PAULO CESAR T. RIBEIRO - Psicólogo de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Formado na Univ. de Guarulhos, especializado na área clínica, com certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), extensão e certificação em Filosofia e Meditação (PUCRS), pós graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUC RS) e com diversos cursos de aperfeiçoamento e atualização.
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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.
30 AÇÕES PARA SE CONSTRUIR UM CASAMENTO DE SUCESSO
FÃ OU FANÁTICO? REFLEXÕES SOBRE ESSE COMPORTAMENTO
O
clima no Brasil está muito “intenso”, razão suficiente para fazer uma reflexão
a respeito. Por que tantas pessoas desenvolvem conexões emocionais tão fortes
com políticos, celebridades e outras figuras públicas?
Inicialmente
devemos entender que as pessoas têm uma necessidade inata de buscar conexões,
se encaixar numa hierarquia social e criar sua "comunidade idealizada"
com seus líderes e fãs. Ou seja, quando procuramos por eles, procuramos por conexões, porém
muitos se esquecem que é preciso ter cuidado para não se tornarem fãs demais.
Quero dizer, que o perigo é tornar-se fanático, o que pode ser descrito
por duas características básicas: a absorção da individualidade na ideologia
coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. Considere “individualidade” como
a combinação única de fatores que faz de cada pessoa um ser único e
insubstituível. Quanto mais diferentes, menos as pessoas podem ser reduzidas a
traços gerais e mais exigem a compreensão do seu jeito pessoal. Isso implica em
dizer que só de maneira parcial e deficiente é que a personalidade criadora se
enquadra em categorias gerais como “estilo de época”, “ideologia de classe”,
etc., algo que os estudiosos sociais inventaram para falar de médias humanas
indistintas, mas que o medíocre insiste em aplicar como camisas de força a tudo
o que vá além da média. Veja que em insistir, já há a evidência, de forma
disfarçada, do fanatismo ao qual me refiro.
O
fanatismo traz à sociedade uma espécie de recorte das individualidades baseando-se
numa mediocridade-padrão. Adeptos fanáticos de políticos ou de partidos, por
exemplo, acabam limitando o papel dos demais, agindo, portanto, como se fossem
verdadeiros gênios da mediocridade e codificadores do fanatismo. Não considere fanatismo
apenas na interpretação comum da exaltação frenética. O verdadeiro fanatismo, manifesta-se
sereno e moderadamente, sem a necessidade de ser irritadiço, nervoso ou raivoso.
Apenas, ele está tão afinado com a ideologia coletiva que ela basta como canal
para a expressão de seus sentimentos, vivências e aspirações.
De
fato, não há como não notar que, de uns tempos para cá, as pessoas estão
manifestando opiniões cada vez mais radicais, seja sobre política, sexualidade,
direitos humanos, religião, etc. Traduzindo: os casos de fanatismo vêm ganhando
proeminência. As redes sociais parecem facilitar a divulgação desse tipo de
mensagem, que acaba encontrando eco entre outros radicais e se
retroalimentando. Trata-se de discursos cheios de extremismo, de uma obsessão
descontrolada por um conceito, um personagem ou uma pessoa, algo que, na
verdade, numa visão psicológica, acaba sendo prejudicial tanto ao fanático como
para quem convive com ele.
E o que está por trás do fanatismo? Seria uma forma de ocultar fragilidade e
insegurança? Acho importante entender as bases dessa radicalização, até mesmo
porque não se trata de um movimento exclusivo do Brasil, mas que vem ganhando
força em todas as sociedades.

Uma
outra vertente para reflexões é a seguinte: seria, o fanatismo, uma resposta à
insegurança e o medo ao julgamento dos demais, funcionando como um escudo de
proteção? Quer dizer, a pessoa se fecha em convicções “inquestionáveis” para
não ter que lidar com a sua própria fragilidade?
Em
minha opinião, os fatores promotores do fanatismo são:
- Rápidas mudanças sociais - em tecnologia, oportunidades econômicas, mudanças durante a vida, tradições, ideais, valores, expectativas, etc.
- O fato das pessoas se sentirem desconectadas do passado, assustadas no presente e sem controle do futuro.
- Competição feroz e globalização.
- Sentimento de que os outros estão adquirindo status e recursos que poderiam "ser seus".
- A ilusória sensação de conforto em pertencer a uma comunidade fechada composta por pessoas com a mesma opinião.
- Privação e desigualdade socioeconômica.
- Líderes carismáticos que, de modo confiante, fazem grandes promessas oferecendo prosperidade, segurança e estabilidade.
O
fanatismo (en passant, um fenômeno mundial) está aumentando talvez por
conta de uma superpopulação esmagadora no mundo. No Brasil, a fome, a eterna seca e a pobreza
aliam-se à migrações populacionais, à turbulência política e instabilidade social, e participam do enfraquecimento das normas culturais de consenso anteriores.
Questionamentos ideológicos que levam à dissolução dos laços familiares é uma
razão importante para o crescimento do fanatismo, assim como a crescente concentração
da riqueza e tantos outros motivos que o espaço não seria suficiente nem adequado para
discutir. Entretanto, não se pode deixar de mencionar o oportunismo de líderes
fanáticos capazes de transmitir uma mensagem
simples com poderosa convicção e constante propaganda, líderes que negam a
verdade, manipulam a realidade objetiva, distorcem fatos e criam notícias
falsas, líderes que são intolerantes à contradição e destroem a oposição, deslegitimam
e censuram visões alternativas, líderes que dividem as questões e as pessoas
nitidamente em boas e más e que criam bodes expiatórios e alvos de ódio.
Quanto ao seguidor fanático de um líder fanático, trata-se de uma pessoa que
busca uma resposta simples, proteção contra o mal imaginado, senso de
comunidade, sentir-se importante e se sentir melhor do que os
"outros", garantir direitos e recursos especiais, nesta vida ou na
próxima, redenção, vingança, etc.
O
fanatismo é uma doença como o alcoolismo. Fanatismo gera fanatismo num ciclo
vicioso retroalimentado. Fanáticos, ideólogos e absolutistas são alguns dos
flagelos da humanidade. As verdades absolutas que os fanáticos adotam podem ser religiosas ou políticas, de direita ou de esquerda,
cristãs ou islâmicas, libertárias ou comunistas, da nova era espiritual ou das
religiões antigas. Importante dizer que não é o que eles acreditam que os torna fanáticos, mas a forma como eles acreditam nisso, pensando que possuem uma palavra final e que não precisam
considerar mais evidências, não precisam se perguntar ou duvidar novamente. O
fanatismo é uma droga. Solto na sociedade é como crack ou álcool. Fanáticos
conduzem a vida como alcoólatras que acham que estão perfeitamente bem ao
volante, mas que matam pessoas inocentes, às vezes coletivamente. Porém, sabemos
que viver em conflito é viver em tormento, e esse tormento tem a função de
curar, assim como uma dor tem a função de mostrar que estamos feridos e
precisamos cuidar do machucado. Nossa sociedade está ferida e devemos entender isso.
A sociedade deve reconhecer-se contendo grupos
fanáticos e agir para reduzir esse mal. Para isso, sugiro considerar a
capacitação das pessoas, dando-lhes um senso de responsabilidade pela
comunidade, educá-los para que possam e saibam distinguir fatos reais de
falsidades sorrateiras (fake news), encorajando-os a ver através das propagandas
no rádio, nas redes sociais e nos noticiários falsos de determinados poderes
televisivos.
O
fanatismo prospera onde há privação e desigualdade. Se queremos reduzi-lo,
devemos tornar o mundo um lugar melhor - reduzindo a desigualdade, promovendo a
justiça social e garantindo uma vida digna de ser vivida. Sempre haverá
fanáticos racistas, misóginos, homofóbicos, anti-migrantes, opositores às diversas religiões, indivíduos contrários ao empoderamento feminino, etc. Mas eles devem ser contidos, nunca incentivados
como vem ocorrendo ou mesmo explorados por políticos de nosso país. E a luta
não é apenas em nosso território. Aqui somos apenas um exemplo grotesco de um
fenômeno mundial. O fanatismo continuará a prosperar, a menos que enfrentemos
suas causas na superpopulação, na desigualdade , na falta de justiça social, na ausência de fraternidade e na degradação. Trata-se de um problema
para a humanidade e a consciência planetária resolver.
Encerrando,
comento sobre o momento eleitoral. Sabemos que no Brasil existem importantes líderes fanáticos e suas significativas legiões. Será que nunca serão curados, nem seus
seguidores fanáticos? Certamente muitos dos apoiadores desses políticos são
pessoas muito mais razoáveis do que como vem se apresentando, pessoas temporariamente
enganadas neste momento, mas que provavelmente retornarão à racionalidade e
moderação quando o nosso querido Brasil encontrar sua vocação e tranquilamente caminhar rumo a um futuro auspicioso. À vista disso, devemos ponderar cuidadosamente e eleger líderes que não
sejam energúmenos, psicopatas ou maníacos, e sim, líderes que nos unam como um
só povo, em vez de encorajar divisões fanáticas e autodestrutivas como vem ocorrendo até hoje.
Um
abração e boas eleições!
Você
pode me “seguir” pelo Youtube (Canal do Psicologo), Blog, Instagram (paulocesarpsi) ou pelo Facebook
(@psicologopaulocesar) e ler gratuitamente artigos sobre a Psicologia Humana.
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com seus amigos!
Um
abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de
adolescentes, adultos, casais e gestantes.
Psicólogo de linha
humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
Palestrante sobre temas
ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação Vila Mariana do Metrô. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marcação de
consultas: Tel. e Whatsapp 11.94111-3637
PARE DE SE COMPARAR COM AS OUTRAS PESSOAS
Um hábito
destrutivo e que causa muito sofrimento é comparar-se constantemente com outras
pessoas, medindo como é a sua vida e a vida dos outros. Tem gente que compara
carros, casas, empregos, sapatos, dinheiro, relacionamentos, popularidade,
enfim, compara todo o tipo de coisas, e, no final do dia, acaba sentindo um
monte de sentimentos negativos. Isso é um verdadeiro “auto-castigo” e pode ser
interrompido! Quer saber como conseguir manter o controle necessário e encontrar
uma maneira que lhe dê mais bem-estar? Bem, aqui estão cinco dicas bem
interessantes.
Seja gentil: Verifique se a maneira como você se comporta e o que você pensa em
relação aos outros tem um grande efeito sobre você - como você age em relação a
si mesmo e o que pensa sobre si mesmo. Se esse for o caso, saiba que quanto
mais você julga as pessoas, mais você tende a se julgar também. Então, seja
mais gentil com as outras pessoas e ajude-as sempre que puder, assim você se
inclinará a ser mais gentil e útil consigo mesmo. Talvez seja um pouco
contra-intuitivo, mas os efeitos são realmente muito bons: quanto mais você amar
outras pessoas, mais intenso será o seu amor por você mesmo. Portanto, foque
sua mente em ajudar as pessoas e ser gentil com elas. Isso fará você deixar de
julgar a si e aos demais e você se sentirá estimulado a dar atenção em coisas
positivas em si próprio e nas pessoas ao seu redor. Você ficará melhor consigo
mesmo e com as pessoas do seu mundo, em vez de classificá-las e a si mesmo, criando
diferenças em sua mente.
Não entre nessa de curtir heróis: Você sabia que quando você começa a considerar pessoas do seu dia-a-dia como sendo “mitos”, você corre o risco de se desconectar deles como pessoas próximas a você? - mesmo que elas tenham produzido resultados extraordinários! É assim: você pode começar a sentir que nunca conseguiria coisas semelhantes às que os novos “mitos” fizeram, e considerá-los como sendo “muito diferentes”. Por isso, é importante ter em mente que todos são apenas seres humanos e que não há hierarquia entre as pessoas, não importa quem elas sejam. Quando você tem alguns heróis, é provável que você pense também sobre o oposto, criando imagens de vilões com as pessoas do seu cotidiano. Isso é bem confuso, na verdade... mas se ficar colocando pessoas em pedestais ou criando vilões em sua cabeça, você está gerando um monte de barreiras e obstáculos – isso pode lhe dar uma sensação de estar certo mas também pode impedir-lhe de viver experiências positivas. A abertura é, a longo prazo, mais divertida do que julgar.
Apenas perceba que você não pode vencer: Se você tiver consciência disso, já será bastante útil. Não importa o que você faça, você sempre poderá encontrar alguém no mundo que é melhor do que você em alguma coisa. Sim, você pode se sentir superbem por um tempo quando comprar um carro melhor do que o de seu vizinho. Mas em uma ou duas semanas depois, você verá algum outro vizinho ou colega de trabalho com um carro ainda melhor que o seu.
Desista de todas as comparações: Se você não pode parar de fazer as comparações
negativas, pare de fazer qualquer tipo de comparação. Se você ficar no espaço
mental onde você se compara para se sentir melhor sobre você mesmo, então vai
ser difícil parar de fazer as comparações negativas – muito provavelmente você
só fará comparações para que lhe levarão a se sentir pior e inferior. Você precisar
largar esse hábito de comparação, inclusive desistir das comparações positivas
para se afastar das comparações ruins.
Compare-se consigo mesmo: Em vez de se comparar com outras pessoas, crie o hábito de se comparar consigo mesmo. Veja o quanto você cresceu, o que você já alcançou e que progresso você fez em relação aos seus objetivos, ou seja, mantenha o foco sobre as suas realizações. Este hábito tem o benefício de gerar gratidão, apreciação e bondade em direção a si próprio enquanto você observa o quão longe chegou, os obstáculos que superou e as coisas boas que você fez. Assim, se sentirá bem consigo mesmo sem ter que pensar em outras pessoas.
Um Abração e cuide se sua autoestima!
Espero que o artigo lhe seja útil. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) que podem ser interessantes para o seu momento de vida!
CLIQUE AQUI para ler sobre como a baixa autoestima pode lhe prejudicar a sua carreira profissional..Você pode me “seguir” pelo Blog, Instagram (paulocesarpsi) ou pelo Facebook (@psicologopaulocesar) e ler gratuitamente artigos sobre a Psicologia Humana.
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Não entre nessa de curtir heróis: Você sabia que quando você começa a considerar pessoas do seu dia-a-dia como sendo “mitos”, você corre o risco de se desconectar deles como pessoas próximas a você? - mesmo que elas tenham produzido resultados extraordinários! É assim: você pode começar a sentir que nunca conseguiria coisas semelhantes às que os novos “mitos” fizeram, e considerá-los como sendo “muito diferentes”. Por isso, é importante ter em mente que todos são apenas seres humanos e que não há hierarquia entre as pessoas, não importa quem elas sejam. Quando você tem alguns heróis, é provável que você pense também sobre o oposto, criando imagens de vilões com as pessoas do seu cotidiano. Isso é bem confuso, na verdade... mas se ficar colocando pessoas em pedestais ou criando vilões em sua cabeça, você está gerando um monte de barreiras e obstáculos – isso pode lhe dar uma sensação de estar certo mas também pode impedir-lhe de viver experiências positivas. A abertura é, a longo prazo, mais divertida do que julgar.
Apenas perceba que você não pode vencer: Se você tiver consciência disso, já será bastante útil. Não importa o que você faça, você sempre poderá encontrar alguém no mundo que é melhor do que você em alguma coisa. Sim, você pode se sentir superbem por um tempo quando comprar um carro melhor do que o de seu vizinho. Mas em uma ou duas semanas depois, você verá algum outro vizinho ou colega de trabalho com um carro ainda melhor que o seu.

Compare-se consigo mesmo: Em vez de se comparar com outras pessoas, crie o hábito de se comparar consigo mesmo. Veja o quanto você cresceu, o que você já alcançou e que progresso você fez em relação aos seus objetivos, ou seja, mantenha o foco sobre as suas realizações. Este hábito tem o benefício de gerar gratidão, apreciação e bondade em direção a si próprio enquanto você observa o quão longe chegou, os obstáculos que superou e as coisas boas que você fez. Assim, se sentirá bem consigo mesmo sem ter que pensar em outras pessoas.
Um Abração e cuide se sua autoestima!
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Psicólogo
Paulo Cesar
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VOCÊ TEM O DIREITO DE DIZER NÃO
( Série: reeditando artigos interessantes)
Fui estimulado a escrever esse pequeno
texto por conta da quantidade de pessoas que me falam durante a terapia, que
não conseguem dizer NÃO em várias situações de suas vidas. Então, já de início
quero lhe dizer: “Você tem todo o direito de dizer NÃO!”. E como fazer isso?

Todos
nós, certamente, já passamos por essa dificuldade. Vou compartilhar com você
algumas dicas que sempre vão lhe ajudar a dizer NÂO.
Lembre-se,
você tem o direito de dizer não - Mesmo que algumas pessoas tentem culpá-lo,
manipulá-lo ou força-lo a falar SIM, essa sempre será a sua vida e seus
direitos e não a vida do outro nem os direitos dele. Você é quem vai lidar com
as consequências de sua resposta, então, diga NÃO, se essa é a sua vontade.
Por
que você está dizendo não? - Quando você estiver prestes a dizer NÃO, lembre-se
dos motivos que estão levando-lhe a fazer isso. Concentre-se nas coisas
positivas que se abrirão em sua vida, como ter mais tempo para a sua família,
amigos, esposa ou namorada, algum hobby ou simplesmente para relaxar e diminuir
seu cansaço ou estresse. Essas coisas positivas vão ajudá-lo a prosseguir com a
sua decisão, mesmo que seja difícil.
Seja
gentil e, em seguida, comunique a sua decisão: É mais fácil para as pessoas
aceitarem o seu NÃO se você for gentil e honestamente “desarmar” a outra
pessoa. Você poderia, por exemplo, fazer isso dizendo que está lisonjeado e que
você gosta da pessoa ou do que ele representa ou ainda do que ele está
oferecendo. Daí, então, você pode (por exemplo) acrescentar que você não tem disponibilidade
para aceitar e fazer o que ele quer.
Mantenha elevada a sua autoestima: Se você não se valoriza, também não valoriza muito o seu tempo ou as coisas que faz. Uma das coisas mais poderosas para tornar mais fácil dizer NÃO é uma boa autoestima. Quanto melhor a autoestima, melhor a assertividade, e com isso o tempo, a vontade e a energia pessoal ficam muito mais valiosos, tornando-se coisas que você não vai querer desperdiçar.
Mantenha elevada a sua autoestima: Se você não se valoriza, também não valoriza muito o seu tempo ou as coisas que faz. Uma das coisas mais poderosas para tornar mais fácil dizer NÃO é uma boa autoestima. Quanto melhor a autoestima, melhor a assertividade, e com isso o tempo, a vontade e a energia pessoal ficam muito mais valiosos, tornando-se coisas que você não vai querer desperdiçar.
Outra consequência
de uma elevada autoestima é que, com certeza, o seu senso do que merece na vida
var ser cada vez mais exigente, e assim, será menos tolerante à ideia de ceder
às formas negativas de persuasão das outras pessoas. A autoestima é algo
importante em nossas vidas. Se você não consegue mudar, elevando-a por seus
próprios modos, não deixe de considerar fazer psicoterapia, pois é um excelente
recurso para isso.
Espero que tenha gostado desse artigo. Há vários outros artigos no Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br) - acesse-os! CLIQUE AQUI para ler mais sobre a ditadura da beleza.
Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
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UMA INFÂNCIA DIFÍCIL PODE AFETAR RELACIONAMENTOS NA VIDA ADULTA

Como o trauma em fase de desenvolvimento impacta a
formação de identidade?
A
formação de identidade (incluindo o senso de ser bom o suficiente, a integração
da emoção e do intelecto, a consciência básica do estado emocional, o sentir-se
seguro e coerente como indivíduo, e até mesmo a percepção básica de quem
realmente se é) é uma parte importante do desenvolvimento psicológico e ocorre
ao longo da vida. Essa formação é interrompida pelo trauma porque a sobrevivência
básica tem precedência e usa recursos normalmente alocados para o
desenvolvimento normal do indivíduo. Um trauma precoce também desloca a
trajetória do desenvolvimento do cérebro pois um ambiente caracterizado pelo
medo e negligência, por exemplo, causa diferentes adaptações dos “circuitos
cerebrais” alterando as sensações de segurança e amor. Quanto mais cedo ocorre a
aflição, mais profundo é o efeito.
A tarefa de desenvolver a identidade na idade adulta, desafiadora o suficiente (embora recompensadora) para aqueles com uma educação segura e enriquecedora, é especialmente preocupante para aqueles que lidam com as consequências de terem sofrido um trauma durante a fase de desenvolvimento. Devido aos atrasos causados por defesas psicológicas, “auto-repressões” e pelas consequências na vida adulta (que frequentemente incluem abuso de substâncias psicoativas, transtornos alimentares, depressão, maior risco para muitos problemas de saúde, problemas comportamentais, dificuldade em relacionamentos pessoais e desenvolvimento profissional), o desenvolvimento e definição da identidade pessoal fica prejudicado.
A identidade em adultos que não resolveram traumas ocorridos na infância é, na maioria das vezes, organizada em torno da idéia de ser um sobrevivente e de conseguir manter a sua segurança em relação aos outros, levando-os a repetições re-traumatizantes e desalentadoras e impedindo experiências orientadas para o crescimento. Indivíduos nessa situação tornam-se facilmente identificados por um "eu traumático", à custa de um senso de si mesmo mais inclusivo e flexível. Pessoas com traumas significativos se dissociam de seu ambiente e de si mesmos desde o início e podem permanecer “desconectadas” até o começo da idade adulta, apenas reconhecendo o que aconteceu quando não há outra escolha.
Com estas considerações em mente, passo a destacar as principais maneiras pelas quais a identidade tende a ser moldada por experiências traumáticas. Uma psicoterapia pode ajudar bastante na compreensão desses temas básicos e que muitas vezes resultam de efeitos dissociativos sobre a personalidade traumatizada. Isso pode ajudar as pessoas a reconhecerem áreas de dificuldade para que possam começar a realizar o trabalho de recuperação, reparação e crescimento pessoal. Para ilustrar, seguem algumas situações traumatizantes nas vidas de muitas pessoas
“Perda da infância”: "Eu nunca tive uma infância" ou "não me lembro muito de como cresci": As pessoas que passam por uma infância muito angustiante muitas vezes não conseguem lembrar grandes partes de suas vidas. Elas podem se lembrar de momentos específicos chamados de "memórias de flash" mas que não representam qualquer contexto para elas. Geralmente não possuem uma história clara de si mesmos quando eram crianças, adolescentes ou quando estavam no início da vida adulta; às vezes, isso inclui até mesmo períodos mais tardios em suas vidas. Essa "narrativa coerente" da própria biografia pode ser ausente, subdesenvolvida, falsa ou simplista demais. Muitas pessoas me disseram que sentem que sua infância foi “roubada” e, sem essa base, a identidade adulta é comprometida.
“Faltando partes de si mesmo”: "Eu sempre senti que algo estava faltando, mas eu não sei o que é.": Com o sofrimento crônico consequente do trauma, as crianças muitas vezes desconectam partes fundamentais de si mesmas para sobreviverem. Elas podem confiar numa pessoa importante a fim de terem estabilidade e fazerem parecer que tudo está bem - como ser um estudante exemplar -, tendo pouca ou nenhuma vida pessoal real. Mais tarde na vida, elas podem sentir que partes de si estão faltando. Através do crescimento pessoal e da psicoterapia, elas podem redescobrir e até mesmo criar novamente essas partes que faltam. Às vezes, essas partes estão lá, guardadas para melhores momentos, se quiserem, mas com um sentimento mais jovem do que a sua personalidade atual. É comum que essas partes ausentes estejam associadas a estados emocionais e lembranças particulares, e a compreensão das suas relações leva a um senso de identidade mais completo.
“Tendência a ter relacionamentos destrutivos”: "Eu sou o tipo de pessoa que sempre namora pessoas que são ruins para mim.": Não é incomum que pessoas traumatizadas acabem tendo amizades, relacionamentos românticos e até mesmo prefiram estar em ambientes de trabalho que não são bons para elas. Há encontros com outras pessoas que se encaixam em suas identidades traumáticas, mesmo quando estão tentando fazer escolhas diferentes e melhores, acarretando numa nova traumatização através da repetição do passado. Elas podem viver em torno de pessoas emocionalmente indisponíveis, abusivas ou narcisistas, ou acabam tentando resgatar e consertar aqueles(as) com quem namoram. Conscientemente, querem encontrar alguém que possa fornecer o que intelectualmente sabem que precisam e desejam, mas as influências do inconsciente as levam a caminhos indesejados e já vivenciados. Uma pessoa assim, frequentemente, percebe uma "química" poderosa num novo relacionamento, o que faz parecer que será diferente e melhor, apenas para aprender com os desapontamentos que se repetem. Quando os amigos tentam avisá-la, é comum não os escutar. Recorrentemente essa pessoa entra em relacionamentos destrutivos que podem ser desorientadores e confusos, levando-a a questionar a autocompreensão e a manter-se na antiga identidade, impedindo que sua real identidade crie raízes.
“Evitar relacionamentos”: "Eu sou alguém que está melhor sozinho": Alternativamente, pessoas com experiências negativas envolvendo relacionamentos íntimos podem optar por evitar a proximidade e isolarem-se. Independente do início dessa opção, representa uma tentativa de quebrar o ciclo de relacionamentos prejudiciais. Porém, relacionamentos saudáveis com outras pessoas são cruciais para o desenvolvimento pessoal, pois apresentam oportunidades de crescimento e mudança. A falta delas na vida adulta, ainda que como medida de autoproteção, prejudica em muito o desenvolvimento de uma identidade totalmente adulta, já que solidifica uma autopercepção de indignidade e autocondenação. Há muitas exceções à sensação de que somos muito falhos para com os outros, os quais “merecem algo melhor”. A maioria de nós tem a capacidade de oferecer mais do que achamos que fazemos e, assim, tornar-se mais apreciadores de nós mesmos. Mas é muito complicado falar aqui sobre esperança, fé em si mesmo e como se desdobra um longo processo de recuperação.
“Evitar a si próprio”: "Não gosto de pensar em mim mesmo; isso só me faz sentir mal": Especialmente quando o trauma infantil ocorreu com um membro determinante em seus relacionamentos (pais, irmãos e outras pessoas importantes), qualquer lembrança dessas experiências pode levar a esforços para administrar emoções e experiências dolorosas através da fuga de si mesmo. Levado ao extremo, isso pode levar a pessoa à autodestruição. A conexão consigo mesmo, bem como com os outros, é um lembrete poderoso do trauma vivido, ativando memórias e emoções que muitas vezes são muito fortes para se lidar. O cuidado consigo próprio é prejudicado e a pessoa aprende a viver como se fosse separada de si mesma como uma questão de hábito. Podem não ser capazes de refletir sobre si mesmos, e fugir de qualquer encorajamento para fazê-lo. O sentido de si é muitas vezes caracterizado por nojo e maldade essencial, refletindo uma identidade traumática rígida.
“Dificuldade em integrar emoções à identidade”: "Eu não sou o tipo de pessoa que tem sentimentos fortes sobre as coisas": Quando os sentimentos não têm lugar na família de origem, as emoções se separam da identidade. Continuam a ter influência, levando à confusão e a uma sensação instável de identidade porque a pessoa é incapaz de prever, quanto mais controlar, emoções fortes. Precisamos de dados emocionais para sermos nós mesmos e para tomarmos decisões. A falta de regulação emocional causa problemas devido às decisões impulsivas e atrapalha a formação de relacionamentos saudáveis com os outros.
As pessoas podem experimentar uma sensação de entorpecimento emocional ou (paradoxalmente) sentir que não têm nenhuma emoção. Elas podem experimentar uma gama limitada de emoções ou sentir emoções suaves. Podem, por exemplo, ser capazes apenas de sentir emoções vagas, como frustração ou tédio, ou podem bloquear a insatisfação até que a raiva exploda. Elas podem sentir emoções negativas sobre si mesmas, como nojo e auto-aversão e recuar de qualquer coisa ou de qualquer pessoa que apresente uma visão positiva, podem também sentir-se desconfortáveis com a gratidão dos outros, "não saber elogiar" ou ser desconfiadas quando outros expressam bondade. Elas podem ainda adotar uma identidade excessivamente intelectualizada, agindo de forma afetada ou desajeitada em relação aos outros. Isso evidentemente leva à dificuldade nos relacionamentos pessoais, pois as emoções são necessárias para a intimidade e moldam as escolhas de carreira, limitando, muitas vezes, o avanço pessoal. A identidade é estreita e plana, e reintegrar as emoções ao senso de si mesmo, embora recompensador e necessário ao crescimento, pode ser muito desafiador, repleto de medos e de difíceis experiências de aprendizado.
Caro(a) leitor(a), embora possa ser um pouco assustador obter conhecimentos sobre os efeitos que ocorrem na vida adulta consequentes de trauma ocorrido em fases do desenvolvimento, os esforços psicoterapêuticos são eficazes. A recuperação, o luto e o crescimento muitas vezes ocorrem durante um período mais longo do que se desejaria, tendo a reconexão consigo mesmo, muitas etapas. Estabeleça metas de longo prazo (atingíveis) e “trabalhe” para alcançá-las – isso é importante, mesmo que não lhe pareça possível ou verdadeiro! Trabalhar para atingir um cuidado pessoal básico é o primeiro passo vital, assim como procurar ajuda especializada para isso. Desenvolver compaixão e paciência consigo mesmo pode ser difícil, mas será sempre muito útil.
Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:
- Blog do Psicólogo (www.blogdopsicologo.com.br)
- YouTube(https://youtube.com/c/CanaldoPsicologo)
- Facebook (https://www.facebook.com/paulocesarpctr/)
- Instagram (@paulocesarpsi)
Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
- Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
- Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
- Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
- Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
- Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
- Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
- Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
SUPERE OS TRAUMAS DE INFÂNCIA E PARE COM A AUTOSSABOTAGEM
Você vai ver a luz na escuridão / Você verá algum nisso / E quando você fizer sua jornada secreta / Você vai encontrar esse amor que lhe faz falta - The Police (Banda inglesa de rock)

Saiba com que você está lidando. Ao fazer um plano para resolver qualquer problema
complexo, é necessário saber com o que estamos lidando. O trauma infantil ou de
adolescência não é exceção. No entanto, como uma das formas mais comuns de
responder à angústia é a evitação, o trauma do desenvolvimento pode se
manifestar de muitas maneiras que não estão obviamente relacionadas com
experiências anteriores. Na minha experiência, muitas pessoas só reconhecem a
origem traumática de seus problemas após anos de sofrimento. É crucial observar
se alguém se identificou com o próprio trauma e considerar como a vítima foi
influenciada pela percepção de si mesmo, dos outros e da realidade, a fim de
tomar decisões sobre ações reparadoras.
Não é
incomum ter sido diagnosticado com outros transtornos de saúde mental, como
transtorno bipolar e vários transtornos de personalidade, antes que o
componente de desenvolvimento seja reconhecido. O próprio paciente esconde
informações sobre o trauma por muito tempo, e os esconde para si e para os
outros. Os sintomas pós-traumáticos e dissociativos passam despercebidos, e a ação
dessas questões nas relações pessoais, no cuidado consigo mesmo e na vida
profissional é atribuída a outros fatores - muitas vezes reforçando a “autoculpabilização”,
os padrões de autodestruição e a tendência a pressionar outros para longe. Por
quê? Porque muitas vezes há no ar, um clima de "não pergunte, não diga
nada" e assim manter o assunto trauma na sombra. Isso é tipicamente
institucionalizado e é sem dúvida um componente central de nossa cultura -
ignorar e minimizar o trauma. Isso ajuda a manter o status quo individual,
preservando a estabilidade com um elevado custo para a saúde psicológica.
Como acima
citado, mesmo em ambientes de avaliação clínica, é muito comum que os pacientes
omitam experiências traumáticas. Muitas vezes, o foco concentra-se em um
problema como depressão, ansiedade, dependência, transtornos alimentares e
assim por diante e, com frequência, tentar abordar os fatores subjacentes pode levar
o paciente à grande resistência individual (e familiar). Não abordar os
problemas subjacentes cria um ciclo vicioso, frequentemente impulsionado por
sentimentos como vergonha e dor psicológica, para criar um não-reconhecimento
crônico. Os pacientes frequentemente repetem um padrão básico de sua família,
com a intenção de encobrir o abuso e a negligência e fingir que estava tudo
bem.
Coloque o trauma em perspectiva. Isso pode parecer um insulto para alguém que
viveu experiências terríveis!!! É difícil reconhecer a presença de traumas nas
fases de desenvolvimento, é um ato delicado de equilíbrio que leva tempo. Mas ser
super-identificado com o trauma pode reforçar uma identidade de vitimização,
levando-o a viver apenas como uma pessoa traumatizada num mundo traumatizante.
Da mesma forma, com o trauma não resolvido, estamos mais propensos a perpetrar
contra os outros sem saber. Podemos nos tornar prestadores de cuidados
compulsivos, às vezes até exagerando com os necessitados, em nosso próprio
detrimento. Colocar as experiências traumáticas em perspectiva - trabalhar para
visualizar um contexto que permita entender o trauma no alcance mais amplo da
vida, ao mesmo tempo em que constrói novas experiências saudáveis e pessoais
- pode levar a um maior empoderamento e uma mudança para um sentido não
traumático do próprio Eu.
Esteja ciente no momento. A desregulação emocional é uma característica
comum do trauma não resolvido. Muitas vezes há adormecimento e dissociação, bem
como fixação e preocupação, ou alguma mistura de ambos os extremos. Como a
experiência traumática é muitas vezes dirigida pela evitação das memórias e das
emoções, muitas pessoas com esse tipo de trauma não resolvido ou em resolução
lutam para permanecer presentes consigo mesmos e com os outros. Essa capacidade
básica de sentar-se e nomear experiências difíceis não se desenvolveu
adequadamente devido ao trauma inicial, mas pode ser cultivada como parte da
recuperação e do crescimento pós-traumático. A meditação pode ser útil para
isso - meditações baseadas na compaixão e práticas de bondade amorosa, próprias
de tradições orientais como o budismo tibetano e o hinduísmo, podem ser úteis, pois
se destinam a corrigir diretamente as consequências fundamentais do trauma de
desenvolvimento. É importante ter autoconsciência em pequenas doses, aumentando
a proficiência e digerindo gradualmente as experiências que surgirem.
Aprenda a regular as emoções. Por causa dos desafios do controle emocional que
o trauma não resolvido apresenta, é crucial aprender a lidar de maneira
diferente. Isso está de mãos dadas com a consciência, já que ter ferramentas
eficazes de enfrentamento permite que se reconheça e responda a experiências
desafiadoras em si mesmo, sem tanto medo de piorar as coisas como resultado. Em
vez de ficar preso em ciclos viciosos de reconhecimento fracassado e sofrimento
adicional, concentrar-se no enfrentamento e na conscientização pode levar a
ciclos virtuosos de desenvolvimento de maior capacidade e de avançar com
problemas que antes eram intratáveis. Normalmente, é um processo lento,
especialmente no início, mas mudanças positivas se acumulam com o tempo e se
tornam mais estabelecidas, o que provavelmente levará a mudanças estáveis e
duradouras. A psicoterapia é uma abordagem estruturada apropriada para esses
casos.
Reescreva sua história. Como os sistemas cerebrais baseados no medo
dominam o trauma, a própria história de si mesmo é dominada por percepções
geralmente unilaterais e negativas de si mesmo e dos outros, bem como da
expectativa de um mundo inseguro e indiferente, ou mesmo malévolo. Esta é uma
história de autoproteção, mas infelizmente tem um preço muito alto pois faz a
pessoa ficar longe de novas experiências, o que pode ser positivo e útil por
causa de medos exagerados. É comum interpretar as intenções e os eventos dos
outros em sua vida negativamente para gerenciar expectativas e tentar evitar a
repetição de lesões e decepções. A desconfiança é um tema dominante e molda as
decisões. Faz sentido - sobreviver a uma experiência traumática de
desenvolvimento muitas vezes exige tais medidas, mas fora de contexto na idade
adulta, como uma visão única da vida, é muito rígido e muitas vezes leva à
repetição, que é dolorosa, mas confirma a crença em um mundo traumatizante.
Reescrever
a história, colocar o trauma no contexto, mostrou ser um método eficaz para
sair do modo de sobrevivência e mudar nossa abordagem para nós mesmos, para os
outros e para a vida em geral. É mais fácil dizer do que fazer, pois isso
envolve mais assuntos desafiadores. A psicoterapia é uma abordagem estruturada
que visa recontextualizar o trauma e ajuda a sintonizar o cérebro de modo que
os sistemas baseados no medo exerçam a quantidade certa de controle - nem muito
nem pouco.
É
fundamental praticar novos padrões na vida real, como parte da reescrita de
nossas histórias. Procurar experiências positivas ao longo do tempo conduz à
construção de um histórico de expectativas mais otimistas e afasta a crença de
que a vida é indiscutivelmente ruim. Mesmo a simples ideia de fazer essas
mudanças pode parecer perturbadora, desafiando adaptações básicas ao sofrimento
crônico; assim, essa sugestão pode ser recebida com confusão, ansiedade e até
hostilidade.
Além
disso, muitos condutores de experiências traumáticas são inconscientes, e os
esforços para fazer melhores escolhas podem levar a decepções e sentimentos de
desamparo quando não dão certo. É importante estar ciente e gerenciar as
emoções, a fim de entender que a “desaprendizagem” de padrões antigos e a
reaprendizagem de novos padrões terá altos e baixos antes de se tornarem mais
consistentes e confiáveis.
Seja bem cuidadoso consigo mesmo. Estamos falando de um trauma que sempre gera um
senso negativo de si mesmo. Podemos nos sentir indignos de amor e cuidado,
podemos nos auto-culpar demais e podemos acreditar que qualquer atenção a nós
mesmos é egoismo. Além disso, cuidar de si pode ser simplesmente desconhecido,
um conjunto de habilidades que nunca se desenvolveu totalmente. Estou
referindo-me a cuidar de si mesmo física, emocional, psicológica e
espiritualmente. Adotar o hábito de cuidar-se leva tempo porém causa uma
sensação de maior eficácia, cria resiliência e reduz os impactos negativos à
saúde mental e física.
Trabalhe com os outros. Como o trauma muitas vezes divide as pessoas,
especialmente nas famílias, levando à fragmentação e à mentalidade de
"cada um por si", é importante reconhecer que trabalhar sozinho na
recuperação pode não ser eficiente e até mesmo pode estagnar em algum momento.
Trabalhar com outras pessoas pode ser informal ou envolver grupos de pessoas em
diferentes contextos, desde grupos de meditação a grupos de recuperação a
contextos clínicos. Ser capaz de pedir ajuda é uma parte importante desse
cuidado, e pode ser difícil de fazer, especialmente quando o trauma veio de
pessoas de confiança. Ter um grupo de apoio pode ser de grande valia, especialmente
quando as coisas estão ruins.
Seja paciente. O crescimento leva tempo. Há períodos
em que as coisas podem melhorar e outros em que tudo parece muito sombrio e
terrível. O objetivo geral é estabelecer um padrão diferente e ser persistente
para manter o processo, em vez de se concentrar nos sucessos e fracassos de
curto prazo. Paciência, compaixão e curiosidade são também objetivos de longo
prazo do processo, bons para cultivar com a compreensão de que o esforço
contínuo vale a pena, em vez de ter uma expectativa de desenvolvê-los da noite
para o dia. Nossa atitude básica sobre a própria mudança pode mudar,
proporcionando alívio e espaço para o desenvolvimento em novas direções.
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
- Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
- Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
- Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
- Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
- Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
- Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
- Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
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