Formas de Contato:

Fone e Whatsapp: 11.94111-3637

Email: paulocesar@psicologopaulocesar.com.br

Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

COMO FAZER MUDANÇAS EM SI MESMO E NOS OUTROS

 (REFLEXÕES A PARTIR DO LIVRO “TORNAR-SE PRESENTE”, DE J. STEVENS)


Os anos dedicados à psicologia com atividades em consultório e em empresas (R&S e em T&D), foram suficientemente intensos para que eu possa afirmar com segurança que uma das mais significativas fontes de inspiração ao contribuir para o avanço profissional dos indivíduos é a Fenomenologia. Qual a razão pela qual faço tal afirmação? Apenas por considerar que o desenvolvimento corresponde à ampliação da consciência, a qual, por sua vez, nos direciona à percepção nítida e imediata do que ocorre em nosso interior e ao nosso redor.

Os anos dedicados à psicologia com atividades em consultório e em empresas (contribuições em Seleção e em T&D), foram intensos o bastante para que eu sinta uma confortável segurança para afirmar que uma das melhores inspirações ao trabalhar a favor do crescimento profissional das pessoas é a Fenomenologia. Por que digo isso? Simplesmente por acreditar que desenvolvimento é sinônimo de expansão de consciência, e essa, por sua vez, nos conduz à percepção imediata e de modo claro do que se passa dentro de nós e fora da gente.  Ressalto, entretanto, que o aspecto mais relevante é estabelecer sempre com clareza que a concepção de expansão da consciência visa alcançar a intuição das essências, ou seja, o conteúdo inteligível e ideal dos fenômenos, apreendido de forma instantânea. Essa realidade implica que uma abordagem eficaz numa palestra, por exemplo, é aquela que exige a concentração da consciência em diversas direções e deve, necessariamente, "atuar" na percepção, na imaginação, na especulação, na volição, na paixão, entre outros, de modo que a intencionalidade de cada indivíduo se manifeste e que o compromisso das pessoas consigo mesmas e com os outros (colegas, amigos, parentes, etc.) seja evidenciado.

Existem determinados tópicos que despertam maior interesse, como os relacionados à "Liderança" e à "Melhoria das Relações Interpessoais e Profissionais". Quando uma organização me contrata para, por meio de uma palestra, estimular a implementação de mudanças na empresa e nos seus colaboradores, uma das observações que faço é que toda consciência é sempre "consciência de alguma coisa"; assim, a transformação somente será viável se houver a promoção da ampliação da consciência dos colaboradores na direção requerida. A consciência não é uma substância, mas sim uma atividade formada por ações que almejam um objetivo. Portanto, reitero que a simples percepção ou ampliação da consciência, em si, é suficiente para que os indivíduos realizem, em seus próprios tempos, as mudanças necessárias, almejadas e relevantes ao contexto e às peculiaridades da organização à qual pertencem.

Existem, igualmente, opções que visam promover o desenvolvimento pessoal, uma vez que há uma quantidade considerável de livros a respeito e numerosos gestores optam por recomendar as mudanças sem que ele mesmo se engaje no esforço correspondente. Esses livros apresentam um monte de sugestões de como mudar, mas quando se tenta mudar seguindo essas sugestões, as pessoas se manipulam e se torturam, ficando divididas entre uma parte que quer mudar e outra que resiste. Mesmo que se consiga mudar dessa forma, o preço é o conflito, confusão e incerteza. Quanto mais se tenta mudar, pior se torna a situação. Por esta razão, a nossa abordagem recomenda que é mais útil se tornar mais consciente de si próprio como você é agora - antes de tentar se modificar, impedir ou evitar algo que não gosta de si mesmo; é mais efetivo tentar conservar isto, e se tornar mais consciente do que existe, ou seja, aumentar a percepção do que realmente é presente.

É impossível aprimorar sua própria maneira de agir; pode somente interferir, distorcendo-a ou disfarçando-a. Só quando se encontra realmente em contato com a própria experimentação, se descobre que a mudança ocorre, sem esforço ou planejamento. Com consciência total, é possível deixar acontecer o que tiver de acontecer, nutrindo a confiança de que o resultado será positivo. É possível desenvolver a capacidade de se desapegar, viver e fluir o que com ocorre e aquilo que se experimenta, sem frustrar-se com as exigências de ser diferente. Toda a energia mobilizada na batalha entre tentar mudar e resistir à mudança pode ser usada na participação ativa ou passiva do que acontece na vida da pessoa. Isto o ajudará a descobrir sua própria realidade, sua própria existência, sua própria humanidade e se sentir bem com ela, independentemente do modo que os outros acham que deveria ser.

Enfim, gostaria de dizer que se muitos de nós entrarmos em contato com a nossa própria realidade humana através da expansão de consciência, é possível que possamos construir uma sociedade que reflita quem realmente somos, em vez de atender a um ideal sobre o que deveríamos ser.

Schopenhauer disse: “Não toma os limites de seu próprio campo de visão como sendo os limites do mundo”.

                                                  \

 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

CARACTERÍSTICAS DO LÍDER CONTEMPORÂNEO

Certa vez, durante uma palestra em uma empresa, solicitaram-me para enumerar as qualidades de um líder moderno. O cliente era uma organização audaciosa que via a otimização dos Recursos Humanos como a estratégia mais eficaz para atingir os resultados almejados. Adicionalmente, havia uma total atenção à qualidade do produto oferecido ao mercado e ao nível de comprometimento de cada colaborador com as metas da organização.

Em resposta a essa solicitação, após a palestra, reunimos alguns participantes voluntários para estabelecer quais seriam essas características. Conversa aqui, conversa ali, leitura aqui, leitura ali, várias interpretações, enfim, após um proveitoso trabalho em grupo, fomos capazes de definir o perfil do líder típico num mundo que experimenta o "novo normal", finalizando o projeto com grande êxito! Essas características foram comunicadas aos participantes da conferência, que se mostraram extremamente satisfeitos e com o desejo de adotar esse perfil de liderança como padrão.

Acredito que muitos de vocês enfrentam o mesmo desafio, motivo pelo qual optei por compartilhar esta "lista de características" na expectativa de que possa ser benéfica em suas trajetórias profissionais.

CARACTERÍSTICAS DO LÍDER CONTEMPORÂNEO:

  • Responsabilidade: assumir completamente suas ações e responder por elas perante o seu próprio julgamento e o da sociedade.
  • Caminho para a individuação: "aceitação e expressão do núcleo interno ou EU, isto é, realização das capacidades latentes, potencialidade, pleno funcionamento, acessibilidade da essência humana e pessoal e presença mínima de má saúde e de diminuição das capacidades humanas" (A. Maslow).
  • Flexibilidade: não ter receitas mágicas / não querer enquadrar o outro num esquema rígido e por isso, doentio.
  • Humildade: reconhecer-se imperfeito, limitado / buscar a perfeição interna e não a concordância nos olhos dos outros.
  • Atualização: manter-se informado em tudo aquilo que leve a uma compreensão maior do homem como ecossistema.
  • Intuição: esforçar-se para desenvolvê-la, mas compreender que na sua interpretação podem surgir falhas e erros graves.
  • Ética e total respeito à individualidade alheia: não invadir a privacidade alheia.
  • Criatividade.
  • Capacidade de Doação.
  • Transcendência: não só no sentido de ultrapassar o presente no futuro próximo, mas perceber-se vinculado ao Cosmos/Deus.
  • Espiritualidade frente à Vida: buscar ver o Sagrado no homem.
  • Atenção integral a cada membro do time.
  • Senso estético.
  • Crença em si mesmo e no outro como pessoas possíveis de autorrealização.
  • Empatia e tolerância.
  • Reflexão
  • Clarificação periódica de seus valores e significados.
  • Autenticidade: coerência entre o pensar, sentir, falar e agir.
  • Uso de técnicas adequadas ao cliente: de acordo com o momento.
  • Percepção de possibilidades de crescimento no sofrer e até mesmo na neurose.
  • Visão do outro como TU: não reduzir o outro a uma característica ou a "Isso".
  • Coragem e autocontrole.
  • Perspicácia para separar o essencial do acidental.
  • Compaixão: reconhecimento da condição humana, com seus sofrimentos e glórias.
  • Visão do liderado como um presente que a Vida nos oferece.
  • Paciência: reconhecer que o tempo interior do outro é diferente do meu e buscar a harmonia do andar juntos.

A conclusão é que o líder atual, no cenário do "novo normal", precisa ser um profissional de múltiplas facetas, que equilibra competências técnicas e socioemocionais. A liderança contemporânea requer responsabilidade, adaptabilidade, humildade, atualização contínua e perspicácia. O líder precisa ter a habilidade de motivar e inspirar sua equipe, promovendo um ambiente de trabalho positivo e cooperativo, dando prioridade ao bem-estar e ao progresso de cada integrante. Ademais, o líder atual precisa possuir um sólido senso ético, apreço pela individualidade, capacidade de doação, transcendência e espiritualidade, como um guia para o desenvolvimento pessoal e profissional de seu time.

Penso que as qualidades destacadas neste estudo podem atuar como um mapa para moldar líderes mais eficientes e solidários, que ajudem a alavancar suas empresas e a edificar um amanhã promissor.

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
  • Contatos: www.psipaulocesar.psc.br

DISCRIMINAÇÃO ETÁRIA: O IMPACTO NA SAÚDE MENTAL E NO MERCADO DE TRABALHO


Pacientes que fazem psicoterapia comigo e que são 60+, relatam que sofrem preconceitos e que isso os fez buscar apoio psicoterápico. De fato, chegam até mim com diversos sofrimentos psicoemocionais decorrentes da discriminação e preconceito, sendo as consequências graves e que impactam a saúde mental, a autoestima e o bem-estar destas vítimas.

Refiro-me ao etarismo, uma discriminação baseada na idade, que afeta principalmente idosos acima de 60 anos. Manifesta-se de diversas maneiras, desde estereótipos negativos, estigmas até a exclusão do mercado de trabalho e da vida social. Suas raízes se encontram em crenças e valores culturais que supervalorizam a juventude e a produtividade, marginalizando aqueles que não se encaixam nesse padrão. 

No ambiente corporativo, isso pode se mostrar pela rejeição de candidatos mais velhos, pela ausência de oportunidades para profissionais seniores ou pela subestimação das habilidades dos jovens. É um contrassenso pois ao mesmo tempo em que a diversidade é vista como um motor de inovação e crescimento, o etarismo persiste de forma velada.

O etarismo é um preconceito prevalente em ambientes de trabalho atingindo tanto jovens quanto profissionais mais experientes. Nas empresas pode prejudicar o ambiente de trabalho e o desempenho geral da organização pois pode criar um ambiente de trabalho tóxico, onde os funcionários mais velhos se sentem desvalorizados e menosprezados. Entretanto, as empresas que não combatem o etarismo perdem talentos importantes ao desconsiderar as experiências de funcionários seniores. Essa prática, claramente, impede um ambiente de trabalho inclusivo e limita a inovação e a criatividade da equipe.

A discriminação por idade no trabalho acontece de várias formas, desde piadinhas até a exclusão de oportunidades para os colaboradores mais velhos. É comum ver que muitos colaboradores enfrentam preconceitos relacionados à idade, como a ideia de que eles não conseguem se adaptar a novas tecnologias ou que são menos produtivos.

Preconceitos criam barreiras que impedem a participação e a colaboração entre as pessoas, já que funcionários mais velhos podem acabar se sentindo inseguros. É importante lidar com esses preconceitos para que a gente consiga ter um ambiente de trabalho mais justo e equitativo para todos. Vale dizer que, com o envelhecimento da população, as empresas devem enfrentar o etarismo para promover ambientes justos e inclusivos, permitindo que funcionários de todas as idades prosperem e contribuam para um crescimento sustentável

O Ageísmo (etarismo), infelizmente, deixa marcas profundas na saúde mental e no bem-estar emocional das pessoas que sofrem com a intransigência alheia por causa da idade. As consequências são diversas e podem se manifestar de várias formas:

  • Ansiedade e Depressão: O medo de ser julgado, a insegurança em relação ao futuro e a sensação de impotência podem desencadear quadros de ansiedade e depressão.
  • Estresse Crônico: A discriminação constante gera um estado de alerta e tensão, resultando em estresse crônico. Esse estresse pode levar a problemas de saúde como hipertensão, doenças cardíacas e distúrbios do sono.
  • Perda de Autoestima: A discriminação mina a autoconfiança e a autoestima, levando a pessoa a se sentir inferior, incapaz e sem valor.
  • Psicossomatização: As emoções reprimidas podem se manifestar através de dores físicas, problemas gastrointestinais e outras queixas somáticas.
  • Isolamento Social; Muitas vezes, as vítimas de etarismo se isolam socialmente por vergonha, medo ou por se sentirem rejeitadas. O isolamento social agrava a depressão e acelera o declínio cognitivo.
  • Ideias Suicidas: Em casos mais graves, o sofrimento causado pela discriminação pode levar a ideações suicidas.

As empresas também sofrem consequências negativas com a prática do etarismo, porisso, devem repensar o assunto e viabilizar soluções. Alguns exemplos dos prejuízos são a criação de um ambiente organizacional tóxico, perda de talentos e experiência, prejuízo para a diversidade e inclusão e danos à reputação da empresa.

Por outro lado, as empresas que abraçam a diversidade etária ganham não apenas em inclusão, mas alcançam melhorias significativas em desempenho e inovação. Equipes com idades variadas trazem uma mistura rica de experiências, conhecimentos e perspectivas, o que resulta em soluções mais bem pensadas e eficientes. Além disso, a convivência entre diferentes gerações fomenta a mentoria reversa, onde tanto os mais jovens podem aprender com a sabedoria dos mais velhos, quanto estes podem se atualizar com as novas tecnologias e tendências trazidas pela geração digital.

Considerando que o etarismo nas empresas não contém apenas princípios de equidade, e que também prejudica o desempenho corporativo, vale lembrar que dar importância à diversidade etária significa levar em conta o fato de cada geração trazer contribuições únicas. As soluções possíveis para o problema da discriminação nas empresas são de fácil implementação, tais como:

  • Conscientização e Educação: É fundamental promover a conscientização sobre o etarismo e seus impactos negativos. Empresas podem realizar treinamentos e workshops para educar seus funcionários sobre a importância da diversidade e inclusão, além de combater estereótipos e preconceitos relacionados à idade.
  • Políticas de Contratação Inclusivas: Empresas devem revisar suas políticas de contratação para garantir que não haja discriminação por idade. Currículos e processos seletivos devem ser avaliados com base nas habilidades e experiências dos candidatos, e não em sua idade.
  • Programas de Mentoria e Desenvolvimento: Programas de mentoria e desenvolvimento podem ajudar profissionais de diferentes idades a compartilhar conhecimentos e experiências. Profissionais mais experientes podem orientar os mais jovens, enquanto os mais jovens podem ajudar os mais experientes a se atualizarem sobre novas tecnologias e tendências.
  • Cultura de Valorização da Diversidade: Empresas devem criar uma cultura que valorize a diversidade em todas as suas formas, incluindo a diversidade de idade. É importante promover um ambiente de trabalho onde todos se sintam respeitados e valorizados, independentemente de sua idade.

Ao adotar essas medidas, as empresas podem criar ambientes de trabalho mais justos e inclusivos, onde profissionais de todas as idades possam prosperar e contribuir para o sucesso da organização. Além disso, a discriminação por idade causa um grande prejuízo para a sociedade como um todo, que perde a experiência e o conhecimento valiosos que os idosos podem oferecer.

Combata o etarismo, valorize a experiência e abrace a diversidade de todas as idades.

O etarismo é crime previsto em leiVocê pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
  • Contatos: www.psipaulocesar.psc.br

UMA GESTAÇÃO ASSISTIDA MAIS TRANQUILA E FELIZ: O PAPEL DA PSICOTERAPIA

A Fertilização in Vitro (FIV) é um dos procedimentos mais sofisticados da medicina reprodutiva, que possibilita que casais e mulheres com dificuldades de engravidar realizem o sonho de ter filhos. No entanto, além dos desafios médicos e financeiros, a FIV abrange uma variedade de questões psicoemocionais que afetam de modo importante a saúde mental e a qualidade de vida dos envolvidos. Entre os fatores que contribuem para esse impacto, sobressaem-se os sentimentos de ansiedade, frustração, culpa, medo e até mesmo sintomas depressivos.

A decisão pela FIV geralmente ocorre após tentativas infrutíferas de engravidar. Muitas pessoas relataram sentir pressão tanto da sociedade quanto pelo anseio de serem pais, resultando em um processo decisório repleto de expectativas e inseguranças. De fato, pode haver um conflito interno entre a esperança e o medo de não alcançar o resultado almejado que pode afetar a estabilidade emocional antes mesmo do tratamento começar. É uma jornada que pode evocar sensações de impotência, culpa, desamparo e ansiedade. Ademais, o procedimento não assegura um êxito imediato, e cada etapa do tratamento traz novas expectativas, podendo causar frustração na eventualidade de não ocorrer a gestação.

O estresse emocional associado à FIV pode elevar o risco de transtornos de ansiedade e depressão. A ansiedade, nesses casos uma companheira frequente, é alimentada pela incerteza sobre o resultado do tratamento, pelos procedimentos médicos e pelas possíveis complicações. A seu lado, a esperança de realizar o sonho de ter um filho surge como um farol, acendendo um misto de emoções positivas e negativas. É uma montanha-russa emocional, com altos e baixos intensos. A ansiedade, a esperança, a tristeza e a culpa são sentimentos comuns nesse processo, assim como o isolamento social.

É comum que mulheres que não obtiveram sucesso na FIV se sintam culpadas, acreditando que não fizeram o bastante ou que seus corpos estão falhando. Esse sentimento pode ser intensificado por crenças culturais e sociais que responsabilizam a mulher pela gestação. Uma autocobrança excessiva pode levar à exaustão emocional, intensificando a dor do processo. O mesmo pode acontecer com os homens que possuem dificuldades reprodutivas, muitas vezes escondendo seus sentimentos devido à pressão social. Observe, portanto, que além das expectativas e ansiedades relacionadas à gravidez, a FIV acarreta uma carga emocional elevada para os casais que buscam essa alternativa para construir a família, impactando a autoestima, autoimagem e a qualidade de vida dos casais.

A infertilidade pode afetar profundamente a autoestima e a identidade de mulheres e de homens. Em várias culturas, a capacidade de ter filhos está associada à feminilidade e à masculinidade, gerando, com frequência, sentimentos de inadequação e fracasso. Para algumas mulheres, a dificuldade de engravidar pode ser vista como uma falha pessoal, resultando em culpa e angústia. Nos homens, a infertilidade pode ser vivenciada como uma ameaça à sua virilidade ou que pode impactar a autoconfiança e a saúde emocional.

Quando um ciclo de FIV não resulta em gravidez, a sensação de perda pode ser devastadora. Muitas mulheres e casais vivenciam o luto pela ausência do filho desejado, especialmente após a transferência embrionária sem sucesso. A infertilidade pode, assim, afetar profundamente a autoestima e a percepção de identidade. Muitas pessoas sentem que sua capacidade de ser pais faz parte de sua identidade, e a dificuldade de conceber pode gerar sentimento negativos nessas pessoas.

Desenvolver resiliência emocional é essencial para lidar com as frustrações e manter a esperança quanto ao futuro, seja enfrentando novos ciclos de FIV ou considerando outras possibilidades de parentalidade, como a adoção. Sendo resiliente, não se isolará socialmente, algo que acontece com muitos casais, inclusive porque nem todos compreendem as dificuldades e os desafios inerentes ao processo de fertilização in vitro.

O processo de FIV pode fortalecer ou abalar um relacionamento. Enquanto alguns casais encontram maior cumplicidade ao enfrentar juntos os desafios, outros vivenciam conflitos devido ao estresse, às pressões externas e à diferença na maneira como cada um cuida da situação. A rotina do tratamento pode variar a intimidade, seja pelo desgaste emocional, seja pelas exigências médicas que impõem momentos específicos para relações sexuais. O diálogo aberto e o apoio mútuo são essenciais para evitar o distanciamento emocional.

O acompanhamento psicológico durante a FIV em muito auxilia o casal podendo contribuir na elaboração e manejos das emoções intensas e construir estratégias para enfrentar as dificuldades. Além disso, muitas pessoas encontram apoio na espiritualidade, uma fonte de conforto e força para fortalecer a esperança ou para ressignificar suas experiências.

A experiência da FIV é única para cada casal, sendo influenciada por fatores como histórico de vida, apoio social, personalidade e características do tratamento. Trata-se de um recurso valioso em todas as fases do tratamento, visto que o psicólogo, além de fornecer apoio emocional e orientação para lidar com as demandas do tratamento de FIV, também pode oferecer:

  • Ambiente seguro para o casal expressar angústias, medos e esperanças.
  • Estratégias para lidar com o estresse: Técnicas de relaxamento, mindfulness e outras abordagens para lidar com o estresse e a ansiedade.
  • Apoio emocional: Acompanhamento contínuo, oferecendo apoio emocional e incentivando a resiliência.
  • Melhora da comunicação: Auxílio na interação do casal, favorecendo a resolução de conflitos e o fortalecimento dos laços.
  • Preparação para a parentalidade: Apoio ao casal nos desafios e alegrias da paternidade.

A Fertilização in Vitro é um processo que vai muito além da biologia, afetando profundamente a esfera psicoemocional dos envolvidos. É essencial considerar e validar os sentimentos que emergem nesse percurso, buscando suporte emocional e psicológico para reduzir o impacto do estresse, da ansiedade e da frustração.

A jornada da FIV não deve ser solitária – compartilhar experiências, buscar apoio profissional, tanto individual quanto para o casal, e manter um diálogo aberto no relacionamento são fatores determinantes para enfrentar esse desafio com equilíbrio. Aceitar as emoções como parte natural dessa jornada e contar com uma rede de apoio faz toda a diferença para uma experiência mais leve e consciente. Ao oferecer um espaço seguro para expressar seus sentimentos e desenvolver estratégias de enfrentamento, a psicoterapia contribui para a construção de uma jornada mais leve e esperançosa em direção à realização do sonho de ser pai ou mãe.

A preparação para a parentalidade também é um aspecto importante do acompanhamento psicológico, pois ajuda o casal a construir expectativas realistas e a desenvolver habilidades e estratégias de enfrentamento para lidar com os desafios da maternidade e da paternidade.

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:


Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

PESSOAS QUE SE RECUSAM A ADMITIR QUE ERRARAM

 BREVE ANÁLISE PSICOLÓGICA DAS PESSOAS QUE SE RECUSAM A ADMITIR QUE ESTÃO ERRADAS

Existem pessoas que são, praticamente, incapazes de admitir que estão erradas. Essa dificuldade em pedir desculpas pode surgir da tentativa de preservar uma imagem ideal de si mesmo para evitar a humilhação. E mais, é uma relutância que pode resultar, também, da ideia errônea de que não deveríamos ser obrigados a pedir desculpas, uma vez que não tivemos culpa, ou ainda, reluta por uma ausência de autoconhecimento e consciência nas relações.

Nós nos curamos através de interações, e não por nos mantermos inabaláveis como adversários. A hostilidade se manifesta quando o anseio humano por reparação é acolhido com engano, resistência ou uma barreira de desprezo.

Ninguém gosta de perceber que desapontou alguém ou errou, principalmente se tentou agir corretamente ou se sentiu injustamente acusado. No entanto, alguns enfrentam desafios específicos ao admitir que erraram, assumir a responsabilidade ou expressar arrependimento de maneira significativa. Esse padrão é evidente em personalidades proeminentes, mas também é um desafio familiar em nossas relações pessoais, onde defesas inconscientes, personalidade e rigidez podem interferir no comportamento adaptativo. Entender o que se passa nos bastidores quando nos encontramos num impasse pode nos auxiliar a avançar, ou desconsiderar e interromper o ciclo de interações prejudiciais.

Uma barreira frequente ao pedido de desculpas é a ideia de que não deveríamos fazer isso já que não cometemos nada de "errado". Em certas situações, pode se tratar de algo tecnicamente correto, considerando uma perspectiva fundamentada em fatos. No entanto, a insistência em demonstrar que estamos "corretos", até mesmo no diálogo interno, só intensifica o conflito e semeia a divisão. Na realidade, se um indivíduo está correto, o outro está equivocado, e sob uma perspectiva relacional, todos saem perdendo.

Certos indivíduos evitam assumir a responsabilidade ou admitir que erram, pois acreditam que, indiscutivelmente, estão sempre "certíssimos". A falta de habilidade para rever a situação, o que implica em se autorrefletir e interagir com uma visão ou mentalidade distinta da sua, pode representar um entrave para a empatia, conexão e conciliação. Um ponto associado a essa renitência é possuir uma "certeza patológica" sobre a coerência e fundamentação de sua posição. Essa rigidez cognitiva se apresenta como uma mente fechada e inflexível, na realidade, uma deficiência de aprendizagem psicológica caracterizada pela incapacidade de assimilar novos conhecimentos e alterar sua percepção.

Outro entendimento é o de que a exigência de se redimir perante os outros após cometer um erro ou transgredir pode estar ligada a um perfil de personalidade rigoroso e perfeccionista, além de defesas narcisistas. Neste contexto, a pressão inconsciente para manter uma autoimagem ideal é planejada para atuar como um escudo contra a possibilidade de críticas temidas e autocríticas.

Para algumas pessoas, admitir que feriu uma pessoa estimada ou cometeu um erro é evitado inconscientemente, pois desperta sentimentos temidos de maldade e vergonha. Aqui, por exemplo, pode ser relembrada a dinâmica da infância com um pai crítico, repreendedor, indiferente e/ou culpado que lhe imputou um fardo emocional.

A empatia e a responsabilidade podem fazer com que indivíduos com essa dinâmica se identifiquem excessivamente com o sofrimento imaginado e projetado do próximo, resultando num sentimento exagerado de culpa, falha e responsabilidade emocional pelos sentimentos do outro.

Os equívocos e a sensação de estar "correto", de mais a mais, podem surgir de uma discrepância entre a intenção consciente da comunicação ou ação de alguém e a reação de desapontamento do receptor, talvez como resultado de uma ausência de autopercepção, sucedendo numa comunicação desconexa onde sentimentos e processos inconscientes se infiltram nas entrelinhas ou entonação da mensagem, sem que haja plena lucidez. Por exemplo, emoções não manifestadas ou isoladas, como ira, impaciência ou mágoa, frequentemente se manifestam involuntariamente através do tom, altura e palavras. As “entrelinhas” e o tom da interação são enviados de imediato ao cérebro do receptor, indicando um risco e neutralizando conteúdo superficialmente insignificante.

No entanto, em certas circunstâncias, persistir em defender a opinião ou comportamento de alguém pode ser, na realidade, uma tática inconscientemente normal ou adaptativa, como no caso de uma resposta a um apelo do desenvolvimento pessoal para priorizar a independência, como ocorre na adolescência. Igualmente, manter-se firme pode surgir da legítima necessidade de se resguardar de uma dinâmica relacional opressora, ou seja, agir dessa forma pode ser um modo de declarar autonomia ou estabelecer um limite diante de um abuso de autoridade ou em resposta a um indivíduo controlador.

Certamente, quando os perigos são elevados, a tarefa de negar ou justificar ações que provocaram danos se torna complexa por razões ocultas e tentativas de controlar a narrativa, independentemente de quão errônea seja. Diferentemente da sabedoria tradicional, as pessoas tendem a processar mais quando não recebem um pedido de desculpas significativo que admita o erro ou o prejuízo. Mesmo quando grandes acordos são alcançados, os acusados se sentem decepcionados sem um pedido de desculpas, uma constatação que é ecoada pela opinião alheia.

Erros de julgamento, conflitos e "erros empáticos" são inevitáveis, principalmente em relações próximas. Mesmo com mães em perfeita sintonia com seus bebês, podem ocorrer desconexões - a mãe não estar em sintonia com o bebê. Mas é a capacidade de ser responsiva de forma confiável e restaurar o ritmo ou o vínculo quebrado que determina a segurança e a saúde da criança e, da mesma forma, a saúde dos relacionamentos ou a facilidade de resolver uma disputa.

As desculpas reparadoras atendem à nossa necessidade humana de que uma quebra de confiança ou outro dano seja reconhecido, entendido e sentido de alguma maneira por aquele que causou o dano - contribuindo para a restauração da justiça, diminuição da auto culpa e partilha de parte do ônus, se for o caso. Quando essa necessidade é negligenciada, a retaliação e as disputas de controle atuam como um método alternativo para o mesmo propósito, resultando em mais prejuízos para todos os envolvidos. Os capazes conseguem escolher o remédio contra uma escalada mais intensa e, ao proporcionar paz, acerto e aliança para a situação, contribuem para tornar o mundo em que vivemos mais habitável.

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:


Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

COMO GERENCIAR DIÁLOGOS PERTURBADORES SOBRE REPRODUÇÃO ASSISTIDA COM A FAMÍLIA E AMIGOS

Se você é uma paciente com problemas de fertilidade e optou por buscar ajuda médica para engravidar, é provável que queira receber suporte emocional de amigos e parentes, o que é normal e tranquilizador. O problema é que o suporte esperado pode se manifestar de forma totalmente diferente do que você imagina, podendo gerar, até mesmo, constrangimentos e emoções negativas. Portanto, é possível que você hesite em compartilhar a decisão com o "seu pessoal", algo bastante frequente entre as pessoas que escolhem a reprodução assistida.

Certamente, a escolha de compartilhar essa novidade com amigos e parentes deve ser cuidadosamente ponderada, pois cada situação é única. Caso não compartilhe, poderá enfrentar a frustração de não conseguir expressar seus sentimentos e emoções para as pessoas que lhe são significativas. No entanto, compartilhar detalhes com eles não garante uma compreensão completa do que você está passando neste momento. Se optar por informá-los e a resposta for negativa, pode surgir uma circunstância desagradável, especialmente se for a primeira vez, sobretudo se você tiver a expectativa de uma resposta será positiva. Existem pacientes que elegem aqueles com quem compartilhar a notícia, pessoas que acredita serem capazes de gerenciar as expectativas criadas pela novidade. Há outras que optam por nada falar até mesmo para aqueles que foram e são fundamentais em fases cruciais de suas vidas. E ainda há pacientes que se sentem desconfortáveis em admitir que necessitam de tratamento para engravidar, ou que escolhempor vivenciar a experiência de maneira pessoal e sem criar expectativas nos demais. Em última análise, cada uma deve refletir e avaliar o que será mais apropriado numa ocasião tão significativa de suas vidas, de acordo com sua realidade. O essencial é enfrentar o tratamento da maneira mais tranquila e eficaz possível. Se for preciso, um psicólogo especializado em Reprodução Humana terá recursos para fornecer.

Em relação ao suporte emocional, você pode desejar, por exemplo, que as pessoas se coloquem em sua posição, isto é, que tenham empatia e saibam exatamente como agir e falar em seu benefício, levando em conta a condição em que está passando, fruto de um tratamento de reprodução assistida. Contudo, surpreendentemente, a sua “galera” que compõe a rede de suporte pode não estar disposta a fazer isso e, em vez de oferecer apoio, as pessoas podem fazer perguntas invasivas e fornecer orientações indesejadas. Em outras palavras, ao invés de empatia, os parentes e amigos podem ser críticos e desinformados! Portanto, mesmo que você ame a todos, pode necessitar de auxílio para "sobreviver" neste contexto social, em outros termos, entre membros de sua própria família e círculo de amigos.

No entanto, se o seu objetivo é ultrapassar e vencer todos os desafios para realizar o belo sonho de formar sua família, motivo pelo qual escrevo este artigo, o mais adequado é procurar estratégias para preservar a sua segurança e o equilíbrio emocional durante este período.

Por exemplo, é muito sábio não esperar que as pessoas sejam diferentes quando você enfrenta problemas de fertilidade, em comparação com quando estava decidindo sobre um trabalho ou convidando um casal de amigos para encontros familiares. A sugestão é sempre ser realista e compreender que se essas pessoas (familiares e amigos) nunca tiveram uma boa visão da vida, provavelmente ainda estão emocionalmente surdos agora.

Outra sugestão é manter um distanciamento psicológico. Mas como se procede? É simples, basta olhá-los como se fosse a primeira vez que os vejo. O conceito é agir mais como uma observadora do que uma participante, pois isso contribui para uma sensação de desapontamento ou irritação reduzida.

Também será muito benéfico para o seu bem-estar refletir sobre algumas questões insensíveis acerca da gravidez. Certamente, as respostas da paciente podem ser auto declarativas ou auto protetoras, sérias ou divertidas, originais ou plagiadas, mas isso não é relevante, contanto que ela se sinta preparada e não seja surpreendida quando alguém lhe fizer perguntas desse tipo. É aconselhável praticar respostas como: "Obrigada pela pergunta, mas não quero discutir isso" ou "Esta é uma questão pessoal e não quero discutir isso".

Garantir que eles entendam que você não é a responsável pela sua infertilidade é igualmente crucial nesses momentos. Em outras palavras, caso os familiares ou amigos sugiram que a paciente esteve excessivamente ocupada ou ansiosa, é mais adequado esclarecer que a infertilidade também pode gerar estresse. Isso significa que um estresse pode surgir de questões profissionais, problemas pessoais, dinâmica familiar, doenças e diversos outros fatores, incluindo a infertilidade. Utilizar a psicologia e afirmar que essa informação os trará alívio normalmente gera entendimento (de forma indireta) e concordância.

A experiência de se submeter a um procedimento de reprodução assistida é extremamente individual, portanto, o indivíduo deve se sentir confortável para manter isso apenas para si. Se ela não tem interesse em responder a perguntas de seguimento não solicitadas, verificações frequentes, monitoramentos ou artigos intermináveis sobre questões de fertilidade enviados por parentes e amigos, ela simplesmente não precisa divulgar sua tentativa de conceber e, sobretudo, não se sentir culpada por não o fazer. Em outras palavras, ela deve conceder a si mesma a permissão para aguardar até que o membro da família seja o ouvinte adequado. Nem todos os tios, tias, primos e afins foram educados da mesma maneira em relação à escuta e suporte: Para alguns, não há problema em contar, para outros, é impossível não contar e ainda existem aqueles que não merecem ser informados ou receber notícias positivas.

Se a paciente necessitar de algo e tiver certeza do que necessita, deve conversar diretamente com um membro da família. Isso facilitará a nossa vida e a de todos. Você deve tentar expressões como "O que eu necessito agora é ____". Ou "Por gentileza, auxilie-me com ____." Se eles responderem de maneira relevante, demonstrar gratidão e demonstrar apreciação irá fortalecer a resposta.

O que são as chamadas "conversas constrangedoras" com amigos? Essas conversas geralmente oferecem conselhos não solicitados ou clichês, ou mal podem esperar para compartilhar seus próprios problemas. Na realidade, a paciente buscava uma conexão profunda e a oportunidade de expressar seus maiores temores em voz alta. Abaixo, apresento algumas sugestões para lidar com isso.

  • Não se deixe iludir pelas respostas deles. Apenas o ato de expressar seus sentimentos lhe proporciona uma sensação de ação e você consegue se escutar de maneira mais nítida.
  • Eles podem não ter ideia de como agir. Não esqueça que alguns dos seus amigos podem se sentir desconfortáveis ao se aproximarem de você, com medo de dizer algo incorreto ou tristes e exibindo ansiedade. Tente auxiliá-los comunicando o que precisa ser feito. "Eu ficaria encantado se você ____."

O grupo de suporte mais eficaz é formado por amigos que entendem o que você está vivenciando, pois já passaram ou estão passando por isso no momento. Quando dizem "eu compreendo", você percebe que estão realmente demonstrando empatia e compaixão.

  • Peça perdão. Se você estiver com amigos que não passaram por tratamento de fertilidade, mas continuam compartilhando informações sobre os médicos mais competentes, a dieta ideal para essa fase ou os suplementos mais eficazes, seja sua melhor amiga e interrompa. Agradeça e explique que está inundada de informações, e então, peça desculpas. Você já enfrentou o suficiente em sua jornada para evitar mais conversas desconfortáveis, não é mesmo?

Interagir com amigos e parentes em ocasiões sociais pode ser menos desafiador para a paciente do que gerir suas próprias reações constrangedoras.

  • Caso esteja tomando hormônios como parte de um tratamento de fertilidade, lidando com uma perda (ou risco) de gravidez ou aguardando os resultados de exames ou procedimentos, é possível que fique mais irritada.
  • É provável que você experimente pelo menos um pouco de ciúmes e ira ao se aproximar de alguém que já possui família, especialmente em ocasiões de festas familiares.
  • É possível que você se sinta retraído e sensível ao discutir seus problemas de fertilidade com outras pessoas, já que não consegue antecipar as respostas delas.

Em resumo: não é apropriado desmerecer ou depreciar os esforços do grupo de suporte. Em vez disso, tente encontrar oportunidades para brincar e rir com eles, pois ambos são eficazes na redução do estresse. Em vez disso, seria benéfico experimentar alguns jogos, assistir a uma comédia, ler e-mails divertidos ou enviá-los, já que todos esses estímulos liberam substâncias químicas cerebrais que elevam o estado de espírito. Lembre-se também de ser um amigo solidário consigo mesmo, tratando-se com a mesma consideração e respeito que dedica aos que você ama.

Em última análise, se houver um apoio significativo da família e amigos, isso deve envolver mais escutar do que falar. É crucial deixar a paciente em tratamento de reprodução assistida confortável - muitas perguntas sobre o progresso do procedimento podem intensificar o nervosismo e a pressão. Há situações em que as famílias apoiam a decisão do casal, porém desejam participar, fazendo perguntas constantes sobre a fertilização e o progresso do processo. Este tipo de comportamento pode levar a paciente a se sentir pressionada a fornecer uma resposta positiva, o que aumenta a pressão. O apoio incondicional é a maior demonstração de amor e solidariedade que a família e os amigos podem oferecer a quem enfrenta esse período.

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
  • Associado à SBRA - Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e à ABRA - Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Colaborador do site HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

---

  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.