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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

O ADULTO INFANTIL

Como você pode avaliar se um adulto funciona emocionalmente mais como uma criança? Como psicoterapeuta, aprendi que quase qualquer pessoa pode parecer razoavelmente "adulto" quando me encontro com ele individualmente. Por outro lado, ver a mesma pessoa numa sessão de terapia individual ou de casal me dá muito mais dados. Comportamentos equivocados, imaturos e patológicos tornam-se muito mais visíveis. Também vejo até que ponto as ações de cada parceiro (num casal) são rudes, ofensivas ou mesmo perigosamente infantis - ou calmas, respeitosas e amadurecidas.

Em minha prática clínica, trato principalmente pessoas que lutam contra a depressão, problemas sexuais, ansiedade, dificuldades no casamento ou relacionais, etc., mas às vezes, um problema subjacente é que, por uma razão ou outra, o paciente nunca cresceu. Muitas pessoas atingem a idade adulta cronológica sem ter dominado os elementos essenciais do funcionamento emocional adulto.

A idade física pode ser contada pelo número de aniversários. Especialmente com crianças, também tende a se correlacionar com altura, força e funcionamento cognitivo. A idade psicológica ou emocional, ao contrário, torna-se evidente nas reações e hábitos emocionais. Por exemplo, os adultos podem ficar calmos, enquanto as crianças tendem a se irritar mais rapidamente. Os adultos exercem um julgamento cuidadoso antes de falar, enquanto as crianças podem impulsivamente deixar escapar palavras ofensivas e sem tato.

Se as crianças quiserem uma bola ou boneca com o qual outra criança esteja brincando, é provável que estendam a mão e pegue o brinquedo. A maioria dos pré-escolares fica brava ou chora várias vezes ao dia, mesmo que sejam basicamente crianças bem alimentadas e felizes. As regras da brincadeira dos adultos, como se revezar ou não agarrar, ainda não começaram a moldar seu comportamento. Os jovens não agem de maneira consistentemente civilizada porque ainda não internalizaram as regras dos adultos "civilizados". No entanto, comportamentos normais para crianças parecem infantis e rudes quando os adultos os praticam. Você pode reconhecer o comportamento adulto infantil?

Uma maneira de pensar sobre como crianças pequenas diferem de adultos emocionalmente maduros é imaginar crianças que você conhece - talvez até seus próprios filhos, netos, sobrinhas, sobrinhos e vizinhos. Como essas crianças diferem dos adultos que você conhece e respeita? Veja alguns sinais de imaturidade emocional nos adultos.

Crianças pequenas costumam chorar, ficar com raiva ou parecer aparentemente petulante e amuado. Os adultos raramente o fazem.

Quando as coisas dão errado, as crianças procuram culpar alguém. Os adultos procuram resolver o problema.

Quando há uma situação que é desconfortável, as crianças pequenas podem mentir para não se meterem em problemas. Os adultos lidam com a realidade, falando a verdade com segurança.

As crianças xingam umas às outras. Os adultos procuram compreender as questões. Os adultos não fazem ataques às características pessoais das pessoas. Em vez disso, eles atacam o problema. Eles não desrespeitam os outros com rótulos maldosos. Existe uma exceção. Às vezes, os adultos, assim como os bombeiros que combatem os incêndios nas florestas, têm que combater o fogo com fogo. Eles podem precisar usar "fogo" para controlar uma criança zangada ou um adulto fora dos limites, a fim de fazer com que parem de seu mau comportamento.

Sobre a impulsividade, ou, como dizem os psicólogos, "controle insuficiente dos impulsos", vemos que as crianças atacam impulsivamente quando se sentem magoadas ou com raiva. Eles falam imprudentemente ou agem impulsivamente sem parar para pensar nas consequências potenciais. Da mesma forma, em vez de ouvir os pontos de vista dos outros, eles os interrompem impulsivamente. Os adultos param, resistindo ao impulso de proferir palavras ou ações ofensivas. Eles se acalmam para, em seguida, refletirem sobre o problema, buscando mais informações e analisando opções. Soldados e policiais, por exemplo, são treinados para discriminar rapidamente entre situações inofensivas e perigosas para que possam responder com rapidez suficiente para proteger potenciais vítimas de ações criminosas.

Crianças gostam de ser o centro das atenções. Já tentou conversar com uma criança de dois anos durante um jantar? As tentativas de iniciar uma discussão com outras pessoas à mesa resultaram na agitação da criança?

Uma criança fisicamente maior do que outras crianças de sua idade pode caminhar até outra criança que está brincando com um brinquedo que ela gostaria e simplesmente pegá-lo. A outra criança não pode dizer nada, para que o agressor não se volte contra ela com hostilidade. Em muitos casos, é mais seguro deixar um agressor ter o que deseja. Os adultos, por outro lado, respeitam os limites: o seu é seu e o meu é meu. Isso é um tipo de “bullying”.

Se as crianças - ou adultos - podem conseguir o que desejam porque são maiores, mais fortes ou mais ricos, correm o risco de aprender que as regras não se aplicam a eles. O que eles querem, eles pegam. Essa tendência narcisista pode inicialmente parecer força, mas, na realidade, reflete uma séria fraqueza: ser incapaz de ver além de si mesmo. Pessoas psicologicamente fortes ouvem os outros, na esperança de compreender os sentimentos, preocupações e preferências dos outros. Os narcisistas ouvem apenas a si mesmos e, como resultado, são emocionalmente frágeis. Eles agem como crianças que querem ficar fora de casa e brincar - mesmo que o jantar esteja na mesa - e que arremessam um ataque ao invés de dar ouvidos à explicação de seus pais de que a família está comendo agora. Sua mentalidade, em resumo, é "É tudo sobre mim". Aos olhos de um narcisista, ninguém mais conta; se não conseguirem o que querem, podem resultar em “bullying” para isso.

Freud cunhou o termo “mecanismos de defesa” para as formas pelas quais os indivíduos se protegem e/ou obtêm o que desejam. Os adultos usam mecanismos de defesa, como ouvir as preocupações dos outros e também as suas. Em seguida, eles se envolvem na resolução colaborativa de problemas. Essas respostas às dificuldades indicam maturidade psicológica. As crianças tendem a considerar a melhor defesa como um forte ataque. Embora essa estratégia defensiva possa funcionar no futebol, atacar quem expressa um ponto de vista diferente do que deseja é, na vida, um mecanismo de defesa primitivo.

Outra defesa primitiva é a negação - "Eu não disse isso!" ou "Eu nunca fiz isso!" quando de fato disseram ou fizeram o que afirmam não ter feito. Parece infantil para você?

Possivel inexistência de um ego observador, isto é, nenhuma capacidade de ver, reconhecer e aprender com seus erros. Quando adultos emocionalmente maduros "perdem a calma" e expressam raiva inadequadamente, eles, logo depois, com seu "ego observador", percebem que sua explosão foi inapropriada. Ou seja, eles podem ver, retrospectivamente, que seu comportamento estava fora de linha com seu sistema de valores. Eles podem ver se sua explosão foi, como dizem os psicoterapeutas, distônica do ego (contra seu sistema de valores). Crianças que ainda não internalizaram diretrizes maduras de comportamento respeitoso para com os outros, ou que não desenvolveram a capacidade de observar seus comportamentos para julgar o que está certo e o que está fora de linha, veem sua raiva como normal. Eles consideram suas explosões emocionais como “ego sintônico”, isto é, perfeitamente bem, justificando-os culpando a outra pessoa. Em outras palavras, "Eu só fiz isso porque você me criou".

Se você ou alguém que você conhece funciona mais como uma criança do que como um adulto, quais são suas opções?

É fácil amar crianças que agem como crianças. É mais difícil amar alguém que age como uma criança no corpo de um adulto. Mesmo assim, a maioria dos adultos infantis só age infantilmente quando se sente ameaçada. Portanto, se você ama alguém infantilizado, uma estratégia é se concentrar principalmente nos aspectos mais adultos e atraentes da pessoa. Se você é infantil, ame seus pontos fortes e mantenha o foco em crescer em suas áreas de hábitos menos maduras.

Outra estratégia é deixar de se surpreender quando os padrões infantis surgirem. Pensando: "Não acredito que ele/eu fiz isso!" significa que você ainda não aceitou a realidade dos comportamentos infantis. Aceitar que os comportamentos ocorrem é o primeiro e vital passo em direção à mudança.

Terceiro, se você é o “receptor” de comportamentos infantis, tome cuidado para não tentar mudar a outra pessoa. Em vez disso, descubra o que você pode fazer de forma diferente para que esses padrões não sejam mais problemáticos para você. Seu trabalho é continuar crescendo, não mudar os outros.

Por último, aprenda as habilidades do funcionamento adulto. Muito do que as "crianças" adultas fazem pode ser considerado um déficit de habilidades. Se você tende a ser infantil, aprender as habilidades dos adultos pode levá-lo à vila dos adultos.

E se você geralmente age como um adulto, quanto mais claro você for sobre o que constitui um comportamento adulto, mais você será capaz de permanecer um adulto, mesmo quando estiver interagindo com alguém que está agindo como uma criança.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

 

AMBIENTE PROFISSIONAL SEGURO PARA CRESCER: O PODER DA SEGURANÇA PSICOLÓGICA

Se você não consegue aguardar por um momento de descanso, não se sente motivado para ir ao trabalho, sonha com a possibilidade de perder o emprego ou teme que suas ideias ou contribuições sejam descartadas, isso pode ser mais do que apenas estresse laboral. O problema pode ser uma falta de segurança psicológica no seu local de trabalho.

A segurança psicológica tem se consolidado como um fator essencial para o desempenho das equipes e o bem-estar organizacional. Quando os colaboradores se sentem seguros para expressar ideias, admitir erros e compartilhar preocupações sem receio de retaliação, cria-se um ambiente que favorece a inovação, a produtividade e o engajamento. Em um mundo corporativo cada vez mais dinâmico, investir na construção de uma cultura organizacional que prioriza a segurança psicológica é estratégico e imprescindível.

Parece um chavão corporativo! A segurança psicológica pode ser definida como a confiança que os indivíduos possuem para se expressar e agir sem medo de punição ou humilhação. É sobre criar trabalhar num ambiente onde a comunicação aberta prospera, o respeito é mútuo e a vulnerabilidade é bem-vinda favorecendo o incentivo à diversidade de pensamentos. Esse ingrediente permite que as pessoas assumam riscos, compartilhem ideias, façam perguntas e admitam erros sem serem vistas de lado ou caladas. Essa cultura impulsiona o crescimento individual e profissional e fortalece a dinâmica e os resultados da equipe. Refiro-me a uma segurança psicológica. O impacto da segurança psicológica no local de trabalho é poderoso e transformador, até mesmo mágico!

Em contrapartida, locais de trabalho que negligenciam a segurança psicológica podem sofrer com altos índices de turnover, baixo comprometimento dos colaboradores e uma cultura de medo que prejudica o desempenho da equipe. Muitos trabalhadores que estiveram fazendo psicoterapia comigo se queixaram que a saúde mental afetou seus desempenhos no trabalho e que os principais fatores foram se sentirem desvalorizados e preocupações com justiça.

A pandemia deixou uma coisa muito clara: a saúde mental não pode mais ser ignorada no local de trabalho. Ela afeta o desempenho no trabalho, a frequência, a coesão da equipe e os resultados financeiros. As empresas devem levar a sério a saúde mental e promover uma cultura em que os funcionários se sintam valorizados.

Dentre os benefícios dos impactos positivos da segurança psicológica, destacam-se:

  1. Maior Inovação e Criatividade: Quando os colaboradores não têm medo de errar, sentem-se encorajados a propor novas ideias e soluções inovadoras.
  2. Melhoria no Desempenho: Equipes que se sentem seguras têm maior engajamento, o que se reflete em melhores resultados e maior eficiência nas tarefas.
  3. Ambiente de Trabalho Saudável: A redução do estresse e da ansiedade contribui para a saúde mental dos funcionários, aumentando a satisfação no trabalho.
  4. Redução do Turnover: Quando os profissionais se sentem valorizados e ouvidos, são menos propensos a procurar outras oportunidades.
  5. Tomada de Decisões Mais Acertadas: A troca de feedbacks e a comunicação assertiva permitem que as decisões sejam tomadas com base em um panorama mais amplo e preciso.

De acordo com uma pesquisa da McKinsey, 89% dos funcionários acreditam que a segurança psicológica é essencial no local de trabalho. Uma pesquisa da Pricewaterhouse Cooperes mostrou uma média de 230% de retorno sobre cada dólar investido na criação de um local de trabalho mentalmente saudável.

 Veja o que as organizações ganham sendo um ambiente de segurança psicológica:

 Equipes mais fortes: colaboração e confiança levam a equipes coesas e eficazes.

  • Funcionários mais felizes: um ambiente de apoio aumenta o bem-estar e a confiança .
  • Menor rotatividade: as pessoas querem permanecer onde se sentem valorizadas.
  • Melhor desempenho: espaços seguros geram ideias ousadas e tomadas de decisões mais inteligentes .
  • Diversidade e inclusão: quando todos se sentem ouvidos, os locais de trabalho se tornam mais inclusivos.

Para criar uma cultura organizacional baseada na segurança psicológica, é necessário adotar estratégias eficazes. Algumas das principais abordagens incluem:

  1. Fomentar a Comunicação Aberta: Criar espaços para que os colaboradores possam expressar opiniões, ideias e críticas sem receio de retaliação.
  2. Incentivar a Humildade e a Empatia na Liderança: Líderes que demonstram vulnerabilidade e escutam ativamente seus times fortalecem a confiança e o senso de pertencimento.
  3. Valorizar o Aprendizado Contínuo: Tratar os erros como oportunidades de crescimento ao invés de motivos para punição.
  4. Reconhecer e Valorizar as Contribuições: Reforçar comportamentos positivos e incentivar a participação ativa de todos.
  5. Criar um Ambiente de Inclusão: Garantir que todos tenham voz e que a diversidade de ideias e perspectivas seja respeitada e considerada.

A segurança psicológica no ambiente de trabalho é um fator determinante para o sucesso das organizações e para o bem-estar dos colaboradores, além de fazer com que as equipes sejam mais produtivas, criativas e engajadas. Diante disso, cabe às lideranças promoverem uma cultura organizacional que valorize a segurança psicológica, pois, mais do que um diferencial competitivo, ela se tornou uma necessidade para as empresas que desejam prosperar em um mundo corporativo cada vez mais exigente e desafiador.

Criar um local de trabalho psicologicamente seguro não é apenas algo bom de se ter; é algo essencial para o bem-estar do seu pessoal e o sucesso da sua organização. Ao promover a comunicação aberta, o respeito mútuo, a humildade e a disposição para correr riscos, você não está apenas construindo equipes melhores — você está transformando toda a sua organização. Agora, vá em frente e seja o líder que sua equipe merece!

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

O IMPACTO DAS EMOÇÕES NO DIABETES TIPO 2

A relação entre a saúde mental e a física é cada vez mais evidente, incluindo o diabetes tipo 2. A psicoterapia tem se mostrado um aliado fundamental no tratamento dessa doença crônica, auxiliando os pacientes a lidar com as diversas emoções e desafios que a acompanham.

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica que impacta o uso de glicose pelo corpo. Essa condição ocorre quando o corpo se torna resistente à insulina, que regula o açúcar no sangue, ou quando o pâncreas produz insulina insuficiente.

Emoções positivas e negativas influenciam a regulação da glicemia, sendo que as negativas afetam o controle da doença de forma prejudicial. Emoções negativas causam desconforto e afetam o bem-estar emocional, como tristeza, medo, raiva e ansiedade, e podem surgir como consequência de uma série de fatores, que incluem estresse crônico, traumas vividos em momentos difíceis ou a partir de outros diversos fatores que podem ser tanto internos quanto externos.

Essas emoções ruins podem afetar desde a função imunológica até a regulação hormonal de maneira significativa. O estresse crônico, por exemplo, pode levar a alterações na glicemia, resistência à insulina e inflamação, fatores que podem contribuir para complicações severas em pacientes que sofrem de diabetes tipo 2. Além disso, sentimentos de desamparo, angústia e desesperança que frequentemente se associam a essas emoções negativas podem prejudicar a adesão ao tratamento e, consequentemente, o autocuidado. Esses sentimentos podem gerar um ciclo vicioso que deteriora a saúde, provocando mais emoções negativas e agravando ainda mais a condição da pessoa.

A prevalência de distúrbios psicológicos em pacientes que apresentam M2 é alta e preocupante. Estudos apontam taxas de depressão que são de duas a três vezes maiores do que as observadas na população em geral. Além dos episódios de depressão, os quadros de ansiedade e estresse também são bastante frequentes nesse grupo de pacientes, o que pode repercutir negativamente tanto a adesão ao tratamento quanto o controle glicêmico desejado.

Como as emoções negativas que afetam a glicose sanguínea?

O estresse provoca a liberação de cortisol, aumentando a glicose no sangue para dar energia dificultando, em diabéticos, o controle da doença pois aumenta a resistência à insulina. A ansiedade e depressão mudam hábitos, levando a alimentação irregular, menos exercícios e dificuldades no tratamento. As mudanças no sono, como insônia, afetam os níveis de cortisol e glicemia. A depressão pode gerar desinteresse em atividades agradáveis, como exercícios, e dificultar o seguimento de uma dieta. A raiva pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, afetando a glicemia. Nesse ponto, deve ser destacado que a hipoglicemia e a hiperglicemia podem levar ao coma e à morte e que o descontrole da glicose pode agravar doenças cardíacas, neuropatia, retinopatia e complicações renais.

Como lidar com as emoções negativas e controlar a glicemia?

Aponto alguns recursos que podem ajudar os pacientes a controlar a glicemia, além dos fatores nutricionais. A psicoterapia auxilia na identificação e mudança de pensamentos e comportamentos que geram estresse e ansiedade.  Por sua vez, técnicas de relaxamento, como meditação, yoga e respiração profunda, ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade. Uma rede de apoio, como familiares e amigos, ajuda a lidar com emoções negativas e a motivar o tratamento. Respeitar as orientações médicas, tomar os remédios corretamente e acompanhar a glicemia são essenciais para controlar a doença. Por fim, conhecer a doença e compreender que seu controle reduz a ansiedade e aumenta a confiança.

A intervenção psicológica fundamental no tratamento do DM2, pois é um fator essencial para o bem-estar geral e a qualidade de vida dos pacientes que convivem com essa condição. psicoterapia ajuda pacientes a gerenciar emoções negativas e estressantes, reduzindo significativamente a ansiedade e a depressão que muitos enfrentam diariamente. Ademais, a psicoterapia revela-se importante para pacientes com diabetes tipo 2 por motivos como:

 Gestão do estresse: O diabetes pode ser uma fonte de grande estresse e ansiedade. A psicoterapia oferece ferramentas para lidar com essas emoções de forma mais saudável, reduzindo o impacto negativo na glicemia.

Melhora da adesão ao tratamento: Muitas vezes, a falta de adesão ao tratamento se deve a fatores emocionais, como depressão, ansiedade ou negação da doença. A psicoterapia pode ajudar a mudar esses padrões comportamentais e aumentar a adesão ao tratamento.

Aumento da qualidade de vida: Ao lidar com as questões emocionais relacionadas ao diabetes, os pacientes podem experimentar uma melhora significativa na qualidade de vida, sentindo-se mais motivados e capazes de lidar com os desafios da doença.

Fortalecimento da autoestima: O diabetes pode afetar a autoestima e a autoimagem. A psicoterapia pode ajudar os pacientes a desenvolver uma visão mais positiva de si mesmos e a lidar com as mudanças em seus estilos de vida.

Melhora das relações interpessoais: O diabetes pode afetar as relações com familiares e amigos. A psicoterapia pode ajudar os pacientes a desenvolver habilidades de comunicação e a fortalecer seus relacionamentos.

Melhora da adesão ao tratamento: A psicoterapia pode ajudar os pacientes a entender a importância do tratamento e a desenvolver estratégias para superar os obstáculos.

Aumento da motivação: A terapia pode ajudar os pacientes a encontrar significado e propósito em suas vidas, aumentando a motivação para cuidar de sua saúde.

Visto isso, a psicoterapia é um complemento importante para o tratamento do DM2. A psicoterapia é crucial no tratamento do diabetes tipo 2. As emoções negativas exercem um papel significativo no controle da glicemia em pessoas com diabetes tipo 2, assim, assim, a psicoterapia pode ajudar a melhorar o controle glicêmico, a qualidade de vida e a expectativa de vida dos pacientes. O reconhecimento e o manejo adequado desses distúrbios psicológicos são, portanto, essenciais e fundamentais para garantir melhores desfechos clínicos e resultados a longo prazo.

É importante ressaltar que a psicoterapia não substitui o tratamento médico tradicional, mas sim o complementa.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

MATERNIDADE EM FOCO: A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL NA GESTAÇÃO

A gestação, um período de intensas transformações físicas, emocionais e psicológicas, merece ser vivenciada com todo o cuidado e atenção. Além das mudanças hormonais e corporais e da euforia pela chegada do bebê, a mulher grávida pode experimentar, em razão das expectativas quanto ao futuro, uma gama de emoções complexas, como alegria, ansiedade, medo e insegurança. É nesse contexto que a psicoterapia surge como uma ferramenta valiosa para oferecer suporte emocional, autoconhecimento, bem-estar e compreender suas dúvidas, favorecendo tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do bebê, ou seja, um espaço seguro para a futura mãe se preparar para os desafios da maternidade.

A gravidez pode despertar sentimentos contraditórios, como felicidade e medo, empolgação e insegurança. Muitas gestantes lidam com ansiedade, tristeza e preocupações sobre sua capacidade de cuidar do bebê, mudanças na dinâmica familiar e adaptações no relacionamento conjugal. Assim sendo, a mulher encontra no tratamento psicológico, um recurso que a ajuda a confiar, expressar e elaborar esses sentimentos, proporcionando maior equilíbrio emocional.

Em resumo, a psicoterapia durante a gravidez permite que a mulher explore as diversas questões que surgem nesse período. Ao compartilhar seus sentimentos e medos com um profissional qualificado, a gestante se sente mais acolhida e compreendida, o que contribui para a estabilidade psicoemocional.

Infelizmente a gravidez também pode agravar quadros de ansiedade e depressão, ou mesmo desencadear transtornos emocionais que nunca foram experimentados. A depressão pré-natal, por exemplo, pode levar a complicações durante a gestação e aumentar o risco de depressão pós-parto. A psicoterapia irá auxiliá-la na identificação precoce desses sintomas, possibilitando orientações corretas para evitar efeitos negativos na saúde da gestante e de e de seu neném.

Ademais, a maternidade representa uma mudança significativa na identidade da mulher, exigindo uma adaptação psicológica para assumir o papel de mãe. Algumas mulheres vivenciam conflitos internos sobre suas novas responsabilidades e temem perder sua individualidade. Isso costuma ser resolvido com a assistência psicológica para integrar essa nova identidade de maneira saudável, permitindo que a grávida encontre um equilíbrio entre a maternidade e sua vida pessoal.

O processo psicoterapêutico permite ressignificar experiências ruins, contribuindo na construção de uma maternidade mais consciente e afetuosa. Isso acontece, pois a forma como uma mulher vivenciou sua infância e sua relação com a própria mãe influencia diretamente a maneira como ela percebe a maternidade. Traumas infantis, rejeições ou

relações conflituosas podem gerar insegurança e medo de repetir padrões negativos na criação do bebê.

O medo do parto é uma preocupação comum entre as gestantes, especialmente para aquelas que passaram por experiências traumáticas anteriores ou receberam informações negativas sobre o processo. O psicólogo ajuda a mulher a desenvolver estratégias para lidar com esse medo, promovendo uma visão mais positiva e tranquila do parto. Além disso, o período pós-parto também é desafiador, com mudanças hormonais, privação de sono e adaptação ao novo papel. A psicoterapia auxilia na construção de expectativas realistas e no fortalecimento emocional para enfrentar essa fase.

A psicoterapia incentiva práticas que favorecem essa conexão com o bebê, como a comunicação com ele, visualizações positivas e técnicas de relaxamento. A relação entre mãe e bebê começa a ser estabelecida ainda na gestação. Isso é muito importante pois a conexão emocional da gestante com o(a) futuro(a) filho(a) influencia no desenvolvimento neurológico da criança e no vínculo afetivo após o nascimento.

A chegada de um filho transforma a dinâmica do casal e das relações familiares. Algumas mulheres enfrentam conflitos conjugais, seja por divergências sobre a criação do bebê ou por dificuldades na comunicação. Além disso, o papel do pai na gestação pode ser motivo de tensão, especialmente se houver falta de apoio ou envolvimento. A psicoterapia oferece um espaço para dialogar sobre essas questões, fortalecendo os vínculos afetivos e promovendo uma adaptação mais harmoniosa.

É necessário que o psicólogo trabalhe a autoaceitação e o autoconhecimento, ajudando a
mulher a considerar seu valor e desenvolver uma atitude mais positiva em relação a si mesma. Essa abordagem se deve às mudanças corporais durante a gravidez, as quais podem afetar a autoestima da mulher. Muitas gestantes se sentem desconfortáveis ​​com o ganho de peso, alterações na pele e outras transformações físicas. Além disso, podem ter algumas dúvidas sobre sua capacidade de serem boas mães.

O estresse excessivo durante a gestação pode impactar os níveis de desenvolvimento do bebê, aumentando o risco de parto prematuro e outras complicações. Técnicas terapêuticas como mindfulness, relaxamento e respiração guiada ajudam a gestante a lidar melhor com esses fatores, promovendo um estado de conforto geral.

A chegada de um filho exige diversas decisões, como o tipo de parto, a amamentação e a organização da nova rotina. Algumas mulheres se sentem pressionadas por expectativas externas e podem ter dificuldades em tomar decisões homologadas com seus próprios valores. A psicoterapia auxilia no desenvolvimento de uma postura mais segura e consciente, permitindo que a gestante faça escolhas de forma mais tranquila e assertiva.

Visto isso, podemos afirmar que a psicoterapia para gestantes é um recurso fundamental para promover saúde mental, autoconfiança e bem-estar durante a gravidez. Ao oferecer suporte para as emoções, estratégias para lidar com desafios e um espaço seguro para a expressão de sentimentos, a terapia contribui para uma gestação mais equilibrada e uma maternidade mais consciente. O cuidado psicológico durante esse período não beneficia apenas a mulher, mas também impacta positivamente o bebê e toda a família, criando um ambiente mais saudável e acolhedor para a chegada da nova vida. Não é luxo, mas sim um investimento na saúde mental da mulher e no equilíbrio de toda a família. Ao buscar acompanhamento psicológico, a gestante proporcionará a si mesma e ao seu bebê um presente inestimável: a oportunidade de vivenciar a maternidade de forma mais plena e feliz.

É importante ressaltar que a psicoterapia durante a gravidez não é indicada apenas para casos de sofrimento psicológico pré-existente. Muitas mulheres saudáveis e bem ajustadas buscam a psicoterapia para garantir que esse seja um período a ser vivido com serenidade e confiança.

Por fim, a psicoterapia na gestação é um investimento no presente e no futuro. Ao cuidar de sua saúde mental, a mulher grávida assegura um ambiente mais tranquilo e seguro para o desenvolvimento do seu bebê.


Se você está grávida e sente que precisa de apoio emocional, não hesite em procurar um psicólogo.


 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

COMO FAZER MUDANÇAS EM SI MESMO E NOS OUTROS

 (REFLEXÕES A PARTIR DO LIVRO “TORNAR-SE PRESENTE”, DE J. STEVENS)


Os anos dedicados à psicologia com atividades em consultório e em empresas (R&S e em T&D), foram suficientemente intensos para que eu possa afirmar com segurança que uma das mais significativas fontes de inspiração ao contribuir para o avanço profissional dos indivíduos é a Fenomenologia. Qual a razão pela qual faço tal afirmação? Apenas por considerar que o desenvolvimento corresponde à ampliação da consciência, a qual, por sua vez, nos direciona à percepção nítida e imediata do que ocorre em nosso interior e ao nosso redor.

Os anos dedicados à psicologia com atividades em consultório e em empresas (contribuições em Seleção e em T&D), foram intensos o bastante para que eu sinta uma confortável segurança para afirmar que uma das melhores inspirações ao trabalhar a favor do crescimento profissional das pessoas é a Fenomenologia. Por que digo isso? Simplesmente por acreditar que desenvolvimento é sinônimo de expansão de consciência, e essa, por sua vez, nos conduz à percepção imediata e de modo claro do que se passa dentro de nós e fora da gente.  Ressalto, entretanto, que o aspecto mais relevante é estabelecer sempre com clareza que a concepção de expansão da consciência visa alcançar a intuição das essências, ou seja, o conteúdo inteligível e ideal dos fenômenos, apreendido de forma instantânea. Essa realidade implica que uma abordagem eficaz numa palestra, por exemplo, é aquela que exige a concentração da consciência em diversas direções e deve, necessariamente, "atuar" na percepção, na imaginação, na especulação, na volição, na paixão, entre outros, de modo que a intencionalidade de cada indivíduo se manifeste e que o compromisso das pessoas consigo mesmas e com os outros (colegas, amigos, parentes, etc.) seja evidenciado.

Existem determinados tópicos que despertam maior interesse, como os relacionados à "Liderança" e à "Melhoria das Relações Interpessoais e Profissionais". Quando uma organização me contrata para, por meio de uma palestra, estimular a implementação de mudanças na empresa e nos seus colaboradores, uma das observações que faço é que toda consciência é sempre "consciência de alguma coisa"; assim, a transformação somente será viável se houver a promoção da ampliação da consciência dos colaboradores na direção requerida. A consciência não é uma substância, mas sim uma atividade formada por ações que almejam um objetivo. Portanto, reitero que a simples percepção ou ampliação da consciência, em si, é suficiente para que os indivíduos realizem, em seus próprios tempos, as mudanças necessárias, almejadas e relevantes ao contexto e às peculiaridades da organização à qual pertencem.

Existem, igualmente, opções que visam promover o desenvolvimento pessoal, uma vez que há uma quantidade considerável de livros a respeito e numerosos gestores optam por recomendar as mudanças sem que ele mesmo se engaje no esforço correspondente. Esses livros apresentam um monte de sugestões de como mudar, mas quando se tenta mudar seguindo essas sugestões, as pessoas se manipulam e se torturam, ficando divididas entre uma parte que quer mudar e outra que resiste. Mesmo que se consiga mudar dessa forma, o preço é o conflito, confusão e incerteza. Quanto mais se tenta mudar, pior se torna a situação. Por esta razão, a nossa abordagem recomenda que é mais útil se tornar mais consciente de si próprio como você é agora - antes de tentar se modificar, impedir ou evitar algo que não gosta de si mesmo; é mais efetivo tentar conservar isto, e se tornar mais consciente do que existe, ou seja, aumentar a percepção do que realmente é presente.

É impossível aprimorar sua própria maneira de agir; pode somente interferir, distorcendo-a ou disfarçando-a. Só quando se encontra realmente em contato com a própria experimentação, se descobre que a mudança ocorre, sem esforço ou planejamento. Com consciência total, é possível deixar acontecer o que tiver de acontecer, nutrindo a confiança de que o resultado será positivo. É possível desenvolver a capacidade de se desapegar, viver e fluir o que com ocorre e aquilo que se experimenta, sem frustrar-se com as exigências de ser diferente. Toda a energia mobilizada na batalha entre tentar mudar e resistir à mudança pode ser usada na participação ativa ou passiva do que acontece na vida da pessoa. Isto o ajudará a descobrir sua própria realidade, sua própria existência, sua própria humanidade e se sentir bem com ela, independentemente do modo que os outros acham que deveria ser.

Enfim, gostaria de dizer que se muitos de nós entrarmos em contato com a nossa própria realidade humana através da expansão de consciência, é possível que possamos construir uma sociedade que reflita quem realmente somos, em vez de atender a um ideal sobre o que deveríamos ser.

Schopenhauer disse: “Não toma os limites de seu próprio campo de visão como sendo os limites do mundo”.

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 Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

CARACTERÍSTICAS DO LÍDER CONTEMPORÂNEO

Certa vez, durante uma palestra em uma empresa, solicitaram-me para enumerar as qualidades de um líder moderno. O cliente era uma organização audaciosa que via a otimização dos Recursos Humanos como a estratégia mais eficaz para atingir os resultados almejados. Adicionalmente, havia uma total atenção à qualidade do produto oferecido ao mercado e ao nível de comprometimento de cada colaborador com as metas da organização.

Em resposta a essa solicitação, após a palestra, reunimos alguns participantes voluntários para estabelecer quais seriam essas características. Conversa aqui, conversa ali, leitura aqui, leitura ali, várias interpretações, enfim, após um proveitoso trabalho em grupo, fomos capazes de definir o perfil do líder típico num mundo que experimenta o "novo normal", finalizando o projeto com grande êxito! Essas características foram comunicadas aos participantes da conferência, que se mostraram extremamente satisfeitos e com o desejo de adotar esse perfil de liderança como padrão.

Acredito que muitos de vocês enfrentam o mesmo desafio, motivo pelo qual optei por compartilhar esta "lista de características" na expectativa de que possa ser benéfica em suas trajetórias profissionais.

CARACTERÍSTICAS DO LÍDER CONTEMPORÂNEO:

  • Responsabilidade: assumir completamente suas ações e responder por elas perante o seu próprio julgamento e o da sociedade.
  • Caminho para a individuação: "aceitação e expressão do núcleo interno ou EU, isto é, realização das capacidades latentes, potencialidade, pleno funcionamento, acessibilidade da essência humana e pessoal e presença mínima de má saúde e de diminuição das capacidades humanas" (A. Maslow).
  • Flexibilidade: não ter receitas mágicas / não querer enquadrar o outro num esquema rígido e por isso, doentio.
  • Humildade: reconhecer-se imperfeito, limitado / buscar a perfeição interna e não a concordância nos olhos dos outros.
  • Atualização: manter-se informado em tudo aquilo que leve a uma compreensão maior do homem como ecossistema.
  • Intuição: esforçar-se para desenvolvê-la, mas compreender que na sua interpretação podem surgir falhas e erros graves.
  • Ética e total respeito à individualidade alheia: não invadir a privacidade alheia.
  • Criatividade.
  • Capacidade de Doação.
  • Transcendência: não só no sentido de ultrapassar o presente no futuro próximo, mas perceber-se vinculado ao Cosmos/Deus.
  • Espiritualidade frente à Vida: buscar ver o Sagrado no homem.
  • Atenção integral a cada membro do time.
  • Senso estético.
  • Crença em si mesmo e no outro como pessoas possíveis de autorrealização.
  • Empatia e tolerância.
  • Reflexão
  • Clarificação periódica de seus valores e significados.
  • Autenticidade: coerência entre o pensar, sentir, falar e agir.
  • Uso de técnicas adequadas ao cliente: de acordo com o momento.
  • Percepção de possibilidades de crescimento no sofrer e até mesmo na neurose.
  • Visão do outro como TU: não reduzir o outro a uma característica ou a "Isso".
  • Coragem e autocontrole.
  • Perspicácia para separar o essencial do acidental.
  • Compaixão: reconhecimento da condição humana, com seus sofrimentos e glórias.
  • Visão do liderado como um presente que a Vida nos oferece.
  • Paciência: reconhecer que o tempo interior do outro é diferente do meu e buscar a harmonia do andar juntos.

A conclusão é que o líder atual, no cenário do "novo normal", precisa ser um profissional de múltiplas facetas, que equilibra competências técnicas e socioemocionais. A liderança contemporânea requer responsabilidade, adaptabilidade, humildade, atualização contínua e perspicácia. O líder precisa ter a habilidade de motivar e inspirar sua equipe, promovendo um ambiente de trabalho positivo e cooperativo, dando prioridade ao bem-estar e ao progresso de cada integrante. Ademais, o líder atual precisa possuir um sólido senso ético, apreço pela individualidade, capacidade de doação, transcendência e espiritualidade, como um guia para o desenvolvimento pessoal e profissional de seu time.

Penso que as qualidades destacadas neste estudo podem atuar como um mapa para moldar líderes mais eficientes e solidários, que ajudem a alavancar suas empresas e a edificar um amanhã promissor.

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
  • Contatos: www.psipaulocesar.psc.br

DISCRIMINAÇÃO ETÁRIA: O IMPACTO NA SAÚDE MENTAL E NO MERCADO DE TRABALHO


Pacientes que fazem psicoterapia comigo e que são 60+, relatam que sofrem preconceitos e que isso os fez buscar apoio psicoterápico. De fato, chegam até mim com diversos sofrimentos psicoemocionais decorrentes da discriminação e preconceito, sendo as consequências graves e que impactam a saúde mental, a autoestima e o bem-estar destas vítimas.

Refiro-me ao etarismo, uma discriminação baseada na idade, que afeta principalmente idosos acima de 60 anos. Manifesta-se de diversas maneiras, desde estereótipos negativos, estigmas até a exclusão do mercado de trabalho e da vida social. Suas raízes se encontram em crenças e valores culturais que supervalorizam a juventude e a produtividade, marginalizando aqueles que não se encaixam nesse padrão. 

No ambiente corporativo, isso pode se mostrar pela rejeição de candidatos mais velhos, pela ausência de oportunidades para profissionais seniores ou pela subestimação das habilidades dos jovens. É um contrassenso pois ao mesmo tempo em que a diversidade é vista como um motor de inovação e crescimento, o etarismo persiste de forma velada.

O etarismo é um preconceito prevalente em ambientes de trabalho atingindo tanto jovens quanto profissionais mais experientes. Nas empresas pode prejudicar o ambiente de trabalho e o desempenho geral da organização pois pode criar um ambiente de trabalho tóxico, onde os funcionários mais velhos se sentem desvalorizados e menosprezados. Entretanto, as empresas que não combatem o etarismo perdem talentos importantes ao desconsiderar as experiências de funcionários seniores. Essa prática, claramente, impede um ambiente de trabalho inclusivo e limita a inovação e a criatividade da equipe.

A discriminação por idade no trabalho acontece de várias formas, desde piadinhas até a exclusão de oportunidades para os colaboradores mais velhos. É comum ver que muitos colaboradores enfrentam preconceitos relacionados à idade, como a ideia de que eles não conseguem se adaptar a novas tecnologias ou que são menos produtivos.

Preconceitos criam barreiras que impedem a participação e a colaboração entre as pessoas, já que funcionários mais velhos podem acabar se sentindo inseguros. É importante lidar com esses preconceitos para que a gente consiga ter um ambiente de trabalho mais justo e equitativo para todos. Vale dizer que, com o envelhecimento da população, as empresas devem enfrentar o etarismo para promover ambientes justos e inclusivos, permitindo que funcionários de todas as idades prosperem e contribuam para um crescimento sustentável

O Ageísmo (etarismo), infelizmente, deixa marcas profundas na saúde mental e no bem-estar emocional das pessoas que sofrem com a intransigência alheia por causa da idade. As consequências são diversas e podem se manifestar de várias formas:

  • Ansiedade e Depressão: O medo de ser julgado, a insegurança em relação ao futuro e a sensação de impotência podem desencadear quadros de ansiedade e depressão.
  • Estresse Crônico: A discriminação constante gera um estado de alerta e tensão, resultando em estresse crônico. Esse estresse pode levar a problemas de saúde como hipertensão, doenças cardíacas e distúrbios do sono.
  • Perda de Autoestima: A discriminação mina a autoconfiança e a autoestima, levando a pessoa a se sentir inferior, incapaz e sem valor.
  • Psicossomatização: As emoções reprimidas podem se manifestar através de dores físicas, problemas gastrointestinais e outras queixas somáticas.
  • Isolamento Social; Muitas vezes, as vítimas de etarismo se isolam socialmente por vergonha, medo ou por se sentirem rejeitadas. O isolamento social agrava a depressão e acelera o declínio cognitivo.
  • Ideias Suicidas: Em casos mais graves, o sofrimento causado pela discriminação pode levar a ideações suicidas.

As empresas também sofrem consequências negativas com a prática do etarismo, porisso, devem repensar o assunto e viabilizar soluções. Alguns exemplos dos prejuízos são a criação de um ambiente organizacional tóxico, perda de talentos e experiência, prejuízo para a diversidade e inclusão e danos à reputação da empresa.

Por outro lado, as empresas que abraçam a diversidade etária ganham não apenas em inclusão, mas alcançam melhorias significativas em desempenho e inovação. Equipes com idades variadas trazem uma mistura rica de experiências, conhecimentos e perspectivas, o que resulta em soluções mais bem pensadas e eficientes. Além disso, a convivência entre diferentes gerações fomenta a mentoria reversa, onde tanto os mais jovens podem aprender com a sabedoria dos mais velhos, quanto estes podem se atualizar com as novas tecnologias e tendências trazidas pela geração digital.

Considerando que o etarismo nas empresas não contém apenas princípios de equidade, e que também prejudica o desempenho corporativo, vale lembrar que dar importância à diversidade etária significa levar em conta o fato de cada geração trazer contribuições únicas. As soluções possíveis para o problema da discriminação nas empresas são de fácil implementação, tais como:

  • Conscientização e Educação: É fundamental promover a conscientização sobre o etarismo e seus impactos negativos. Empresas podem realizar treinamentos e workshops para educar seus funcionários sobre a importância da diversidade e inclusão, além de combater estereótipos e preconceitos relacionados à idade.
  • Políticas de Contratação Inclusivas: Empresas devem revisar suas políticas de contratação para garantir que não haja discriminação por idade. Currículos e processos seletivos devem ser avaliados com base nas habilidades e experiências dos candidatos, e não em sua idade.
  • Programas de Mentoria e Desenvolvimento: Programas de mentoria e desenvolvimento podem ajudar profissionais de diferentes idades a compartilhar conhecimentos e experiências. Profissionais mais experientes podem orientar os mais jovens, enquanto os mais jovens podem ajudar os mais experientes a se atualizarem sobre novas tecnologias e tendências.
  • Cultura de Valorização da Diversidade: Empresas devem criar uma cultura que valorize a diversidade em todas as suas formas, incluindo a diversidade de idade. É importante promover um ambiente de trabalho onde todos se sintam respeitados e valorizados, independentemente de sua idade.

Ao adotar essas medidas, as empresas podem criar ambientes de trabalho mais justos e inclusivos, onde profissionais de todas as idades possam prosperar e contribuir para o sucesso da organização. Além disso, a discriminação por idade causa um grande prejuízo para a sociedade como um todo, que perde a experiência e o conhecimento valiosos que os idosos podem oferecer.

Combata o etarismo, valorize a experiência e abrace a diversidade de todas as idades.

O etarismo é crime previsto em leiVocê pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Associado à ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
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  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.
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