O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica que impacta o uso de glicose pelo corpo. Essa condição ocorre quando o corpo se torna resistente à insulina, que regula o açúcar no sangue, ou quando o pâncreas produz insulina insuficiente.
Emoções positivas e negativas influenciam a regulação da glicemia, sendo que as negativas afetam o controle da doença de forma prejudicial. Emoções negativas causam desconforto e afetam o bem-estar emocional, como tristeza, medo, raiva e ansiedade, e podem surgir como consequência de uma série de fatores, que incluem estresse crônico, traumas vividos em momentos difíceis ou a partir de outros diversos fatores que podem ser tanto internos quanto externos.
Essas emoções ruins podem afetar desde a função imunológica até a regulação hormonal de maneira significativa. O estresse crônico, por exemplo, pode levar a alterações na glicemia, resistência à insulina e inflamação, fatores que podem contribuir para complicações severas em pacientes que sofrem de diabetes tipo 2. Além disso, sentimentos de desamparo, angústia e desesperança que frequentemente se associam a essas emoções negativas podem prejudicar a adesão ao tratamento e, consequentemente, o autocuidado. Esses sentimentos podem gerar um ciclo vicioso que deteriora a saúde, provocando mais emoções negativas e agravando ainda mais a condição da pessoa.
A prevalência de distúrbios psicológicos em pacientes que apresentam M2 é alta e preocupante. Estudos apontam taxas de depressão que são de duas a três vezes maiores do que as observadas na população em geral. Além dos episódios de depressão, os quadros de ansiedade e estresse também são bastante frequentes nesse grupo de pacientes, o que pode repercutir negativamente tanto a adesão ao tratamento quanto o controle glicêmico desejado.
Como as emoções negativas que afetam a glicose sanguínea?
O estresse provoca a liberação de cortisol,
aumentando a glicose no sangue para dar energia dificultando, em diabéticos, o
controle da doença pois aumenta a resistência à insulina. A ansiedade e
depressão mudam hábitos, levando a alimentação irregular, menos exercícios e
dificuldades no tratamento. As mudanças no sono, como insônia, afetam os níveis
de cortisol e glicemia. A depressão pode gerar desinteresse em atividades
agradáveis, como exercícios, e dificultar o seguimento de uma dieta. A raiva
pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, afetando a glicemia. Nesse
ponto, deve ser destacado que a hipoglicemia e a hiperglicemia podem levar ao
coma e à morte e que o descontrole da glicose pode agravar doenças cardíacas,
neuropatia, retinopatia e complicações renais.
Como lidar com as emoções negativas e controlar a glicemia?
Aponto alguns recursos que podem ajudar os pacientes a controlar a glicemia, além dos fatores nutricionais. A psicoterapia auxilia na identificação e mudança de pensamentos e comportamentos que geram estresse e ansiedade. Por sua vez, técnicas de relaxamento, como meditação, yoga e respiração profunda, ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade. Uma rede de apoio, como familiares e amigos, ajuda a lidar com emoções negativas e a motivar o tratamento. Respeitar as orientações médicas, tomar os remédios corretamente e acompanhar a glicemia são essenciais para controlar a doença. Por fim, conhecer a doença e compreender que seu controle reduz a ansiedade e aumenta a confiança.
A intervenção psicológica fundamental no
tratamento do DM2, pois é um fator essencial para o bem-estar geral e a
qualidade de vida dos pacientes que convivem com essa condição. psicoterapia
ajuda pacientes a gerenciar emoções negativas e estressantes, reduzindo
significativamente a ansiedade e a depressão que muitos enfrentam diariamente. Ademais,
a psicoterapia revela-se importante para pacientes com diabetes tipo 2 por
motivos como:
Melhora da adesão ao tratamento: Muitas vezes, a falta de adesão ao tratamento se deve a fatores emocionais, como depressão, ansiedade ou negação da doença. A psicoterapia pode ajudar a mudar esses padrões comportamentais e aumentar a adesão ao tratamento.
Aumento da qualidade de vida: Ao lidar com as questões emocionais relacionadas ao diabetes, os pacientes podem experimentar uma melhora significativa na qualidade de vida, sentindo-se mais motivados e capazes de lidar com os desafios da doença.
Fortalecimento da autoestima: O diabetes pode afetar a autoestima e a autoimagem. A psicoterapia pode ajudar os pacientes a desenvolver uma visão mais positiva de si mesmos e a lidar com as mudanças em seus estilos de vida.
Melhora das relações interpessoais: O diabetes pode afetar as relações com familiares e amigos. A psicoterapia pode ajudar os pacientes a desenvolver habilidades de comunicação e a fortalecer seus relacionamentos.
Melhora da adesão ao tratamento: A psicoterapia pode ajudar os pacientes a entender a importância do tratamento e a desenvolver estratégias para superar os obstáculos.
Aumento da motivação: A terapia pode ajudar os pacientes a encontrar significado e propósito em suas vidas, aumentando a motivação para cuidar de sua saúde.
Visto isso, a psicoterapia é um complemento importante para o tratamento do DM2. A psicoterapia é crucial no tratamento do diabetes tipo 2. As emoções negativas exercem um papel significativo no controle da glicemia em pessoas com diabetes tipo 2, assim, assim, a psicoterapia pode ajudar a melhorar o controle glicêmico, a qualidade de vida e a expectativa de vida dos pacientes. O reconhecimento e o manejo adequado desses distúrbios psicológicos são, portanto, essenciais e fundamentais para garantir melhores desfechos clínicos e resultados a longo prazo.
É importante ressaltar que a psicoterapia não substitui o tratamento médico tradicional, mas sim o complementa.
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro
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