jxxx Rxxxxxo”

Achei por bem não deixá-lo sem uma resposta, a qual foi a que segue abaixo:

Caro Jxxx Rxxxxxo

Recomendo focar a atenção, nesse momento, mais na necessidade de corrigir o comportamento da sua filha e menos na busca de motivos. Mais tarde, o casal deve conversar mais profundamente sobre isso.

Vamos tentar primeiro, interromper esse ciclo vicioso, coisa difícil de fazer pois quanto mais tempo se deixa a criança dormir na cama dos pais, mais difícil será convencê-la a dormir sozinha, mais birras e lágrimas os pais terão de enfrentar.

Você sabia que metade das crianças que dormem com os pais, mesmo assim não quer ir dormir e acorda várias vezes por noite? Além disso, que os pais se sentem obrigados a se deitar ao lado dela para que adormeça, o que pode demorar entre 30 e 60 minutos? O resultado final é que, com o passar do tempo, nem a criança dorme o suficiente nem o casal, sem falar da falta de privacidade.

Regras: A criança que dorme na cama dos pais busca conforto e segurança, o que demonstra o amor e a confiança que tem em ambos. Mas regras são regras. Fale com a criança e estabeleça regras claras quanto à hora e o local de dormir. Exemplo: “Sara, faltam 5 minutos para a hora de dormir”, ou então estabelecer um ritual agradável – lavar os dentes, ler uma história, escolher a boneca ou bichinho de pelúcia com o qual vai dormir – que envolva a criança e que culmine com o beijo de boa noite.

Deixe bem claro que cada membro da família tem o seu próprio quarto e cama para dormir e que a criança já é muito crescida para dormir com os pais. Esclareça que não deve sair do seu quarto durante a noite a não ser que tenha de ir ao banheiro. Tenha paciência e cada vez que ela sair do quarto, leve-a de volta com carinho. Poderá ser um processo cansativo, mas a persistência e paciência serão “ferramentas de trabalho”.

Noites intranquilas: Se a criança já dorme com os pais há bastante tempo, o regresso à sua própria cama não vai ser fácil, como inicialmente mencionado; mas também não é impossível! Estejam preparados para assistir a algumas birras e muitas lágrimas, ou seja, é aqui que tem de ser mais resistente e, sobretudo, inflexível. Se a criança sair do quarto, obrigue-a a voltar e não vá embora até ela se deitar; repita as vezes que forem necessárias.

Se a criança for para a cama dos pais durante a noite, assim que perceber a sua presença leve-a de volta para o seu quarto e relembre-a das regras. Evite deitar-se com a criança. Se o fizer, faça-o numa cama ao lado ou poltrona e durante escassos minutos, avisando-a antecipadamente desse prazo. Caso contrário, a criança pode pensar que precisa da sua presença para adormecer… todas as noites.

Quarto da criança: A decoração do quarto da criança tem que ser agradável e apropriada à sua idade – se ela se sentir bem no seu quarto, isso fará da hora de dormir um prazer, em vez de um pesadelo. Uma luz de presença ou autocolantes colocados nas paredes ou teto e que brilham no escuro são ainda uma boa aposta para um ambiente relaxado.

O tamanho da cama também deve ser adequado à criança, ou seja, nem todos se sentem confortáveis em camas muito grandes, podem até sentir medo. Se for este o caso, pode encostar a cama à parede, colocar uma grade de proteção ou então “enfeitá-la” de forma mais infantil – o mais importante é que a criança não tenha dificuldade em entrar ou sair da cama.

Recompensa: Quem não gosta de receber um presente por algo bem-feito? As crianças adoram, por isso junte o útil ao agradável e implemente um sistema de recompensas para cada noite que a criança dormir sozinha na sua cama – pode ser um novo livro para a sua coleção, o fato de poder tomar o pequeno-almoço enquanto vê o seu DVD preferido ou uma guloseima no fim do dia.

Um final feliz: Faça o que fizer, não desista. Se ceder às lágrimas da filha ou ao seu próprio cansaço, deixando que ela fique na sua cama “mas só esta noite”, coloca novamente em marcha o ciclo vicioso que você está tentando quebrar. Embora estas possam parecer dolorosas, ao apoiar-se na disciplina e nas regras, reconquistará em pouco tempo a sua privacidade e noites descansadas para toda a família.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

A DOENÇA PSICOSSOMÁTICA - TEXTO

 O que é uma doença psicossomática?

Isso é muito comum e muita gente usa a essa expressão com muita frequência, se bem que muitos se referem erroneamente a uma doença psicológica. O termo “distúrbio psicossomático” ou “doença psicossomática” é usado principalmente para designar uma doença física causada ou agravada por fatores mentais e/ou psicológicos, porém o termo também é usado quando esses fatores mentais e psicológicos causam sintomas físicos, mesmo não havendo a doença física. Um bom exemplo disso é quando uma pessoa sente dor no peito: deve procurar socorro por causa do risco mas essa dor pode estar sendo causada pelo estresse mesmo que nenhuma doença física possa ser encontrada.

Algumas doenças do corpo são consideradas como propensas a agravamentos causados por fatores mentais e psicológicos tais como como o estresse e a ansiedade. Isso significa que, a qualquer momento, o estado mental e psicológico de uma pessoa pode afetar o grau de gravidade de uma doença no corpo, sendo, então, os sintomas físicos - causados ​​por esses fatores mentais e psicológicos - chamados de desordens de somatização, somatoformes ou doenças psicossomáticas. Estes sintomas ocorrem devido ao aumento da atividade dos impulsos nervosos enviados do cérebro para várias partes do corpo em razão da força da alteração psicológica que está ocorrendo na pessoa. 

Vários fatores podem contribuir para o surgimento dos transtornos psicossomáticos, como traços de personalidade, influências familiares genéticas ou ambientais, fatores biológicos, comportamento aprendido e muitos outros.

Como os fatores mentais podem afetar as condições físicas?

Há uma ampla gama de doenças e condições físicas que podem ser especialmente propensas ao agravamento por fatores mentais e psicológicos. Dentre estas, estão as doenças de pele (como eczema e psoríase), a pressão alta, os problemas cardíacos e várias outras. Deve-se registrar que os distúrbios psicossomáticos afetam freqüentemente os sistemas respiratório e gastrointestinal, bem como o sistema cardiovascular. Os distúrbios psicossomáticos podem ter efeitos leves a graves na qualidade de vida das pessoas, que vão desde interferir com a capacidade normal de funcionar até causar incapacidade física ou mental.

Os transtornos psicossomáticos são tratados com psicoterapia, e em casos bem graves, em concomitância com tratamento medicamentoso. A psicoterapia ajuda os pacientes a aprender novas maneiras de lidar e resolver seus problemas à medida que eles obtêm uma compreensão mais profunda de sua condição ou circunstâncias. Os pacientes também aprenderão a estabelecer metas de vida realistas e a identificar e mudar comportamentos ou pensamentos que tenham efeitos negativos em suas vidas.
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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

A DOENÇA PSICOSSOMÁTICA - VÍDEO

 

Pontos básicos:
  • Você certamente já se sentiu mal fisicamente por causa do que pensa ou do que sente.
  • O que é uma doença psicossomática?
  • Existem algumas doenças que são consideradas como propensas a piorar por conta de fatores psicológicos como como o estresse e a ansiedade.
  • Muitas coisas podem contribuir para o surgimento dos transtornos psicossomáticos, como traços de personalidade, influências familiares genéticas ou ambientais, fatores biológicos, comportamento aprendido e muitos outros. 
  • Tratamento: psicoterapia, e em casos bem graves, em concomitância com tratamento medicamentoso. 

Lembre-se: Sua paz interior e sua saúde mental devem ser sempre as suas prioridades !
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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicólogo Orientador Parental
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

RACISMO E SOFRIMENTO PSICOEMOCIONAL - O PAPEL DO PSICOTERAPEUTA

O racismo é uma chaga social que permeia vários grupos sociais e pode gerar impactos psicológicos profundos nas pessoas que o vivenciam. Sofrer discriminação, preconceito e violência racial pode provocar traumas significativos, impactando a saúde mental e o bem-estar emocional de forma profunda. Infelizmente, podemos dizer que esse é um sofrimento diário para milhões de pessoas. Neste cenário, a psicoterapia se apresenta como recurso valioso para apoiar as vítimas dessa violência simbólica e estrutural, oferecendo um ambiente seguro para acolhimento e reflexões, promovendo um caminho de cura e fortalecimento pessoal.

De modo geral, o preconceito é uma combinação de pensamento estereotipado, sentimentos negativos e de ódio, e ações discriminatórias direcionadas a indivíduos ou grupos de indivíduos que são considerados inerentemente inferiores, socialmente desviantes e merecedores de um status menor na sociedade. Embora todos os humanos sejam suscetíveis a estereótipos e preconceitos sobre outros grupos, o racismo se torna um problema sério quando um grupo, ou membros desse grupo, têm a capacidade de agir de acordo com essas visões e o valor que atribuem aos outros.

A vivência de discriminação racial pode criar um estado de vigilância contínua, resultando em um sofrimento emocional prolongado. É comum que indivíduos que enfrentam o racismo experimentem sentimentos de inferioridade, angústia, traumas, desesperança e depressão, o que pode impactar negativamente seu bem-estar e qualidade de vida. Esses sintomas podem ser somatizados e, na saúde física se apresentarem como doenças cardiovasculares, úlceras, hipertensão, doenças inflamatórias, etc. Além disso, é importante considerar o impacto profundo que isso tem na identidade e na percepção de si mesmo. Muitas vezes, a sociedade impõe estereótipos e narrativas negativas que podem afetar a confiança e autoaceitação de forma significativa.

Lamentavelmente, a crença na democracia racial brasileira vem sendo desconstruída por vários índices de desigualdade social; ainda que mais de 50% da população do país seja negra, a produção científica brasileira relativa a racismo e saúde mental não é significativa. Esse quadro, aliado ao fato de que o racismo pode ser a origem de doenças psíquicas, recorrer à psicoterapia é uma opção.

Como a Psicoterapia Pode Ajudar?

A psicoterapia proporciona um ambiente seguro, caracterizado pelo acolhimento, escuta atenta e suporte emocional para as pessoas que lidam com os desafios que o racismo impõe. Sendo psicólogo clínico, posso dizer que além de oferecer um ambiente acolhedor em nossos consultórios, somos pessoas que mostram empatia, afetividade, consciência social, boa escuta, reconhecimento do impacto do racismo na saúde mental, além de paciência, estabilidade emocional, capacidade de análise, discrição, ética e curiosidade intelectual, típicos do perfil de um psicoterapeuta. 

Entre os principais benefícios da psicoterapia para esses indivíduos, podemos ressaltar que a psicoterapia:

  • favorece o compartilhamento de vivências pela vítima de racismo, livre de qualquer julgamento. O psicoterapeuta admite a existência da dor provocada pelo racismo e auxilia o paciente na compreensão de que seu sofrimento é totalmente legítimo.
  • auxilia na elaboração de experiências traumáticas, permitindo que a pessoa compreenda e ressignifique os eventos racistas, reduzindo o impacto negativo em sua vida.
  • desempenha um papel muito interessante a favor do resgate da autoestima e da construção de uma identidade robusta, promovendo o empoderamento e a valorização da história e da cultura do indivíduo atendido, combatendo a internalização de estereótipos negativos.
  • oferece ferramentas para enfrentar situações de estresse e ansiedade que podem surgir em decorrência do racismo, promovendo o desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento saudáveis.
  • oferece um espaço seguro para expressar e processar sentimentos de raiva e frustração decorrentes do racismo, auxiliando na gestão dessas emoções de forma saudável.
  • dá suporte para o desenvolvimento da resiliência emocional, capacitando o indivíduo a lidar com situações desafiadoras de maneira mais equilibrada e assertiva.
  • contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais que permitem à pessoa enfrentar desafios em contextos como o ambiente de trabalho, na educação e em outros espaços onde o racismo pode se manifestar.

A psicoterapia se apresenta como um excelente recurso para apoiar pessoas que enfrentam o racismo, permitindo que reinterpretem suas vivências, favorecendo o bem-estar mental, o fortalecimento emocional e o empoderamento pessoal. Ao reconhecer e validar as dores e desafios enfrentados, o psicólogo contribui para a formação de uma identidade positiva, além de proporcionar um enfrentamento mais seguro e confiante diante de situações adversas. Assim, o processo psicoterapêutico não só proporciona alívio para o sofrimento pessoal, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

PSICÓLOGO BUDISTA OU BUDISTA PSICÓLOGO?

Muitos me perguntam se sou um psicólogo budista e porque fiz essa opção, ao que me apresso em responder que não sou um psicólogo budista, mas sim, um profissional que busca a integração de várias correntes psicológicas para, assim alcançar um entendimento mais amplo do ser humano. Busco, num mundo de intensas transformações e rápidas comunicações, as intersecções entre a cultura ocidental e a oriental, e, se num atendimento psicoterapêutico prevalecer uma abordagem da psicologia budista é exclusivamente porque o paciente apresenta sintomas ou uma percepção do mundo conforme uma ótica que, usando os conceitos ensinados por Buda, poderei ajudá-lo mais positiva e rapidamente. Vou explicar um pouco mais sobre o motivo que me levou a considerar a psicologia budista em meu trabalho como psicoterapeuta.

A natureza básica da mente humana é comum a todas as pessoas, e como a mensagem do Buda é universal, a psicoterapia budista é aplicável a todos, sem qualquer risco de destruir ou perturbar as crenças religiosas, com o fim de sanar problemas psicoemocionais e melhorar a saúde mental. A civilização moderna impõe muitas tensões ao homem e as do domínio psicológico estão, talvez, entre as mais graves. As inúmeras exigências da vida moderna dão origem a uma enormidade de tensões mentais e físicas, o que fez que os problemas psicopatológicos recebam cada vez mais atenção por parte dos profissionais da área de Saúde Mental. Como declarou o Buda, há mais de 2.500 anos, e enfatizou o psicólogo e escritor americano, William James, as realidades da mente são tão importantes, ou talvez mais importantes, que as realidades do corpo. Daí a importância da saúde mental para o pensamento budista.

Além disso, o budismo considera o homem como uma unidade psicossomática, cujo funcionamento equilibrado é necessário para o bem-estar e saúde mental, havendo, como sugerido, uma interdependência fundamental entre mente e corpo em todas as fases de uma doença e na saúde. Ensina o Dhammapada, que “a mente é a precursora da todos os fenômenos", logo, na perspectiva budista, quando nos referimos à saúde humana, devemos levar em conta primeiro a saúde mental. Mas, lembre-se, a saúde mental precisa de cuidados físicos, psicológicos e sociais, por ser um fenómeno que envolve uma interação entre mente, corpo e ambiente. Quer dizer, saúde, em geral, resulta de um equilíbrio dinâmico que abrange os aspectos físicos e psicológicos do homem, bem como as suas interações com o seu ambiente natural e social. A tarefa da psicoterapia é multidimensional, exigindo uma abordagem ampla, e isso, no enfoque budista é uma “regra” indispensável.

A psicoterapia, em última análise, trata da consciência humana, que é a principal preocupação do Budismo. Embora a visão budista da consciência ultrapasse os conceitos da ciência contemporânea, ela não é de forma alguma inconsistente com os conceitos dos sistemas modernos de mente e matéria. O Budismo está preocupado com a “magistralidade ou plenitude” perfeita do homem, e isso, nessa linha, só é possível através de uma atualização da consciência. Sendo redundante, um pré-requisito para tal esforço, bem como para a saúde física geral, é a saúde mental, uma vez que a doença, na sua essência, é um fenómeno mental, condição que, progressivamente, está sendo percebida na atualidade. Assim, um processo psicoterápico é útil para a recuperação da saúde perdida, por meio de um equilíbrio psicossomático efetuado através da mente.

Há vários pontos semelhantes na abordagem ocidental e na oriental no que se refere à terapêutica. Citarei alguns:

  • A consciência humana é de preocupação fundamental no budismo e na Psicoterapia Ocidental, haja vista que a eliminação dos problemas mentais é uma condição sine qua non para o desenvolvimento pessoal.
  • A própria forma de diálogo dos discursos do Buda lembra a abordagem de um psicoterapeuta com um paciente que requer sua atenção.
  • Na psicologia budista acredita-se que o foco maior do tratamento é a causa e não os sintomas da pessoa, prenunciando, por assim dizer, os fundamentos do moderno tratamento psicoterapêutico.
  • Desejos, amor, ódio, apegos, incompreensão e ilusão são, para ambas as correntes, fatores usados exaustivamente para a compreensão de um paciente.

Creio que escolher atuar também com a psicologia budista deve-se ao fato do budismo ser uma “filosofia de caráter psicológico”, a qual aponta para um jeito de conduzir a própria vida evitando o mal, fazendo o bem e purificando a mente. Isso, obviamente, leva uma pessoa a um estado de paz, sem deixar, porém, de estar atento à realidade, conscientizando-se dela e aceitando-a tal como ela é. Tal como nos ensinamentos de Buda, o reconhecimento da existência do sofrimento é o primeiro passo para, havendo uma correta compreensão dessa verdade, trabalharmos, paciente e psicoterapeuta, pela diminuição ou cessação de sua dor, seja emocional, psicológica e, em muitos casos, a dor física.

Um outro bom motivo para ser adepto da psicologia budista está no fato dela conter a resposta para as pessoas que buscam o sentido da vida, além das respostas aos diversos problemas psicológicos e sociais, espirituais ou mesmo místicos dos dias atuais, porém com uma importante característica: a psicologia budista não propõe soluções baseadas em teorias e especulações, apenas aquelas que sejam sustentadas pela sabedoria e pelo conhecimento. Isso leva-me, durante o atendimento psicoterapêutico, a evidenciar ao paciente a importância e necessidade de se ter uma percepção direta e total da verdade, fazendo-o entender também que isso só é possível através do esforço próprio, paciência e inteligência. É importante essa passagem pois, afinal de contas, é o homem quem traça a rota do seu próprio destino. Nesse ponto, há um encontro com a Psicologia Humanista e Existencialista que tem entre os seus pressupostos, o fato de que a cura psicológica é possível estimulando-se o paciente a autodesenvolver-se, pois todos os homens reúnem em si condições para isso... e porque, mediante próprio esforço e dedicação, todos tem em suas mãos, a capacidade de libertarem-se da ignorância e do sofrimento. Em suma, tanto a psicologia humanista existencialista como a budista pregam que o homem é o seu próprio mestre, capaz de libertar-se dos condicionamentos e dos apegos - seja a coisas do passado como a nada ainda não acontecido, conseguindo, assim, viver plenamente o presente e a reconhecer o mundo e a si próprio tais como são.

A psicologia budista dá ênfase também na responsabilidade em aceitar as coisas, afastando o paciente dos estados ilusórios. São palavras do Buda: “não vos deixeis guiar pelas palavras dos outros, nem por tradições existentes, nem por rumores; não vos deixeis guiar pela autoridade dos textos religiosos, nem por simples lógica ou dedução, nem por aparências, nem pelo prazer da especulação sobre opiniões, nem por verossimilhanças possíveis, nem por simples impressão ou pela ideia; mas desde que souberdes e sentirdes, por vós mesmos, que certas coisas são desfavoráveis, falsas e ruins, então renunciai a elas... e quando souberdes e sentirdes, por vós mesmos, que certas coisas são favoráveis e boas, então deveis aceitá-las e segui-las; todos devemos sempre examinar as questões pois cada pessoa deve estar inteiramente convencido do valor real do seu ensinamento". Veja que esse conceito recomenda que o paciente veja por si mesmo e não creia, simplesmente, rejeitando qualquer fé prévia. O budismo é baseado na visão das coisas pelo conhecimento e compreensão, e não pela fé ou crença cega. A crença surge quando não há visão - visão em todo o sentido da palavra. No momento em que vemos, a crença desaparece e a fé cede lugar à confiança baseada no conhecimento.

Enfim, amigos e clientes, respondendo à questão inicial, sou um budista psicólogo e não atuo apenas com a psicologia budista, mas reconheço que ela tem um espaço considerável em meu trabalho pois é sempre um convidar a "vir e ver", e não vir para crer; com certeza, há muitas oportunidades para, através dos conceitos propostos pela psicologia budista, convidar os meus clientes a abrirem os olhos e verem livremente, e não fechá-los, dando ordem a crer.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
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WORKAHOLICS - A BUSCA INCESSANTE PELA EXCELÊNCIA

Quem nunca ouviu falar de alguém que vive para trabalhar? O chamado workaholic é uma figura cada vez mais comum em nossa sociedade, marcada pela competitividade e a busca incessante por resultados. Mas o que leva uma pessoa a dedicar tanto tempo e energia ao trabalho, muitas vezes em detrimento de outras áreas da vida? Neste artigo, exploraremos as motivações, os desafios e as possíveis soluções para o “workaholismo”.

Para muitos, o ambiente de trabalho oferece uma estrutura e um propósito que a vida pessoal parece não conseguir. As regras claras, as hierarquias definidas e as recompensas tangíveis proporcionam uma sensação de controle e previsibilidade. Diante das incertezas da vida, o trabalho se torna um refúgio seguro, onde os objetivos são claros e as conquistas são mensuráveis.

O workaholic tende a identificar-se fortemente com sua profissão. O trabalho se torna sua principal fonte de autoestima e realização pessoal e ele frequentemente pensa sobre trabalho, fica deprimido se não consegue trabalhar quando espera e não consegue encontrar prazer em atividades não relacionadas à carreira. Quer dizer, a incapacidade de se desconectar e o medo de ser substituído são sinais comuns desse comportamento. Essa dependência excessiva do trabalho pode levar a um isolamento social e a um descuido com outras áreas da vida, como relacionamentos e saúde. No entanto, devido a perspectivas e recompensas culturais, como admiração e inveja generalizadas, boa parte dessas pessoas nessas circunstâncias não consideram seu hábito problemático. Assim, poucos deles buscam ajuda para seu workaholism. Mas quando estão à beira do colapso, sentem uma profunda vergonha por não conseguirem continuar a avançar, temendo decepcionar sua equipe. Eles lutam para se manterem confiáveis em suas empresas e, mais importante, às pessoas.

Os workaholics, costumam conceber o mundo de uma forma em preto e branco onde cada pessoa é apenas trabalhadora ou preguiçosa. Eles também podem “catastrofizar”, acreditando que erros arruínam reputações. Além disso, tendem a desqualificar seus traços positivos e realizações de muitas maneiras, geralmente dizendo a si mesmos que o passado é passado e que o certo é continuar a ganhar seu sustento, algo bem típico da mentalidade: O que eu fiz ultimamente? São indivíduos que, normalmente, baseiam sua autoimagem na utilidade e produtividade; eles não conseguem imaginar apenas serem amados.

Embora a cultura valorize a dedicação ao trabalho, o “workaholismo” pode ter consequências negativas para a saúde física e mental. O estresse crônico, a exaustão e a dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis são alguns dos problemas enfrentados por esses indivíduos. Além disso, o perfeccionismo e a busca incessante pela excelência podem levar a um sentimento de insatisfação constante, pois a meta é sempre algo a ser alcançado. Portanto, as causas do workaholismo são complexas e podem envolver fatores psicológicos, sociais e culturais. A busca pela aprovação dos pais, a necessidade de controlar tudo ao redor e a crença de que o sucesso profissional é a chave para a felicidade são alguns dos elementos que podem contribuir para o desenvolvimento desse comportamento.

O tratamento das pessoas que sofrem com o workaholismo envolve um processo de autoconhecimento e mudança de hábitos. É fundamental que o indivíduo aprenda a identificar seus pensamentos e crenças disfuncionais, a estabelecer limites e a encontrar outras fontes de prazer e realização. A psicoterapia pode ser uma ferramenta eficaz para auxiliar nesse processo.

Enfim, o esse é um problema complexo que exige uma abordagem multifacetada. É importante que a sociedade como um todo reconheça os perigos desse comportamento e promova um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ao buscar ajuda e adotar hábitos mais saudáveis, os workaholics podem encontrar um caminho para uma vida mais plena e satisfatória.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

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Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
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DERRETENDO? O ESTRESSE TÉRMICO PODE TE DERRUBAR!

Nos últimos anos, o aumento das temperaturas globais e a maior frequência de eventos climáticos extremos têm chamado a atenção para os impactos do calor excessivo sobre a saúde humana. O estresse térmico ocorre quando o organismo é submetido a temperaturas elevadas por períodos prolongados, sobrecarregando seus mecanismos naturais de regulação térmica, ou seja, é uma condição que ocorre quando o corpo humano não consegue regular sua temperatura interna de forma eficaz em ambientes quentes e úmidos. Esse fenômeno pode desencadear diversos problemas físicos, como desidratação, fadiga, tontura e até insolação, mas seus efeitos psicológicos são igualmente significativos e merecem atenção.

O calor extremo pode intensificar estados de ansiedade, irritabilidade, fadiga mental e até mesmo, tristeza profunda, além de reduzir a capacidade de concentração e tomada de decisões. Em populações mais vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com transtornos psiquiátricos preexistentes, o impacto psicológico do estresse térmico pode ser ainda mais grave. A exposição contínua ao calor intenso também pode desencadear sintomas depressivos, insônia e aumento da agressividade, afetando a qualidade de vida e as relações interpessoais.

Nessa situação a psicoterapia surge como uma ferramenta valiosa para ajudar as pessoas a enfrentarem os desafios emocionais impostos pelo estresse térmico. A abordagem psicoterapêutica pode auxiliar as pessoas a reconhecerem os impactos do calor sobre seu estado emocional, desenvolvendo, paciente e psicólogo, estratégias saudáveis para a regulação emocional e o enfrentamento do desconforto.

Além disso, a psicoterapia pode trabalhar a adaptação cognitiva, ajudando as pessoas a reestruturarem seus pensamentos diante das dificuldades impostas pelo calor excessivo. A aceitação da realidade climática e o desenvolvimento de estratégias práticas para minimizar seus efeitos são fundamentais para reduzir o impacto psicológico do estresse térmico. O suporte emocional oferecido pelo psicoterapeuta pode ser essencial para indivíduos que sentem-se impotentes diante das mudanças climáticas, ajudando-os a desenvolver resiliência e estratégias de enfrentamento.

Outro aspecto importante é a orientação para a manutenção de hábitos saudáveis, como a hidratação adequada, o uso de vestimentas leves e a busca por ambientes frescos. O psicoterapeuta pode incentivar o autocuidado e auxiliar na criação de uma rotina que minimize os impactos negativos do calor sobre o bem-estar psicológico.

Diante das mudanças climáticas globais e do aumento da temperatura em diversas regiões, é fundamental considerar o papel da saúde mental na adaptação a esse novo cenário. A psicoterapia, ao lado de medidas preventivas e políticas públicas eficazes, pode ser uma aliada na promoção da qualidade de vida e na redução dos danos emocionais causados pelo estresse térmico.

Técnicas como a respiração consciente, a meditação e o mindfulness podem ser incorporadas para reduzir a sensação de ansiedade e promover maior equilíbrio emocional diante das adversidades climáticas.

Como a psicoterapia pode ajudar uma pessoa que está num quadro de estresse térmico?

O tratamento se dá num espaço tranquilo, acolhedor e sem qualquer forma de julgamentos. Nesse ambiente, o set psicoterapêutico, o paciente poderá aprender como gerenciar a sua ansiedade, regular as suas emoções e discutir com o psicólogo sobre as estratégias de enfrentamento possíveis para o seu caso. Como consequência muito boa, a resiliência, que é a capacidade de adaptar-se e superar as diferentes ocorrências adversas que ocorrem na vida, será elevada e a pessoa saberá lidar melhor com o calor excessivo desses dias.

Espero que essa fase climática logo passe, mas se o estresse térmico lhe ameaça, considere procurar ajuda de um profissional de saúde mental. A psicoterapia pode fornecer as ferramentas e o suporte necessários para lidar com essa condição e melhorar sua qualidade de vida.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

A IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA PARA MULHERES QUE SOFRERAM VIOLÊNCIA SEXUAL

A violência sexual é uma experiência muito ruim, com impactos profundos e duradouros na vida Da pessoa que passa por isso. Para as mulheres que viveram essa situação, a necessidade de buscar ajuda psicológica vai além de uma simples recomendação – é um passo essencial para a reconstrução do bem-estar emocional, físico e social.

O estupro não só machuca o corpo, mas também afeta a autoestima, a confiança, e o senso de segurança da pessoa no mundo. Sentimentos de vergonha, culpa, medo e muita tristeza intensa são comuns, e muitas vezes, esses sentimentos podem persistir por longos períodos. É nesse momento que a psicoterapia se torna uma ferramenta indispensável.

A psicoterapia oferece um espaço seguro e acolhedor para que as mulheres possam lidar com suas emoções e narrativas traumáticas. Durante as sessões, o terapeuta emprega métodos específicos para ajudar a vítima a:

  • Reconhecer e confirmar emoções: Muitas mulheres sentem dificuldade em expressar ou compreender os próprios sentimentos após a violência. A psicoterapia cria um ambiente no qual elas podem explorar essas emoções sem medo de julgamento.
  • Reduzir sintomas de estresse pós-traumático (TEPT): É comum que mulheres vítimas de estupro desenvolvam TEPT, caracterizado por flashbacks, recordações traumáticas, insônia, excesso de vigilância e crises de ansiedade. A psicoterapia ajuda a aliviar esses sintomas por meio de abordagens apropriadas para cada situação.
  • Restaurar a autoestima: A violência sexual pode deixar marcas profundas na autoimagem e autoestima da paciente. O processo psicoterapêutico auxilia a vítima a reconstruir sua identidade, resgatando a autoconfiança e a capacidade de se relacionar com os outros.
  • Promover a reintegração social: Mulheres que passaram por essa violência podem sentir-se desamparadas ou desconectadas de suas redes de apoio. A terapia trabalha para facilitar a reconexão com amigos, familiares e outras comunidades de suporte.

Para garantir que o processo terapêutico seja efetivo, é fundamental que o atendimento seja realizado por psicólogos e não com pessoas que adotam linhas alternativas. Profissionais com essa qualificação estão aptos a gerenciar as particularidades do trauma, respeitando os limites e o tempo de cada paciente.

Infelizmente, muitas mulheres evitam buscar ajuda psicológica devido ao estigma social e à vergonha. Em sociedades marcadas pelo machismo, ainda há uma tendência a culpar a vítima ou minimizar o impacto do estupro. Esse contexto torna ainda mais urgente a sensibilização sobre a necessidade do acompanhamento psicológico, enfatizando que a vítima nunca é responsável pela violência que sofreu.

A terapia psicológica é uma via de recuperação e fortalecimento para mulheres que sofreram violência sexual. Ela possibilita não só enfrentar os impactos do trauma, como também converter a dor em energia, reconstruindo vidas caracterizadas pela resiliência. É um ato de cuidado consigo mesma e de resistência contra a violência.

Portanto, toda mulher que foi vítima de estupro merece ter acesso a um sistema de apoio psicológico que a ajude a encontrar novamente o equilíbrio e a paz interior. A busca pela psicoterapia é um gesto de coragem e autocuidado que pode transformar vidas.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

OVERTHINKING: 2 FORMAS DE CONTROLAR A MENTE PARA NÃO PENSAR DEMAIS

 NÃO CAIA EM ARMADILHAS MENTAIS

VEJA COMO DESAFIAR E REFORMULAR SEUS PENSAMENTOS

Fonte: Revista Forbes


O overthinking é o hábito de pensar demais, analisar excessivamente, remoer ou se preocupar com situações, decisões ou eventos, o que muitas vezes leva a sentimentos de estresse e ansiedade.

Você pode se pegar repassando conversas passadas, pensando em como poderia ter dito algo de forma diferente, ou imaginando cenários futuros que talvez nunca aconteçam.

É fácil criar situações na sua mente que parecem muito maiores do que realmente são, transformando pequenas preocupações em ciclos intermináveis de pensamentos repetitivos.

Ficar remoendo as coisas e pensando “e se…” pode levar a uma ansiedade desnecessária e te prender em um ciclo de pensamentos negativos. É uma armadilha mental que pode ser exaustiva, fazendo até mesmo situações simples tomarem uma proporção muito maior.

Aqui estão duas estratégias simples que você pode usar para se libertar do hábito de pensar demais.

1. Pensamentos intrusivos? Pause e não entre em pânico

Pensamentos intrusivos podem surgir de repente, especialmente quando você está focado em algo importante, como se preparar para uma apresentação ou reunião. Do nada, pode surgir um pensamento: “Vou ser demitido. Não tenho ouvido nada sobre meu desempenho há um tempo.” Isso pode rapidamente se transformar em: “Será que estou indo bem? E se me demitirem amanhã? Tenho dinheiro suficiente guardado?”

Esses pensamentos irracionais, sem nenhuma evidência lógica, podem consumir seu tempo, criando cenários catastróficos e te forçando a lutar contra “demônios” imaginários. Isso pode impactar seu trabalho, produtividade e, em casos mais graves, sua saúde mental e a capacidade de funcionar no dia a dia.

Uma estratégia simples e eficaz é reservar de 5 a 10 minutos todas as manhãs, ou sempre que esses pensamentos intrusivos surgirem, para anotar tudo o que pode estar causando preocupação ou excesso de pensamentos. Dessa forma, você pode liberar esses pensamentos e os analisar mais tarde, com a mente mais clara. 

Quando um pensamento negativo ou ansioso surgir, o segredo é reconhecê-lo sem reagir. 

O overthinking pode variar desde medos irracionais como “Minha esposa vai me deixar” até preocupações diárias, como o resultado de uma conversa ou reunião importante.

Ao invés de deixar esses pensamentos se transformarem em ruminações, pause, respire fundo e anote. Você pode criar um “diário de preocupações”, onde registra qualquer pensamento incômodo que surgir ao longo do dia. Essa prática simples ajuda a tirar esses pesos da mente para uma reflexão posterior, impedindo que eles assumam o controle no momento.

2. Analise e desafie seus pensamentos

O próximo passo é analisar e desafiar seus pensamentos quando você tiver tempo livre ou antes de dormir, compreendendo melhor seus padrões de excesso de pensamentos.

Essa abordagem é baseada na Terapia Cognitivo-Comportamental, na qual as pessoas são ensinadas a reconhecer e desafiar padrões de pensamento distorcidos. O objetivo é identificar pensamentos que não te ajudam – como pensamentos ansiosos, catastróficos ou supergeneralizados —, rotulá-los e depois desafiá-los, examinando as evidências e considerando alternativas mais racionais.

O processo de análise envolve identificar e categorizar seus pensamentos para conseguir alguma distância emocional e clareza. Por exemplo:

Pensamento catastrófico, ou assumir o pior resultado possível de algo – “Se eu não for bem nessa apresentação, toda minha carreira estará arruinada.”

Medo de rejeição, ou assumir que todos os relacionamentos estão fadados ao fracasso – “Meu amigo não respondeu à minha mensagem, então ele deve estar chateado comigo.”

Supergeneralização, ou fazer uma suposição ampla com base em uma única situação – “Cometi um erro hoje, então devo ser péssimo no meu trabalho.”

Quando pensamentos negativos ou ansiosos surgirem, desafie-os. Questione se os cenários que você está imaginando são realistas ou se está exagerando e criando coisas. Reformular seus pensamentos pode te ajudar a ver as situações com mais clareza e evitar preocupações desnecessárias.

Quando seus pensamentos estiverem cheios de ansiedade ou dúvidas, desafie-os perguntando a si mesmo:

Existe alguma evidência que sustente esse pensamento, ou estou presumindo o pior?

Estou interpretando essa situação de forma lógica, ou estou deixando minhas emoções interferirem no meu julgamento?

Quais são as chances desse pior cenário realmente acontecer?

Esse pensamento está baseado em fatos ou medos?

Por exemplo, depois de uma conversa com seu chefe, você pode começar a pensar: “Por que eu disse aquilo? Foi tão estranho. Ele me elogiou, mas será que foi genuíno? E se ele estava sendo sarcástico e preparando o terreno para me dar uma má notícia depois? Meu desempenho deve estar caindo. Ele não falaria comigo assim de outra forma.”

Veja como você poderia desafiar o overthinking:

Identifique o pensamento. “Meu chefe me elogiou, mas talvez ele estivesse sendo sarcástico ou preparando uma má notícia.”

Examine as evidências. Pergunte a si mesmo: “Existe alguma evidência concreta de que meu chefe estava sendo sarcástico? Algo no tom ou nas palavras dele sugeriu isso? Houve algum sinal de que meu desempenho está caindo?”

Considere explicações alternativas. “Talvez meu chefe estivesse genuinamente me elogiando pelo meu bom trabalho. Não há razão para acreditar que ele estava sendo sarcástico, especialmente porque ele não me deu nenhum feedback negativo recentemente.”

Questione a probabilidade. “Quais são as chances de meu chefe estar me preparando para uma má notícia com sarcasmo? Se houvesse algum problema com meu desempenho, ele não seria mais direto ou traria isso em uma reunião formal?”

Reformule o pensamento: “É mais provável que o elogio tenha sido genuíno. Meu chefe não indicou nenhum problema com meu trabalho, então provavelmente estou exagerando porque estava nervoso.”

Em resumo, reconhecer e desafiar pensamentos distorcidos é uma habilidade que leva tempo para se desenvolver. Com a prática, você pode deixar de ser uma pessoa consumida por preocupações constantes e pensamentos catastróficos para abordar as situações com uma perspectiva mais racional e equilibrada.

Autor: Mark Travers, colaborador da Forbes USA, psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.