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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

RACISMO E SOFRIMENTO PSICOEMOCIONAL - O PAPEL DO PSICOTERAPEUTA

O racismo é uma chaga social que permeia vários grupos sociais e pode gerar impactos psicológicos profundos nas pessoas que o vivenciam. Sofrer discriminação, preconceito e violência racial pode provocar traumas significativos, impactando a saúde mental e o bem-estar emocional de forma profunda. Infelizmente, podemos dizer que esse é um sofrimento diário para milhões de pessoas. Neste cenário, a psicoterapia se apresenta como recurso valioso para apoiar as vítimas dessa violência simbólica e estrutural, oferecendo um ambiente seguro para acolhimento e reflexões, promovendo um caminho de cura e fortalecimento pessoal.

De modo geral, o preconceito é uma combinação de pensamento estereotipado, sentimentos negativos e de ódio, e ações discriminatórias direcionadas a indivíduos ou grupos de indivíduos que são considerados inerentemente inferiores, socialmente desviantes e merecedores de um status menor na sociedade. Embora todos os humanos sejam suscetíveis a estereótipos e preconceitos sobre outros grupos, o racismo se torna um problema sério quando um grupo, ou membros desse grupo, têm a capacidade de agir de acordo com essas visões e o valor que atribuem aos outros.

A vivência de discriminação racial pode criar um estado de vigilância contínua, resultando em um sofrimento emocional prolongado. É comum que indivíduos que enfrentam o racismo experimentem sentimentos de inferioridade, angústia, traumas, desesperança e depressão, o que pode impactar negativamente seu bem-estar e qualidade de vida. Esses sintomas podem ser somatizados e, na saúde física se apresentarem como doenças cardiovasculares, úlceras, hipertensão, doenças inflamatórias, etc. Além disso, é importante considerar o impacto profundo que isso tem na identidade e na percepção de si mesmo. Muitas vezes, a sociedade impõe estereótipos e narrativas negativas que podem afetar a confiança e autoaceitação de forma significativa.

Lamentavelmente, a crença na democracia racial brasileira vem sendo desconstruída por vários índices de desigualdade social; ainda que mais de 50% da população do país seja negra, a produção científica brasileira relativa a racismo e saúde mental não é significativa. Esse quadro, aliado ao fato de que o racismo pode ser a origem de doenças psíquicas, recorrer à psicoterapia é uma opção.

Como a Psicoterapia Pode Ajudar?

A psicoterapia proporciona um ambiente seguro, caracterizado pelo acolhimento, escuta atenta e suporte emocional para as pessoas que lidam com os desafios que o racismo impõe. Sendo psicólogo clínico, posso dizer que além de oferecer um ambiente acolhedor em nossos consultórios, somos pessoas que mostram empatia, afetividade, consciência social, boa escuta, reconhecimento do impacto do racismo na saúde mental, além de paciência, estabilidade emocional, capacidade de análise, discrição, ética e curiosidade intelectual, típicos do perfil de um psicoterapeuta. 

Entre os principais benefícios da psicoterapia para esses indivíduos, podemos ressaltar que a psicoterapia:

  • favorece o compartilhamento de vivências pela vítima de racismo, livre de qualquer julgamento. O psicoterapeuta admite a existência da dor provocada pelo racismo e auxilia o paciente na compreensão de que seu sofrimento é totalmente legítimo.
  • auxilia na elaboração de experiências traumáticas, permitindo que a pessoa compreenda e ressignifique os eventos racistas, reduzindo o impacto negativo em sua vida.
  • desempenha um papel muito interessante a favor do resgate da autoestima e da construção de uma identidade robusta, promovendo o empoderamento e a valorização da história e da cultura do indivíduo atendido, combatendo a internalização de estereótipos negativos.
  • oferece ferramentas para enfrentar situações de estresse e ansiedade que podem surgir em decorrência do racismo, promovendo o desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento saudáveis.
  • oferece um espaço seguro para expressar e processar sentimentos de raiva e frustração decorrentes do racismo, auxiliando na gestão dessas emoções de forma saudável.
  • dá suporte para o desenvolvimento da resiliência emocional, capacitando o indivíduo a lidar com situações desafiadoras de maneira mais equilibrada e assertiva.
  • contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais que permitem à pessoa enfrentar desafios em contextos como o ambiente de trabalho, na educação e em outros espaços onde o racismo pode se manifestar.

A psicoterapia se apresenta como um excelente recurso para apoiar pessoas que enfrentam o racismo, permitindo que reinterpretem suas vivências, favorecendo o bem-estar mental, o fortalecimento emocional e o empoderamento pessoal. Ao reconhecer e validar as dores e desafios enfrentados, o psicólogo contribui para a formação de uma identidade positiva, além de proporcionar um enfrentamento mais seguro e confiante diante de situações adversas. Assim, o processo psicoterapêutico não só proporciona alívio para o sofrimento pessoal, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

PSICÓLOGO BUDISTA OU BUDISTA PSICÓLOGO?

Muitos me perguntam se sou um psicólogo budista e porque fiz essa opção, ao que me apresso em responder que não sou um psicólogo budista, mas sim, um profissional que busca a integração de várias correntes psicológicas para, assim alcançar um entendimento mais amplo do ser humano. Busco, num mundo de intensas transformações e rápidas comunicações, as intersecções entre a cultura ocidental e a oriental, e, se num atendimento psicoterapêutico prevalecer uma abordagem da psicologia budista é exclusivamente porque o paciente apresenta sintomas ou uma percepção do mundo conforme uma ótica que, usando os conceitos ensinados por Buda, poderei ajudá-lo mais positiva e rapidamente. Vou explicar um pouco mais sobre o motivo que me levou a considerar a psicologia budista em meu trabalho como psicoterapeuta.

A natureza básica da mente humana é comum a todas as pessoas, e como a mensagem do Buda é universal, a psicoterapia budista é aplicável a todos, sem qualquer risco de destruir ou perturbar as crenças religiosas, com o fim de sanar problemas psicoemocionais e melhorar a saúde mental. A civilização moderna impõe muitas tensões ao homem e as do domínio psicológico estão, talvez, entre as mais graves. As inúmeras exigências da vida moderna dão origem a uma enormidade de tensões mentais e físicas, o que fez que os problemas psicopatológicos recebam cada vez mais atenção por parte dos profissionais da área de Saúde Mental. Como declarou o Buda, há mais de 2.500 anos, e enfatizou o psicólogo e escritor americano, William James, as realidades da mente são tão importantes, ou talvez mais importantes, que as realidades do corpo. Daí a importância da saúde mental para o pensamento budista.

Além disso, o budismo considera o homem como uma unidade psicossomática, cujo funcionamento equilibrado é necessário para o bem-estar e saúde mental, havendo, como sugerido, uma interdependência fundamental entre mente e corpo em todas as fases de uma doença e na saúde. Ensina o Dhammapada, que “a mente é a precursora da todos os fenômenos", logo, na perspectiva budista, quando nos referimos à saúde humana, devemos levar em conta primeiro a saúde mental. Mas, lembre-se, a saúde mental precisa de cuidados físicos, psicológicos e sociais, por ser um fenómeno que envolve uma interação entre mente, corpo e ambiente. Quer dizer, saúde, em geral, resulta de um equilíbrio dinâmico que abrange os aspectos físicos e psicológicos do homem, bem como as suas interações com o seu ambiente natural e social. A tarefa da psicoterapia é multidimensional, exigindo uma abordagem ampla, e isso, no enfoque budista é uma “regra” indispensável.

A psicoterapia, em última análise, trata da consciência humana, que é a principal preocupação do Budismo. Embora a visão budista da consciência ultrapasse os conceitos da ciência contemporânea, ela não é de forma alguma inconsistente com os conceitos dos sistemas modernos de mente e matéria. O Budismo está preocupado com a “magistralidade ou plenitude” perfeita do homem, e isso, nessa linha, só é possível através de uma atualização da consciência. Sendo redundante, um pré-requisito para tal esforço, bem como para a saúde física geral, é a saúde mental, uma vez que a doença, na sua essência, é um fenómeno mental, condição que, progressivamente, está sendo percebida na atualidade. Assim, um processo psicoterápico é útil para a recuperação da saúde perdida, por meio de um equilíbrio psicossomático efetuado através da mente.

Há vários pontos semelhantes na abordagem ocidental e na oriental no que se refere à terapêutica. Citarei alguns:

  • A consciência humana é de preocupação fundamental no budismo e na Psicoterapia Ocidental, haja vista que a eliminação dos problemas mentais é uma condição sine qua non para o desenvolvimento pessoal.
  • A própria forma de diálogo dos discursos do Buda lembra a abordagem de um psicoterapeuta com um paciente que requer sua atenção.
  • Na psicologia budista acredita-se que o foco maior do tratamento é a causa e não os sintomas da pessoa, prenunciando, por assim dizer, os fundamentos do moderno tratamento psicoterapêutico.
  • Desejos, amor, ódio, apegos, incompreensão e ilusão são, para ambas as correntes, fatores usados exaustivamente para a compreensão de um paciente.

Creio que escolher atuar também com a psicologia budista deve-se ao fato do budismo ser uma “filosofia de caráter psicológico”, a qual aponta para um jeito de conduzir a própria vida evitando o mal, fazendo o bem e purificando a mente. Isso, obviamente, leva uma pessoa a um estado de paz, sem deixar, porém, de estar atento à realidade, conscientizando-se dela e aceitando-a tal como ela é. Tal como nos ensinamentos de Buda, o reconhecimento da existência do sofrimento é o primeiro passo para, havendo uma correta compreensão dessa verdade, trabalharmos, paciente e psicoterapeuta, pela diminuição ou cessação de sua dor, seja emocional, psicológica e, em muitos casos, a dor física.

Um outro bom motivo para ser adepto da psicologia budista está no fato dela conter a resposta para as pessoas que buscam o sentido da vida, além das respostas aos diversos problemas psicológicos e sociais, espirituais ou mesmo místicos dos dias atuais, porém com uma importante característica: a psicologia budista não propõe soluções baseadas em teorias e especulações, apenas aquelas que sejam sustentadas pela sabedoria e pelo conhecimento. Isso leva-me, durante o atendimento psicoterapêutico, a evidenciar ao paciente a importância e necessidade de se ter uma percepção direta e total da verdade, fazendo-o entender também que isso só é possível através do esforço próprio, paciência e inteligência. É importante essa passagem pois, afinal de contas, é o homem quem traça a rota do seu próprio destino. Nesse ponto, há um encontro com a Psicologia Humanista e Existencialista que tem entre os seus pressupostos, o fato de que a cura psicológica é possível estimulando-se o paciente a autodesenvolver-se, pois todos os homens reúnem em si condições para isso... e porque, mediante próprio esforço e dedicação, todos tem em suas mãos, a capacidade de libertarem-se da ignorância e do sofrimento. Em suma, tanto a psicologia humanista existencialista como a budista pregam que o homem é o seu próprio mestre, capaz de libertar-se dos condicionamentos e dos apegos - seja a coisas do passado como a nada ainda não acontecido, conseguindo, assim, viver plenamente o presente e a reconhecer o mundo e a si próprio tais como são.

A psicologia budista dá ênfase também na responsabilidade em aceitar as coisas, afastando o paciente dos estados ilusórios. São palavras do Buda: “não vos deixeis guiar pelas palavras dos outros, nem por tradições existentes, nem por rumores; não vos deixeis guiar pela autoridade dos textos religiosos, nem por simples lógica ou dedução, nem por aparências, nem pelo prazer da especulação sobre opiniões, nem por verossimilhanças possíveis, nem por simples impressão ou pela ideia; mas desde que souberdes e sentirdes, por vós mesmos, que certas coisas são desfavoráveis, falsas e ruins, então renunciai a elas... e quando souberdes e sentirdes, por vós mesmos, que certas coisas são favoráveis e boas, então deveis aceitá-las e segui-las; todos devemos sempre examinar as questões pois cada pessoa deve estar inteiramente convencido do valor real do seu ensinamento". Veja que esse conceito recomenda que o paciente veja por si mesmo e não creia, simplesmente, rejeitando qualquer fé prévia. O budismo é baseado na visão das coisas pelo conhecimento e compreensão, e não pela fé ou crença cega. A crença surge quando não há visão - visão em todo o sentido da palavra. No momento em que vemos, a crença desaparece e a fé cede lugar à confiança baseada no conhecimento.

Enfim, amigos e clientes, respondendo à questão inicial, sou um budista psicólogo e não atuo apenas com a psicologia budista, mas reconheço que ela tem um espaço considerável em meu trabalho pois é sempre um convidar a "vir e ver", e não vir para crer; com certeza, há muitas oportunidades para, através dos conceitos propostos pela psicologia budista, convidar os meus clientes a abrirem os olhos e verem livremente, e não fechá-los, dando ordem a crer.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

WORKAHOLICS - A BUSCA INCESSANTE PELA EXCELÊNCIA

Quem nunca ouviu falar de alguém que vive para trabalhar? O chamado workaholic é uma figura cada vez mais comum em nossa sociedade, marcada pela competitividade e a busca incessante por resultados. Mas o que leva uma pessoa a dedicar tanto tempo e energia ao trabalho, muitas vezes em detrimento de outras áreas da vida? Neste artigo, exploraremos as motivações, os desafios e as possíveis soluções para o “workaholismo”.

Para muitos, o ambiente de trabalho oferece uma estrutura e um propósito que a vida pessoal parece não conseguir. As regras claras, as hierarquias definidas e as recompensas tangíveis proporcionam uma sensação de controle e previsibilidade. Diante das incertezas da vida, o trabalho se torna um refúgio seguro, onde os objetivos são claros e as conquistas são mensuráveis.

O workaholic tende a identificar-se fortemente com sua profissão. O trabalho se torna sua principal fonte de autoestima e realização pessoal e ele frequentemente pensa sobre trabalho, fica deprimido se não consegue trabalhar quando espera e não consegue encontrar prazer em atividades não relacionadas à carreira. Quer dizer, a incapacidade de se desconectar e o medo de ser substituído são sinais comuns desse comportamento. Essa dependência excessiva do trabalho pode levar a um isolamento social e a um descuido com outras áreas da vida, como relacionamentos e saúde. No entanto, devido a perspectivas e recompensas culturais, como admiração e inveja generalizadas, boa parte dessas pessoas nessas circunstâncias não consideram seu hábito problemático. Assim, poucos deles buscam ajuda para seu workaholism. Mas quando estão à beira do colapso, sentem uma profunda vergonha por não conseguirem continuar a avançar, temendo decepcionar sua equipe. Eles lutam para se manterem confiáveis em suas empresas e, mais importante, às pessoas.

Os workaholics, costumam conceber o mundo de uma forma em preto e branco onde cada pessoa é apenas trabalhadora ou preguiçosa. Eles também podem “catastrofizar”, acreditando que erros arruínam reputações. Além disso, tendem a desqualificar seus traços positivos e realizações de muitas maneiras, geralmente dizendo a si mesmos que o passado é passado e que o certo é continuar a ganhar seu sustento, algo bem típico da mentalidade: O que eu fiz ultimamente? São indivíduos que, normalmente, baseiam sua autoimagem na utilidade e produtividade; eles não conseguem imaginar apenas serem amados.

Embora a cultura valorize a dedicação ao trabalho, o “workaholismo” pode ter consequências negativas para a saúde física e mental. O estresse crônico, a exaustão e a dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis são alguns dos problemas enfrentados por esses indivíduos. Além disso, o perfeccionismo e a busca incessante pela excelência podem levar a um sentimento de insatisfação constante, pois a meta é sempre algo a ser alcançado. Portanto, as causas do workaholismo são complexas e podem envolver fatores psicológicos, sociais e culturais. A busca pela aprovação dos pais, a necessidade de controlar tudo ao redor e a crença de que o sucesso profissional é a chave para a felicidade são alguns dos elementos que podem contribuir para o desenvolvimento desse comportamento.

O tratamento das pessoas que sofrem com o workaholismo envolve um processo de autoconhecimento e mudança de hábitos. É fundamental que o indivíduo aprenda a identificar seus pensamentos e crenças disfuncionais, a estabelecer limites e a encontrar outras fontes de prazer e realização. A psicoterapia pode ser uma ferramenta eficaz para auxiliar nesse processo.

Enfim, o esse é um problema complexo que exige uma abordagem multifacetada. É importante que a sociedade como um todo reconheça os perigos desse comportamento e promova um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ao buscar ajuda e adotar hábitos mais saudáveis, os workaholics podem encontrar um caminho para uma vida mais plena e satisfatória.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
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DERRETENDO? O ESTRESSE TÉRMICO PODE TE DERRUBAR!

Nos últimos anos, o aumento das temperaturas globais e a maior frequência de eventos climáticos extremos têm chamado a atenção para os impactos do calor excessivo sobre a saúde humana. O estresse térmico ocorre quando o organismo é submetido a temperaturas elevadas por períodos prolongados, sobrecarregando seus mecanismos naturais de regulação térmica, ou seja, é uma condição que ocorre quando o corpo humano não consegue regular sua temperatura interna de forma eficaz em ambientes quentes e úmidos. Esse fenômeno pode desencadear diversos problemas físicos, como desidratação, fadiga, tontura e até insolação, mas seus efeitos psicológicos são igualmente significativos e merecem atenção.

O calor extremo pode intensificar estados de ansiedade, irritabilidade, fadiga mental e até mesmo, tristeza profunda, além de reduzir a capacidade de concentração e tomada de decisões. Em populações mais vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com transtornos psiquiátricos preexistentes, o impacto psicológico do estresse térmico pode ser ainda mais grave. A exposição contínua ao calor intenso também pode desencadear sintomas depressivos, insônia e aumento da agressividade, afetando a qualidade de vida e as relações interpessoais.

Nessa situação a psicoterapia surge como uma ferramenta valiosa para ajudar as pessoas a enfrentarem os desafios emocionais impostos pelo estresse térmico. A abordagem psicoterapêutica pode auxiliar as pessoas a reconhecerem os impactos do calor sobre seu estado emocional, desenvolvendo, paciente e psicólogo, estratégias saudáveis para a regulação emocional e o enfrentamento do desconforto.

Além disso, a psicoterapia pode trabalhar a adaptação cognitiva, ajudando as pessoas a reestruturarem seus pensamentos diante das dificuldades impostas pelo calor excessivo. A aceitação da realidade climática e o desenvolvimento de estratégias práticas para minimizar seus efeitos são fundamentais para reduzir o impacto psicológico do estresse térmico. O suporte emocional oferecido pelo psicoterapeuta pode ser essencial para indivíduos que sentem-se impotentes diante das mudanças climáticas, ajudando-os a desenvolver resiliência e estratégias de enfrentamento.

Outro aspecto importante é a orientação para a manutenção de hábitos saudáveis, como a hidratação adequada, o uso de vestimentas leves e a busca por ambientes frescos. O psicoterapeuta pode incentivar o autocuidado e auxiliar na criação de uma rotina que minimize os impactos negativos do calor sobre o bem-estar psicológico.

Diante das mudanças climáticas globais e do aumento da temperatura em diversas regiões, é fundamental considerar o papel da saúde mental na adaptação a esse novo cenário. A psicoterapia, ao lado de medidas preventivas e políticas públicas eficazes, pode ser uma aliada na promoção da qualidade de vida e na redução dos danos emocionais causados pelo estresse térmico.

Técnicas como a respiração consciente, a meditação e o mindfulness podem ser incorporadas para reduzir a sensação de ansiedade e promover maior equilíbrio emocional diante das adversidades climáticas.

Como a psicoterapia pode ajudar uma pessoa que está num quadro de estresse térmico?

O tratamento se dá num espaço tranquilo, acolhedor e sem qualquer forma de julgamentos. Nesse ambiente, o set psicoterapêutico, o paciente poderá aprender como gerenciar a sua ansiedade, regular as suas emoções e discutir com o psicólogo sobre as estratégias de enfrentamento possíveis para o seu caso. Como consequência muito boa, a resiliência, que é a capacidade de adaptar-se e superar as diferentes ocorrências adversas que ocorrem na vida, será elevada e a pessoa saberá lidar melhor com o calor excessivo desses dias.

Espero que essa fase climática logo passe, mas se o estresse térmico lhe ameaça, considere procurar ajuda de um profissional de saúde mental. A psicoterapia pode fornecer as ferramentas e o suporte necessários para lidar com essa condição e melhorar sua qualidade de vida.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

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A IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA PARA MULHERES QUE SOFRERAM VIOLÊNCIA SEXUAL

A violência sexual é uma experiência muito ruim, com impactos profundos e duradouros na vida Da pessoa que passa por isso. Para as mulheres que viveram essa situação, a necessidade de buscar ajuda psicológica vai além de uma simples recomendação – é um passo essencial para a reconstrução do bem-estar emocional, físico e social.

O estupro não só machuca o corpo, mas também afeta a autoestima, a confiança, e o senso de segurança da pessoa no mundo. Sentimentos de vergonha, culpa, medo e muita tristeza intensa são comuns, e muitas vezes, esses sentimentos podem persistir por longos períodos. É nesse momento que a psicoterapia se torna uma ferramenta indispensável.

A psicoterapia oferece um espaço seguro e acolhedor para que as mulheres possam lidar com suas emoções e narrativas traumáticas. Durante as sessões, o terapeuta emprega métodos específicos para ajudar a vítima a:

  • Reconhecer e confirmar emoções: Muitas mulheres sentem dificuldade em expressar ou compreender os próprios sentimentos após a violência. A psicoterapia cria um ambiente no qual elas podem explorar essas emoções sem medo de julgamento.
  • Reduzir sintomas de estresse pós-traumático (TEPT): É comum que mulheres vítimas de estupro desenvolvam TEPT, caracterizado por flashbacks, recordações traumáticas, insônia, excesso de vigilância e crises de ansiedade. A psicoterapia ajuda a aliviar esses sintomas por meio de abordagens apropriadas para cada situação.
  • Restaurar a autoestima: A violência sexual pode deixar marcas profundas na autoimagem e autoestima da paciente. O processo psicoterapêutico auxilia a vítima a reconstruir sua identidade, resgatando a autoconfiança e a capacidade de se relacionar com os outros.
  • Promover a reintegração social: Mulheres que passaram por essa violência podem sentir-se desamparadas ou desconectadas de suas redes de apoio. A terapia trabalha para facilitar a reconexão com amigos, familiares e outras comunidades de suporte.

Para garantir que o processo terapêutico seja efetivo, é fundamental que o atendimento seja realizado por psicólogos e não com pessoas que adotam linhas alternativas. Profissionais com essa qualificação estão aptos a gerenciar as particularidades do trauma, respeitando os limites e o tempo de cada paciente.

Infelizmente, muitas mulheres evitam buscar ajuda psicológica devido ao estigma social e à vergonha. Em sociedades marcadas pelo machismo, ainda há uma tendência a culpar a vítima ou minimizar o impacto do estupro. Esse contexto torna ainda mais urgente a sensibilização sobre a necessidade do acompanhamento psicológico, enfatizando que a vítima nunca é responsável pela violência que sofreu.

A terapia psicológica é uma via de recuperação e fortalecimento para mulheres que sofreram violência sexual. Ela possibilita não só enfrentar os impactos do trauma, como também converter a dor em energia, reconstruindo vidas caracterizadas pela resiliência. É um ato de cuidado consigo mesma e de resistência contra a violência.

Portanto, toda mulher que foi vítima de estupro merece ter acesso a um sistema de apoio psicológico que a ajude a encontrar novamente o equilíbrio e a paz interior. A busca pela psicoterapia é um gesto de coragem e autocuidado que pode transformar vidas.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
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OVERTHINKING: 2 FORMAS DE CONTROLAR A MENTE PARA NÃO PENSAR DEMAIS

 NÃO CAIA EM ARMADILHAS MENTAIS

VEJA COMO DESAFIAR E REFORMULAR SEUS PENSAMENTOS

Fonte: Revista Forbes


O overthinking é o hábito de pensar demais, analisar excessivamente, remoer ou se preocupar com situações, decisões ou eventos, o que muitas vezes leva a sentimentos de estresse e ansiedade.

Você pode se pegar repassando conversas passadas, pensando em como poderia ter dito algo de forma diferente, ou imaginando cenários futuros que talvez nunca aconteçam.

É fácil criar situações na sua mente que parecem muito maiores do que realmente são, transformando pequenas preocupações em ciclos intermináveis de pensamentos repetitivos.

Ficar remoendo as coisas e pensando “e se…” pode levar a uma ansiedade desnecessária e te prender em um ciclo de pensamentos negativos. É uma armadilha mental que pode ser exaustiva, fazendo até mesmo situações simples tomarem uma proporção muito maior.

Aqui estão duas estratégias simples que você pode usar para se libertar do hábito de pensar demais.

1. Pensamentos intrusivos? Pause e não entre em pânico

Pensamentos intrusivos podem surgir de repente, especialmente quando você está focado em algo importante, como se preparar para uma apresentação ou reunião. Do nada, pode surgir um pensamento: “Vou ser demitido. Não tenho ouvido nada sobre meu desempenho há um tempo.” Isso pode rapidamente se transformar em: “Será que estou indo bem? E se me demitirem amanhã? Tenho dinheiro suficiente guardado?”

Esses pensamentos irracionais, sem nenhuma evidência lógica, podem consumir seu tempo, criando cenários catastróficos e te forçando a lutar contra “demônios” imaginários. Isso pode impactar seu trabalho, produtividade e, em casos mais graves, sua saúde mental e a capacidade de funcionar no dia a dia.

Uma estratégia simples e eficaz é reservar de 5 a 10 minutos todas as manhãs, ou sempre que esses pensamentos intrusivos surgirem, para anotar tudo o que pode estar causando preocupação ou excesso de pensamentos. Dessa forma, você pode liberar esses pensamentos e os analisar mais tarde, com a mente mais clara. 

Quando um pensamento negativo ou ansioso surgir, o segredo é reconhecê-lo sem reagir. 

O overthinking pode variar desde medos irracionais como “Minha esposa vai me deixar” até preocupações diárias, como o resultado de uma conversa ou reunião importante.

Ao invés de deixar esses pensamentos se transformarem em ruminações, pause, respire fundo e anote. Você pode criar um “diário de preocupações”, onde registra qualquer pensamento incômodo que surgir ao longo do dia. Essa prática simples ajuda a tirar esses pesos da mente para uma reflexão posterior, impedindo que eles assumam o controle no momento.

2. Analise e desafie seus pensamentos

O próximo passo é analisar e desafiar seus pensamentos quando você tiver tempo livre ou antes de dormir, compreendendo melhor seus padrões de excesso de pensamentos.

Essa abordagem é baseada na Terapia Cognitivo-Comportamental, na qual as pessoas são ensinadas a reconhecer e desafiar padrões de pensamento distorcidos. O objetivo é identificar pensamentos que não te ajudam – como pensamentos ansiosos, catastróficos ou supergeneralizados —, rotulá-los e depois desafiá-los, examinando as evidências e considerando alternativas mais racionais.

O processo de análise envolve identificar e categorizar seus pensamentos para conseguir alguma distância emocional e clareza. Por exemplo:

Pensamento catastrófico, ou assumir o pior resultado possível de algo – “Se eu não for bem nessa apresentação, toda minha carreira estará arruinada.”

Medo de rejeição, ou assumir que todos os relacionamentos estão fadados ao fracasso – “Meu amigo não respondeu à minha mensagem, então ele deve estar chateado comigo.”

Supergeneralização, ou fazer uma suposição ampla com base em uma única situação – “Cometi um erro hoje, então devo ser péssimo no meu trabalho.”

Quando pensamentos negativos ou ansiosos surgirem, desafie-os. Questione se os cenários que você está imaginando são realistas ou se está exagerando e criando coisas. Reformular seus pensamentos pode te ajudar a ver as situações com mais clareza e evitar preocupações desnecessárias.

Quando seus pensamentos estiverem cheios de ansiedade ou dúvidas, desafie-os perguntando a si mesmo:

Existe alguma evidência que sustente esse pensamento, ou estou presumindo o pior?

Estou interpretando essa situação de forma lógica, ou estou deixando minhas emoções interferirem no meu julgamento?

Quais são as chances desse pior cenário realmente acontecer?

Esse pensamento está baseado em fatos ou medos?

Por exemplo, depois de uma conversa com seu chefe, você pode começar a pensar: “Por que eu disse aquilo? Foi tão estranho. Ele me elogiou, mas será que foi genuíno? E se ele estava sendo sarcástico e preparando o terreno para me dar uma má notícia depois? Meu desempenho deve estar caindo. Ele não falaria comigo assim de outra forma.”

Veja como você poderia desafiar o overthinking:

Identifique o pensamento. “Meu chefe me elogiou, mas talvez ele estivesse sendo sarcástico ou preparando uma má notícia.”

Examine as evidências. Pergunte a si mesmo: “Existe alguma evidência concreta de que meu chefe estava sendo sarcástico? Algo no tom ou nas palavras dele sugeriu isso? Houve algum sinal de que meu desempenho está caindo?”

Considere explicações alternativas. “Talvez meu chefe estivesse genuinamente me elogiando pelo meu bom trabalho. Não há razão para acreditar que ele estava sendo sarcástico, especialmente porque ele não me deu nenhum feedback negativo recentemente.”

Questione a probabilidade. “Quais são as chances de meu chefe estar me preparando para uma má notícia com sarcasmo? Se houvesse algum problema com meu desempenho, ele não seria mais direto ou traria isso em uma reunião formal?”

Reformule o pensamento: “É mais provável que o elogio tenha sido genuíno. Meu chefe não indicou nenhum problema com meu trabalho, então provavelmente estou exagerando porque estava nervoso.”

Em resumo, reconhecer e desafiar pensamentos distorcidos é uma habilidade que leva tempo para se desenvolver. Com a prática, você pode deixar de ser uma pessoa consumida por preocupações constantes e pensamentos catastróficos para abordar as situações com uma perspectiva mais racional e equilibrada.

Autor: Mark Travers, colaborador da Forbes USA, psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

MENTE SÃ, CORPO SÃO: EMOÇÕES POSITIVAS CONTRA A HIPERTENSÃO

Ontem, 10/02/2025, uma excelente notícia foi publicada no noticiário da Rede Globo: “Estudo mostra que emoções positivas ajudam a combater a hipertensão”. Esse artigo aborda essa reportagem sob a ótica de um psicólogo.

A ciência tem investigado a conexão entre mente e corpo, e novos estudos confirmam que as emoções positivas têm um papel fundamental na saúde física. Uma pesquisa revelou que pacientes hipertensos que tiveram contato com mensagens de motivação apresentaram uma diminuição considerável da pressão sanguínea. A descoberta indica que, além do tratamento convencional, elementos psicológicos e emocionais podem ser fortes aliados na administração da hipertensão.

A hipertensão arterial é uma tradição científica sob a ótica da medicina, mas diversos pesquisadores da área da psicologia e psicoterapia realizaram estudos, investigando a influência de fatores psicológicos no desenvolvimento e manejo da doença, bem como a eficácia de intervenções psicoterapêuticas no tratamento de pacientes hipertensos. Do ponto de vista psicológico, a pressão alta pode estar associada a fatores emocionais, padrões de comportamento e aspectos de personalidade que influenciam a regulação da pressão arterial.

A hipertensão é quando a pressão arterial está sempre elevada, aumentando a carga do coração e podendo causar sérios problemas. Ela afeta a saúde e aumenta o risco de doenças cardíacas, AVC, doenças renais e outras complicações. Se descontrolada pode diminuir a expectativa de vida e prejudicar a qualidade de vida, logo, é fundamental conhecer os riscos e efeitos dessa condição para uma prevenção e tratamento eficazes. O tratamento tradicional inclui medicamentos e mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada e exercícios. Mas compreender a importância das emoções positivas na prevenção e tratamento da hipertensão é também é muito importante.

Emoções positivas incluem alegria, gratidão, esperança, amor, humor e satisfação. Elas são essenciais para o bem-estar mental e emocional. É necessário conhecê-las, pois elas promovem a saúde e auxiliam na redução da hipertensão. Cultivar emoções positivas pode levar a uma vida mais satisfatória. Devemos, então, reconhecer os tipos de emoções positivas e suas características para integrá-las eficientemente em nossa rotina.

Emoções positivas afetam o corpo e a mente de forma significativa. Reduzem a pressão arterial, reduzem a inflamação, fortalecem a imunidade e beneficiam a saúde do coração. Além disso, podem melhorar o humor, aumentar a resiliência emocional e proporcionar uma perspectiva mais positiva da vida; há também pesquisas que mostram que emoções como felicidade, gratidão e amor têm um efeito benéfico na pressão arterial. Compreender essa relação é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento da doença hipertensiva. Deve ser destacado, contudo, que essas conclusões devem ser interpretadas como um adicional ao tratamento médico, e não como uma alternativa aos medicamentos.

A hipertensão arterial reflete também o estado emocional e psicológico da pessoa, não sendo apenas uma questão médica. A psicoterapia, seja como complemento à medicação ou como estratégia para a prevenção e o controle da doença, pode oferecer ferramentas poderosas. No tratamento psicoterápico o paciente poderá processar modificação de padrões de pensamento e comportamento que podem contribuir para o tratamento da pressão alta, gerenciar o estresse, desenvolver habilidades de enfrentamento e assim, promover mudanças positivas no estilo de vida e aumentar a ativação do sistema nervoso simpático.

Diversas atividades podem proporcionar bem-estar emocional. Essas atividades incluem meditação, que relaxa a mente e diminui o estresse, e exercícios físicos regulares, que melhoram a saúde e elevam o humor. Estar em contato com a natureza, como caminhadas em parques ou passeios em áreas verdes, é essencial para melhorar o estado emocional. Hobbies, que vão de atividades artísticas a esportivas, são recomendados por promoverem a expressão pessoal e aliviarem o estresse. A busca por conexões sociais saudáveis é crucial, pois relacionamentos positivos oferecem suporte emocional em momentos difíceis. Além disso, é importante buscar profissionais de saúde mental, como psicoterapeutas e psiquiatras, que estão preparados para oferecer um apoio emocional apropriado e ajudar na construção de um estado mental saudável e equilibrado. Recomenda-se, igualmente, a definição de metas realistas e comemorar conquistas diárias, por menores que sejam, para elevar a autoestima. Evidentemente, as fontes de estresse e dificuldades desnecessárias devem ser evitadas, ao mesmo tempo em que se cultivar pensamentos positivos diante dos desafios diários. Essas práticas podem transformar a perspectiva e aumentar a qualidade de vida.

Estudos indicam que alguns traços de personalidade estão ligados ao risco de hipertensão. Indivíduos com personalidade tipo A, que apresentam competitividade, impaciência e hostilidade, tendem a ter maior risco de pressão alta. Esses indivíduos reagem mais intensamente ao estresse, mantendo o sistema cardiovascular sob tensão. Por outro lado, pessoas que cultivam emoções positivas, como gratidão e otimismo, geralmente têm melhor regulação da pressão arterial. Isso sugere que "hábitos psicológicos externos" são fundamentais para o tratamento da hipertensão. 

Nos atendimentos psicológicos que faço, notei que muitos hipertensos têm sofrimento emocional reprimido ou estão em constante alerta, fazendo da psicoterapia um suporte para desenvolver uma relação mais saudável consigo mesmos, aliviando a carga emocional que causa sintomas físicos. A pressão alta pode refletir conteúdos psíquicos não tratados, medos e dificuldades em conflitos emocionais, sendo essencial um processo terapêutico para ajudar na autorregulação emocional, resiliência e estratégias saudáveis para lidar com o estresse cotidiano. As questões como isolamento social, problemas familiares e conflitos interpessoais podem gerar estresse constante em muitos hipertensos.

Da mesma forma que evitar o consumo de álcool, não fumar e praticar exercícios físicos, cultivar pensamentos positivos e expressar gratidão podem ser considerados estratégias cruciais para uma vida mais longa e saudável.

Enfim, está confirmado cientificamente o que muitas filosofias de vida já sugeriam: o poder da positividade e do otimismo pode impactar a saúde física. Os estudos apontam para uma relação positiva entre emoções positivas e a prevenção e tratamento da hipertensão, sendo o estímulo de emoções positivas, um promotor de impactos significativos na redução da pressão arterial e na promoção da saúde cardiovascular. Portanto, adotar uma mentalidade mais otimista, praticar a gratidão e encontrar propósito de vida podem ser aliados valiosos no controle da hipertensão. Pequenos gestos, como mensagens motivacionais, podem contribuir para uma vida mais longa e saudável.

A hipertensão não deve ser vista apenas como um problema físico e biológico, mas como uma condição que pode ser influenciada por fatores psicológicos e emocionais. A integração entre psicologia e medicina pode oferecer abordagens mais eficazes para o tratamento da hipertensão, ajudando os pacientes a lidar melhor com o estresse e a promover hábitos de vida mais saudáveis.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

O ADULTO INFANTIL

Como você pode avaliar se um adulto funciona emocionalmente mais como uma criança? Como psicoterapeuta, aprendi que quase qualquer pessoa pode parecer razoavelmente "adulto" quando me encontro com ele individualmente. Por outro lado, ver a mesma pessoa numa sessão de terapia individual ou de casal me dá muito mais dados. Comportamentos equivocados, imaturos e patológicos tornam-se muito mais visíveis. Também vejo até que ponto as ações de cada parceiro (num casal) são rudes, ofensivas ou mesmo perigosamente infantis - ou calmas, respeitosas e amadurecidas.

Em minha prática clínica, trato principalmente pessoas que lutam contra a depressão, problemas sexuais, ansiedade, dificuldades no casamento ou relacionais, etc., mas às vezes, um problema subjacente é que, por uma razão ou outra, o paciente nunca cresceu. Muitas pessoas atingem a idade adulta cronológica sem ter dominado os elementos essenciais do funcionamento emocional adulto.

A idade física pode ser contada pelo número de aniversários. Especialmente com crianças, também tende a se correlacionar com altura, força e funcionamento cognitivo. A idade psicológica ou emocional, ao contrário, torna-se evidente nas reações e hábitos emocionais. Por exemplo, os adultos podem ficar calmos, enquanto as crianças tendem a se irritar mais rapidamente. Os adultos exercem um julgamento cuidadoso antes de falar, enquanto as crianças podem impulsivamente deixar escapar palavras ofensivas e sem tato.

Se as crianças quiserem uma bola ou boneca com o qual outra criança esteja brincando, é provável que estendam a mão e pegue o brinquedo. A maioria dos pré-escolares fica brava ou chora várias vezes ao dia, mesmo que sejam basicamente crianças bem alimentadas e felizes. As regras da brincadeira dos adultos, como se revezar ou não agarrar, ainda não começaram a moldar seu comportamento. Os jovens não agem de maneira consistentemente civilizada porque ainda não internalizaram as regras dos adultos "civilizados". No entanto, comportamentos normais para crianças parecem infantis e rudes quando os adultos os praticam. Você pode reconhecer o comportamento adulto infantil?

Uma maneira de pensar sobre como crianças pequenas diferem de adultos emocionalmente maduros é imaginar crianças que você conhece - talvez até seus próprios filhos, netos, sobrinhas, sobrinhos e vizinhos. Como essas crianças diferem dos adultos que você conhece e respeita? Veja alguns sinais de imaturidade emocional nos adultos.

Crianças pequenas costumam chorar, ficar com raiva ou parecer aparentemente petulante e amuado. Os adultos raramente o fazem.

Quando as coisas dão errado, as crianças procuram culpar alguém. Os adultos procuram resolver o problema.

Quando há uma situação que é desconfortável, as crianças pequenas podem mentir para não se meterem em problemas. Os adultos lidam com a realidade, falando a verdade com segurança.

As crianças xingam umas às outras. Os adultos procuram compreender as questões. Os adultos não fazem ataques às características pessoais das pessoas. Em vez disso, eles atacam o problema. Eles não desrespeitam os outros com rótulos maldosos. Existe uma exceção. Às vezes, os adultos, assim como os bombeiros que combatem os incêndios nas florestas, têm que combater o fogo com fogo. Eles podem precisar usar "fogo" para controlar uma criança zangada ou um adulto fora dos limites, a fim de fazer com que parem de seu mau comportamento.

Sobre a impulsividade, ou, como dizem os psicólogos, "controle insuficiente dos impulsos", vemos que as crianças atacam impulsivamente quando se sentem magoadas ou com raiva. Eles falam imprudentemente ou agem impulsivamente sem parar para pensar nas consequências potenciais. Da mesma forma, em vez de ouvir os pontos de vista dos outros, eles os interrompem impulsivamente. Os adultos param, resistindo ao impulso de proferir palavras ou ações ofensivas. Eles se acalmam para, em seguida, refletirem sobre o problema, buscando mais informações e analisando opções. Soldados e policiais, por exemplo, são treinados para discriminar rapidamente entre situações inofensivas e perigosas para que possam responder com rapidez suficiente para proteger potenciais vítimas de ações criminosas.

Crianças gostam de ser o centro das atenções. Já tentou conversar com uma criança de dois anos durante um jantar? As tentativas de iniciar uma discussão com outras pessoas à mesa resultaram na agitação da criança?

Uma criança fisicamente maior do que outras crianças de sua idade pode caminhar até outra criança que está brincando com um brinquedo que ela gostaria e simplesmente pegá-lo. A outra criança não pode dizer nada, para que o agressor não se volte contra ela com hostilidade. Em muitos casos, é mais seguro deixar um agressor ter o que deseja. Os adultos, por outro lado, respeitam os limites: o seu é seu e o meu é meu. Isso é um tipo de “bullying”.

Se as crianças - ou adultos - podem conseguir o que desejam porque são maiores, mais fortes ou mais ricos, correm o risco de aprender que as regras não se aplicam a eles. O que eles querem, eles pegam. Essa tendência narcisista pode inicialmente parecer força, mas, na realidade, reflete uma séria fraqueza: ser incapaz de ver além de si mesmo. Pessoas psicologicamente fortes ouvem os outros, na esperança de compreender os sentimentos, preocupações e preferências dos outros. Os narcisistas ouvem apenas a si mesmos e, como resultado, são emocionalmente frágeis. Eles agem como crianças que querem ficar fora de casa e brincar - mesmo que o jantar esteja na mesa - e que arremessam um ataque ao invés de dar ouvidos à explicação de seus pais de que a família está comendo agora. Sua mentalidade, em resumo, é "É tudo sobre mim". Aos olhos de um narcisista, ninguém mais conta; se não conseguirem o que querem, podem resultar em “bullying” para isso.

Freud cunhou o termo “mecanismos de defesa” para as formas pelas quais os indivíduos se protegem e/ou obtêm o que desejam. Os adultos usam mecanismos de defesa, como ouvir as preocupações dos outros e também as suas. Em seguida, eles se envolvem na resolução colaborativa de problemas. Essas respostas às dificuldades indicam maturidade psicológica. As crianças tendem a considerar a melhor defesa como um forte ataque. Embora essa estratégia defensiva possa funcionar no futebol, atacar quem expressa um ponto de vista diferente do que deseja é, na vida, um mecanismo de defesa primitivo.

Outra defesa primitiva é a negação - "Eu não disse isso!" ou "Eu nunca fiz isso!" quando de fato disseram ou fizeram o que afirmam não ter feito. Parece infantil para você?

Possivel inexistência de um ego observador, isto é, nenhuma capacidade de ver, reconhecer e aprender com seus erros. Quando adultos emocionalmente maduros "perdem a calma" e expressam raiva inadequadamente, eles, logo depois, com seu "ego observador", percebem que sua explosão foi inapropriada. Ou seja, eles podem ver, retrospectivamente, que seu comportamento estava fora de linha com seu sistema de valores. Eles podem ver se sua explosão foi, como dizem os psicoterapeutas, distônica do ego (contra seu sistema de valores). Crianças que ainda não internalizaram diretrizes maduras de comportamento respeitoso para com os outros, ou que não desenvolveram a capacidade de observar seus comportamentos para julgar o que está certo e o que está fora de linha, veem sua raiva como normal. Eles consideram suas explosões emocionais como “ego sintônico”, isto é, perfeitamente bem, justificando-os culpando a outra pessoa. Em outras palavras, "Eu só fiz isso porque você me criou".

Se você ou alguém que você conhece funciona mais como uma criança do que como um adulto, quais são suas opções?

É fácil amar crianças que agem como crianças. É mais difícil amar alguém que age como uma criança no corpo de um adulto. Mesmo assim, a maioria dos adultos infantis só age infantilmente quando se sente ameaçada. Portanto, se você ama alguém infantilizado, uma estratégia é se concentrar principalmente nos aspectos mais adultos e atraentes da pessoa. Se você é infantil, ame seus pontos fortes e mantenha o foco em crescer em suas áreas de hábitos menos maduras.

Outra estratégia é deixar de se surpreender quando os padrões infantis surgirem. Pensando: "Não acredito que ele/eu fiz isso!" significa que você ainda não aceitou a realidade dos comportamentos infantis. Aceitar que os comportamentos ocorrem é o primeiro e vital passo em direção à mudança.

Terceiro, se você é o “receptor” de comportamentos infantis, tome cuidado para não tentar mudar a outra pessoa. Em vez disso, descubra o que você pode fazer de forma diferente para que esses padrões não sejam mais problemáticos para você. Seu trabalho é continuar crescendo, não mudar os outros.

Por último, aprenda as habilidades do funcionamento adulto. Muito do que as "crianças" adultas fazem pode ser considerado um déficit de habilidades. Se você tende a ser infantil, aprender as habilidades dos adultos pode levá-lo à vila dos adultos.

E se você geralmente age como um adulto, quanto mais claro você for sobre o que constitui um comportamento adulto, mais você será capaz de permanecer um adulto, mesmo quando estiver interagindo com alguém que está agindo como uma criança.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.