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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

VOCÊ É AUTOCONFIANTE AO SER CRITICADO?

Provavelmente você concorda que há muita gente que não aceita críticas ou quando uma verdade sobre ela é dita por outra pessoa. Vamos fazer uma rápida reflexão sobre esse comportamento! E você conhece alguém assim?

Sim, é muito raro alguém não conhecer uma pessoa que tenha grande dificuldade em aceitar e ouvir a opinião alheia. Para essa pessoa, mesmo os conselhos bem-intencionados não são fáceis de ouvir, especialmente se não forem solicitados. Para ela, tudo o que se ouve é interpretado como críticas negativas: seja um colega de trabalho dando alguns conselhos amigáveis ​​sobre como fazer uma tarefa melhor na próxima vez, ou mesmo um amigo que quer dizer algo que será útil para essa pessoa (embora seja doloroso ouvir), ou mesmo um membro da família tentando resolver um desentendimento qualquer - tudo é visto como crítica, oposição ou acusação.

Bem, de modo geral, a verdade é que até podemos gostar de pensar que aceitamos facilmente as críticas, mas, na verdade, a maioria de nós não é tão bom nesse quesito. Muitas vezes, quando ouvimos o que nos parece ser uma crítica, nossas defesas aumentam imediatamente. Nós miramos e rebatemos as críticas para bem longe, além do limite, e simultaneamente (e inconscientemente), revemos os nossos próprios mecanismos de defesa (como culpar outras pessoas, fazer piadas, ficar com raiva, ficar indignado e várias outras maneiras) para aliviar o peso daquilo que está sendo dito ou mesmo evitar ouvir a crítica do outro. Como é um processo inconsciente, é claro que não sabemos o que estamos fazendo, todavia, estamos literalmente nos defendendo da verdade que está sendo apresentada sobre nós mesmos.

Pode ser mais fácil ver isso acontecendo em outras pessoas, quando somos meros “expectadores”, pois estão além de nós mesmos. Há pessoas que são espinhosas e difíceis de se aproximar, há alguns que rapidamente ficam perturbados com a sugestão de desafio, e tem outros tão escorregadios que falar com eles é como correr atrás de um sabonete ao redor da banheira.

Imagino que você esteja até reconhecendo um pouco de si próprio nessas descrições. É claro que, às vezes, as defesas são úteis pois há momentos e lugares em que devemos evitar um desafio ou uma contenda. O problema surge quando não sabemos ou não temos a consciência de que estamos usando essas estratégias defensivas – são essas as pessoas que não aguentam a verdade.

Será que é possível mudar essa atitude?

Quando você for confrontado com novas informações que desafiam a sua posição, é claro que vale sempre a pena ouvir e tentar descobrir se há alguma verdade por trás disso. O fato é que as pessoas não se conhecem tão bem quanto pensam! Da próxima vez, em vez de reagir negativa, agressiva e imediatamente às críticas, pergunte a si mesmo: há algo nisso que pode ser útil para mim?

Se puder fazer isso, você estará sempre aberto às mudanças. E quando alguém está aberto para mudar, cresce constantemente como pessoa, tornando-se mais sábio e mais capaz de navegar pelo mundo e em seus relacionamentos.

Concluindo, gostaria de dizer que o primeiro passo é parar na próxima vez que você tiver essas experiências, manter a calma, segurar o ímpeto de reagir e perguntar a si mesmo se existe alguma verdade nisso, mesmo que seja apenas um pouquinho. Aprenda a ouvir, classifique as informações úteis e deixe essas informações “entrarem em sua mente”. Por mais dolorosa que a verdade possa ser a curto prazo, os benefícios de conhecer melhor a si mesmo se fantásticos e duradouros.

                                                                      \

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico orientador parental
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

TRABALHO x SAÚDE

Qualidade de vida e saúde das pessoas que trabalham sempre foram preocupações merecedoras de atenção dos psicólogos. Por este motivo, muitos de nós, profissionais da área da saúde mental, já escutou os desagrados de profissionais bem-sucedidos, executivos ou não, sobre o excesso de trabalho ao qual, julgam-se submetidos ou mesmo sobre a falta de motivação e vibração em suas atividades. Nas situações mais dramáticas, esses descontentamentos acabam sendo associados a graves problemas de saúde e, obviamente, muito pode ser feito para atenuar esse descompasso. Entretanto, o primeiro passo parece-me que seja ir contra a implementação de medidas paliativas e que abrangem apenas efeitos e sintomas, pois a retórica da queixa pode ser questionada, afinal, com o trabalho processamos cultura e criatividade, sendo para a pessoa, seria fonte de prazer e não um castigo ou punição.

É razoável pensar que trabalhar demais pode levar pessoas bem-sucedidas a distúrbios cardiovasculares e até mesmo à morte prematura? A resposta é NÃO! E, para explicá-la, é melhor começar definindo o que é exatamente trabalhar demais. Se há uma, duas ou três gerações, isso significava intensa atividade física, hoje representa longas horas de concentração, de planejamento, de relacionamento com uma equipe. Não há evidências que liguem esse tipo de atividade a um infarto ou outros acidentes do gênero sendo o ponto principal, de fato, a postura interior de cada um. Indiscutivelmente há muitos fatores que podem atuar como precipitadores: fumo, má alimentação, predisposição genética ou hereditária, excesso ou falta de exercícios, etc., mas é cada vez maior, entre os especialistas, a certeza de que há muitos dados psicológicos envolvidos.

Há alguns anos, cardiologistas norte-americanos concluíram que os seus pacientes de ataque cardíaco prematuro eram, de certa forma, o mesmo tipo de pessoa, com um perfil bastante típico. Basicamente, podiam ser descritos como alguém em constante luta contra o tempo, excessivamente preocupados com os prazos, sem conseguir realizar tudo o que se propunha a fazer e raramente satisfeito como o que efetivamente realizava. Além disso, apresentava, entre o que vamos chamar de "sentimentos ruins favoritos", irritação, frustração, raiva e uma generalizada desconfiança em relação às pessoas. Seus apoios emocionais, finalmente, eram mínimos, uma vez que ele não os valorizava a ponto de cultivá-los.

Esse tipo de personalidade é conhecido como "Tipo A", sinônimo do profissional que trabalha muito, com alto nível de risco de morte prematura. E agora já se sabe que o trabalhar sem parar, esse "estado de pressa", não é a fonte do excessivo desgaste físico desses profissionais. O que gera esse desgaste, na verdade, relaciona-se com aqueles tais "sentimentos ruins favoritos". É um pressuposto hoje muito aceito, o de que cada um de nós, no curso do crescimento, sob a influência de padrões estabelecidos por nossos pais, e como forma de proteção em épocas de vulnerabilidade emocional, acaba por escolher um ou mais dos sentimentos ruins favoritos, para os quais tendemos a voltar quando estamos sob pressão. Então sentimos culpa, impotência, raiva, ressentimento, autopiedade, inveja, ansiedade, ciúme, rejeição, humilhação, tristeza, entre muitos outros. Em outras palavras, a ligação entre ataques cardíacos e os "Tipo A" vem a ser, não a pressa que caracteriza suas atividades físicas e mentais, mas o hábito de alimentar uma desconfiança hostil e generalizada para com o mundo, um estado de vigilância suspeita latente. Esperando o pior, um "Tipo A" se defende com a competitividade em busca de respeito, poder, dinheiro.

Há indicações de que, ao rotularmos a nossa reação aos acontecimentos, esse rótulo ocasiona algumas mudanças químicas internas específicas. Em outras palavras, se estou numa montanha-russa, meu corpo vai reagir; se a reação me parece agradável, chamo-a excitação; se me é desagradável, chamo-a de medo. A teoria atual é de que os elementos químicos liberados pelo cérebro são diferentes em cada caso, o mesmo acontecendo com a resposta fisiológica. Desse modo, o estado de alerta constante dos "Tipo A", mantém uma estimulação permanente do córtex cerebral, que leva a um habitual excesso de adrenalina no corpo. Para manter esse alto nível de estimulação que acaba por se tornar "normal", usa-se tudo o que está à mão: o erro de um funcionário, a demora de um colega em executar algo, um engarrafamento de trânsito, o sucesso de um concorrente, as mudanças que ocorrem na empresa, os conflitos sociais ou familiares, etc. E, na falta de acontecimentos que justifiquem a exasperação, alimenta-se uma série de visualizações internas, que insistem em interpretações imaginárias sobre o significado do comportamento dos outros e do ambiente ao redor.

Há, porém, quem trabalhe intensamente sem integrar essa categoria. São pessoas de muita energia, agradavelmente estimuladas por suas atividades, mas capazes de abrir espaços em suas vidas para a intimidade, a emoção, o lazer, as férias, os exercícios. O que acontece, muitas vezes, é que acabam por mesclar-se numa mesma pessoa, os dois tipos de comportamento, e o grau em que essa mescla vai ocorrer é que vai determinar a duração de um processo de reavaliação. A psicoterapia é sempre uma ferramenta preciosa, que atuará, por mais ou menos tempo, conforme o caso. De uma maneira geral, no entanto, a melhor maneira de atacar o problema é redescobrir que a produtividade no trabalho não deve ser a exclusiva "fonte da nossa autoestima". É preciso que se entenda que temos um valor inerente, trabalhando ou não, ganhando a competição com os outros ou não.

Se você suspeita de que algumas de suas motivações para o trabalho podem não ser saudáveis, procure responder a essas questões:

  • Você tem uma noção clara de seu valor pessoal, sendo ou não produtivo?
  • Você responde às necessidades de descanso e exercício do seu corpo?
  • Você equilibra sua vida profissional e pessoal?
  • Você investe tempo, pensamento e energia em suas relações pessoais?
  • Você se sente contribuindo positivamente para com seus semelhantes?
  • Você tem uma noção correta do que é "suficiente": de quanto dinheiro você precisa, de quanto status, de quanto poder?
  • Você está conseguindo o que quer na vida?
Sejam quais forem as suas respostas, considere estas duas colocações dos doutores Ogilvy e Porter, em artigo para o Human Resource Management: "A realização profissional, quando perseguida inconscientemente para compensar deficiências pessoais reais ou imaginárias, é, de fato, uma forma de auto traição. E a capacidade que cada um tem em confrontar a verdade quanto à sua realização profissional e suas necessidades humanas é que determina se a pessoa consegue esquecer a rotina ou se a tendência é prosseguir tentando provar o que, afinal, não pode ser provado pelo sucesso no mundo dos negócios".

                                                                      \

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico orientador parental
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

SAÚDE MENTAL NO TRABALHO COM A NOVA NR-1

 A revisão da Norma Regulamentadora NR-1 é um marco importante na valorização da saúde mental no trabalho. A nova regra se torna efetiva em 28 de maio de 2025 e apresenta alterações que afetam diretamente a vida dos empregados, demandando das empresas um cuidado especial com a saúde mental de seus funcionários.

A NR-1 incluirá riscos psicossociais na avaliação de riscos do trabalho. As empresas gerenciarão os fatores psicológicos que afetam a saúde dos funcionários, como estresse, violência, excessos de tarefas e falta de reconhecimento. Essa visão exige um maior empenho com saúde e segurança, e estimula uma cultura de prevenção e conscientização.

As mudanças trazem desafios emocionais aos trabalhadores, que podem sentir pressão com as novas exigências, maior fiscalização e adaptações nas rotinas. O medo de desrespeitar normas, a insegurança no trabalho e a necessidade de treinamentos podem elevar a ansiedade e o estresse. O apoio psicológico, então, é necessário, oferecendo ao empregado um espaço seguro para desabafar e criar estratégias para lidar com as novas exigências. Refletir sobre desafios e aprimorar habilidades para superá-los auxilia na adaptação.

A nova NR-1 busca um ambiente de trabalho mais saudável. Identificar e gerenciar riscos psicossociais reduz estresse e ansiedade. As empresas podem tornar o ambiente de trabalho mais saudável ao gerenciar fatores que causam estresse. A detecção precoce de problemas mentais permite tratamentos mais eficazes e previne doenças sérias. Um ambiente de trabalho saudável favorece uma vida mais saudável, tanto profissional quanto pessoalmente. Isso é bom pois colaboradores mentalmente saudáveis são mais produtivos e engajados, impactando a empresa.

A psicoterapia é importante para auxiliar empregados a enfrentar as demandas do trabalho e melhorar sua saúde mental. A terapia ajuda funcionários a gerenciar estresse, ansiedade e emoções negativas, além de melhorar a comunicação para resolver conflitos e formar relações mais equilibradas no trabalho. Outras consequências positivas incluem o reconhecimento de habilidades, aumentando a autoconfiança e a gestão do tempo.

Organizações são essenciais para a saúde mental dos colaboradores. As empresas devem seguir a NR-1 e podem adotar ações para um ambiente saudável, como assistência psicológica, palestras, campanhas de saúde mental, trabalho remoto, horários flexíveis e investimentos em bem-estar.

Priorizar a saúde mental dos funcionários ajuda as empresas a cumprir deveres legais e cria um local de trabalho mais salutar, produtivo e humanizado. A psicoterapia surge como um recurso essencial para auxiliar os funcionários a superar obstáculos e ter uma vida mais equilibrada e satisfatória. Ademais contribui para a construção de um ambiente de trabalho no qual a segurança e o bem-estar coexistem para o crescimento pessoal e coletivo.

                                                                      \

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico orientador parental
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

“DECIDOFOBIA” - O MEDO DE TOMAR DECISÕES

A dificuldade em decidir é uma preocupação que impacta várias áreas da vida, desde escolhas simples até mudanças de emprego. As raízes são diversas, envolvendo fatores psicológicos e contextuais que afetam a tomada de decisões e as emoções do indivíduo. Compreender esse desafio é crucial para simplificar a busca por soluções, desenvolver habilidades para lidar com incertezas e permitir decisões mais precisas. O cenário atual, com constantes mudanças e opções variadas, intensifica a dúvida e a reflexão excessiva; no entanto, decisões inovadoras ou procrastinadas afetam a qualidade de vida e o progresso pessoal e profissional.

A dificuldade para decidir pode ser causada por fatores internos e externos que afetam sua escolha. Os fatores externos incluem a pressão social, as expectativas familiares, as normas culturais e uma abundância de informações modernas, que podem sobrecarregar o indivíduo e dificultar a tomada de decisões. Incertezas nas escolhas podem criar um ciclo de insegurança, em que a indecisão gera arrependimento, ou que piora a dificuldade de fazer novas escolhas. A sociedade atual, com suas diversas opções e conectividade, intensifica a pressão sobre as pessoas para que façam escolhas que atendam a padrões frequentemente inacessíveis e irreais. Os fatores externos que afetam a dificuldade de decisão estão ligados às dinâmicas sociais e culturais do cotidiano.

As pressões do trabalho, da família e das redes sociais criam um ambiente hostil, forçando o indivíduo a seguir padrões que muitas vezes não atendem às suas reais preferências ou desejos. A sobrecarga de informações no mundo digital pode causar a síndrome da escolha, onde o excesso de opções gera confusão e dificulta decisões claras. A influência de amigos e familiares pode causar indecisão, pois a busca pelas facilidades sociais gera medo de desagradar ou de tomar decisões mal vistas. A pressão externa, vista como o controle das escolhas pessoais e profissionais, pode gerar medo paralisante de se comprometer, levando à hesitação e à procrastinação, o que aumenta a angústia e a insegurança sobre o futuro.

Os fatores internos que dificultam a tomada de decisões estão, em sua maioria, associados a diferentes aspectos psicológicos, emocionais e cognitivos que impactam as escolhas da pessoa. A baixa autoestima e a autocrítica exacerbada podem facilmente resultar em um ciclo de insegurança, no qual o indivíduo questiona constantemente sua capacidade de tomar decisões corretas e ponderadas.

A insegurança é intensificada por ansiedade e dúvida, que prejudicam a clara necessidade para decisões efetivas. O perfeccionismo gera expectativas irreais sobre os resultados das decisões. Assim, essa situação gera procrastinação e evitação, pois uma pessoa teme não atingir o ideal de perfeição desejado. A dificuldade em lidar com a incerteza é um obstáculo importante nesse processo. O controle excessivo sobre situações pode atrasar ações e decisões, tornando -se simples em complexos e extenuantes, impactando qualidades na vida pessoal e profissional do indivíduo.

Entre esses fatores psicológicos, a ansiedade exerce uma função relevante e decisiva, provocando uma espiral de insegurança que pode paralisar a capacidade de escolha em situações cotidianas ou importantes. Diversas pessoas experimentam uma sensação intensa de sobrecarga em decorrência da pressão para escolher uma decisão considerada ideal e perfeita, o que pode levar a um ciclo de indecisão crônico, no qual cada alternativa é possível é excessivamente analisada e ponderada, ocasionando estresse adicional e confusão.

Além disso, o perfeccionismo e a procrastinação podem interagir, configurando uma barreira emocional que dificulta a ação. Essa experiência resulta em uma deficiência profunda e desconfortável de progresso em situações decisivas na vida pessoal e profissional, nas quais as escolhas são imprescindíveis para o crescimento e desenvolvimento. Os efeitos dessa dificuldade em tomar decisões podem se proliferar, afetando negativamente diferentes áreas da vida de um indivíduo, como relacionamentos, carreira e bem-estar emocional, tornando a superação ainda mais essencial

A ansiedade se apresenta como uma forte ocorrência emocional ao decidir, gerando apreensão e medo sobre os resultados das escolhas. Essa situação pode piorar se as opções forem arriscadas ou com consequências ruins, levando o indivíduo a evitar a decisão ou procrastinar. A hesitação pode acabar se tornando um ciclo eterno, onde o medo de errar impede a busca por alternativas e o progresso em específicas desejadas. Situações extremas podem prejudicar a qualidade de vida e a saúde mental, resultando em um ciclo negativo de ansiedade e inatividade.

O perfeccionismo pode ser um obstáculo na tomada de decisões, pois aqueles que buscam altos padrões enfrentam um conflito entre suas expectativas e habilidades. A busca pela perfeição pode levar à versão ao erro, causando procrastinação, onde a pessoa hesita em escolher por temer não atender aos padrões. Esse ciclo prejudicial se intensifica, pois, a procrastinação gera mais pressão e ansiedade, criando um bloqueio que impede uma ação. Essas características podem levar à estagnação, fazendo com que as oportunidades se percam e o desenvolvimento pessoal e profissional seja prejudicado, mostrando a necessidade de reavaliar padrões pessoais e aceitar a imperfeição.

A dificuldade em tomar decisões pode influenciar de maneira específica a vida pessoal da pessoa, ocasionando consequências negativas em diversos aspectos das relações interpessoais e do bem-estar emocional. A hesitação em tomar decisões pode levar a situações de estresse e frustração, afetando não apenas o indivíduo, mas também as pessoas ao seu redor.

Os laços familiares e as relações de amizade podem sofrer, uma vez que a falta de clareza pode gerar mal-entendidos e ressentimentos, especialmente quando a escolha afeta terceiros. Além disso, a incapacidade de decidir pode levar a uma sensação de estagnação, na qual a pessoa se percebe aprisionado em um ciclo de incerteza e procrastinação, afetando sua autoestima e autoconfiança. Com o passar do tempo, essa situação pode levar ao isolamento social e á falta de disposição para participar de atividades ou eventos, uma vez que a pessoa pode recear as responsabilidades de suas escolhas e suas consequências. Por fim, as decisões deixadas de lado podem se acumular, criando um efeito dominó que prejudica a habilidade de efetuar escolhas no futuro, ocasionando uma vida pessoal menos gratificante e carente de experiências.

A dificuldade em tomar decisões na vida profissional pode impactar qualidades na carreira e nas relações de trabalho. Profissionais que hesitam em tomar decisões podem ficar paralisados, perdendo oportunidades de crescimento e desenvolvimento de habilidades importantes para suas carreiras. A incerteza pode causar sensação de falta de confiança e competência, resultando em um ambiente de trabalho menos colaborativo e mais hostil. O estresse e a pressão psicológica da indecisão crônica podem levar a problemas de saúde mental, como burnout e ansiedade, prejudicando a produtividade e a qualidade do trabalho. Em grupos que tomam decisões, a falta contínua de um membro em decidir pode atrasar projetos importantes e prejudicar a moral da equipe, causando descontentamento que afeta a todos. É essencial que as organizações criem estratégias para apoiar esses profissionais, promovendo um ambiente que favoreça decisões e fortaleça a autoconfiança, resultando em um local de trabalho mais saudável e produtivo.

Alguns dos principais motivos que podem dificultar o processo de tomada de decisão incluem excesso de opções, falta de Informação, medo do fracasso, indecisão crônica, incerteza sobre valores e objetivos, baixa autoestima e autoconfiança, perfeccionismo, pressão externa, ansiedade, depressão e estados emocionais debilitantes, estresse, conflitos internos, influência de outras pessoas, experiências passadas, “decidofobia”, dificuldade em estabelecer prioridades, influência da família, da cultura ou da religião, condicionamento social para evitar riscos, disfunções no córtex pré-frontal, transtornos como TDAH e TOC.

É importante considerar que diferentes pessoas têm abordagens distintas para tomar decisões, e o que pode ser um desafio para uma pessoa pode não ser para outra. Em alguns casos, buscar orientação de um profissional, como um psicólogo, pode ser útil para lidar com essas dificuldades e desenvolver habilidades de tomada de decisão mais eficazes.

Algumas dicas para melhorar a capacidade decisória seguem e você pode fazer isso em seu dia a dia. São etapas simples tais como fortalecer a autoestima e acreditar na própria capacidade, compreender que nenhuma decisão é 100% garantida e que errar faz parte do aprendizado, começar com escolhas simples para ganhar confiança, listar prós e contras para tomar decisões mais racionais e buscar apoio psicológico – a psicoterapia pode ajudar a entender e superar os bloqueios decisórios.

É importante ressaltar que a dificuldade em tomar decisões é um problema tratável. A psicoterapia pode ajudar a pessoa a identificar as causas de sua indecisão, desenvolver habilidades de tomada de decisão e superar o medo do erro.

                                                                      \

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico orientador parental
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

CRIANÇA QUE DORME NA CAMA DOS PAIS

Certa vez, um seguidor do Blog do Psicólogo me fez a seguinte observação:

Olá, Dr. Paulo Cesar,

Considerando que minha filha de 11 anos está tendo dificuldades com o sono, muitas vezes de forma a nos incomodar, acordar ou até nem dormir sozinha, mas sim sempre com a mãe, qual a orientação básica nesse caso? Ela alega medo, mas no geral é mais apego à mãe, e vice-versa, talvez em excesso.

Abraços

Jxxx Rxxxxxo”

Achei por bem não deixá-lo sem uma resposta, a qual foi a que segue abaixo:

Caro Jxxx Rxxxxxo

Recomendo focar a atenção, nesse momento, mais na necessidade de corrigir o comportamento da sua filha e menos na busca de motivos. Mais tarde, o casal deve conversar mais profundamente sobre isso.

Vamos tentar primeiro, interromper esse ciclo vicioso, coisa difícil de fazer pois quanto mais tempo se deixa a criança dormir na cama dos pais, mais difícil será convencê-la a dormir sozinha, mais birras e lágrimas os pais terão de enfrentar.

Você sabia que metade das crianças que dormem com os pais, mesmo assim não quer ir dormir e acorda várias vezes por noite? Além disso, que os pais se sentem obrigados a se deitar ao lado dela para que adormeça, o que pode demorar entre 30 e 60 minutos? O resultado final é que, com o passar do tempo, nem a criança dorme o suficiente nem o casal, sem falar da falta de privacidade.

Regras: A criança que dorme na cama dos pais busca conforto e segurança, o que demonstra o amor e a confiança que tem em ambos. Mas regras são regras. Fale com a criança e estabeleça regras claras quanto à hora e o local de dormir. Exemplo: “Sara, faltam 5 minutos para a hora de dormir”, ou então estabelecer um ritual agradável – lavar os dentes, ler uma história, escolher a boneca ou bichinho de pelúcia com o qual vai dormir – que envolva a criança e que culmine com o beijo de boa noite.

Deixe bem claro que cada membro da família tem o seu próprio quarto e cama para dormir e que a criança já é muito crescida para dormir com os pais. Esclareça que não deve sair do seu quarto durante a noite a não ser que tenha de ir ao banheiro. Tenha paciência e cada vez que ela sair do quarto, leve-a de volta com carinho. Poderá ser um processo cansativo, mas a persistência e paciência serão “ferramentas de trabalho”.

Noites intranquilas: Se a criança já dorme com os pais há bastante tempo, o regresso à sua própria cama não vai ser fácil, como inicialmente mencionado; mas também não é impossível! Estejam preparados para assistir a algumas birras e muitas lágrimas, ou seja, é aqui que tem de ser mais resistente e, sobretudo, inflexível. Se a criança sair do quarto, obrigue-a a voltar e não vá embora até ela se deitar; repita as vezes que forem necessárias.

Se a criança for para a cama dos pais durante a noite, assim que perceber a sua presença leve-a de volta para o seu quarto e relembre-a das regras. Evite deitar-se com a criança. Se o fizer, faça-o numa cama ao lado ou poltrona e durante escassos minutos, avisando-a antecipadamente desse prazo. Caso contrário, a criança pode pensar que precisa da sua presença para adormecer… todas as noites.

Quarto da criança: A decoração do quarto da criança tem que ser agradável e apropriada à sua idade – se ela se sentir bem no seu quarto, isso fará da hora de dormir um prazer, em vez de um pesadelo. Uma luz de presença ou autocolantes colocados nas paredes ou teto e que brilham no escuro são ainda uma boa aposta para um ambiente relaxado.

O tamanho da cama também deve ser adequado à criança, ou seja, nem todos se sentem confortáveis em camas muito grandes, podem até sentir medo. Se for este o caso, pode encostar a cama à parede, colocar uma grade de proteção ou então “enfeitá-la” de forma mais infantil – o mais importante é que a criança não tenha dificuldade em entrar ou sair da cama.

Recompensa: Quem não gosta de receber um presente por algo bem-feito? As crianças adoram, por isso junte o útil ao agradável e implemente um sistema de recompensas para cada noite que a criança dormir sozinha na sua cama – pode ser um novo livro para a sua coleção, o fato de poder tomar o pequeno-almoço enquanto vê o seu DVD preferido ou uma guloseima no fim do dia.

Um final feliz: Faça o que fizer, não desista. Se ceder às lágrimas da filha ou ao seu próprio cansaço, deixando que ela fique na sua cama “mas só esta noite”, coloca novamente em marcha o ciclo vicioso que você está tentando quebrar. Embora estas possam parecer dolorosas, ao apoiar-se na disciplina e nas regras, reconquistará em pouco tempo a sua privacidade e noites descansadas para toda a família.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
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A DOENÇA PSICOSSOMÁTICA - TEXTO

 O que é uma doença psicossomática?

Isso é muito comum e muita gente usa a essa expressão com muita frequência, se bem que muitos se referem erroneamente a uma doença psicológica. O termo “distúrbio psicossomático” ou “doença psicossomática” é usado principalmente para designar uma doença física causada ou agravada por fatores mentais e/ou psicológicos, porém o termo também é usado quando esses fatores mentais e psicológicos causam sintomas físicos, mesmo não havendo a doença física. Um bom exemplo disso é quando uma pessoa sente dor no peito: deve procurar socorro por causa do risco mas essa dor pode estar sendo causada pelo estresse mesmo que nenhuma doença física possa ser encontrada.

Algumas doenças do corpo são consideradas como propensas a agravamentos causados por fatores mentais e psicológicos tais como como o estresse e a ansiedade. Isso significa que, a qualquer momento, o estado mental e psicológico de uma pessoa pode afetar o grau de gravidade de uma doença no corpo, sendo, então, os sintomas físicos - causados ​​por esses fatores mentais e psicológicos - chamados de desordens de somatização, somatoformes ou doenças psicossomáticas. Estes sintomas ocorrem devido ao aumento da atividade dos impulsos nervosos enviados do cérebro para várias partes do corpo em razão da força da alteração psicológica que está ocorrendo na pessoa. 

Vários fatores podem contribuir para o surgimento dos transtornos psicossomáticos, como traços de personalidade, influências familiares genéticas ou ambientais, fatores biológicos, comportamento aprendido e muitos outros.

Como os fatores mentais podem afetar as condições físicas?

Há uma ampla gama de doenças e condições físicas que podem ser especialmente propensas ao agravamento por fatores mentais e psicológicos. Dentre estas, estão as doenças de pele (como eczema e psoríase), a pressão alta, os problemas cardíacos e várias outras. Deve-se registrar que os distúrbios psicossomáticos afetam freqüentemente os sistemas respiratório e gastrointestinal, bem como o sistema cardiovascular. Os distúrbios psicossomáticos podem ter efeitos leves a graves na qualidade de vida das pessoas, que vão desde interferir com a capacidade normal de funcionar até causar incapacidade física ou mental.

Os transtornos psicossomáticos são tratados com psicoterapia, e em casos bem graves, em concomitância com tratamento medicamentoso. A psicoterapia ajuda os pacientes a aprender novas maneiras de lidar e resolver seus problemas à medida que eles obtêm uma compreensão mais profunda de sua condição ou circunstâncias. Os pacientes também aprenderão a estabelecer metas de vida realistas e a identificar e mudar comportamentos ou pensamentos que tenham efeitos negativos em suas vidas.
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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

A DOENÇA PSICOSSOMÁTICA - VÍDEO

 

Pontos básicos:
  • Você certamente já se sentiu mal fisicamente por causa do que pensa ou do que sente.
  • O que é uma doença psicossomática?
  • Existem algumas doenças que são consideradas como propensas a piorar por conta de fatores psicológicos como como o estresse e a ansiedade.
  • Muitas coisas podem contribuir para o surgimento dos transtornos psicossomáticos, como traços de personalidade, influências familiares genéticas ou ambientais, fatores biológicos, comportamento aprendido e muitos outros. 
  • Tratamento: psicoterapia, e em casos bem graves, em concomitância com tratamento medicamentoso. 

Lembre-se: Sua paz interior e sua saúde mental devem ser sempre as suas prioridades !
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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicólogo Orientador Parental
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.
Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
Associado à ABRAP, SBRA e ABRA (Psicoterapia e Reprodução Assistida).
Colaborador do HSPMAIS – Saúde Suplementar e de Apoio à Pesquisa Clínica (Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina).
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

RACISMO E SOFRIMENTO PSICOEMOCIONAL - O PAPEL DO PSICOTERAPEUTA

O racismo é uma chaga social que permeia vários grupos sociais e pode gerar impactos psicológicos profundos nas pessoas que o vivenciam. Sofrer discriminação, preconceito e violência racial pode provocar traumas significativos, impactando a saúde mental e o bem-estar emocional de forma profunda. Infelizmente, podemos dizer que esse é um sofrimento diário para milhões de pessoas. Neste cenário, a psicoterapia se apresenta como recurso valioso para apoiar as vítimas dessa violência simbólica e estrutural, oferecendo um ambiente seguro para acolhimento e reflexões, promovendo um caminho de cura e fortalecimento pessoal.

De modo geral, o preconceito é uma combinação de pensamento estereotipado, sentimentos negativos e de ódio, e ações discriminatórias direcionadas a indivíduos ou grupos de indivíduos que são considerados inerentemente inferiores, socialmente desviantes e merecedores de um status menor na sociedade. Embora todos os humanos sejam suscetíveis a estereótipos e preconceitos sobre outros grupos, o racismo se torna um problema sério quando um grupo, ou membros desse grupo, têm a capacidade de agir de acordo com essas visões e o valor que atribuem aos outros.

A vivência de discriminação racial pode criar um estado de vigilância contínua, resultando em um sofrimento emocional prolongado. É comum que indivíduos que enfrentam o racismo experimentem sentimentos de inferioridade, angústia, traumas, desesperança e depressão, o que pode impactar negativamente seu bem-estar e qualidade de vida. Esses sintomas podem ser somatizados e, na saúde física se apresentarem como doenças cardiovasculares, úlceras, hipertensão, doenças inflamatórias, etc. Além disso, é importante considerar o impacto profundo que isso tem na identidade e na percepção de si mesmo. Muitas vezes, a sociedade impõe estereótipos e narrativas negativas que podem afetar a confiança e autoaceitação de forma significativa.

Lamentavelmente, a crença na democracia racial brasileira vem sendo desconstruída por vários índices de desigualdade social; ainda que mais de 50% da população do país seja negra, a produção científica brasileira relativa a racismo e saúde mental não é significativa. Esse quadro, aliado ao fato de que o racismo pode ser a origem de doenças psíquicas, recorrer à psicoterapia é uma opção.

Como a Psicoterapia Pode Ajudar?

A psicoterapia proporciona um ambiente seguro, caracterizado pelo acolhimento, escuta atenta e suporte emocional para as pessoas que lidam com os desafios que o racismo impõe. Sendo psicólogo clínico, posso dizer que além de oferecer um ambiente acolhedor em nossos consultórios, somos pessoas que mostram empatia, afetividade, consciência social, boa escuta, reconhecimento do impacto do racismo na saúde mental, além de paciência, estabilidade emocional, capacidade de análise, discrição, ética e curiosidade intelectual, típicos do perfil de um psicoterapeuta. 

Entre os principais benefícios da psicoterapia para esses indivíduos, podemos ressaltar que a psicoterapia:

  • favorece o compartilhamento de vivências pela vítima de racismo, livre de qualquer julgamento. O psicoterapeuta admite a existência da dor provocada pelo racismo e auxilia o paciente na compreensão de que seu sofrimento é totalmente legítimo.
  • auxilia na elaboração de experiências traumáticas, permitindo que a pessoa compreenda e ressignifique os eventos racistas, reduzindo o impacto negativo em sua vida.
  • desempenha um papel muito interessante a favor do resgate da autoestima e da construção de uma identidade robusta, promovendo o empoderamento e a valorização da história e da cultura do indivíduo atendido, combatendo a internalização de estereótipos negativos.
  • oferece ferramentas para enfrentar situações de estresse e ansiedade que podem surgir em decorrência do racismo, promovendo o desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento saudáveis.
  • oferece um espaço seguro para expressar e processar sentimentos de raiva e frustração decorrentes do racismo, auxiliando na gestão dessas emoções de forma saudável.
  • dá suporte para o desenvolvimento da resiliência emocional, capacitando o indivíduo a lidar com situações desafiadoras de maneira mais equilibrada e assertiva.
  • contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais que permitem à pessoa enfrentar desafios em contextos como o ambiente de trabalho, na educação e em outros espaços onde o racismo pode se manifestar.

A psicoterapia se apresenta como um excelente recurso para apoiar pessoas que enfrentam o racismo, permitindo que reinterpretem suas vivências, favorecendo o bem-estar mental, o fortalecimento emocional e o empoderamento pessoal. Ao reconhecer e validar as dores e desafios enfrentados, o psicólogo contribui para a formação de uma identidade positiva, além de proporcionar um enfrentamento mais seguro e confiante diante de situações adversas. Assim, o processo psicoterapêutico não só proporciona alívio para o sofrimento pessoal, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar T. Ribeiro

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes – Presencial e Online.

Psicólogo clínico de linha humanista existencial e de orientação das Psicologias Analítica (Carl Jung), Relacional e Budista.
Extensão e Certificação em Filosofia & Meditação (PUCRS), Certificação em Racismo e Psicanálise (Achille Mbembe), Pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo (Famart) e Psicologia Clínica (PUCRS).
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